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terça-feira, 17 de julho de 2018

PEDRA DO REINO



Sob à mística e a força da PEDRA DO REINO São José do Belmonte se prepara entre os dias 11 a 14 de Outubro de 2018 para receber o CARIRI CANGAÇO

A FASCINANTE ROTINA DE UM CARIRI CANGAÇO

Quando se fala em evento do Cariri Cangaço, aqueles que nunca participaram de seus percursos nem de suas rotinas, certamente imaginarão um encontro de pesquisadores e apaixonados pelo cangaço ou outro tema nordestino, e estes envoltos em discussões, palestras e debates. Também assim, mas é muito mais. É infinitamente mais e maior que tudo aquilo que possa imaginar quem ainda não teve o prazer e a honra de ostentar sobre o peito o distintivo de participante.

Basta saber que não há aquele que participou uma vez e não tenha vontade de novamente reencontrar o belo e fascinante mundo do Cariri Cangaço. É curiosidade que se torna em prazer, é encanto que se torna em hábito, é costume que se torna em verdadeira necessidade de estar sempre presente e interagindo com as páginas abertas de um grande livro. Páginas sobre o cangaço, sobre o misticismo nordestino, sobre a musicalidade de raiz, sobre os conflitos sociais sertanejos, sobre vastos personagens que deram o mote na escrita da história.

Como bem afirmado na sua apresentação oficial: O Cariri Cangaço é um evento de cunho turístico-cultural e histórico-científico que reúne os mais destacados pesquisadores e historiadores das temáticas sobre o cangaço, coronelismo, misticismo, messianismo e correlatos ao sertão e ao Nordeste do Brasil, configurando-se como o maior e mais respeitado evento do gênero no país.

Mas nada acontece ao acaso. Nenhum local escolhido para os eventos de cada ano, já estará pronto para receber os participantes – ou caririenses – se não houver um longo e cuidadoso trabalho de campo, de conhecimento, de delimitação, de escolhas e confirmações. E inicialmente cabe ao menestrel Manoel Severo, responsável maior pelo sucesso de todo e qualquer evento, realizar todo um trabalho de pesquisa e de contatos, projetando daí as datas, os patrocínios, os locais de estadia, as visitações preliminares aos destinos históricos e culturais, a escolha dos eventos de cada dia, as palestras e os palestrantes, as homenagens, toda a programação, enfim.

E depois disso, ainda sob a batuta de Manoel Severo, sempre consultando e ouvindo o Conselho Consultivo do Cariri Cangaço, bem como as comissões e autoridades locais, toda a programação passa a ser divulgada e o chamamento aos interessados soando como um grito de “Gado no pasto, mas dessa vez a cabroeira vai estar em… em Juazeiro, em Crato, em Barbalha, em Missão Velha, em Aurora, em Barro, em São José de Princesa, em Porteiras, em Lavras da Mangabeira, em Sousa, em Nazarezinho, em Lastro, em Água Branca, em Piranhas, em Exu, em Floresta, dentre outros locais. E também, ainda este ano, em Serra Talhada, em Poço Redondo, em SÃO JOSÉ DO BELMONTE, em Fortaleza, e até Portugal”.

Ao chegar as datas, as viagens que são como verdadeiros passeios histórico-culturais pelas distâncias nordestinas. E na chegada os reencontros, os abraços, as boas surpresas, os convívios durante aqueles dias. Os hotéis e as pousadas, como casas destinadas exclusivamente aos participantes, transformam-se em verdadeiras varandas para os proseados, os saudosismos, as dúvidas que são tiradas na boca do forno. Mesas de café da manhã onde todos se juntam e entre um cuscuz e uma fruta, uma xícara de café e um copo de suco, vão se irmanando ainda mais, afeiçoando ao que Severo acertadamente chama “Família Cariri Cangaço”.

A partir de então e durante os dias seguintes, a família Cariri Cangaço passa a cumprir os rituais e os percursos da programação. As manhãs e as tardes geralmente são destinadas às visitações, através de deslocamentos até os locais históricos que fazem parte do contexto do tema escolhido. Locais de embates cangaceiros, casarões coronelistas, povoações cujas sagas continuam vivas na memória e na história, marcos de um passado sangrento ou glorioso, museus, memoriais, igrejas, capelas, fundações de um tempo de homens valentes e destemidos. Os deslocamentos em ônibus destinados exclusivamente aos participantes são uma festa à parte, onde cada percurso se torna prazeroso pelo convívio alegre e harmonioso entre todos.

São nos debates e nas palestras que surgem as surpresas, as novas teses, os novos desvendamentos, as revelações. A dita e a contradita, a aceitação e a contestação, vão aclarando os conhecimentos e fazendo surgir novos olhares sobre temas já tidos por muitos como de única feição. Assim, verdadeiros livros vão sendo escritos a cada Cariri Cangaço surgido, ali mesmo, no calor da hora e da força expositiva. Mas nada mais gracioso e singelo que as homenagens promovidas pela Família Cariri. Nos olhos e no pulsar de cada homenageado a profunda sensação de alegria e prazer. E surgem os merecidos aplausos, mas principalmente as lágrimas, as muitas lágrimas.

E após participar de alguns eventos caririenses, eu confesso agora que fui descobrindo os motivos de o meu pai Alcino Alves Costa sempre retornar com o ânimo refeito após cada viagem que fazia. Voltava feliz pelos amigos reencontrados, pela estadia entre os seus, pelos novos conhecimentos que trazia. Voltava feliz pelo convívio com sua Família Cariri Cangaço.

Rangel Alves da Costa
Escritor e Conselheiro do Cariri Cangaço

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VÍDEOS 'MARANCÓ' AFIRMOU TER SIDO DA FORÇA VOLANTE

O jornalista Marcelo André, na época apresentando o "Papo 96" da TV POLO, canal comunitário de Cubatão/SP, conversou com Orestes Barbosa, o "Marancó", famoso morador daquele município paulista, que contou um pouco de sua vivência em terras nordestinas, sobre a "história" de Lampião, e afirmou ter sido um ex-policial de volante baiana, entre os anos de 1936 e 1942.

Assista a reportagem em três partes e tire suas conclusões. 

 

 Parte 2

 

 Parte final



Programa foi exibido em julho de 2006.

Créditos para Ivanildo Silveira, Pesquisador e colecionador, Natal/RN

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/videos.html

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INDICAÇÕES DE LIVROS BIBLIOGRÁFICOS

Por Francisco Pereira Lima

Indicação Bibliográfica. Alguns livros para enriquecer o conhecimento sobre o Cangaço e temas afins. Quem desejar adquirir:

 franpelima@bol.com.br e WhatsApp: 82 9 9911 8286

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TRIGÉSIMO SÉTIMO VÍDEO CANGAÇO - A VINGANÇA DE CORISCO _ PARTE 3

Por Aderbal Nogueira

Publicado em 26 de set de 2017

https://www.youtube.com/watch?v=Yb2xsix_was&feature=share

Depoimento de Alcino Costa, pesquisador, sobre a Fazenda Patos.
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EM ENTREVISTA MELCHÍADES MONTENEGRO APRESENTA 'NO CALIFADO DE CÓRDOBA'

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Melchíades Montenegro é natural de Pernambuco. É geógrafo, escritor e poeta, com vários artigos, contos, poemas e livros publicados. Montenegro é associado da União Brasileira de Escritores, Vice-Presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, presidente acadêmico da Academia Recifense de Letras; Acadêmico da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda; da Academia de Artes e Letras de Pernambuco e da Academia Triunfense de Artes e Letras.

Melchíades Montenegro

Últimos livros publicados: Espreitando o paraíso (2ª edição); 16 poemas musicados (em português, inglês, francês, espanhol e italiano); O tempo e a fé; Cesário; Feliciana – um olhar no infinito e A grande pedra do céu.

“Foi quando notei que necessitava de algo maior do que escrever uma tragédia e inseri o AMOR como fator intrínseco em todos personagens: amor carnal, amor paterno, amor fraterno, amor ao próximo etc. até chegar ao amor paradoxal quebrando todos os paradigmas.”

Boa  leitura!

Escritor Melchíades Montenegro, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o inspirou a escrever “No Califado de Córdoba”?

Melchíades Montenegro - A banalização das tragédias que pipocam hoje na mídia, com drones assassinos, tiroteios em colégios, bombardeios sobre civis, homens e mulheres bombas e uma infinidade de tipos fez ressaltar em mim um aspecto inusitado: o anonimato das vítimas que na mídia aparecem como números. Daí para começar a escrever sobre esses personagens foi um estalo.

Apresente-nos a obra

Melchíades Montenegro - Em 14 capítulos totalmente ficcionais traço o perfil de 53 personagens que têm um encontro em fortuito na Praça do Potro na cidade de Córdoba. O mote da trama é o encontro de um Cardeal Romano com um Iman mulçumano dentro do princípio de iniciar uma aproximação entre as duas principais religiões monoteístas. A cidade de Córdoba foi escolhida pela tolerância religiosa existente no início do Califado sediado nela há mil anos.

Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe o romance?

Melchíades Montenegro - Colocar veracidadena ficção que você criou e principalmente acreditar nela.

Sabemos que o desfecho da obra é surpreendente, chegando a ser bombástico. Conte-nos, qual o momento, enquanto escrevia o enredo que mais o marcou?

Melchíades Montenegro - Foi quando notei que necessitava de algo maior do que escrever uma tragédia e inseri o AMOR como fator intrínseco em todos personagens: amor carnal, amor paterno, amor fraterno, amor ao próximo etc. até chegar ao amor paradoxal quebrando todos os paradigmas.

Como é reunir judeus, cristãos e muçulmanos em uma produção fictícia, com passagens bem realistas do mundo contemporâneo em que vivemos?

Melchíades Montenegro - Isso é bem simples, basta ler com atenção ou nas entrelinhas as notícias que diariamente saem nos jornais, revistas e nos noticiários do rádio e da TV.

Assim como o diversificado enredo, as indicações ao livro já são um sucesso, com apresentação do Gustavo Krause, prefácio do Caesa Sobreira, e um cordel épico no posfácio da obra escrito por Amaro Poeta. Como foi reunir grandes autores que dão o seu nome, e aprovação indicando “No Califado de Córdoba” aos leitores apreciadores de uma boa leitura contemporânea?

Melchíades Montenegro - Todos são amigos de longas datas que me conhecem bem e sabem que não gosto de meias palavras quando falo ou escrevo e respeito a individualidade de cada grupo.

Conte-nos, onde, quando, como será o lançamento do livro em Recife?
Melchíades Montenegro - O livro será lançado na sexta-feira, dia 18 de maio, na sede da União Brasileira de Escritores – UBE, na Rua Santana, nº 201 Casa Forte, no Recife.

Quem não puder comparecer ao lançamento da obra,  como deverá proceder para compra do livro?

Melchíades Montenegro - Dessa vez não colocarei em Livrarias, com exceção da LIVRARIA IDEIA FIXA no Parnamirim. Quem se interessar pode pedir pelo meu e-mail  melchiadesmontenegro@gmail.com   que enviarei o exemplar cobrando o valor do livro mais o frete.  

Sabemos que a sua produção literária não entra em recesso. Conte-nos, quais os seus próximos projetos literários?

Melchíades Montenegro - Faz seis anos que escrevo um livro no qual cheguei a metade no início desse ano. E tem um “meio esquecido” chamado SERAFIM E DAMARIS, que trata do dia seguinte da abolição da escravatura. Esse é muito realista e as vezes angustia escrever.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “No Califado de Córdoba” do escritor Melchíades Montenegro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos em sua opinião o que cada leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios encontrados no mercado literário brasileiro?

Melchíades Montenegro - Sigam meu exemplo. Se as Livrarias nos boicotam ou nos dão calote, escolha uma Livraria séria como âncora e concomitantemente passem a vender diretamente aos leitores interessados. Usem as redes sociais...

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura

Agradecemos a todos que estão a publicar conteúdo literário em suas midias, todo nosso conteúdo pode ser publicado por outras mídias, é só citar a fonte. 

Este material foi enviado no dia 14 de maio deste pelo saudoso professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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DULCE MENEZES


Por Voltaseca
Foto cortesia: - Martha Menezes Ruas

A Sra. DULCE MENEZES ex-cangaceira com 94 anos de idade e esbanjando saúde e alegria... Que Deus lhe dê muitos anos de vida.

Essa senhora tem a minha admiração e, de muitos que conhecem um
pouco da historiografia do cangaço. Foi mãe de 20 filhos.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=656989544678138&set=a.115514002159031.1073741827.100011012948750&type=3&theater&ifg=1

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O MUNDO DOS MONUMENTOS

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.943

       A estátua ao jumento, em Santana do Ipanema, foi feita por um artesão de Pão de Açúcar. Uma perfeição, para a época, em uma obra que se transformou em polêmica nacional. Outros monumentos também merecem destaques em nossos logradouros, como a estátua a Frei Damião, na praça que leva o seu nome; a imagem do padre Cícero no lajeiro grande; o busto do cônego Bulhões, na Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e outros mais. Todavia os monumentos não são eternos. O ferro, o bronze, o concreto, a fibra... Todos sofrem ataques de vândalos e da intempérie. O calor, o frio, a mudança de temperatura, vão acabando com a pintura, engrolando a tinta, corroendo o material básico das estátuas. Portanto, a manutenção dos monumentos públicos, faz parte de qualquer administração coerente e comprometida com o patrimônio histórico e cultural de uma cidade.

Busto do cônego Bulhões, restaurado.(
Foto:Roninho).
O bom de tudo isso, é que não se precisa mais trazer restauradores de tão longe para reparos em nossos monumentos. Santana do Ipanema formou pela própria natureza, uma plêiade de artesãos que hoje colaboram eficazmente com esse tipo de trabalho. São elogiados pelos excelentes serviços, em todo território alagoano. E mesmo sendo santos de casa, honram a palavra “artesão” no Brasil inteiro. O que se tornou mais conhecido foi o Roninho, homem que trabalha com os mais diversos tipos de material e desenvolveu técnica própria nos seus experimentos. Preferimos não citar os outros nomes que muitas vezes trabalham em equipe, para não cometer injustiça – pois estamos sem segurança – mas todos eles são semelhantes no que se propõem a realizar.
A decisão municipal de restaurar todos os nossos monumentos foi acertadíssima. Santana, cidade muita visitada, a “Rainha do Sertão”, precisa mesmo um banho de beleza para se vestir como Rainha que ela é. A impressão dos que chegam conta muita com a nossa vaidade de sertanejo santanense e soma com a volta do turista. Esses artesãos maravilhosos merecem a mesma recompensa dos que vêm de longe cobrando uma fortuna. Condições de trabalho e um pagamento justo devem fazer parte da dignidade das suas prestações de serviços.
   

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COLHENDO OS FRUTOS DO CARIRI CANGAÇO EM POÇO REDONDO - UMA IDEIA EDUCACIONAL

*Rangel Alves da Costa

Juro que por alguns dias eu fiquei como que anestesiado pelo absoluto sucesso do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018. Passado o impacto mais que positivo, eis que de repente passei a conviver com um verdadeiro dilema: O que fazer para que o Cariri Cangaço não tenha sido apenas um evento e pudesse continuar produzindo frutos perante toda a comunidade?
Na verdade, bons frutos já haviam sido colhidos com a plena aceitação, participação e envolvimento da comunidade. O povo de Poço Redondo e pelos sertões ao redor, não somente amou a realização do Cariri Cangaço como já demonstrou seu desejo de querer mais, de ter outros eventos de igual porte e natureza. Contudo, o meu desejo - e bem antes que o futuro nos reserve o que mereçamos - é que algo mais fosse colhido deste evento amado e admirado por todos.
Fazer o que, então? E sobre isto eu venho meditando já desde uns dois ou três dias. Da reflexão contínua e duradoura, eis que me surgiu uma ideia: Por que não dar continuidade ao Cariri Cangaço Poço Redondo perante a comunidade escolar? Ora, sabido é que a maioria do alunado de Poço Redondo ficou ausente das inaugurações dos marcos históricos.
O envolvimento da educação municipal com o evento se deu basicamente no desenvolvimento de projetos e nas apresentações culturais ocorridas na Praça de Eventos. E de forma igualmente grandiosa. Entretanto, a maioria dos alunos não pôde conhecer a sua história mais de perto, a partir da explanação acerca de cada marco histórico inaugurado.
Eis, então, a questão fundamental: Por que não possibilitar que o alunado da rede municipal vá conhecer de perto e igualmente ouvir as explanações acerca dos marcos históricos de Canário, das Cruzes dos Soldados, de Zé de Julião, de Antônio Canela, da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Curralinho, de Brió, de Zé Joaquim, da Maranduba e das Cruzes dos Nazarenos?


Para uma ideia, de todos os marcos históricos programados para serem inaugurados durante o evento, nada menos que três deles sequer foram visitados por escassez de tempo: Brió, Zé Joaquim e Maranduba. Então, por que não permitir que os alunos de Poço Redondo tenham prazer e honra de inaugurá-los?
Como isso aconteceria? Ora, basta que a Prefeitura Municipal de Poço Redondo, através da Secretaria Municipal de Educação, promova atividades extraescolares objetivando fazer o mesmo percurso realizado durante o segundo dia do evento, ou seja, visitando a Estrada Histórica Antônio Conselheiro e a Estrada Histórica da Maranduba.
Semanalmente ou a cada quinze dias, um grupo de alunos seria escolhido para participar de tais percursos históricos. As explanações acerca dos marcos históricos seriam feitas por Rangel e Belarmino, contando com a participação dos próprios professores. E toda a comissão organizadora teria o maior prazer em acompanhar alunos e professores.
Apenas uma ideia, mas creio que bastante válida acaso se considere os frutos que advirão de tais atividades. Levando alunos aos locais históricos, possibilitando com que conheçam de perto as linhas escritas no passado, certamente permitirá não apenas a aquisição de conhecimento sobre sua própria história como colocará perante cada olhar o retrato vivo de nossa imensa riqueza histórica e cultural.
A ideia está dada. Então avante Prefeitura Municipal de Poço Redondo, avante Secretaria Municipal de Educação. O Cariri Cangaço ainda está bem vivo e presente em todos nós. Até que chegue 2019, com fé em Deus!

Escritor
blograngel-sertão.blogspot.com

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DOIS GRANDES DEFENSORES DE MOSSORÓ

Curiosidades sobre o soldado João Batista e o cabo "Pastel".
Soldado João Batista, Cangaceiro Jararaca e o Soldado João Arcanjo
(Foto de José Octávio)

O soldado João Batista nasceu no dia 24 de Junho de 1901, em Santana do Matos. Ingressou na Polícia Militar no ano de 1921 e em 1927 enfrentou, talvez, sua mais importante batalha em toda carreira policial, que foi a invasão do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião, à cidade de Mossoró.

Entre outros, João Batista foi um dos valorosos componentes da PM que se juntou a população local para defender a cidade. O seu nome consta como participante da "Trincheira do Esgoto" onde fica a atual Praça Rodolfo Fernandes, conforme consta na relação gravada em placa afixada ao monumento existente ao lado da Igreja de São Vicente.

Com ímpeto forte e não querendo ver sua cidade saqueada pelos cangaceiros, João Batista não se aquietou e de acordo com o historiador Raul Fernandes, no seu livro A Marcha de Lampião - Assalto a Mossoró, também fez parte da trincheira comandada pelo próprio prefeito de Mossoró, Sr. Rodolfo Fernandes.

Já após a derrota do bando, que custou a vida do Cangaceiro Colchete e a prisão do cangaceiro Jararaca, o Soldado João Batista chegou a fazer parte da guarda do cangaceiro, enquanto esteve sob os cuidados da PM.

João Batista foi transferido para a reserva da PM em 31 de Julho de 1959, como terceiro sargento. Faleceu em 18 de Dezembro de 1990, aos 89 anos, em Mossoró, sendo considerado um homem bravo e corajoso, o que lhe permitiu em vida ser agraciado com uma medalha e certificado de honra ao mérito, pelos feitos durante a "Grande Resistência ao Bando de Lampião".
  Boletim Regimental que promoveu os soldados João Arcanjo e Minervino Fagundes

A histórica fotografia que aparece José Leite de Santana, o célebre cangaceiro Jararaca ao que parece foi tirada pelo fotografo J. Otávio. Alguns autores dizem que na verdade J. Otávio era apenas o dono do estúdio onde a foto foi revelada. De qualquer forma o crédito de autoria da foto deve ser dele. Ela consta em inúmeros livros, museus, etc.

TOXINA, com informações do Livro, 2º BPM, Notas para a História, de Antônio Nonato de Oliveira e do Coronel Ângelo, historiador da PM.

Cabo Pastel, o policial que matou Colchete

Rara fotografia do Sargento Pastel, autor da morte do cangaceiro Colchete

Acostumados a pilhar cidades inteiras, o bando do cangaceiro Lampião conheceu em Mossoró sua primeira derrota. Por volta de 16h:00 do dia 13 de Junho de 1927, Lampião e seus cangaceiros invadiam a cidade de Mossoró os quais foram recebidos e expulsos à bala pelos corajosos mossoroenses.

Entre os cidadãos que se encontravam nas várias trincheiras armadas pela cidade, estavam alguns policiais que pertenciam ao contingente policial local.

Um deles era o Cabo Leonel da Silva Pastel, pouco conhecido na história e cuja única fotografia foi descoberta tem pouco tempo pelo Coronel Ângelo, historiador da PMRN.

Conforme Boletim Oficial da PM, o Cabo Pastel teria sido o responsável pela morte do cangaceiro Colchete e também teria sido o autor da prisão de Jararaca, ferido no peito quando tentava ajudar seu companheiro Colchete.

Por tais razões, Pastel foi promovido ao Posto de Sargento, tudo isso registrado no Boletim Regimental da PMRN, nº 166, datado de 15 de Junho de 1927. Além disso, também foram promovidos ao Posto de Cabo, os soldados Minervino Fagundes e João Arcanjo, pela coragem com que ajudaram a população a enfrentar a investida do Bando de Lampião, tudo isso, registrado no Boletim Regimental nº 172, de 21 de Junho de 1927.

Outro policial que participou da defesa da cidade está na famosa foto em que Jararaca aparece ferido e escoltado por dois soldados. João Batista é o soldado que está com um pano amarrado no queixo motivado por uma forte dor de dente ou papeira e que também foi posteriormente promovido a sargento; chegou a ser agraciado com uma medalha da Prefeitura de Mossoró pelo reconhecimento a sua coragem e valentia no combate aos cangaceiros.
 Boletim Regimental que promoveu o cabo Leonel da Silva Pastel

O outro policial da foto, não mencionado nem mesmo pelos historiadores mais renomados é o soldado João Arcanjo. Depois de várias pesquisas nos arquivos históricos da PMRN, o Coronel Ângelo colheu informações precisas que indicam como sendo João Arcanjo o outro soldado que aparece na fotografia.
As informações são do historiador da PMRN, Coronel Ângelo Mário de Azevedo Dantas. Postado no Blog Toxina. página do pesquisador sargento Gama. Este fato dentre outros estarão com mais riqueza de detalhes no livro: Cronologia da PM/RN - de 1834 a 2009 do Cel. Angelo, que brevemente estará à venda.
Mas os Créditos são de: Nildo Alexadrino, que descobriu no Toxina, copiou e divulgou na Comunidade do Orkut Lampião, Grande Rei do Cangaço Clique, conheça e participe. 

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/cabo%20%22Pastel%22

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SANTO ANTONIO DA GLÓRIA DO CURRAL DOS BOIS NO TEMPO DO CANGAÇO

Uma dura perseguição a família Juremeirano Olho D’água dos Coelhos

Por João de Sousa Lima

Curral dos Bois foi uma das primeiras povoações a acolher Lampião depois que ele atravessou de Pernambuco pra Bahia.

O Chefe Político de Glória, BA, o coronel Petronilio de Alcântara Reis, (foto) acabou tendo seu nome ligado com o cangaço e Lampião em várias histórias. Foi coiteiro famoso e também inimigo depois que traiu Lampião, traição que Lampião pagou incendiando várias fazendas do coronel dentro do Raso da Catarina.

Uma das mais importantes famílias de Glória, família de sobrenome Juremeira, que vivia no povoado Olho D’água dos Coelhos, sofreu grande perseguição de Lampião e Corisco.

Para entender um pouco da história dessa família e a ligação com o cangaço devemos tomar conhecimento que Pedro Juremeira foi delegado na fazenda Caibos (Caibros) e por isso ficou marcado pelo cangaço. Era também quem fazia a segurança do coronel Petro e era proprietário de um barco que fazia a travessia do Rio São Francisco entre Bahia e Pernambuco, entre Rodelas e Petrolândia. A fazenda Caibos hoje esta inundada e as pessoas estão residindo nas Agrovilas II e III.

Lampião mandou um recado para Pedro, para que em um dia marcado ele fizesse a travessia dos cangaceiros do lado pernambucano para o lado baiano e Pedro não atendendo a solicitação, convocou alguns policiais e quando da aproximação dos cangaceiros acabaram trocando tiros com o grupo de Lampião, começando ai uma grande “Rixa” entre os dois.

Em uma das perseguições dos cangaceiros a Pedro Juremeira, Corisco, a mando de Lampião, pegou um primo de Pedro, chamado Leonídio (Lió), no povoado Olho D’água dos Coelhos, pra ele informar onde poderia encontrar Manuel Juremeira, pois não conseguiam encontrar Pedro e quem iria pagar a vingança dos cangaceiros era Mané Juremeira. Lió levou os cangaceiros até a roça “Pé da Serra” e chegando lá prenderam Manuel na roça e o trouxeram para sua residência, onde estava a esposa Hermenegilda “Miné” com os quatro filhos: Otacílio, Ananias, Lídia e Joana.
 
 Hermenegilda de Araújo e Manuel Juremeira

Otacílio Juremeira

Na casa de Leonídio ficaram três cangaceiros vasculhando baús e armários em busca de joias e dinheiro enquanto Corisco seguia com mais dois cangaceiros e o refém para a roça. Chegando próximo de Mané Juremeira Corisco sentenciou o aflito rapaz de morte dizendo:

– Sabe com quem ta falando?

– Não!

– Corisco! Você vai morrer no lugar de seu irmão!

– Eu sou contra meu irmão! Morrerei inocente e sem culpa, mais maior que Deus, ninguém!

– Nada de Deus! Deus hoje aqui é a gente!

Os cangaceiros manobraram os fuzis e apontaram para os peitos e costelas de Manuel. Nesse momento dona Miné saiu de dentro da casa e correu e se abraçou com o marido:

– Aqui você não mata não! Meu marido é inocente!

– Saia da frente que vim matar foi homem e não mulher!

Nesse momento foi chegando Filigeno Furtuoso, amigo de Manuel que era tropeiro e residia na Tapera da Boa Esperança, em Penedo, Alagoas. O amigo sempre que passava na região dormia na casa de Manuel pra no outro dia viajar até Jeremoabo, onde comprava uma carga de fumo para sair revendendo, em sua junta de cinco burros.

Diante dos olhares dos cangaceiros e da situação em que encontrou o amigo Manuel, o tropeiro falou:

– Taí esses cinco burros arreados e eu lhe dou em troca da vida desse homem!

– Negativo! O senhor tem dinheiro?

– Não tenho! O que eu tinha era 800 contos de réis mais os outros cangaceiros que estão na casa de Leonídio já pegaram.

– E daqui a 30 dias?

Nesse momento o próprio Manuel respondeu:

– Ai eu tenho!

– Então vou liberar você e se não pagar eu volto e mato todo mundo.

Manuel escapou nessa hora.

O sargento Zé Izídio ficou sabendo do acontecido e intimou Manuel a ir a delegacia. Quando Manuel chegou o sargento o acusou:

– É você que é Mané Juremeira protetor de bandido?

– Sou Mané Juremeira, mais protetor de bandido não! Eu prometi pagar uma quantia para não morrer!

– Então agora você vai ter que vir morar em Glória!

Manuel foi obrigado a vir residir em Glória e nunca pagou a quantia estipulada por Corisco. Tempos depois os cangaceiros acabaram encontrando o tão procurado Pedro Juremeira em uma fazenda chamada Papagaio, em Pernambuco. Pedro estava dentro de uma casa e os cangaceiros o cercaram, prenderam o rapaz, amarraram em um mourão, perfuraram o corpo do rapaz todo com pontas de punhais e foram almoçar na residência. Depois do almoço os cangaceiros retornaram onde estava o corpo e descarregaram as pistolas na cabeça do já falecido jovem.
 Corisco, colorizado por Rubens Antonio

Depois de três dias da morte de Pedro, o pai de do rapaz, Teodório Juremeira, mandou um recado para uns amigos descerem o corpo de Pedro em uma canoa até Santo Antônio da Glória onde foi enterrado. Quando a família encontrou o corpo já estava apodrecido e tiveram que derramar uma lata de creolina.

Trinta dias depois do sepultamento os cangaceiros mandaram o portador Martim Gabriel, primo de Manuel Juremeira, que residia nas Caraíbas, Brejo do Burgo, com uma carta, cobrando o dinheiro que Manuel prometeu.

– Diga a eles que não mando não! Eu já moro na cidade e se eles quiserem vim aqui incendiar minha casa pode vir!

Depois de três anos o governo armou toda a população de Santo Antônio da Glória. Mané. Otacílio e Ananias pegaram em armas para fazer essa defesa do local.

Quando mataram Lampião a família Juremeira retornou para suas roças no Olho D’água dos Coelhos, porém, na época de Lampião e Corisco, quando eles eram os senhores das caatingas do Raso da Catarina, “Os Juremeiras” sofreram perseguições e mortes.


João de Sousa Lima é Historiador e Escritor; Membro e Vice-presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso e Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Fonte blog do Autor  

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/santo-antonio-da-gloria-do-curral-dos.html

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