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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

VISITA À FAZENDA TIGRE E MONTE SOMBRIO EM FLORESTA

Por Marcos de Carmelita 
A casa era de Xandinho no Monte Sombrio.

Minha programação para a tarde deste sábado foi uma visita à fazenda Tigre e Monte Sombrio em Floresta. Lampião passou com seu bando aqui em 1926. 

Cristiano Ferraz Munição encontrada após o combate do Tigre. Pertencia à volante pois foi encontrada no local ocupado por esta fora da casa.
Cristiano Ferraz Detalhe da marca e ano de fabricação da munição.

Saindo da fazenda Fortaleza de Aníbal Cantarelli (onde chegou na noite anterior vindo de Itacuruba) passou pelo Monte Sombrio de "Xandinho" onde deixou uma retaguarda e seguiu para o Tigre (de Santina Leal Correia, viúva de Manoel Felismino Correia e mãe de Yoyô do Tigre) onde "arranchou" com a cabroeira para almoçar. 

Cristiano Ferraz Fazenda Lage (Casa de Sérgio Gomes Correia, o Yoyô do Tigre). A volante dormiu a cem metros daqui no leito do riacho da laje.
Antiga casa da Fazenda Tigre em floresta onde Lampião foi baleado
Cristiano Ferraz Escombros da casa de "Xandinho" na fazenda Monte Sombrio.

Uma volante dormira ali próximo, na fazenda Lage de Sérgio Gomes Correia (o Yoyô do Tigre) e no início da tarde irrompeu um tiroteio do qual o rei do cangaço saiu ferido. Os detalhes vocês deverão ler no livro que estamos preparando para lançar em 2016.

Fonte: facebook

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HOMEM QUE TRATOU DOS FERIMENTOS DE LAMPIÃO EM 1930


Meu grande amigo Mazinho de Vinim. Seu genitor Juvino Martins (Vinim) da Fazenda Caraíbas, tratou do ferimento de Lampião acontecido na Fazenda Tigre de Santina Correia em 1930. 


Entre os anos 1960 e 1961, Mazinho recebeu a visita de Antônio Marinheiro, ex- cangaceiro do bando de Lampião. Todos os detalhes no nosso livro, meu e de Cristiano, em maio de 2016.

Fonte: facebook

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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.
Contato para aquisição

gilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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CANUDOS NÃO SE RENDEU, EXEMPLO ÚNICO EM TODA HISTÓRIA (EUCLIDES DA CUNHA): 118 ANOS DA OBSTINADA E HEROICA RESISTÊNCIA DA BRAVA GENTE DO ARRAIAL DO BELO MONTE

por José Romero Araújo Cardoso (1) e Marcela Ferreira Lopes (2)

Dia cinco de outubro de 1897, sertão baiano, margens do vaza-barris circundado pela serra do Cocorobó. Explosões, detonações e todas as espécies torpes de destruição assinalavam o fim iminente da extraordinária sociedade alternativa marcada pelo emblema do messianismo alicerçada pelo beato Antônio Conselheiro e por milhares de sertanejos pobres e humildes que fugiam das secas, da prepotência do latifúndio e da arrogante inércia do Estado em negar melhor qualidade de vida a um povo desvalido, sofredor e historicamente desassistido.
          
Todo poder repressivo dos Estados da federação foi mobilizado a fim de destruir Canudos, ou arraial do Belo Monte, como fora batizado pelo próprio Conselheiro, pois Canudos era, na verdade, anterior à chegada do Conselheiro e sua gente, um antro de perdição na forma mais dilacerante possível à dignidade humana.
          
A localidade ficou conhecida por Canudos em razão que a população, composta de bandidos da pior espécie, gente perdida na expressão literal do termo, passava a maior parte do tempo pitando extensos canudos que vicejavam às margens secas do rio Vaza-Barris com uma espécie de cânhamo muito comum na região. Em seguida, planejavam atos criminosos que fariam Cesare Lombroso e seu discípulo brasileiro Estácio de Lima clamarem pela validação de suas teorias da criminalidade nata.  
          
Conselheiro com sua postura moral e prédicas conseguiu reverter àquela situação periclitante, transformando radicalmente o lugar e as pessoas. Incisivo em suas inflamadas palavras sobre o pecado, sobressaíram-se gloriosamente a fé, a verdade e novos pontos de vista sobre a existência humana na terra.
          
Até um potente canhão Withworth 32 de fabricação inglesa foi trazido para o cenário das batalhas, visando imprimir maiores danos possíveis, ficando conhecido entre os seguidores do conselheiro como a terrível matadeira, responsável pela destruição em massa, tanta humana como material, na mística cidadela de barro e palha erguida em adustos carrascais das caatingas nordestinas no Estado da Bahia.
          
Pajeú, célebre chefe da guarda católica conselheirista, tentou na companhia de dez audaciosos e corajosos companheiros de lutas guerrilheiras, destruir o abominável artefato da morte, pagando caro, com suas vidas, à exceção de apenas um que escapou, pois a absurda e poderosa arma de guerra era bem guarnecida, ordem direta tanto de Machado Bittencourt, Ministro da Guerra de Prudente de Morais, como do comandante-em-chefe das forças em operação na guerra de Canudos, General Arthur Oscar de Andrade Guimarães, facínora gaúcho de primeira linha, cuja ênfase às degolas tornou a guerra de Canudos mais brutal e desumana, sendo ele um incondicional seguidor da política assassina de Floriano Peixoto.
          
A morte de Pajeú foi um rude golpe na forma como a guerra de guerrilhas em Canudos era implementada, pois, estrategista nato, o valente pernambucano, ex-escravo que encontrou a verdadeira liberdade no sertão baiano, organizava magistralmente as emboscadas que tanto atormentavam a soldadesca que lutava sem saber a razão, pois a maioria pertencia a mesma classe, a mesma condição social, aos mesmos grupos étnicos que encontraram em Canudos do Conselheiro razões materiais e espirituais para desfrutar vida digna e honrada, livres da extorsão do Estado, das imposições europeizantes clássicas da religião predominante, dos arbítrios dos senhores de baraço, entre outras incontáveis mazelas que atormentava os sertanejos, muitas ainda presentes na atualidade.
          
O processo de construção coletiva levado avante no arraial do Belo Monte provou que o homem tem condições de conviver com as secas, pois localizado em área extremamente castigada pelas condições mesológicas do semiárido, em leito de rio caracterizado pela intermitência, como a maioria no sertão nordestino, tornou-se extremamente produtiva graças ao trabalho incansável dos milhares de seres humanos que atenderam ao chamado do inconteste líder religioso que sonhou e conseguiu estruturar com seus seguidores uma das mais fascinante experiência libertária da história brasileira.
          
Famintos e estropiados, os soldados eram facilmente atraídos para tocaias armadas com irresistíveis banquetes que os seguidores do Conselheiro preparavam com o que era retirado da terra trabalhada por eles, bem como ainda com pratos deliciosos contendo animais domésticos criados e abatidos na comunidade.
          
Desde o dia 21 de setembro de 1897 que a brava gente do Belo Monte não contava com a presença física de Antônio Conselheiro, mas a determinação em defender Canudos não diminuía, apesar da desvantagem, tanto numérica como bélica.
          
Exemplo disso efetivou-se quando da chegada do contingente Paraense ao cenário das batalhas, pois inexperiente no que tange aos acontecimentos o comandante ordenou que suas tropas avançassem inopinadamente sobre a cidadela em escombros. Verdadeira saraivada de balas saída de tudo que é local que pensavam não existir mais vida causou celeuma inenarrável aos militares do norte do Brasil. Estavam “batizados” no que diz respeito à dureza dos combates em Canudos.
          
Túneis foram escavados, interligando cada casa, de onde os guerrilheiros faziam a defesa do território. Os militares há mais tempo na guerra sabiam da determinação daquela gente fortemente armada com o arsenal tomado da expedição Moreira César.
          
A resposta dos militares veio na intensificação desumana dos canhonaços e explosões de dinamites em direção aos defensores entrincheirados no verdadeiro labirinto que escavaram no subsolo do heroico arraial do Belo Monte.
          
A crueldade foi tomando proporções inimagináveis. Beatinho e dezenas de seguidores resolveram se entregar, obtendo garantias do comando militar que suas vidas seriam poupadas. Ledo engano. Infantil confiança em notórios criminosos fardados, gente sem pudor, sem ética e sem moral. Portanto, sem o menor amor ao próximo. Todos foram degolados.
          
Os Canudenses resistiram galhardamente até ao entardecer do dia cinco de outubro de 1897, quando caíram os últimos defensores, cinco apenas, um velho, uma criança e três homens feitos que enfrentaram com coragem ímpar a fúria avassaladora de mais de cinco mil soldados que à frente desses heróis anônimos rugiam raivosamente, semeando a morte e completando a destruição que tanto nortearam as ações nefandas que caracterizaram um dos mais abomináveis crimes cometidos pelo Estado e pela elite dirigente contra o valente povo brasileiro, infelizmente ainda visto, Araguaia comprova, como inimigo número um a ser combatido pelas Forças Armadas e demais formas de repressão adotadas e instituídas no Brasil.  

[1] José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

[2] Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa/ UFCG/CFP. Graduanda em Pedagogia/UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária do Semiárido /UFCG/CCJS. Membro de Grupo de Pesquisa FORPECS na mesma Instituição.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cngaço José Romero de Araújo Cardoso.

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A MORTE DO PADRE PEREIRA E A VELHA RIXA DE CARVALHO E PEREIRA NA REGIÃO DE BELMONTE/SERRA TALHADA

por Valdir José Nogueira de Moura

As guerras de famílias, marcas distintivas de sociedades rurais, são tão velhas quanto a Humanidade. No sul brasileiro, os estudiosos deram às disputas o nome de vendeta, numa referência aos episódios da tradição européia, ocorridos principalmente na Itália, Córsega e Espanha. No Nordeste, chamam-se questão ou guerras de parentelas e se faziam em brigas por terras, aguadas (cursos de água), poder político ou em razão de desfeitas de um líder a outro. "Nessas regiões, o Estado não estava presente. São áreas distantes, de difícil acesso. O poder estatal (colonial, imperial ou republicano) só aparece em momentos de crise. O poder central e suas instituições são vistos como algo externo àquelas comunidades", afirma o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

No lendário sertão do Pajeú, mais precisamente nos municípios de Belmonte e Vila Bela (Serra Talhada) enfrentaram-se mais uma vez os Pereiras e os Carvalhos. A rivalidade entre essas famílias, ambas numerosa e de importância político-social naquela região, desde tempos idos, irrompeu em princípios do século passado, com hostilidades recíprocas, apesar de entrelaçadas em parentesco. Agravando-se dia a dia a situação entre os dois clãs por zelos políticos não querendo uma ceder à proeminência à outra.

Por causa de uma questão havida entre os Pereiras e Carvalhos no município de Belmonte ameaçaram os Pereiras do São Francisco a David Bernardino de Sá Carvalho, septuagenário abastado, por ser ele sogro de Antônio Clementino de Carvalho (Antônio Quelé). A desavença entre as duas famílias se agravou em virtude do livramento de Quelé pelo assassinato de Manoel Pereira Maranhão, fato ocorrido em tempos passados. Estas ameaças obrigaram David Bernardino manter em sua companhia pessoas armadas para sua defesa.

Porém, a guerra entre as duas famílias é reiniciada quando a família Pereira, tenta impedir que João Barbosa Nogueira, do clã dos Carvalhos, nomeado subdelegado do povoado de São Francisco exercesse o cargo e diante disso desacataram-no publicamente, ameaçando-o até de morte. Quando isto aconteceu, houve intervenção pacificadora do Padre Pereira (Manoel Pereira da Silva Jacobina).

Achavam-se as coisas neste estado quando no dia 15 de outubro de 1907 é assassinado de emboscada o coronel Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira), vítima de torpe vingança dos Carvalhos. O crime aconteceu por volta das dez horas do dia, quando ele, de sua fazenda Poço da Cerca, trajando calça e paletó de brim fluminense de quadrinhos e camisa de igual tecido, a cavalo se encaminhava para a feira no vilarejo de São Francisco quando três tiros de carabina, disparados de um serrote próximo, fez tombar da montaria e rolar pelo chão. No momento da fatal emboscada, sua esposa dona Francisca Pereira da Silva (dona Chiquinha) ouviu o estampido dos tiros, mesmo com o aviso feito por Joaquim Anselmo Maranhão, ela correu em direção do local do crime, alcançando o seu marido ainda com vida, porém sem conseguir mais dizer nenhuma palavra. Naquele momento, dona Chiquinha se dirigiu para José Idelfonso e pediu para chamar os seus filhos e familiares. 

Era o coronel Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira) filho de Francisco Pereira da Silva (fundador da fazenda São Francisco em Vila Bela, mais tarde vila do mesmo nome, teatro de tantas lutas entre Pereiras e Carvalhos) e de Ana de Sá. Sua esposa dona Chiquinha (Francisca Pereira da Silva) era filha do Barão do Pajeú. O Padre Pereira e dona Chiquinha tiveram cinco filhos: Antônio Pereira da Silva (Antônio Padre) casado com Ana Pereira de Araújo (Santa Marôto); Luiz Pereira da Silva (Luiz Padre), tão conhecido em outras épocas no sertão como seu primo Sinhô Pereira de quem foi amigo e companheiro; Benjamim Pereira; Maria Océria, primeira esposa de Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto) e Ana Pereira. Padre Pereira recebeu esse apelido em virtude da sua passagem pelo seminário de Olinda. Frustrada a carreira eclesiástica, resolveu voltar para o sertão sem ser ordenado. 

O Padre Pereira tombou ferido com três balas e trinta caroços de chumbo. As balas pegaram duas no braço e uma abaixo do peito direito, saindo duas na região renal e atingindo um caroço de chumbo o olho direito. No local do crime foram identificadas pegadas ou rastos de três pessoas diferentes, sendo uma descalça e duas de alpercatas.

A este assassinato seguiu-se no dia 18 de outubro de 1907, o assassinato de Joaquim Barbosa Nogueira (irmão de João Nogueira) na sua fazenda Barra, município de Vila Bela bem como o ataque a João Barbosa Nogueira e seu filho José Alves Nogueira em suas respectivas fazendas Serra Vermelha e Mata do Pato, onde grupos armados incendiaram cercas, casas, além de outros estragos bem mais violentos. Quando o grupo destinado a dar fim a Joaquim Nogueira chegou a sua casa este não estava e sim em casa de residência do seu pai que ficava bem próxima a sua. Todavia, quando este senhor voltava para casa, por volta das 13 horas da tarde, bem próximo ao curral, foi alvejado com tiros de bacamarte da gente que estava aquartelada na sua casa, caindo assim ferido e morto a uma certa distância em baixo de uma quixabeira, retirando-se em seguida o grupo em demanda da estrada da fazenda Várzea do Ú. O grupo era composto por Manoel Pereira da Silva (Né Dadu), filho do finado major Manoel Pereira da Silva e Sá e sobrinho do Padre Pereira, Francisco Pereira Maranhão, conhecido por Chicão, Pedro Valões, conhecido como Pedro de Dona, Libório de Purça dentre outros.

Ao assassinato de Joaquim Nogueira e danos causados nas propriedades Serra Vermelha e Mata do Pato, seguiu-se em 21 de outubro do mesmo ano, o assassinato de Eustáquio de Sá Carvalho em sua fazenda Catolé no município de Belmonte. Este senhor era cunhado de David Bernardino. Naquele momento, pelas nove horas da manhã, Eustáquio estava numa cacimba dando água aos bodes quando foi surpreendido por um grupo composto de doze homens dentre os quais Pedro de Dona, Pedro Valões, Pedro de Santa Fé, João Pereira da Silva e Francisco. O sexagenário Eustáquio Carvalho levou o primeiro tiro do cabra Pedro de Santa Fé, recebendo depois mais um tiro e seis punhaladas. Em seguida o cadáver daquele senhor foi envolto em uma rede e levado para a cidade de Belmonte para exame cadavérico e ser sepultado. Apontam informações que os mandatários desse crime foi o coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva e Manoel Pereira da Silva (Né Dadu).

As nove da noite o cortejo fúnebre passou no terreiro da casa do velho Joaquim Lucas de Barros na fazenda Serrote seguindo também este senhor com os demais para Belmonte. Sob um clima tenso e inseguro o defunto foi velado na casa do velho Mané Cabeludo (Manoel Nunes de Barros), onde hoje é a casa de dona Edvirgens tabeliã do 2º ofícios de Notas da Comarca de São José Belmonte, e sepultado no cemitério da localidade no dia 22 de outubro de 1907. No ataque feito a João Nogueira, houve cerrado tiroteio no qual saiu ferido Luiz José da Silva e atingido no chapéu por bala Raimundo José do Nascimento, ambos do grupo de Nogueira. João Nogueira era casado com Benvenuta Benigna de Barros sobrinha de Padre Pereira, filha de Manoel Pereira da Silva e Sá (Manoel da Passagem do Meio) e de Úrsula Alves de Barros.

No período decorrido entre esses fatos principais, outros de pequena monta se deram como pega e morte de gado. Na época, o delegado de polícia não procedeu com o devido exame cadavérico do Padre Pereira, uma vez que devido a exaltação dos ânimos tão acirrados, a família não permitiu.

No exame cadavérico de Joaquim Nogueira e Eustáquio Carvalho, foram praticadas as vistorias, do primeiro pelo juiz municipal de Vila Bela, e do segundo pelo Sr. Antônio Luiz de Sena Cavalcanti delegado de polícia de Belmonte, feito juntamente com os peritos: Augusto Nunes da Silva e Manoel Sobreira de Moura.

Com esses incidentes, o ódio recíproco entre as duas famílias recrudesceu pra valer ocasionando completa mudança na política, de há muito limitada a rixas e atritos à-toas entre Pereiras e Carvalhos, transformando-os em terrível luta sangrenta e de destruição.

Praticado o assassinato do coronel Jacobina, procuraram os Pereiras envolver nas malhas da responsabilidade criminal David Bernardino de Carvalho e João Nogueira, dando como executores do assassinato Luiz de França, Manoel Tomé e Mariano Mendes de Moura. Os Pereiras a partir de então começaram a protestar publicamente que passariam a matar Carvalhos e Nogueiras para vingar a morte do Padre Pereira.

Entre diversos indícios da autoria do assassinato do coronel Jacobina, salienta-se o aviso que Vicente Gato, morador nas cercanias, deu ao referido coronel, que dias antes do crime, o dito Vicente Gato estranhou a freqüência de João Nogueira em casa de David Bernardino, sendo que no dia fatídico do crime, o cangaceiro Mariano Mendes apareceu na povoação de São Francisco e desapareceu rapidamente uma vez que era costume esse indivíduo nos dias de feira passar o dia todo naquela povoação. Vicente Gato ainda relatou que o cangaceiro Barra de Aço esteve em sua casa conduzindo duas cartas, cujo subscrito era de tinta encarnada, sendo procedente de David Bernardino para João Nogueira, dizendo ainda que ia chamar o cangaceiro Luiz de França e acrescentou que em breve ia ocorrer um azar em São Francisco que faria até as pedras chorarem. Vicente Gato disse também que soube que João Nogueira quando voltou do Massapê, fazenda de David Bernardino falou prá sua esposa: - compre roupa preta, uma vez que a mesma era sobrinha do Padre Pereira. Dizem que na carta David Bernardino solicitava a João Nogueira os serviços do seu afamado cangaceiro Luiz de França. Manoel Tomé e Mariano Mendes de Moura eram cabras de David Bernardino.

O senhor José Gomes Diniz, na época residente na fazenda Maravilha município de Belmonte, parente comum dos Pereiras, Nogueiras e Carvalhos, relatou que no domingo anterior ao crime João Nogueira foi a casa de David Bernardino passando pela fazenda Preces em casa de Praxedes Nunes de Barros e Ezequiel cunhado de Nogueira, e que sempre soube não existir amizade entre o coronel Jacobina e David Bernardino, muito pelo contrário existia acentuada intriga de família desde que Antônio Quelé, genro de David Bernardino assassinara anos atrás em Vila Bela a Manoel Maranhão sobrinho do coronel Manoel Pereira Jacobina, intriga esta agravada depois por uma questão de um tronco de um cedro tirado em terrenos disputados entre Antônio Quelé e Sinhô Marôto, este sobrinho e genro do dito coronel Jacobina. Para apaziguar esta questão veio o padre de Salgueiro bem como uma pessoa do Cariri, sendo que foi o Padre Pereira que conseguiu intervir na contenda pacificando os ânimos entre Quelé e Marôto, porém isto só aconteceu depois de acirrado tiroteio entre ambos com numeroso grupo. O Sr. José Gomes Diniz também relatou que sempre soube que existia divergências políticas entre João Nogueira e o coronel Jacobina. 

Dr. Sigismundo Gonçalves era governador de Pernambuco na época destes acontecimentos. Através de uma rígida ação o mesmo nomeou em missão especial o juiz de direito que na ocasião estava na comarca de Limoeiro, Dr. Jerônimo Materno Pereira de Carvalho, para proceder com o inquérito criminal e apurar os fatos de tão terrível questão. 


http://www.belmontediario.com.br/2015/03/a-morte-do-padre-pereira-e-velha-rixa.html

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EX-CANGACEIRO " VOLTA SECA " DESFILANDO NO RIO DE JANEIRO DE TERNO E GRAVATA


EX-CANGACEIRO " VOLTA SECA " desfilando no Rio de Janeiro de Terno e Gravata, curtindo um cão. Foi acusado de ter "sangrado " 07 soldados, a mando de Lampião, no massacre da cidade de Queimadas-BA. Pegou 147 anos de cadeia; foi indultado por GETÚLIO VARGAS, mas cumpriu, ainda, mais de 20 anos de cadeia na Penitenciária de Salvador.

Ele foi muito explorado pela mídia, e, morreu, tempos depois, em Leopoldina, Minas Gerais, ao lado de uma de suas últimas companheiras.

Foto: Revista "O Cruzeiro".

2ª fonte: facebook

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NO DIA 15 DE OUTUBRO DE 1907 É ASSASSINADO DE EMBOSCADA O CORONEL MANOEL PEREIRA DA SILVA JACOBINA (PADRE PEREIRA)


No dia 15 de outubro de 1907 é assassinado de emboscada o Coronel Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira), vítima de torpe vingança dos Carvalhos. O crime aconteceu por volta das dez horas do dia, quando ele, de sua fazenda Poço da Cerca, trajando calça e paletó de brim fluminense de quadrinhos e camisa de igual tecido, a cavalo se encaminhava para a feira no vilarejo de São Francisco quando três tiros de carabina, disparados de um serrote próximo, fez tombar da montaria e rolar pelo chão. 

Francisca Pereira da Silva - (dona Chiquinha)

No momento da fatal emboscada, sua esposa dona Francisca Pereira da Silva (dona Chiquinha) ouviu o estampido dos tiros, mesmo com o aviso feito por Joaquim Anselmo Maranhão, ela correu em direção do local do crime, alcançando o seu marido ainda com vida, porém sem conseguir mais dizer nenhuma palavra. Naquele momento, dona Chiquinha se dirigiu para José Idelfonso e pediu para chamar os seus filhos e familiares.

 Patente de Coronel concedido a Padre Pereira em 1895.

Manoel Pereira da Silva Jacobina, (Padre Pereira) era filho de Francisco Pereira da Silva (fundador da fazenda São Francisco em Vila Bela, mais tarde vila do mesmo nome, teatro de tantas lutas entre Pereiras e Carvalhos) e de Ana de Sá. Sua esposa dona Chiquinha (Francisca Pereira da Silva) era filha do Barão do Pajeú. 


O Padre Pereira e dona Chiquinha tiveram cinco filhos: Antônio Pereira da Silva (Antônio Padre) casado com Ana Pereira de Araújo (Santa Marôto); Luiz Pereira da Silva (Luiz Padre), tão conhecido em outras épocas no sertão como seu primo Sinhô Pereira de quem foi amigo e companheiro; 

Sinhô Pereira e Luiz Padre

Benjamim Pereira; Maria Océria, primeira esposa de Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto) e Ana Pereira. Padre Pereira recebeu esse apelido em virtude da sua passagem pelo seminário de Olinda. Frustrada a carreira eclesiástica, resolveu voltar para o sertão sem ser ordenado. 

Padre Pereira tombou ferido com três balas e trinta caroços de chumbo. As balas pegaram duas no braço e uma abaixo do peito direito, saindo duas na região renal e atingindo um caroço de chumbo o olho direito. No local do crime foram identificadas pegadas ou rastos de três pessoas diferentes, sendo uma descalça e duas de alpercatas. Fonte: Portal Belmonte

Após o assassinato do esposo Dona Chiquinha Pereira veio residir no Sítio Carnaúba em Barro, a sombra do Major Zé Inácio. D. Chiquinha faleceu no final do ano de 1918 e foi sepultada no patamar da Igreja do Barro. Com Wilson Araujo Povoa Wilson Roberto Póvoa Juçara Araujo.

Fonte: facebook
Página: Sousa Neto

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EX-CANGACEIRO " ANTONIO SILVINO " PASSEANDO PELAS RUAS DE RECIFE, EM MARÇO DE 1937


EX-CANGACEIRO "ANTONIO SILVINO" passeando pelas ruas de Recife, em março de 1937, após cumprir mais de 20 anos de cadeia pelos seus crimes (FOTO bastante interessante. Observar a elegância do ex-cangaceiro e, a sua reintegração social...)

Mesmo na cadeia, esse cangaceiro conseguiu criar honestamente seus filhos, inclusive, formar alguns, e, outros seguiram a carreira militar.

Fonte: facebook

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A VOLTA DO REI DO CANGAÇO


O livro custa 45,00 Reais, e basta clicar no link abaixo e pedir o seu.

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-638907377-a-volta-do-rei-do-cangaco-_JM

MAIS PONTOS DE VENDA EM CAPOEIRAS

Amigos, nosso trabalho, A VOLTA DO REI DO CANGAÇO, além vendido direto por mim, no MERCADO ALMEIDA JUNIOR, também pode ser encontrado na PAPELARIA AQUARELA, ao lado do Correio, também na PANIFICADORA MODELO, com Ariselmo e Alessilda e no MERCADO POPULAR, de Daniel Claudino Daniel Claudino e Gicele Santos.

Também pode ser encontrado com o Francisco Pereira Lima, especialista em livros sobre cangaço.

franpelima@bol.com.br

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NO DIA 03-02-1927, LAMPIÃO ATACA A FAZENDA IPUEIRAS, MUNICÍPIO DE SERRITA-PE.


Lampião e seus cabras iniciaram o grande tiroteio, com mais rancor, diante da morte de um dos integrantes do grupo. Verdadeira batalha estava sendo travada, entre os Xavier e os Cabras de Lampião, cujos tiros quebraram jarras d´agua, derrubaram paiol e jirau de queijo. Dezinho Xavier, Manoel reto e Pedro Dama seguraram o fogo de frente evitando que Lampião chegasse ao terreiro da casa, enquanto esperavam pelo pessoal que estava na Vila de Ipueiras, mas que já vinham ás carreiras para sustentar o fogo.

Enquanto o combate prosseguia, com tiros de ambos os lados, as mulheres rezavam e os homens, não tinham tempo nem de urinar. Napoleão Pereira, em alto e bom desafiava Lampião, dizendo: “ Cabra safado, um bandido como tu, eu te dou de peia no umbigo, você está falando com Napoleão Pereira do Jardim do Ceará “. No meio da aflição, Manoel Preto acalmava Dona Zefinha; “ Madrinha Zefinha, enquanto a senhora ver este negro aqui, só tenha medo dos castigos de Deus “.


Lampião trazia como refém, um camponês, amigo dos Xavier, Sr. Vicente Venâncio, além de Pedro Vieira Cavalcante da cidade de Jardim-Ce, tendo exigido da família desse último, 5 contos de réis para soltá-lo.

A hora crucial se aproxima, o quadro torna-se dramático e nunca se sabia como iria terminar tudo aquilo, apesar da resistência dos Xavier se fazer forte, com poucos homens lutando e uma coragem inusitada.

Com a chegada, na casa da Fazenda, dos que se encontravam na Vila de Ipueiras, entre eles, destacou-se Gumercindo Xavier, homem de caráter admirável e coragem a toda prova, a reação aumentou.

Fonte: facebook

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LAMPIÃO E SUA COITEIRA DONA GENEROSA


Muitas histórias e "causos" pontuam a relação de Virgulino Lampião com dona Generosa. Os famosos bailes promovidos na Casa Grande, quando se podia sentir "o perfume dos cangaceiros de longe", as supostas suspeitas de dinheiro colocado na mão da coiteira para administrar rebanhos do "Capitão rei do cangaço" são exemplos da forte ligação de Lampião com toda região.

Fonte: facebook

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