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terça-feira, 21 de março de 2017

NORDESTINO COM O PAU DENTRO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.648

A famosa cachaça sempre predominou no Brasil desde os tempos de D. João VI. Daí para cá uma vasta literatura preencheria qualquer tamanho de coleção livresca. No País, já com o título Cachaça, registrado mundialmente, ela possui dezenas e dezenas de apelidos que chegam facilmente a uma centena: Moça Branca, Branquinha, Richona, Marvada, Pinga e tantos outros que até seria difícil listá-los. A mesma coisa acontece ao modo de se referir à bebida na hora de procurá-la: Tomar uma; tomar uma flechada; Espalhar o sangue; veneno e assim por diante.


Os escravos gostavam bastante de cachaça, até porque era a bebida a que eles tinham acesso. Samba e cachaça viraram paixões. E sem preconceito nenhum, meu pai dizia: “quando vê um preto tristonho em qualquer ajuntamento, chame-o e ofereça a ele um copo de cachaça. Ele vira de uma vez só e, ao terminar, perfila-se, bate continência e diz: estou às suas ordens, patrão”.

Bebe-se no Brasil pelos mais diferentes motivos. O Nordestino é maluco por uma “água que pinto não bebe”. Uns só ingerem cachaça pura. Outros somente com tira-gosto. Alguns lambem os beiços, fazem careta, cospem no chão. Muitos emborcam o copo sereno, sem gestos ridículos, sem mugangas.

Bodegueiros passaram a encomendar de mestres raizeiros a cachaça com pedaços de ervas medicinais que se apresentam no recipiente com folhas, galho, caule e raiz. Às vezes os raizeiros colocam dentro da cachaça até vinte produtos diferentes. Entre esses produtos estão: cravo, canela, anil, barbatimão, alecrim, ameixa, boldo, camomila, capim, catuaba, gengibre, manjericão, e tantas outras, conforme a região, a disponibilidade e a perícia do raizeiro. No Sertão nordestino, esse tipo de cachaça está no balcão de bodegas e botecos que se prezam. Para distinguir da cachaça normal que se chama cachaça limpa, a denominação mais comum é “misturada”, daí variando para os mais inimagináveis nomes entre os quais: “ninho de garrincha”.

Bebe-se a misturada com alegações as mais diversas: é mais gostosa; é medicinal; é afrodisíaca. Muitos a chamam, maliciosamente de “Pau-dentro”.

Quem sabe se a corrupção no Brasil não se acabaria se em cada ladrão de Brasília lhe fosse aplicado o “pau-dentro”!

Nordestino tem receita pra tudo.


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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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HOJE NA HISTÓRIA DE MOSSORÓ

Por Geraldo Maia do Nascimento

Em 21 de março de 1923 dava-se o falecimento do Major Antônio Pompílio de Albuquerque, nascido em 1 de outubro de 1847. Era Cearense de Icó. Se fez mossoroense através de uma vivência de longos anos integrados a sociedade. Na sua vida pública ocupou a suplência de vereador, no triênio 1881-1883. 


Por longos anos, desenvolveu largas atividades no comércio e é nome pioneiro na iniciação dos transportes em Mossoró. Seu Ponpílio foi o proprietário do carro que fazia o transporte de passageiros entre Mossoró e o Porto de Santo Antônio, batizado pelo povo de "Diligência". Como abolicionista de ação considerada de relevo, foi sócio instalador da Sociedade Libertadora.
20/03/2017

Geraldo Maia do Nascimento

Todos os direitos reservados

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Fonte:
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MAR AVANÇA SOBRE RIO SÃO FRANCISCO E AFETA POPULAÇÃO RIBEIRINHA EM ALAGOAS

Por Carolina Sanches e Waldson CostaDo G1 AL
Em Piaçabuçu, outro problema vem afetando os ribeirinhos: o esgoto no rio (Foto: Jonathan Lins/G1)

Fenômeno conhecido como salinização é provocado pela seca prolongada. Crise é agravada pela menor vazão da história em hidrelétrica, 700 m³/s.

Assista ao vídeo da matéria, no endereço abaixo: 

https://www.youtube.com/watch?v=2HGXpeHbNg8

Carolina Sanches e Waldson CostaDo G1 AL

A estiagem prolongada tem feito o Rio São Francisco perder força na divisa de Alagoas e Sergipe, permitindo que o mar avance sobre a água doce. O fenômeno é conhecido como salinização e, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), está transformando o ecossistema da região e prejudicando a população ribeirinha.
saiba mais


Sem chuvas e com menos água no leito, o rio acaba sendo empurrado pela maré nos pontos onde encontra o mar.

É no trecho da Área de Preservação Ambiental (APA) da Foz do São Francisco, entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE), que o fenômeno pode ser percebido com mais intensidade pelos quase 25 mil habitantes da região.

"A gente pescava surubim, piau, dourado e todas as espécies de água doce. Era tanto peixe na rede que a gente não podia nem carregar. Nessa época, a gente também plantava arroz, que dava era muito. Hoje a coisa tá diferente, a água está tão salgada que arde até os olhos", relata o pescador alagoano José Anjo.

O que o pescador percebe no dia a dia também foi apontado pelo oceanógrafo Paulo Peter, pesquisador da Ufal que analisa os impactos ambientais e sociais da salinização do Rio São Francisco. "É possível notar no estuário a morte da vegetação típica de água doce, substituição dos peixes de água doce pelos de água salgada e inviabilização da água para o consumo humano".

Para o pesquisador, a redução da vazão das águas do Rio São Francisco pela hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, agrava o problema. O volume de água liberado pela usina já superou 2.900 m³/s, mas nos últimos anos vem sendo reduzido gradativamente para prolongar a vida útil dos reservatórios.

Em janeiro, a pedido da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e autorizado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão passou para 700 m³/s, a menor da história, segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHRS).

"Se a vazão do São Francisco permanecer como está, a situação será cada vez pior, tanto do ponto vista humano quanto ambiental", avalia Peter.

O CBHRS diz estar em alerta, porque novos estudos avaliam reduzir ainda mais o volume da água do rio para uma vazão que pode chegar a 600m³/s. Contudo, ainda não há nenhuma definição neste sentido.

Saúde
O problema da salinização também se reflete na saúde dos ribeirinhos, como afirma a agente de saúde Suely Santos, que trabalha há 17 anos em Piaçabuçu. "A água do Rio São Francisco é para muitos moradores da região o único recurso hídrico que se tem para cozinhar e beber. Por conta da salinização, a água está provocando doenças. Nos últimos meses, aumentou bastante os casos de hipertensão entre os moradores, inclusive jovens".

O povoado Potengy é o que mais sofre, porque fica bem próximo da foz e a captação da água distribuída para população ocorre no trecho onde há um maior efeito da água salgada do mar sobre a água doce. Para piorar o problema, esgoto é lançado sem tratamento no leito do rio.

"A ação de saúde que hoje é feita com os moradores da região é de conscientização, para que eles evitem tomar a água do rio no período que a maré está mais cheia. Além disso, orientamos para que as pessoas tratem a água antes de consumir com hipoclorito ou fervura, para evitar a proliferação de doenças", afirma Suely.

Famílias inteiras navegam rio acima para conseguir água doce (Foto: Jonathan Lins/G1)

Viagem em busca da água doce

Encontrar famílias inteiras dentro de barcos, dividindo espaço com garrafas e baldes, é comum na região. Elas precisam atravessar o rio para buscar água doce em pontos mais distantes da foz, uma viagem que pode durar até três horas.

"Sem dinheiro para comprar água, temos mesmo é que viajar de barco para buscar. Do contrário, é tomar água ruim, que faz a gente adoecer. Minha esposa está com hipertensão, e minha filha já teve disenteria por tomar água daqui", afirma o pescador Jorge de Souza Santos, que faz esse trajeto a cada dois dias.

A caixa de água de casa está cheia, mas está tão salgada que não serve para nada"

Maria Eunice, dona de casa

A dona de casa Maria Eunice chega ao porto de Potengy carregada com bacias de roupas e baldes de água. Com a maré alta, ela foi até o outro lado do rio lavar roupas e buscar água para beber.
"A caixa de água de casa está cheia, mas está tão salgada que não serve para nada. Essa água só vai melhorar quando a maré baixar. Não é que ela vai ficar doce, vai ficar salobra, e servir ao menos para um banho e para um lavado de roupa", afirma a dona de casa.

O pesquisador Paulo Peter, da Ufal, avalia que a estratégia de captar água para consumo na maré baixa não é adequada. "Constatamos que, mesmo na maré baixa, o sal permanece na água do rio, não desce para o mar como esperado. Com isso, na maré alta seguinte, esse sal que havia permanecido acaba sendo empurrado para trechos mais altos do rio".

"Para os padrões técnicos, a água doce pode ter até 1/2 grama de sal por litro. Nas coletas que fizemos próximo ao povoado Potengy, encontramos variações de 6 a 7 gramas de sal por litro. Salinidade que deixa o líquido impróprio para o consumo humano", alerta Peter.

Pescadores dizem que está cada vez mais difícil encontrar espécies de água doce na região do povoado Potengy, em Piaçabuçu (Foto: Jonathan Lins/G1)

Solução e políticas públicas

Peter afirma que as pesquisas realizadas pela Ufal estão à disposição dos gestores públicos para traçar ações e políticas públicas que permitam a utilização mais adequada das águas do São Francisco.

O secretário de Meio Ambiente de Piaçabuçu, Otávio Augusto, afirma que o município vem buscando parcerias para minimizar o problema.

"Estamos com o governo do Estado e a Casal [Compahia de Saneamento de Alagoas] buscando estratégias para mudar o ponto de captação de água no município para um ponto onde não há o efeito da salinização. No entanto, os prejuízos já são enormes, porque a pesca na região diminuiu e lavouras tiveram que ser abandonadas por conta do sal", diz o secretário.

Já a Casal diz que a água captada e distribuída em Piaçabuçu é tratada e analisada antes de seguir para o consumidor com os padrões exigidos pelo Ministério da Saúde. Para isso, técnicos seguem estratégias para captar água apenas na maré baixa e em determinados horários onde a concentração de sal é menor.

Essa redução foi necessária para fazer com que o reservatório não esvaziasse"

Patrick Thomas, superintendente adjunto de Regulação da Agência Nacional de Águas

Sobre a redução da vazão na hidrelétrica de Sobradinho, o superintendente adjunto de Regulação da ANA, Patrick Thomas, diz que a Agência autorizou a Chesf, subsidiária da Eletrobras, a operar em 700 m³/s.

“Essa redução foi necessária para fazer com que o reservatório não esvaziasse. Se isso acontecesse, poderia prejudicar totalmente o abastecimento não só em Piaçabuçu, mas em todas as cidades que dependem do reservatório de Sobradinho”, afirma.

Ele reconhece que municípios que ficam na região da bacia do São Francisco estão enfrentando uma das piores secas dos últimos anos e que isso tem deixado baixa a fluência do rio, mas ressalta que, desde 2013, órgãos gestores se reúnem para discutir ações para prolongar a vida dos reservatórios.

“A vazão nos reservatórios vem sendo reduzida porque a quantidade de água que entra é pelas chuvas e, como não chove muito, é preciso armazenar a água controlando a saída”, diz.

Ainda segundo a ANA, até que haja chuvas com mais intensidade e por um longo período na região dos reservatórios, a situação deve permanecer como está. “A tendência é que seja mantida essa vazão nos próximos meses”, avalia Thomas.

Banco de areia se formou no leito do Rio São Francisco em Piaçabuçu (Foto: Jonathan Lins/G1)

A reportagem do G1 não conseguiu contato com a Chesf.


FONTE: http://www.suassuna.net.br/2017/03/mar-avanca-sobre-rio-sao-francisco-e.html


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O MENINO E O VELHO (E UM MAR)

*Rangel Alves da Costa

Numa só ser humano e duas idades tão diferentes, duas fases existenciais tão distintas, ainda que um vá gerando o outro, ainda que este nunca deixe de ser aquele. Um menino e um velho, ou o velho e o menino. O que os separa tanto, será que é a compleição física, o viço e o vigor, a predisposição para a vida, as marcas da idade que vão surgindo no rosto, os espelhos embaçados que vão surgindo, os cabelos tingidos de outra cor, a alegria e a tristeza? Também tudo isso, mas não apenas isso.

Entre o menino e o velho há a distância da existência e o fio alongado do varal do tempo. De um lado o menino sendo tecido e do outro velho tendo sua tessitura desgastada e quebradiça. De um lado a semente brotando em flor e do outro a palha acinzentado pelo outono da vida. De um lado o olho brilhando com tanto sol e tanta lua e do outro o olho anuviado pela opacidade do espelho dos anos. De um lado a correria, a alegria, o entusiasmo sem fim, e do outro o passo lento, a curvatura, o cansaço da estrada.

De um lado o cavalo de pau e a pipa colorida e do outro a bengala ou cajado e o frasco do remédio controlado. De um lado a traquinagem e o rebuliço, a travessura e o tanto faz, e do outro o cuidado a cada passo, a cada gesto, a cada situação de existência. De um lado o menino e do outro o velho. De um lado a flor roubada para ser deixada à janela, de outro um velho porta-retratos cheio de saudades. Um velho que também volta a ser menino a partir de certa idade. Um menino que também já é velho quando se reconhece na vida e perante os perigos da caminhada.

Há no menino um sonho. Em todo menino há um sonho. Acaso ainda não tenha em si florescido um entendimento maior, certamente que tudo será como um punhado de algodão doce, um arco-íris bonito nos horizontes, uma maçã do amor, uma bola de futebol, uma boneca de pano. Tudo belo e tudo maravilhoso. Daí nascer o sonho de ser a vida assim também, repleta de alegrias e contentamentos, cheia de prazeres e inocentes desejos. Não há nada ruim ou difícil nessa idade. É o tempo do fazer sem se preocupar com as consequências, do experimentar pelo deleite do instante.


A brincadeira surge como sustentação da idade, como forma de satisfazer os instintos mais naturais. Nada mais belo que a chuva caindo e ele mesmo se lançando em nudez debaixo da chuvarada. Nada mais encorajador do que pular cerca de quintal para colher goiaba caída no quintal vizinho. Nada mais delicioso do que se fartar com pirulito de mel ou geladinho de ki-suco. Nada mais atraente que o pequeno animal, que as pequenas surpresas da natureza, que o circo que chega e vai logo anunciando o palhaço mais engraçado do mundo.

Contudo, se já está com mais idade e sua consciência já esteja sendo moldada num plano maior de realidade, então o que se busca é mesmo aproveitar o que ainda é lhe permitido pela idade, pois já sabendo que logo sua bola de gude vai ser transformada em caderno e livro. E assim vai caminhando perante os novos percursos. É como se um paraíso fosse dando lugar a uma estrada, e nesta um mundo de desafios novos e desconhecidos. Mas nunca deixa de ser menino, pois a seiva da vida é exatamente a eterna permanência da criança, ainda que na idade mais avançada.

Então o velho olha pela janela, avista o seu passado na estrada, e tenta a todo custo ser aquele menino de antigamente. Não por que deseje fazer as mesmas traquinices de outrora, rodopiar vida afora sem medo e sem pressa, mas simplesmente para relembrar seus doces anos. E nesta nostalgia - tantas vezes tão tristes como dolorosas - a vontade imensa de novamente ter toda uma vida pela frente. E fazer tudo aquilo que agora se arrepende de não ter feito, viver com mais intensidade do que viveu, ser mais menino sem qualquer pressa de crescer, de ser homem feito.

Dói na idade esse espelho do tempo, essa janela aberta para o passado. Muitas vezes sequer se dá conta de que ele é a ainda aquele menino que tanto gostaria de ser. Já foi criança, já brincou, já fez travessuras. Nada mais pode fazer. As forças não permitem mais. Entretanto, não deixa de ser tratado como um menino. Como um paradoxo da existência, o velho acaba voltando ao berço da criancice. É cuidado como se criança fosse, é acalantado como se criança fosse, é até recriminado como se criança fosse. Vovô não faça isso, vovô não faça aquilo, vovô age como se fosse criança.

Tudo como um mar tão belo nas suas areias, nas suas primeiras águas, no olhar suas vastidões. Porém, de distância incerta, perigosa, tortuosa, desconhecida. Um menino como uma concha que repousa alegre ao sabor do vento. Um velho que se distancia num barco de pouca força para vencer as tormentas.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ACHADO?

Por Geraldo Júnior

Vocês conhecem essa senhora da imagem abaixo? Provavelmente não.

A fotografia (Imagem) abaixo foi exibida no Jornal carioca "Diário da Noite", segundo informações do impresso é de Dona "Virgolina" irmã de José Ferreira, pai de Lampião. Um fato no mínimo curioso já que essa senhora em depoimento afirma ser natural do estado do Piauí o que contrária muitos estudos e pesquisas realizadas que apresenta que José Ferreira pai de Lampião seria originário da região dos Inhamuns no Ceará e outros que ele seria originário da região de Triunfo/PE (Fazenda Carro Quebrado).

Dona Virgolina que na época morava na periferia de Fortaleza/CE declarou ao Jornal "Diário da Noite" que era natural da região de Picos/PI de uma localidade conhecida como "São Julião". Afirma ainda que esteve com o sobrinho-cangaceiro pela última vez no ano de 1926 na cidade de Juazeiro do Norte/CE, na ocasião em que Lampião esteve na cidade a convite do Padre Cicero e de Floro Bartholomeu, braço político do padre, onde recebeu a polêmica patente de "Capitão" dos batalhões patrióticos que dariam combate à coluna de revoltosos militares liderados por Luiz Carlos Prestes durante sua passagem pela região Nordeste.

As outras informações constantes no jornal são irrelevantes.

Lendo a referida reportagem fiquei me perguntando:

- Teria sido o nome de Lampião (Virgolino) uma homenagem feita por seu pai (Zé Ferreira) à irmã (D. Virgolina)?

- Seria Zé Ferreira natural do estado do Piauí e não do Ceará ou do Pernambuco como alguns estudiosos afirmaram em seus trabalhos ao longo dos anos?

- Ou essa senhora seria uma "criação" do jornal para alavancar suas vendas?

Ficam as interrogativas.

* Lembrando aos amigos (as) que há alguns anos atrás apareceu na região de Serra Talhada/PE um senhor se dizendo ser "Ezequiel Ferreira" irmão caçula de Lampião e que teria ido em busca de documentos para sua aposentadoria. Esse senhor em depoimento afirmou que a história sobre sua "morte" teria sido arquitetada (1931) para auxiliar a sua saída do cangaço e não sofrer posteriores perseguições por parte das policias e de inimigos. Fato que a maioria dos pesquisadores discordam, baseados em evidências contrárias. Na imagem em anexo D. Virgolina e o repórter do Jornal "Diário da Noite".

Ficam as interrogativas.

Qual a sua opinião sobre esse fato?

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=736466519850580&set=gm.1503565059656607&type=3&theater

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OS CHEFES DOS GRANDES CANGACEIROS - MARIANO - (PARTE 2)

Por Geziel Moura

Mariano Laurindo Granja era cangaceiro "das antigas", ele foi um dos cinco que atravessaram o São Francisco, em 1928, com destino à Bahia, juntamente com Lampião.

Segundo, os escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena o cangaceiro Mariano era pernambucano de Afogados da Ingazeira (PE), e adentrou ao cangaço em 1924 por questões de terras, sendo que compôs o grupo de Lampião no final de 1925, estando inclusive em Juazeiro do Norte, em 1926, por ocasião da composição do Batalhão Patriótico, organizado por Floro Bartolomeu e Padre Cícero, com o intuito de combater a Coluna Prestes.


Alguns historiadores consideram Mariano "Cangaceiro Manso" pois não era dado a excesso de crueldade, isto não tira sua pecha de bandido, entretanto, não se tem notícia dele, envolvido em caso de atrocidades praticada individualmente.


Após o ingresso das mulheres no bando, a partir de 1930, Mariano passou a conviver maritalmente com a baiana Otília Maria de Jesus, e como resultado desta união, nasceu seu filho em 21 de abril de 1934, cuja criação foi destinada, ao padre Manoel Firmino Pinheiro, que batizou a criança de José Mariano.


A captura de Otília ocorreu durante o combate na Fazenda Nica, região de Geremoabo (BA), com a volante baiana de Zé Rufino, episódio em que o chefe Mariano foi feriado acima do joelho, tendo que recuar juntamente com seus cabras.Entretanto, Otília se escondera sob uma cama, no coito em que estavam, sendo denunciada pela coiteira, para se livrar das acusações de Rufino.

Assim, a mulher de Mariano foi conduzida para Geremoabo, sofreu muito nas mãos dos soldados, conseguiu sua liberdade, quando o cangaço se findou em 1940. Um fato pitoresco, é que ela foi entrevistada pelo cineasta Paulo Gil Soares, para o documentário Memória do cangaço de 1964.

Após a prisão de Otília na Fazenda Nica, o chefe cangaceiro Mariano se juntou com outra sertaneja, cujo nome era Rosinha e ficara com ele, até a morte do companheiro, em outubro de 1936.


O derradeiro combate de Mariano e seu grupo se deu novamente com Zé Rufino, em "Cangaleixo" região de Porto da Folha (SE), que estavam sendo acoitado por João do Pão. Assim, Zé Rufino conseguiu chegar de surpresa ao local do acampamento, pois forçara o filho do coiteiro a mostrar o caminho.


O combate foi rápido, durou cerca de vinte minutos, morreram neste momento, além do chefe, dois de seus cabras, Pai Velho e Pavão, cujas cabeças foram decepadas, exceto, a de João do Pão, que não era cangaceiro, mas estava no local na hora do fogo.

Mesmo, em avançado estado de gravidez, Rosinha conseguiu fugir, juntamente com outros cabras de Mariano, como o cangaceiro Criança, que viveu em São Paulo após o cangaço. A segunda companheira de Mariano, foi assassinada, posteriormente, pelos próprios cangaceiros, para não correr o risco de delatar os "pontos" e "coitos" dos bandidos. (Continua)

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/?fref=ts

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MEU PRIMEIRO DVD DE POESIA JÁ EM MÃOS! OBRIGADO DEUS, OBRIGADO AMIGOS (JOSÉ RIBAMAR)


DVD do poeta José Ribamar adquira-o através da sua página no facebook: 
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Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PADRE CÍCERO, LAMPIÃO E CORONÉIS, NOVO LIVRO DE DANIEL WALKER


A vida política de Padre Cícero é tão importante quanto a sua vida religiosa, pois ambas foram polêmicas. Como religioso ele esteve sempre às turras com as autoridades eclesiásticas, que o censuravam por causa da questão do milagre da hóstia; como político ele sempre procurou manter uma conduta de harmonia e paz, embora isso em alguns momentos não tenha sido possível. Na verdade, ele nunca quis ser político, como explicou no seu Testamento.

Sua opção pelo caminho sinuoso da política se deu de forma circunstancial e isso foi explorado de várias maneiras pelos seus biógrafos, não havendo ainda consenso. Diante do que foi publicado até hoje, dá para perceber que ninguém acredita na explicação dada por ele mesmo. E não poderia ser diferente, pois em se tratando do Padre Cícero tudo é controverso. Sua vida, tão cheia de ambiguidade, jamais deixará de ser dissecada pela caneta dos seus biógrafos, cujos trabalhos já renderam uma bibliografia com mais de 500 títulos.

Neste trabalho, minha análise da vida política do Padre Cícero está baseada em dois eventos significativos e polêmicos: a outorga da patente de Capitão a Lampião (1926) e o Pacto dos Coronéis (1911). Segundo os pesquisadores, a vida política do Padre Cícero só foi tumultuada porque colada a ela, como uma espécie de alter ego, esteve a figura emblemática do médico baiano adotado pelo Juazeiro, Dr. Floro Bartholomeu da Costa. Este estudo deixa evidente que a vida política de Padre Cícero está intrinsecamente ligada à de floro, mas realmente era o médico baiano quem de fato articulava ou maquinava tudo com ou sem o consentimento do Padre Cícero.

 Manoel Severo e Daniel Walker

Foi ele, com habilidade e astúcia, quem colocou Padre Cícero no miolo da política cearense, despertando contra o ingênuo Padre novato em política todo o rancor dos adversários. E como Padre Cícero pagou caro por isso! A vida política do Santo dos Nordestinos é o retrato mais fiel da sua transição de reverendo a lutador, fato notório que se repetiu em mais dois fenômenos igualmente polêmicos: sua participação no movimento de emancipação política de Juazeiro (1911) e na Sedição de 1914. 

Daniel Walker, pesquisador e escritor 
Juazeiro do Norte, Ceará



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http://cariricangaco.blogspot.com.br/2017/03/padre-cicero-lampiao-e-coroneis-novo.html

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O QUINZE, PRIMEIRA OBRA DE RAQUEL DE QUEIROZ, ADAPTADA PARA O CORDEL por Stélio Torquato Lima

Prof. Stelio Torquato Lima tendo nos braços o lindo filho Davi

O Quinze, primeira obra de Raquel de Queiroz, adaptada para o cordel por Stélio Torquato Lima, com ilustração de capa de Cayman Moreira e publicado pela Cordelaria Flor da Serra, compõe a coleção Obras Primas em Cordel. Essa adaptação para a poesia popular, é composta por 170 estrofes de 07 versos setesilábicos e, juntamente com os demais títulos da coleção, terá seu lançamento no dia 21 de abril, às 16 horas na Praça do Cordel, espaço da literatura popular na Bienal Internacional do Livro do Ceará, que ocorrerá em Fortaleza, de 14 a 23 de abril.

Publicado em 1930, O Quinze foi o romance de estreia da Rachel de Queiroz, e inaugura a segunda fase do Modernismo no Brasil. O título se refere à grande seca de 1915, vivida pela escritora em sua infância. Entre as versões da obra para outras linguagens, cabe citar: o filme brasileiro de 2004, dirigido por Jurandir de Oliveira e com os atores Karina Barum e Juan Alba nos papeis de Conceição e Vicente; a História em Quadrinhos ilustrada pelo artista plástico paraibano Shiko e publicada em 2012 pela editora Ática; O cordel publicado em 2010 por Paulo de Tarso, o poeta de Tauá, obra selecionada no Prêmio Mais Cultura Patativa do Assaré, do Ministério da Cultura (Minc).
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 1910, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2003. Teve ação diversificada no mundo das letras, atuando como tradutora, romancista, jornalista, cronista e dramaturga. Em 1928, começou a se interessar pela política social, ingressando no que restava do Bloco Operário Camponês em Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. Essa ação política fez com que, em 1937, fosse presa em Fortaleza, acusada de ser comunista, sendo queimados exemplares de seus romances. 
Em 1977, tornou-se a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, instituído pelos governos do Brasil e de Portugal. Entre as obras que escreveu, destacam-se: a) Romances: O Quinze (1930), João Miguel (1932), Caminho de Pedras (1937), As Três Marias (1939), O Galo de Ouro (1950), Dôra, Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura (1992); b) Crônicas: A Donzela e a Moura Torta (1948), O Brasileiro Perplexo (1964) e O Caçador de Tatu (1967); c) Teatro: Lampião (1953) e A Beata Maria do Egito (1958); d) Literatura Infanto-Juvenil: O Menino Mágico (1969) e Cafute e Pena-de-Prata (1986).

A seguir, deguste os versos inicias do cordel de Stélio Torquato e, para ler a obra completa, faça seu pedido pelo Email cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9 99569091 e não deixe de comparecer na Bienal para ter acesso a esse e outros títulos publicados pela Cordelaria Flor da Serra.

O céu sonegava a água
Ao solo seco e rachado.
A vegetação perdia
O seu manto esverdeado.
Com desespero, o vaqueiro
Via que seu gado inteiro
Estava já condenado.

Mil novecentos e quinze,
Que tinha há pouco nascido,
Não vira ainda uma gota
Sobre o solo ressequido.
E clamava o sertanejo
Pelo inverno benfazejo,
Num desespero contido.

Quando a barra do natal
Negou-se a vir ao sertão,
Qual náufrago que se agarra
À tábua de salvação,
O sertanejo de fé
O dia de São José
Esperava com aflição. 

Vendo a mata ressecando
E o sofrimento das reses,
Dona Inácia se benzeu
E beijou por duas vezes
A medalhinha do santo
A quem apelara tanto
Naqueles sofridos meses:

“Dignai-vos, São José,
Ouvir o que suplicamos.
Casto esposo de Maria,
Alcançai o que rogamos.
Trazei a chuva pra terra,
Vencendo a seca que aterra,
Fazendo brotarem os ramos.”

E depois que Dona Inácia
Concluiu a oração,
Falou para a boa idosa
Sua neta Conceição:
“Nada de chuva... Faz pena!
Mesmo com tanta novena,
Perdura o mesmo verão...”

Sem se mostrar abalada
Ante as palavras que ouvia,
Dona Inácia reforçou
Que ela permanecia
Depositando sua fé 
No adorado São José,
Casto esposo de Maria:

“Mesmo sem uma só nuvem
Neste imenso céu de anil,
São José pode mudar
Este quadro tão hostil.
Saiba você que eu já vi
Inverno chegar aqui
Lá pelo meio de abril.”

Sem nada dizer, a jovem
Sentou-se para cear.
Após a ceia, sua avó
Foi para o quarto fumar. 
Então Ceiça disse à toa:
“Lua limpa, sem lagoa...
Chove não!... É só penar...”

Apanhando o lampião,
Pro quarto a jovem seguiu.
O sono veio até ela,
Mas, de repente, fugiu.
A se entregar à leitura,
A jovem, àquela altura,
Prontamente decidiu.

Entre os cem livros que tinha,
Um romance ela apanhou.
Por um volume de versos,
A obra logo trocou.
Seguindo nessa manobra,
Com trechos de cada obra,
Ela então se emocionou.

Um livro herdado do avô
Pegou depois Conceição.
O assunto da tal obra
Vinha a ser religião. 
Porém mal o livro abriu,
Dona Inácia lhe pediu 
Que apagasse o lampião.

Obedecendo à avó,
A moça apagou a luz.
Lá fora, o vento corria
Por entre os mandacarus.
Naquele instante, um cabrito,
Morria, num berro aflito,
Alegrando os urubus.



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Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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CAMINHÃO QUE TRANSPORTOU ZÉ RUFINO PARA PERSEGUIR O CANGACEIRO CORISCO E SEU BANDO

Acervo Devanier Lopes

Caminhão usado em 1940 para transportar os volantes comandados pelo Ten. Zé Rufina, até a Fazenda onde Corisco e Dadá estavam em fuga. O casal é pego de surpresa, mesmo assim reagem com trocas de tiros, e são alvejados gravemente pelos policiais.


De volta, esse mesmo caminhão transporta o casal ferido. Corisco morre algumas horas depois, não resistindo os ferimentos. Dadá é levada a um hospital e recebe assistência médica. Entretanto têm sua perna direita amputada.

Foto: acervo Devanier Lopes

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O MENINO DO VALE VERDE

Por Medeiros Braga

De cavalo de pau feito, instigante,
Da palma da carnaúba, com mestria,
Na Fazenda Vale Verde fui um dia
Um destemido cavaleiro errante.

Muitas coisas das quais escrevemos representam um pouquinho da nossa vida, da nossa própria história. Augusto dos Anjos escreveu “A Árvore da Serra” e o que se conta é que se trata de um amor que teve com uma pobre moça e não foi aceito pela família. Aquele diálogo com o pai representou uma discussão ocorrida.

Eu também tenho alguns trabalhos inerentes a passagens de minha vida. Quando eu era garoto na fazenda Vale Verde do meu avô, pegava o talo da carnaubeira, dava dois cortes, dobrava, colocava umas rédeas e saía por aí como um verdadeiro cavaleiro andante. Descia aquelas ladeiras como se fosse voando em um cavalo alado. Dono da situação, um verdadeiro herói naquelas quebradas.

E outro dia, eu me lembrando disso, escreveria esse soneto:

O MENINO DO VALE VERDE

De cavalo de pau feito, instigante,
Da palma da carnaúba, com mestria,
Na Fazenda Vale Verde fui um dia
Um destemido cavaleiro errante.

Com suas rédeas feitas de barbante
Como se fosse um rei na cercania
Controlava todo ritmo galopante
Do meu corcel, alegre, em toda via.

Mas hoje o automóvel em tal jornada
Fez do meu caminho sua estrada
Para em instantes deixar só poeira.

Porém, eu digo que, sem um abalo,
Mesmo de pau sou mais o meu cavalo
Feito da palma da carnaubeira.

Medeiros Braga

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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