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quinta-feira, 25 de julho de 2019

O CANGACEIRO ANTONIO DE ENGRÁCIA

Por: Juarez Conrado - Jornalista

Nascido na Feira do Pau (hoje Macururé), no alto sertão baiano, Antonio de Engrácia foi outro tenebroso bandido.

Em plena feira de Chorrochó, onde residia no povoado Caraíbas, cometeu o seu primeiro crime, quando sangrou João Carpina. Pouco depois, no mesmo município, matou, sempre a punhalada, dois irmãos do coronel José Ribeiro, da Jocosa, deputado estadual em Sergipe.

Ele, como todos os outros sangrentos matadores, não deixava de trucidar suas vítimas a punhal, como uma maneira de poupar munição, que poderia lhes faltar em combates com as volantes.

Ao ingressar no cangaço levou os irmãos Cirilo e Luiz (estes eram tios dos cangaceiros

Da esquerda para direita: Mané Moreno, que era esposo de Áurea, Zé Baiano, esposo de Lídia e Zé Sereno, esposo de Sila

Mané Moreno, José Baiano e Zé Sereno), além do sobrinho Linaldo. Estes, porém, não tiveram longa vida, mortos que foram pela tropa de Rufino.

Tenente Zé Rufino 

Os três irmãos bandidos eram verdadeiros monstros, e muitos crimes praticaram em suas atividades, principalmente

Cirilo está no centro da foto, mas já estava morto. 
A cabeça foi recolocada no lugar para fazer a foto.

Cirilo que, mesmo em pouco tempo de cangaço, deixou em seu histórico um número incalculável de assassinatos, todos com muita frieza.

Extraído do livro:
Lampião Assaltos e Morte em Sergipe
Autor: Juarez Conrado - Jornalista
Páginas: 40 e 41
Ano de publica
Ano: 2010
Aracaju - Sergipe.

blogdomendesemendes.blogspot.com 

CIVIS MATAM E POSAM COM O CADÁVER DE CIRILO DE ENGRÁCIA, USADO COMO EXEMPLO CÍVICO PELAS VOLANTES EM ALAGOAS


A cabeça do cangaceiro Cirilo de Engrácia já tinha sido degolada, mas os policiais colocaram no lugar para fazer foto juntamente com eles ao lado.

Cirilo era irmão de Antonio de Engrácia e tio do cangaceiro Zé Sereno esposo da cangaceira Sila.

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
franpelima@bol.com.br
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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PERÍCIA NOS “ARREIOS DE COMBATE DE LAMPIÃO"


Por Sálvio Siqueira

ABAIXO VEREMOS O RESULTADO, OU PARTE, DA PERÍCIA REALIZADA NOS OBJETOS QUE LAMPIÃO, SUPOSTAMENTE, USAVA NO MOMENTO EM QUE FOI FERIDO NA GROTA DO RIACHO “ANGICO” NO AMANHECER DE UMA QUINTA-FEIRA EM 28 DE JULHO DE 1938.

ESSE APRESENTAÇÃO FAZ PARTE DA PROGRAMAÇÃO DO “SEMINÁRIO SERTÃO CANGAÇO” A REALIZAR-SE-Á ENTRE OS DIAS 26 E 28 DE JULHO DE 2019.

A PERÍCIA NOS MOSTRA QUE BORNAIS E CARTUCHEIRAS NÃO ESTAVAM SENDO USADOS PELA MESMA PESSOA, OU, MAIS PROVÁVEL, QUE NÃO ESTAVAM SENDO USADOS NO MOMENTO DO TIROTEIO.

BORNAIS E CARTUCHEIRAS ERAM OBJETOS QUE LEVAVAM MANTIMENTOS E MUNIÇÃO, OBJETOS BASTANTE PESADOS E INCÔMODOS PARA ESTAR NO CORPO NO ACAMPAMENTO, PRINCIPALMENTE AO AMANHECER DO DIA. ELES ERAM MAIS USADOS QUANDO O BANDO TINHA QUE MOVIMENTAR-SE E/OU EM BATALHAS.

SÁBADO AGORA, PRÓXIMO DIA 27 DE JULHO DE 2019, O PERITO RESPONSÁVEL PELA PERÍCIA REQUISITADA PELO JORNALISTA JOÃO MARCOS CARVALHO AO GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS NOS OBJETOS DE VIRGOLINO (FERREIRA), ESTARÁ NA CIDADE DE PIRANHAS, AL, PARA RESPONDER E TIRAR AS DÚVIDAS CONSTANTES SOBRE O RESULTADO DE SEU TRABALHO EM UMA MESA REDONDA AONDE CONSTARÃO PRESENÇA DE VÁRIAS AUTORIDADES, PESQUISADORES, SOBRE O TEMA.

ADIANTAMOS QUE PARA LAMPIÃO ESTAR PORTANDO DETERMINADAS ARMAS NAQUELE MOMENTO É BASTANTE NEGATIVO. NÃO TINHA RAZÃO PARA ELE TER NA CINTURA UM PUNHAL DAQUELE TAMANHO: CERCA DE 67 CENTÍMETROS DE LÂMINA E 15 CENTÍMETROS DE CABO RESULTANDO AO TODO, O TAMANHO D A PEÇA, MEDIA CERCA DE 82 CENTÍMETROS, ESTANDO ACAMPADO. O LÓGICO SERIA ESTAR COM UMA ARMA BRANCA CURTA, PISTOLA E UMA FACA PEIXEIRA OU MESMO UM PUNHAL DE PEQUENO PORTE OU AINDA O SEU FAMOSO PEQUENO FACÃO COM CABO DE “GAVIÃO GUARNECIDO POR CACHORROS”. QUANDO MUITO, PODERIA ESTAR PORTANDO UMA ARMA DE FOGO CURTA, POR EXEMPLO SUA FAMOSA PISTOLA PARABELLUM, MUNICIADA SEM PORTAR ALGUMA CARTUCHEIRA.

JAMAIS VIMOS REGISTRO FOTOGRÁFICO AONDE VERÍAMOS ALGUM CANGACEIRO DO CANGAÇO LAMPIÔNICO, PRINCIPALMENTE LAMPÃO, PORTANDO UMA CARTUCHEIRA DE OMBRO. LEMBRANDO QUE AS ÚLTIMAS IMAGENS DO “REI DO CANGAÇO” E SEU BANDO, SEUS SUBGRUPOS, FORAM COLHIDOS EM FINS DE 1936 PARA INÍCIO DE 1937, MAIS DE UM ANO E MEIO ANTES DA SUA MORTE. LOGICAMENTE QUE HÁ REGISTROS DE ALGUNS COMPONENTES DE SEUS SUBGRUPOS ANTES E DEPOIS DA DATA DE SUA MORTE, PORÉM, A MAIORIA É DE SUAS ‘ENTREGAS’ E/OU DE SUAS CABEÇAS OU CORPOS, TENDO JUNTO AS SUAS CABEÇAS SEUS ‘ARREIOS DE COMBATE’.

LEMBRANDO AINDA QUE PARA SABER-SE QUE ALGUM OBJETO ESTAVA SENDO USADO POR UMA PESSOA AO SER ATINGIDO POR UM PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO, SE FAZ NECESSÁRIO TER-SE NO LAUDO A PROVA, PELO MENOS, DE QUE NAQUELE OBJETO CONSTE SANGUE. EXEMPLO, RESULTADO DE UM TESTE COM LUMINOL. FORA ESSE RESULTADO PERICIAL SÓ FICOU CONSTATADO QUE OBJETOS FORAM ATINGIDOS POR PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO E MESMO ASSIM A PERÍCIA NÃO NOS REVELOU CALIBRE(S) DA(S) ARMA(S) NEM DISTÂNCIA ENTRE A ARMA(S) E O(S) ALVO(S), PORÉM, A NOSSO VER, FALTOU A PROVA QUE NOS DARIA A CERTEZA DE ESTAREM SENDO USADOS POR ALGUÉM: CONTER SANGUE. CONCORDAM?

SABEMOS QUE O RESULTADO DA PERÍCIA DO PERITO DA POLÍCIA DO ESTADO DE ALAGOAS NÃO CONCORDA, NÃO COINCIDE, COM O RESULTADO CONSTANTE NO LIVRO “APAGANDO O LAMPIÃO – VIDA E MORTE DO REI DO CANGAÇO”, 1ª EDIÇÃO, SÃO PAULO, 2018, DE AUTORIA DO SOCIÓLOGO/ESCRITOR FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO.

ESSE EVENTO EM PIRANHAS É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA PESQUISADORES, ESTUDANTES E CURIOSOS SOBRE A HISTORIOGRAFIA DO FENÔMENO SOCIAL CANGAÇO, DESTACANDO-SE EM SEMINÁRIO O CANGAÇO IMPLANTADO POR VIRGOLINO (FERREIRA), O CANGACEIRO LAMPIÃO.

Sálvio Siqueira


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DOCUMENTÁRIO - ZÉ SATURNINO – PRIMEIRO INIMIGO DE LAMPIÃO.

Trecho do documentário O PISTOLEIRO DE SERRA TALHADA exibido pela Rede Globo de Televisão no ano de 1977. O documentário mostra uma das poucas filmagens em que aparece o célebre Zé Saturnino que foi o primeiro inimigo de Lampião. No vídeo Zé Saturnino fala sobre a sua questão envolvendo Lampião e seus irmãos. 

Esse documentário foi publicado inicialmente e na íntegra por Matheus Santos.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


NÓS NA FESTA

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.150

 O “Major” batia o sino, o povo comparecia e o padre Cirilo rezava a novena. A multidão se aglomerava na Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e toda a frente da Matriz de Senhora Santana. Alargava-se a multidão pela Praça Enéas Araújo, por um lado e, por outro, pelo Largo da Feira, pela frente do Mercado de Carne, pela Rua José Américo e descambava pela Rua Tertuliano Nepomuceno. Na frente da Matriz muitas mesas de jogo, bazares, parque de diversões com roda gigante, pescaria de prêmios e uma cabina musical que rolava os últimos sucessos. Waldique Soriano, Miltinho, Silvinho, Agnaldo Timóteo, Moacir Franco, Altemar Dutra e outras feras. O locutor colhendo dinheiro e passando música comprada para os namorados e pretendentes.
SENHORA SANTANA (FOTO: DIVULGAÇÃO).

Não se dizia os nomes das criaturas era: “ofereço essa música ao rapaz da camisa verde que está na frente da loja B; assina, você já sabe”. Do Largo da Feira para à Rua Tertuliano, toldas e mais toldas, candeeiros acesos e pratos de galinha à noite toda. Forrós estendiam-se do Mercado à rua suspeita Tertuliano, onde se iniciaram os cabarés da cidade. Quebradas nos becos do Mercado e de São Sebastião, faziam parte do submundo da festa. Mas nada disso iniciava antes da celebração da Santa Missa. Leilão defronte ao Salão Paroquial, carro de fogo na praça, foguetes no Beco São Sebastião, “onda”, “curre” (carrossel) e balões no sobrado do meio da rua. Os fazendeiros costumavam oferecer garrotes ao padre Luís Cirilo, para os animados leilões de todas as noites.
Atualmente, sem Major – o sineiro – sem padre Cirilo, sem onda, curre e balão, a parte profana foi transferida para o Espaço Cônego Bulhões, já aprovado em espetáculo com mais de 20 mil pessoas; um sucesso enorme no Centro de Santana do Ipanema. Muita coisa pode ter mudado, mas a fé inquebrantável na Santa Padroeira continua a mesma. Inclusive, vem gente até de outros estados distantes para pagar promessa na procissão.
Santana exulta!
Santana vibra!
O Sertão enverdece e resplandece diante do fluxo luminoso vindo da AVÓ DE CRISTO.


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99 ANOS DO NASCIMENTO DE RAIMUNDO SOARES DE BRITO

Por Geraldo Maia do Nascimento

Nesta data, 23 de abril de 2019, o pesquisador, escritor e historiador Raimundo Soares de Brito, o nosso “Raibrito”, completaria 99 anos de idade.  


E é sobre ele que falaremos hoje, pois Raibrito, além de ter sido  o guardião do mais completo acervo histórico da região do Oeste potiguar, foi ele próprio história viva, testemunha ocular de diversos acontecimentos que marcaram a nossa história. Jorge Guillen, escrevendo sobre Federico Garcia Lorca nas “Obras Completas” do grande poeta, disse que “perto de Lorca não fazia frio nem calor, fazia Federico”.  Digo o mesmo de Raibrito. Em sua residência, na rua Henry Coster, nº23, no Conjunto Walfredo Gurgel, onde ainda hoje é mantido o seu precioso acervo, perdíamos a noção do tempo. Às vezes chegávamos a ser inconvenientes, mas é que para os amantes da pesquisa, aquela casa era como um santuário, onde o discípulo buscava os ensinamentos do mestre. Nascido em Caraúbas/RN, no ano de 1920, chegou a Mossoró vinte anos mais tarde, onde permaneceu por quase toda a vida. Autodidata, costumava dizer que foi formado pela faculdade da vida. Seu interesse pela pesquisa começou quando, em seu treinamento para admissão como agente estatístico, em Natal, nos idos de 1041, foi levado a preencher dados sobre a história socioeconômica de Caraúbas, sua terra natal. O resultado dessas pesquisas foi “Caraúbas Centenária”, publicado em 1959 na revista comemorativa do Centenário da Paróquia de Caraúbas, pela Tipografia Centro de Imprensa S/A, de Natal/RN. Publicou, posteriormente, mais de cinquenta títulos pela Coleção Mossoroense. Mas não foi fácil fazer com que Raibrito publicasse os seus trabalhos. O professor Vingt-un Rosado, outro baluarte da cultura e editor da Coleção Mossoroense, contou essa história: “Um dia procurei-o. Sabia que ele estava escrevendo um livro sobre a história da região. Disse-lhe: Raimundo, tenho um saldozinho de uma verba da Sudene, quero publicar o seu primeiro livro. Você tem uma semana para me entregar os originais. Deu certo. ” Raimundo Soares de Brito foi Presidente da Academia Mossoroense de Letras, Membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar, sócio fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, além de fazer parte de outras entidades culturais. Recebeu, no dia 24 de abril de 2006, o título de Cidadão Natalense, por iniciativa do vereador George Câmara. Afinal, as homenagens foram uma constante na vida de Raibrito. Em 1995 recebeu o título de “Doutor Honoris Causa”, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em 1997 ganhou o Diploma “Amigos da Cultura” e em 2002 o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte entregou ao historiador a comenda “Alberto Maranhão”, numa homenagem pelos serviços prestados na catalogação incansável dos feitos que marcaram a cultura potiguar, em especial, a cultura mossoroense. “Todas as homenagens prestadas a Raimundo Soares de Brito foram mais do que justas e oportunas, por sua grandeza humilde e por seu abnegado trabalho”, declara o escritor Elder Heronildes da Silva. Raimundo Soares de Brito faleceu no dia 27 de novembro de 2012, na cidade do Natal, onde estava morando, aos 92 anos de idade. Foi grande o pesar da cidade pelo guardião da sua história. Que nossas orações possam iluminar sua alma, meu amigo, e que Deus Pai Todo Poderoso, o proteja. 


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TEM VÍDEO NOVO NO CANAL.



Livro que conta a história da última cangaceira do bando de Lampião.

O livro "Dulce - A boneca cangaceira de Deus" é uma biografia de Dulce Menezes dos Santos antiga integrante do bando de Lampião, sobrevivente de Angico e a última cangaceira, ainda viva.

Na reportagem da TV Alterosa (Minas Gerais) constante nesse vídeo o autor do livro, Sebastião Pereira Ruas "Tião Ruas", fala um pouco sobre a sua obra e faz a apresentação para o grande público.

Quem desejar adquirir o livro é só entrar em contato através dos telefones:

(19) 98872-6588 (Martha A. Menezes) - Whatsapp
(33) 98718-8242 (Sebastião Pereira Ruas) - Whatsapp

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ACHADOS - ENEDINA, A BELA ENEDINA

Por Alcino Alves Costa
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 no blog lampiaoaceso

Olhem que ainda não é 8 de Março, mas justamente neste 23 de fevereiro dedicamos dois artigos a duas senhoritas, personagens da saga de Lampião. 

A primeira foi homenageada pela confrade Aninha e a seguir um artigo comemorativo pela razão de um achado daqueles indeléveis para história do cangaço! 

Quebrando nosso ritmo atual, diria até um protocolo de uma no máximo duas postagens diárias não podia adiar para que vocês assim como eu tivessem a oportunidade de conhecer a figura de Enedina, na única fotografia existente.

Texto e foto: Cortesia do "vaqueiro da história", mestre Alcino Costa

Há muitos anos, dominado pela minha obsessão em pesquisar as coisas do sertão, em especial, as coisas do cangaço, eu vivo à procura de fatos quase que impossíveis de serem encontrados dos tempos de Lampião.

Carrego em meu sentimento uma vontade louca de encontrar fotos daquelas mocinhas que se bandearam para o cangaço. Será que fotografias não conhecidas poderiam ainda ser encontradas? – assim eu imaginava.

Eu tinha quase a convicção que não. Você, meu querido vaqueiro da história, você já imaginou encontrarmos uma foto de Lídia Pereira de Sousa, a famosa Lídia de Zé Baiano, nascida no Raso da Catarina, no lugarejo Salgadinho, o mesmo local do nascimento de Nenê de Luís Pedro e de Naninha de Gavião?

Como se sabe, dizem que Lídia era a mulher mais linda e mais atraente do cangaço. A sua história foi triste e medonha. Em 1934 foi assassinada. O assassino foi seu próprio companheiro, o desalmado “Carrasco de Chorrochó”, o antigo pedreiro Aleixo, celebrado no cangaço com o nome de Zé Baiano. Uma versão dá conta de que ela foi enterrada no Riacho do Quatarvo, nas terras da antiga fazenda Paus Pretos, do coronel Antônio Caixeiro, em terras do município de Poço Redondo.

Será que existem fotos da bela 'Maria de Juriti', nos tempos de sua juvenil mocidade ao lado deste famoso cangaceiro? Quem é de nossos confrades que conhece uma foto de Dinda, a mocinha filha de Poço Redondo que foi para a companhia de seu noivo, João Mulatinho, irmão de Adília de Canário, alcunhado no bando de Delicado?

Quem conhece uma foto de Rosinha, de Mariano e de Adelaide, de Criança, caboclinhas irmãs, filhas que eram de Lé Soares?

Quem antes dessa postagem conhecia uma foto de Enedina, a única mulher casada do bando de Lampião? Com certeza absoluta ninguém.

Pois bem! Meus amigos e companheiros no rastejar a história dos povos sertanejos, em especial a história do cangaço e de Lampião, neste mês de fevereiro de 2011, eu tive uma grandiosa surpresa. Surpresa que me deixou pleno de felicidade. Emocionado mesmo. Conversando com Antônio Neto, um grande artista de Poço Redondo, neto da falecida Maninha, que era irmã de Enedina, a Enedina de Zé de Julião, a Enedina que morreu em Angico ao lado de Lampião, ele me disse que sua mãe, dona Antonieta, tinha uma foto da esposa do cangaceiro Cajazeira de pouco antes dela ter ido para o cangaço. Ainda mais. Que aquela foto havia sido tirada no dia de seu casamento que aconteceu na igrejinha de Poço Redondo, em 15 de Agosto de 1937.

Fiquei atarantado com aquela inesperada novidade. Ter esta foto em minhas mãos era algo de um valor extraordinário. Tonho Neto se comprometeu em ir buscá-la na Pia do Boi, fazendinha do município onde a sua mãe reside.

A minha expectativa era enorme. Eis que no dia 20 deste mês, este meu querido amigo me entregou a foto, esta foto que tenho a felicidade de mostrá-la a todos os que pesquisam e estudam o cangaço.

 Enedina, a esposa de Zé de Julião

Vejam meus companheiros o quanto Enedina era bela. Uma menina-moça que carregava em seu corpo e em seu espírito uma lindeza incomparável. E saber que uma jovem e linda mulher, como Enedina, no fulgor de sua mocidade, perdeu a vida, com a sua cabeça esbagaçada por uma infeliz bala, na subida de uma das serras de Angico, é um acontecimento que ainda hoje, após tantos anos, nos deixa tristes e desconsolados.

Olhem devagar e com muito carinho esta foto. O que é que vocês acharam? Que tal! Aí está a prova do quanto a mulher sertaneja era e é bela, linda, maravilhosa.

A beleza da mulher cangaceira era realmente invulgar. Além de Lídia, considerada a mais bela de todas, não podemos desconhecer a beleza de Maria Bonita, de Maria de Pancada, de Dulce, a segunda companheira de Criança; de Sila de Zé Sereno, o jeito trigueiro e belo de Dadá de Corisco e Inacinha de Gato e tantas outras que com sua beleza e seu fascínio alucinavam os jovens cangaceiros que tinham naquelas lindas flores campestres, flores em forma de gente, a essência do amor e do desejo se derramando aos dengos em seus másculos braços, alucinadas de desejos, dominadas por uma volúpia incontrolável, dando e recebendo quase que divinais momentos de felicidade e prazer, mesmo que em um ambiente quase que perene de sofrimento e gravíssimos perigos da própria vida.

A história tem sido injusta com a mulher cangaceira. Elas mudaram o viver do cangaço. Foram verdadeiras heroínas que amenizavam a brutalidade dos cangaceiros. Foram elas as sertanejas que ali estavam, naquele tão perigoso meio, unicamente para estarem ao lado do homem amado, dando e recebendo carinho, arriscando a vida em troca do prazer e da felicidade em acompanhar e estar ao lado do homem de sua vida.

Elas eram lindas. Enedina era uma prova do que estou afirmando. Admirem esta foto que é uma relíquia da história de Poço Redondo e da história do cangaço.

Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo

Ói o homem aí! ói a cara dele
É como se eu estivesse presente vendo a satisfação do confrade em mais um importante achado.

Parabéns e Obrigado, mestre!

Kiko Monteiro



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OPINIÃO CANGAÇO COMENTADO EM MEADOS DO SÉCULO XIX

Transcrito por Guilherme Velame Wenzinger

Citação do termo "cangaço" no livro "O cativeiro", de Dunshee de Abranches [1867-1941]. Há a  transcrição de parte de uma carta redigida pela avó do autor, por volta de 1841, onde ela fala sobre o término da Balaiada, com a prisão de Cosme Bento, o Negro Cosme.

"Mais influiu, porém, para a pacificação, foi sem dúvida a declaração da maioridade do jovem monarca. Lima prometeu logo perdoar os que depusessem incondicionalmente as armas. Mas o fez só em parte [...] quanto ao negro Cosme, como bem previ e te anunciei, foi metido a ferros na cadeia, aqui, na capital. Garantem os cabanos que seguirá em breve para o Itapicuru onde será solenemente enforcado em presença de numerosos escravos da região para que o seu suplício sirva de exemplo aos que ainda sonham fugir das fazendas para os quilombos. Bela anistia, meu caro Censor! E dizerem por aí que ela foi a morte do cangaço! Do cangaço? Não: da Balaiada...

O cangaço é a alma bravia dos sertões. E as almas bravias não se dominam pela força; domam-se só pelos influxos do ensino e da fé!"


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