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domingo, 28 de fevereiro de 2021

O MAESTRO MARCADO PARA MORRER APÓS FOTOGRAFAR LAMPIÃO EM RIBEIRA DO POMBAL

 Alcides Fraga, o homem que fotografou Lampião e sua esposa Rita de Cassia Cunha Fraga. (Foto: Acervo pessoal)

Alcides Fraga teve que fugir após registrar Virgulino Ferreira e seu bando em uma imagem que se tornaria icônica do cangaço.

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O mais temido nome do sertão, respeitado entre coronéis, bandoleiros e jagunços, interpretado como bandido, justiceiro ou até mesmo herói, sentou-se à mesa para comer um simples café com cuscuz.

O desjejum antecedeu uma das imagens mais icônicas produzidas na história do cangaço. No dia 17 de dezembro de 1928, depois de encher o bucho, Virgulino Ferreira, o Lampião, enfileirou seu reduzido bando e exigiu uma fotografia que, desde o definitivo clique, já nascia tão clássica quanto trágica.

Os oito odiados fotografados em Ribeira do Pombal: Lampião, Ezequiel (irmão de Lampião), Moderno, Luís Pedro, Antônio de Engrácia, Jurema, Mergulhão e Corisco (Foto feita por Alcides Fraga e restaurada por Rubens Antonio)

Adendo: 

Não tenho certeza, mas acho que a legenda seria esta: Lampião, Ezequiel, Moderno , Luiz Pedro, Mariano Corisco, Mergulhão e Arvoredo. (José Mendes Pereira).

Próximos da Igreja de Santa Tereza D’Ávila, no povoado de Vila do Pombal, então com cerca de 700 habitantes, os oito cangaceiros apoiaram seus rifles no chão e posaram sérios para a imagem. Quem bateu a chapa foi Alcides Fraga, rico e renomado alfaiate do povoado e maestro da conceituada filarmônica XV de Outubro.

Finalizado o registro, Fraga percebeu que estava em maus lençóis. Lampião exigiu o retrato. Cheio de dedos, o maestro argumentou que precisaria de, no mínimo, uma semana para enviar os negativos até Salvador e recebê-los de volta. O cangaceiro vaidoso não arredou. Disse que, dentro de três dias, enviaria um intermediário para buscar a revelação. Não queria desculpas e, sim, a fotografia.

Aflito, Fraga recorreu aos seus contatos diretos. Conseguiu um químico da região que elaborou uma mistura improvisada fixando a estampa em papel e, de quebra, garantindo o pescoço do fotógrafo preservado, no devido lugar.

“Quem teve acesso à fotografia original percebe que ela tem muitos problemas de definição, mesmo para a época que foi feita. Isso porque a revelação foi de maneira rústica e apressada, porque Fraga não estava preocupado com a qualidade, mas, sim, em salvar sua própria vida”, diz Rubens Antonio, escritor e pesquisador do cangaço. Foi ele o responsável pela restauração da imagem icônica, que ilustra esta reportagem.

Entre os volantes e o cangaço

Passado este percalço, a vida do maestro desafinaria por completo dali em diante. Nunca se soube exatamente como, mas uma cópia daquela mesma imagem foi parar nas capas dos jornais, noticiando algo que há muito tempo já corria como rumor pelos quatro cantos da Bahia.

“Aquela imagem é a primeira e única que se tem notícia de uma fotografia de Lampião na Bahia. Alcides foi muito habilidoso em enquadrar a igreja de Santa Tereza D’Ávila, porque, pra quem conhece a região, não tem dúvidas que a foto tenha sido feita em Pombal", diz Robério Santos, pesquisador do tema e dono do canal no youtube O Cangaço na Literatura.

"Antes disso, já circulavam muitas notícias que o bando de Lampião estava no estado, mas nenhuma delas era comprovada ou mesmo verdadeira. Ali, de fato, se pode confirmar a chegada do mais perigoso cangaceiro que se tinha notícia na época”, complementa.

Os jornais fizeram intenso rebuliço criticando as forças policiais volantes que deixavam Lampião andar livremente pelas veredas do norte, sem prendê-lo. Desaprovaram também o intendente (uma espécie de prefeito, à época) de Pombal, Paulo Cardoso de Oliveira Brito, por ter aberto as portas do seu sobrado e até oferecido um reforçado café da manhã para o bando. Até o padre Zacarias Mato Grosso, cicerone da visita, caiu em desgraça na pena implacável dos editorialistas.

“Depois dessa pressão, as forças policiais, então, foram atrás de Alcides para saber onde Lampião estava. O coitado disse que não conhecia o cangaceiro e só tinha feito a imagem porque era o único que tinha uma máquina fotográfica ali disponível. Os policiais não acreditaram muito e o colocaram na mira deles a partir daquele momento”, pontua Rubens Antonio.

Para o azar do maestro, a coisa toda ainda desandaria por completo. Em janeiro do ano seguinte, os policiais encontraram a rota dos cangaceiros e partiram no encalço da trupe. Um dos lugares-tenentes de Virgulino, o cangaceiro Mergulhão, morreria neste combate, no povoado de Abóboras. Lampião jurou vingança! E ficou possesso ao saber do burburinho que tinha sido encontrado após supostas informações passadas pelo fotógrafo de Pombal.

“Agora imagine a situação de Alcides Fraga? Estava na mira dos policiais volantes e jurado de morte por ninguém mais, ninguém menos, que Lampião. Isso sem ter ajudado nem um lado e nem o outro. Ele fez, então, a única coisa sensata que poderia. Pegou tudo que tinha e partiu embora com a esposa. Era um homem com uma boa condição social e respeitado em Pombal, mas abandonou tudo para sobreviver”, afirma Rubens.

Alcides Fraga passou a levar uma vida errante. Migrava de cidade em cidade esperando a poeira baixar para poder, definitivamente, voltar para casa. Neste ponto, a história se ramifica em muitas versões. Uns dizem que ele nunca mais regressou à vila, perdendo a esposa e se entregando completamente ao álcool. Perderia toda a fortuna e levaria a família à falência.


Outros afirmam que o maestro, sim, conseguiu voltar para casa, após driblar o cangaceiro rancoroso, àquela altura com outras preocupações prementes na reorganização do seu bando. Há, porém, um consenso entrelaçando estas duas narrativas: o maestro jamais teria sido capturado, impedindo a consumação da vingança.

Cidade hospitaleira

O historiador Oleone Coelho Fontes, autor do livro “Lampião na Bahia”, enxerga na imagem feita em Pombal um recorte ilustrativo da nova etapa na vida do cangaceiro dali em diante.

“Em 1926, Lampião vai sofrer uma das mais importantes derrotas da sua trajetória, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A partir dali, ele reorganiza suas forças e passa a adotar bandos menores. Antes, eram 150, 100 homens seguindo ele. Depois dessa derrota, passa a se organizar em grupos menores e subgrupos. Na foto de Alcides, dá pra ver que ele é seguido apenas por sete cabras, alguns muito famosos, como seu irmão Ezequiel, Mergulhão, Arvoredo e Corisco. A chegada dele na Bahia representa este novo momento”, analisa.

Para os moradores do povoado ficaria a fama de um lugar hospitaleiro. Anos depois, a vila cresceria tanto até se tornar a cidade de Ribeira do Pombal, no norte da Bahia, emancipada em 1933.

“Eu costumo brincar que o povo pombalense é tão acolhedor que até o bando de Lampião, que tocava o terror em todo sertão, foi bem recebido aqui. Esse é um traço nosso, do nosso jeito de ser. O próprio Lampião teria ficado encantado com essa recepção. Meu avô mesmo, na época tinha 11 anos, me contava que pediu a bênção a Lampião e ele deu uma moeda em troca”, diz Osvaldo Rocha, ex-secretário de cultura da cidade.

O lugar onde os cangaceiros posaram hoje é a fonte luminosa da Avenida Getúlio Vargas, principal via da cidade. Rocha conta que, durante os anos 1970 e 1980, os moradores questionaram a própria recepção calorosa oferecida pelos antepassados.

Local onde os cangaceiros posaram para a foto hoje é uma fonte luminosa, na Avenida Getúlio Vargas, em Ribeira do Pombal (Foto: Reprodução/Google Street View)

“Durante muito tempo, os moradores mais novos questionaram se foi certo receber os cangaceiros de forma tão hospitaleira. Afinal, eram foras da lei que cometerem crimes terríveis. Meu próprio avô, que pediu a bênção a Lampião quando criança, depois passou a defender aquilo como um erro. Mas é difícil julgar”, diz.

Este embate polêmico cancelou um projeto de construção de oito estátuas, cada uma representando um dos cangaceiros, enfileiradas no exato local onde a foto de Alcides foi batida. A ideia era explorar o potencial turístico da icônica imagem. 

Por enquanto, o que permanece mesmo intacta, e garante o retorno dos visitantes, é a hospitalidade do povo pombalense.

***

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XAXANDO FEIJÃO

 Clerisvaldo B. Chagas, 26 de fevereiro de 2021.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.478

Na região do semiárido o sertanejo não perde tempo. Mal chegaram as trovoadas em pleno mês de fevereiro, notamos a grande animação nos roçados, através das novas tecnologias. São dezenas e dezenas de vídeos na Internet mostrando a alegria sertaneja em relação ao campo. Agricultores cortando terras, plantando feijão e milho, tangendo gado pelos campos imensamente verdes e até mesmo xaxando o feijão.  Xaxar em nosso torrão é fazer uma das limpezas no feijoeiro, geralmente à base da enxada. Consiste em limpar os arredores do pé de feijão e ao mesmo tempo puxar a terra do entorno para os vegetais. Esse movimento faz um ruído característico da enxada na terra, um onomatopaico xá, xá, xá...

Daí ter se criado o termo “xaxá feijão”, isto é, ouvir o som da enxada na terra: xá, xá, xá...

No sertão de Alagoas, grande parte dos que cultivam o feijão e o milho, trabalha ainda no sistema arcaico do arado.  Um cidadão guiando uma parelha de bois ou garrotes puxa o arado enquanto outro homem denominado rabisqueiro equilibra atrás esse mesmo arado em terreno fofo ou pedregoso. A necessidade mexe com as ideias e tem gente utilizando até cavalo e jumento no lugar das parelhas bovinas. Tem agricultor usando lanterna adaptada à cabeça e outra adaptada à barriga para o trabalho de semeadura à noite e não perder tempo nessa época do plantio. Até mesmo para xaxar o feijão, teve agricultor inovando fazendo esse serviço que é individual com enxada, agora utilizando um jumento nas carreiras entre os feijoeiros adaptando uma enxada ao arado, puxado pelo animal asinino. O jegue não pisa nos pés de feijão e usa uma espécie de burga no focinho para não comer a lavoura ainda verde.

Pelo jeito, o sertanejo alagoano continua o preceito do padre Cícero Romão Batista quando o sacerdote mandava plantar assim que chovesse, sem esperar época fixa para esse fim.

Vem por aí boa quantidade de feijão-de-corda para vender e ser devorado com galinha de capoeira e manteiga de garrafa, compadre! Aprecia? Aguardemos.

Euforia geral no Sertão! Bênçãos merecidas.

ROÇADO DE FEIJÃO (CRÉDITO: PIXABAY)


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NOTA DE PESAR E SOLIDARIEDADE!

 Por Wasterland Ferreira

Há pouco recebi a triste notícia, infelizmente confirmada, dando-me conta do falecimento do meu querido e inesquecível amigo, Dr. Antônio Amaury Corrêa de Araújo, considerado por muitos como a maior autoridade no estudo da história do Cangaço no Nordeste brasileiro.

Dr. Antônio Amaury e Wasterland Ferreira Leite

O doutor Amaury, paulista de nascença, mas que no dizer de outro gigante nos estudos e pesquisas sobre o cangaceirismo, o escritor e historiador Frederico Pernambucano de Mello, era - "o mais nordestino de todos os paulistas, aliás, mais nordestino do que muitos de nós próprios".

O odontólogo Antônio Amaury escreveu e publicou cerca de 15 livros - alguns em parceria com outros escritores ou como co-autor - sobre Lampião e o Cangaço, além de haver produzido mais de 7 mil entrevistas com remanescentes daquele fenômeno histórico e sociológico, quer sejam ex-cangaceiros, ex-coiteiros e/ou policiais militares que participaram das forças volantes engajadas na campanha militar movida pelos Estados nordestinos na repressão ao banditismo Cangaço nas décadas de 1920 e 1930, por exemplo, e isso ao longo dos mais de 70 anos de sua vida dedicados ao estudo do tema. Portanto, o Dr. Antônio Amaury Corrêa de Araújo tornara-se o mais longevo dos estudiosos e pesquisadores do ciclo épico e histórico quê foi o Cangaço.

Pelo exposto acima e por muito mais, venho em meu nome e no do Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco (GECAPE), e também representando o professor e pesquisador

Eraldo Tavares

, vice-presidente do GECAPE, externar os nossos profundos sentimentos diante de tão incomensurável perda, como também emitir das nossas condolências à família enlutada.

Também envio do meu abraço e solidariedade ao estimado amigo Carlos Elídio, filho do Dr. Antônio Amaury Corrêa de Araújo, com a certeza de que este presenteou a todos nós, seus eternos discípulos, além da sua vasta produção literária, um precioso e frutífero legado de obstinação, verdade, honestidade, bom caráter, amor e zelo pela nossa história, à do Nordeste, e quiçá do Brasil.

Wasterland Ferreira Leite

Presidente do Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco.

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EXCETO ATIRAR, QUE QUEM ATIRA MUITO, SEMPRE PROCURA APOIAR O JOELHO AO CHÃO. ÚNICO MOMENTO QUE OS CANGACEIROS E LAMPIÃO AJOELHAVAM-SE QUANDO REZAVAM.

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FAZENDA PIÇARRA DE ANTÔNIO TEIXEIRA LEITE, SEU TONHO DA PIÇARRA.

Por Luís Bento de Sousa

Refúgio seguro de Virgulino Ferreira " Lampião ". Chuvoso inverno de março do ano de 1928, chegará a fazenda Piçarra de seu Tonho, duas Volantes Pernambucanas: uma comandado pelo Tenente " Arlindo Rocha, outra por " Manuel de Souza Neto, Mané Neto ". E comunicam que vieram prender Lampião em sua propriedade Piçarra. Só tinha duas alternativas: ou seu Tonho, os levavam até o esconderijo ou morriam todo mundo. Seu Tonho, não teve ou saída, foi obrigado a concordar com o plano de Arlindo Rocha e Mané Neto. " Não foi uma traição, como muitos dizem, foi uma situação forçada entre a vida e a morte ".

A fazenda Piçarra, onde mora seu neto, seu filho e afilhado VILSON, é um centro histórico da região, sempre visitado por um numeroso contigente de repórteres, pesquisadores e historiadores de todo Brasil, a procura de esclarecidas histórias que antigamente eram narradas por seu Tonho, hoje esclarecidas por seu neto VILSON

A fazenda Piçarra, é palco de um grande cenário de toda história do Cangaço, onde

envolveu Antônio da Piçarra, Lampião e a morte do Cangaceiro lugar tenente Sabino Gomes em março do ano de 1928. Lampião e Antônio da Piçarra, eram grandes amigos, a Piçarra era esconderijo seguro de Lampião, mas a morte de seu fiel Cangaceiro Sabino, destruiu o laço de amizade de Lampião com seu Tonho da Piçarra.

Fonte. Lampião, figura controvérsia. Pág 39,40. Escritor LUÍS BENTO DE SOUSA

Foto

Casa 🏡grande da fazenda Piçarra

Banco, onde encontram=se sentados Luis Bento e VILSONTeixeira, por várias vezes foi ocupado por Lampião e Antônio da Piçarra para por em práticas os assuntos.

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UM NORDESTINO, SIM, SENHOR!

Por Frederico Pernambucano de Mello 

Historiador / da Academia Pernambucana de Letras

Não ignoro a origem caipira de Antônio Amaury Corrêa de Araújo e sua naturalidade paulista, no momento em que Robério Santos me faz chegar a notícia de sua morte aos 87 anos. 

Dr. Antônio Amaury e Alcino Alves Costa

A reflexão que me vem à mente nessa hora é a de não ter existido nordestino mais visceral do que ele, por adoção espontânea das constantes de caráter presentes no homem do trópico setentrional brasileiro, notadamente o do sertão. Tomou-se de tal encanto pelo palco e pelo drama do homem da caatinga, por seus cantos, por seus contos, religiosidade, mitos, lendas, causos, assombrações, aventuras, sobretudo pelas aventuras, que se mudou para o sertão em espírito, embora mantivesse os pés fincados no São Paulo de berço. E passou a estudar tudo isso, a ponto de desafiar com sucesso um programa de televisão em que respondia a pesado interrogatório sobre os fatos do cangaço e a vida de seu protagonista maior, o Capitão Lampião.

Pesquisador Robério Santos

Seus livros são de consulta necessária para quantos estudem o sertão e as correrias que se desenrolaram ali. A violência presente em nosso processo colonial, a bravura do vaqueiro, abrindo o pasto para o assentamento dos currais de gado, o plantio de subsistência nos pés de serra, nas ipueiras e nos brejos de altitude, a resistência não menos valorosa das tribos indígenas na defesa de seus campos, todo o universo de que provém o que tenho chamado de Ordem do Cangaço.

Nesses estudos, guloso dos detalhes, colecionou particularidades sem-fim, filiando-se à corrente positivista da ciência histórica. Fiel ao mestre Auguste Comte, deu as costas às conquistas mais recentes trazidas pela antropologia, pela psicologia, pelo imaginário, pelas mentalidades, por tudo quanto enriqueceu a disciplina histórica no Século XX. Um convicto no seu sistema de estudos.

Dr. Antônio Amaury e o pesquisador Pedro Motta Popoff.

Vá em paz, Amaury, o Nordeste sentirá sua ausência, atenuada pela leitura das páginas que produziu e que irão permanecer. O chão que adotou não lhe negará o aceno!

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

Página do Kiko Monteiro

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EXPEDIÇÃO - FOGO DAS GUARIBAS (94 ANOS)

 Por Bruno Yacub

https://youtu.be/sEpyrDgWMjw

Cultura Brejo Santo

A Prefeitura de Brejo Santo, através da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Eventos, em parceria com a Prefeitura de Porteiras, através do Departamento Municipal de Cultura realiza live temática sobre os 94 Anos do episódio histórico do Fogo das Guaribas e a saga de Chico Chicote.

https://www.facebook.com/groups/471177556686759/?multi_permalinks=1147990765672098%2C1148063192331522%2C1147885905682584&notif_id=1614500754147981&notif_t=group_activity&ref=notif

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FOI EMBORA O HOMEM, FICOU O MITO.

 Por Adauto Silva

É com enorme pesar que levo a triste notícia do falecimento do nosso amigo e professor Antônio Amaury.

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CANGAÇO - TRIBUTO A ANTÔNIO AMAURY

 Por Aderbal Nogueira

https://youtu.be/SEwxBqaLNdU

Fizemos esse vídeo na passagem dos 86 anos do amigo e professor Antônio Amaury. É essa a imagem que devemos guardar do velho amigo, vibrante, entusiasmado, direto e acima de tudo profundo conhecedor do tema Cangaço.

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sábado, 27 de fevereiro de 2021

ADEUS, MESTRE-CANGACEIRO!

Por Geraldo Júnior

Hoje foi um dia triste. Dia de dar adeus ao velho amigo Antônio Amaury Corrêa de Araújo, que como todos sabem, foi um dos maiores responsáveis por grande parte daquilo que hoje em dia conhecemos sobre o fenômeno cangaço. Autor de inúmeras obras sobre o tema e responsável pela coleta de centenas de depoimentos de remanescentes da época, assim como de pessoas que tiveram alguma relação com o assunto.

Um dia lamentável para todos nós curiosos, estudiosos e amantes da história cangaceira e suas raízes.

Estou nesse momento tentando escrever algo que esteja a altura de sua biografia, mas em vão, não consigo completar textos ou mesmo frases que possam descrevê-lo e dar-lhe o merecido valor. Tudo que consigo achar é uma simples, porém honesta palavra...

... Gratidão.

Descanse em paz mestre-cangaceiro. Que Deus o conduza nessa sua nova jornada.

Meus mais sinceros sentimentos a todos os familiares.

Geraldo Antônio De Souza Júnior

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PARTE O MAIOR DE TODOS... DOUTOR ANTÔNIO AMAURY CORREA DE ARAUJO !

 Por Manoel Severo

 NOTA DE PESAR!

É com muita tristeza que o Cariri Cangaco comunica o falecimento de Antônio Amaury Corrêa de Araújo, acontecido na noite desta ultima sexta, dia 26, na cidade de São Paulo. Perde o Brasil o maior pesquisador da temática Cangaco, de todos os tempos, um homem extraordinário que dedicou sua vida à família, à profissão e à Alma Nordestina. Vá com Deus Doutor Amaury, seu legado se eterniza a partir de suas obras e de seu inigualável trabalho. Somos devedores eternos de sua dedicação. O Cariri Cangaço agradece ao senhor todo o cuidado, zelo, apoio e confiança; somos o que somos por causa do senhor. Parta em paz querido amigo e que Deus possa confortar o coração de dona Rene, Júnior, Sérgia, Carlo e netos. Leve a certeza que permanece em nossos corações .

Manoel Severo- Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço.

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/02/parte-o-maior-de-todos-doutor-antonio.html

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KYDELMIR DANTAS NO CANAL FUTURA

Por Manoel Severo

 

Entrevista feita pelo jornalista Fabiano Morais para o Jornal Futura com o pesquisador, escritor e cordelista, Kydelmir Dantas, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e Conselheiro Cariri Cangaço.

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/02/kydelmir-dantas-no-canal-futura.html

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DR. ANTONIO AMAURY FOI AO ENCONTRO DE DEUS!

 Por João Filho de Paula Pessoa

Nossos agradecimentos ao Dr. Amaury Corrêa Araujo por todo seu trabalho, pesquisa, valoração da cultura nordestina e transmissão de tudo isso por suas obras e entrevistas que nos permitiu o conhecimento e aprendizado, sendo seu trabalho imprescindível ao registro da cultura nordestina e do Cangaço na história. Nosso muito obrigado, nosso pesar por sua partida, certo que Deus o receberá de braços abertos. Nossos sentimentos a sua família, que Deus a abençoe.

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PEDRO MOTTA POPOFF RECEBE LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" DO PESQUISADOR DE SERRINHA-BAHIA ANTONIO JOSÉ DE OLIVEIRA

 Por Carla Motta

Amigo José Mendes Pereiracom muita emoção que recebemos um lindo presente, o livro "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" escrito por 

Escritores José Bezerra Lima Irmão e João de Sousa Lima

José Bezerra Lima Irmão e presenteado ao meu filho Pedro Motta Popoff pelo historiador Antonio Oliveira de Serrinha no Estado da Bahia.

Antonio José de Oliveira

Com grande honra ter um exemplar desses e para nosso menino oportunidade de pesquisa e aprendizado.

Pedro Motta Popoff

As entrevistas da revista AZ, e do Jornalista Nelson Itaberá pela TV Câmara, tiveram grande repercussão no Nordeste do país, citados em vários Blogs sobre o assunto, Pedro aparece como pesquisador mirim e divulgador da arte e cultura nordestina.

Através de palestras em escolas de Bauru e região, ele tem mostrado a sua paixão e respeito pelo Brasil.

Em nome do Pedro, nosso muito obrigado!

Carla Motta

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NOTA DE FALECIMENTO!

Por João de Sousa Lima

É com grande pesar que comunico o falecimento do escritor Antônio Amaury Correa de Araújo, o maior pesquisador do tema cangaço... 

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CANGAÇO BRUTAL!

 Por Rubens Antonio

A sertaneja Maria Felismina de Várzea da Ema, Chorrochó, marcada com ferro em brasa por ter os cabelos curtos.

Imagem retificada e colorizada por mim.

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ANTONIO AMAURY CORREIA DE ARAÚJO - CANGAÇO

 Por Aderbal Nogueira

https://youtu.be/7T2EsvmrU3o

Antônio Amaury maior pesquisador do Cangaço recita um verso sobre Lampião e Maria Bonita.

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DE BATINA, ROSÁRIO E PUNHÁ O PADRE CANGACEIRO

Por Cid Augusto da Escóssia Rosado (Foto).

https://colecaomossoroense.org.br/site/2018/11/17/parabens-ao-amigo-cid-augusto-da-escossia-rosado/

Padre Longino era o cão chupando manga. Casava e batizava, fosse literalmente ou no sentido figurado da expressão. A ele, primeiro mossoroense ordenado pela Santa Madre Igreja, atribuem-se ações criminosas diversas, todas sem castigo. O rol dos delitos contempla investidas contra o patrimônio alheio, contra a dignidade sexual e contra a vida.

Há poucos registros sobre o sacerdote. Em 1949, Vingt-un Rosado publicou anotações de Francisco Fausto de Souza sobre o religioso, assumindo, porém, a responsabilidade pela impressão da brochura, ante ameaças de retaliação. A edição de 40 volumes recebeu o título Apontamentos históricos sobre o Padre Longino Guilherme de Melo, 1802-1878.


Sabe-se que nasceu no arraial de Santa Luzia do Mossoró aos 15 de março de 1802, filho do capitão Simão Guilherme de Melo e de Inácia Maria da Paixão, pessoas ordeiras e respeitadas. Recebeu ordens no seminário de Olinda-PE, em novembro de 1826, voltando logo a seguir para a terra natal, onde só não fez chover, mas ainda preparou o tempo.

No início da década de 1950, contratado pela prefeitura para fazer Notas e Documentos para a História de Mossoró, Luís da Câmara Cascudo ampliou os estudos de Fausto. O primeiro indivíduo, no entanto, a escrever sobre Longino foi outro ministro católico, José Antônio Silveira, inimigo implacável do colega de batina a quem dedicou versos ferozes.

O "poeta improvisado" acusa o desafeto de quebrar o celibato em pleno confessionário, deflorar menores impúberes, entre as quais uma sobrinha, celebrar missas para o diabo na capela de Santa Luzia, badernas, porte de arma, tentativas de homicídio e assassinatos consumados. A casa paroquial e o próprio templo serviram de trincheiras em tiroteios.

O maior deles envolveu Longino e seus cabras contra a capangaria liderada por Antonio Basílio, tocador de viola e baderneiro das bandas do Assú, além de genro do comandante Félix Antonio de Sousa Machado, descendente dos fundadores de Mossoró. Na chuva de bala, morreu um dos asseclas do padre, o célebre pistoleiro Tempestade Ventania.

Os dois se tornaram desafetos após casamento celebrado por Longino. A briga envolveu de início o vigário e Pedro Ferreira. Basílio saiu em defesa de Pedro, ameaçando Longino com uma arma branca, que lhe foi tomada por circunstantes. Irritado, o ministro de Deus arrastou outra faca, desferindo seis golpes no adversário. Ambos estavam bêbedos.

Transportada para a sede do município numa rede, após exame de corpo de delito realizado in loco pelo juiz de paz Domingos da Costa Oliveira, na presença de testemunhas convocadas para o ato, a vítima sobreviveu e fugiu. Não está claro se chegou a cumprir a pena de um mês de prisão sumariamente estipulada pelo crime de "porte ilegal de arma".

O acusado recebeu o benefício do livramento ordinário no mesmo documento que determinava sua prisão e nunca foi julgado. Anos depois, o corregedor Luís Gonzaga de Brito Guerra declarou a prescrição do crime. A Igreja suspendeu as ordens de Longino, mas, seis anos depois, a pena acabou revogada pelo bispo Dom João Marques Perdigão.

Aconselhado a deixar a cidade, viveu no Piauí e no Maranhão. Voltou para Mossoró 28 anos depois, cansado e cego. Quando alguém perguntava sobre a deficiência visual, respondia:  

"É verdade, ceguei. Ceguei de ver gente ruim".

Morreu aos 30 de março de 1876, contando 74 anos de idade, e teve o corpo sepultado na capela do Cemitério Velho.

Cid Augusto da Escóssia Rosado é jornalista formado pela UFRN.

Açude: CidAugusto

Colaboração do confrade José Romero 

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TODOS OS CANGACEIRÓLOGOS ESTÃO DE LUTOS!

Por José Mendes Pereira 

Segundo o pesquisador do cangaço "Volta Seca" publicou em sua página no facebook que faleceu, ontem à noite, em São Paulo onde residia, o Dr. Antônio Amaury C. de Araújo, considerado o maior pesquisador do cangaço no Brasil, com 15 livros publicados e mais de 60 anos de pesquisas destinadas ao tema.

Nós que estudamos o "Cangaço" perdemos a maior referência do assunto quando se trata de congaço. Nossos sentimentos a toda familia e aos Amantes do cangaço em todo Brasil e no mundo.

Antônio Amaury e Luiz Ruben - http://cariricangaco.blogspot.com/2019/10/ablac-homenageia-antonio-amaury-correa.html

Antônio Amaury ao lado da equipe de produção do Cariri Cangaço Barro 2013,- Fazenda Nazaré.- http://cariricangaco.blogspot.com/2019/10/ablac-homenageia-antonio-amaury-correa.html..

Antônio Amaury, Aderbal Nogueira e Sabino Bassetti - http://cariricangaco.blogspot.com/2019/10/ablac-homenageia-antonio-amaury-correa.html

Um dos momentos marcantes de Antônio Amaury em nosso Cariri Cangaço Crato 2011; Debate no SESC-Cariri Cangaço - "Angico" ao lado de Alcino Alves Costa, Paulo Gastão, Manoel Severo, Sabino Bassetti e Aderbal Nogueira.

Antônio Amaury e Pedro Popoff - Fotos:Carla Motta - http://cariricangaco.blogspot.com/2019/10/ablac-homenageia-antonio-amaury-correa.html

https://www.youtube.com/watch?v=PwR2dDutXUQ&ab_channel=PedrodoCordel%2FPedroPopoff

Aderbal Nogueira, Leandro Cardoso, Antônio Amaury, Paulo Britto e Alcino Alves Costa na abertura do Cariri Cangaço em Juazeiro do Norte em 2009

Carlo Elidyo e Antônio Amaury no Cariri Cangaço Aurora 2010, 
Fazenda Ipueira de Isaias Arruda
Antônio Amaury ao lado de Manoel Severo, Celso Nogueira e João de Sousa Lima
Debate na Fazenda Patos, Cariri Cangaço Piranhas 2015
Antônio Amaury recebe homenagem das mãos de João de Sousa Lima 
no Cariri Cangaço Barbalha 2011

Manoel Severo, Napoleão Tavares Neves, Antônio Amaury e Múcio Procópio 
no Cariri Cangaço Porteiras 2011
Antônio Amaury e o Cariri Cangaço
 Cariri Cangaço, território de grandes encontros: Antônio Amaury e Alcino Alves Costa no grande Cariri Cangaço Crato 2013

Antônio Amaury e Lamartine Lima no Cariri Cangaço Piranhas 2015
Fazenda Pau de Arara
Narciso Dias, Jorge Remígio, Sousa Neto, Lamartine Lima e Antônio Amaury

 Antônio Amaury e Manoel Severo
Antônio Amaury, Dr Napoleão Tavares Neves e Lemuel Silva no 
Cariri Cangaço Juazeiro do Norte
 Manoel Severo, Dr Lamartine Lima e Antônio Amaury
Zé Tavares Neto , Valquíria e Antônio Amaury em visita do Cariri Cangaço no Angico
Marcos e Felipe Passos, Ivanildo Silveira, Antônio Amaury e Jorge Remígio
Cariri Cangaço Porteiras 
Antônio Amaury, Ivanildo Silveira e Alcino Alves Costa, Cariri Cangaço Crato
Antônio Amaury, Dorivan Amaro e Lemuel Silva:
Cariri Cangaço Barbalha
 
Dr Benedito, Manoel Severo e Antônio Amaury
Anfitriã, Dona Renê
Manoel Severo e Antônio Amaury


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Fonte: YouTube
Por: Geraldo Antonio Souza Junior




José Bezerra Lima Irmão eDr. Antônio Amaury.

Flagrante da homenagem da ABLAC a Antônio Amaury Correa de Araujo - Foto: Geraldo Junior

Não encontrei outros cangaceirólogos em fotos com Dr. Antônio Amaury C. Araújo. Ao londo do dia vou tentar adquirir mais outros cangaceirólogos ao lado do escritor.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com