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domingo, 12 de janeiro de 2020

POÇO REDONDO E A CULTURA DO CANGAÇO E DA VAQUEJADA

*Rangel Alves da Costa

Inquestionável a riqueza histórica e cultural de Poço Redondo. Perante a sua grandeza territorial, por todos os lados e recantos espalham-se tradições, folguedos e todos os tipos de manifestações folclóricas e tradicionais.
Poço Redondo da Serra da Guia e da Comunidade Quilombola da Guia. Poço Redondo da Estrada Antônio Conselheiro, ou Estrada Histórica de Curralinho. Poço Redondo do Território de Maria do Rosário, cuja descrição histórica se torna genial na escrita do mestre Manoel Belarmino. Poço Redondo do Poço de Cima e da Capela de Santo Antônio do Poço de Cima. Poço Redondo do Casarão de Bonsucesso. Poço Redondo da Maranduba e um dos três maiores confrontos entre cangaceiros e volantes. Poço Redondo da Gruta do Angico e todo o seu contexto histórico. Poço Redondo das Cavalhadas, das Vaquejadas, das Cavalgadas e das Pega-de-Bois. Poço Redondo dos Cangaceiros e Coiteiros.


Poço Redondo dos Pífanos da Família Vito e do Samba de Coco de Dona Guiomar Vito. Poço Redondo das Rendeiras, Bordadeiras e Trançadeiras. Poço Redondo e suas margens ribeirinhas tão ricas como prazerosas. Poço Redondo da Cachoeira do Bom Jardim. Poço Redondo dos Sítios Arqueológicos, do Morro da Letra e das Riquezas Minerais. Poço Redondo de Dona Zefa da Guia, de Mestre Tonho, de Mestre Orlando. Poço Redondo de Zé de Julião e de Alcino Alves Costa e tantos outros honrados nomes. Poço Redondo de Poço Redondo, de Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo.
Como visto acima, Poço Redondo é um precioso livro de páginas inimagináveis, fantásticas, surpreendentes. Mas pouco lidas, contudo. Entretanto, anima ao perceber que as cavalgadas e as vaquejadas estão num crescente pelos quadrantes do município. E também pela expectativa com o Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, evento este que será realizado entre os dias 14 e 17 de junho. E que será retomado a cada ano.
Significa dizer que Poço Redondo está, enfim, tomando um destino histórico-cultural definido. De um lado os homens da vaqueirama, e do outro os homens seguindo os passos de Lampião e fazendo do município um celeiro histórico antes jamais reconhecido em sua importância e grandeza. Então, neste entremeado de manifestações e encontros, há que se perguntar: Será Poço Redondo a capital do cangaço ou da vaquejada?
Deste muito que os livros, estudiosos e parte da população poço-redondense, vêm adotando a denominação de Capital do Cangaço. E com plena razão de ser assim. Ora, basta situar o cangaço na história do município e logo se avistará uma riqueza sem fim. É em Poço Redondo que está situada a Gruta do Angico, local da chacina de 38 e que pôs fim ao cangaço e a Lampião e parte de seu bando. É em Poço Redondo que está a Maranduba, endereço de sanguinário confronto entre cangaceiros e soldados. O Alto de João Paulo, por exemplo, foi celeiro de cangaceiros, assim como a Guia, Craibeiro, Garrote, Lagoa do Boi e Baixão. Somente na Estrada de Curralinho, nada menos que quatro locais possuem cruzes cangaceiras e de soldados. E foram nada menos que 34 filhos de Poço Redondo, entre homens e mulheres, que resolveram trilhar os passos de Lampião. Ora, Poço Redondo teve participação primordial no contexto do cangaço.


A par de já ser reconhecida e divulgada como Capital do Cangaço, mais recentemente vem ganhando força um movimento objetivando transformar Poço Redondo na Capital da Vaquejada. Louvável iniciativa, principalmente pelo fato de que a vaquejada vem se constituindo em fundamental atividade recreativo-competitiva no contexto municipal, a exemplo das rotineiras competições organizadas no Parque de Vaquejadas da Santa Fé. Interessante citar não só o constante aumento da vaqueirama participante como da afluência cada vez maior de público. Quer dizer, a vaquejada caiu em tamanho gosto da população, que praticamente todos os finais de semana um grande evento é realizado. Seria também uma homenagem aos grandes vaqueiros que no passado já selaram seus cavalos por amor à lida de boi valente e também àqueles que perderam suas vidas percorrendo distâncias pela paixão vaqueira.
E então, Capital do Cangaço ou da Vaquejada? Pessoalmente, considero que vaquejada há em pujança por todo o Nordeste, mas o cangaço nunca é encontrado com a força histórica existente em Poço Redondo. Nisso a certeza de que um município se torna único quando possui em suas entranhas elementos específicos de um bem maior.

Escritor
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CANGACEIROS DE LAMPIÃO.



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CANGACEIROS DE LAMPIÃO.



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LAMPIÃO E MARIA BONITA.


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88 ANOS DO FOGO DO MARANDUBA

Por Manoel Belarmino

Ontem, 9 de janeiro de 2020, completou-se 88 anos do grande combate das volantes com o grupo de cangaceiros comandado por Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, na Fazenda Maranduba dos Soares, no atual Município de Poço Redondo. O evento ficou conhecido como o Fogo do Maranduba. O Sítio e o Maranduba eram duas fazendas que, no tempo do Cangaço, pertenciam aos Soares, meus antepassados.


O Fogo do Maranduba, ocprriso naquele dia 9 de janeiro de 1932 foi um dos três maiores combates do Cangaço com as volantes, assim como o combate de Serra Grande em Pernambuco e o combate de Serrote Preto em Alagoas.


Lampião encontrava-se nas pias da Maranduba com a sua cabroeira, provavelmente no descanso de almoço. Ali foi cercado e atacado por duas tropas das volantes da polícia. Uma comandada pelo capitão Liberato de Carvalho da Serra Negra (que depois chegou à patente de general do Exército Brasileiro) e a outra comandada pelo nazareno de Nazaré do Pico Manoel Neto. Lampião reagiu com os seus cangaceiros. O tiroteio iniciou ao meio dia se estendendo até por volta das cinco horas da tarde. Lampião sai vencedor, mesmo com um número menor de cangaceiros. E Liberato e Manoel Neto fogem. Oito soldados das volantes morrem ali. Da tropa de Liberato da Serra Negra morreram Pedrinho de Paripiranga, Manoel Ventura, João de Anizia e Elias Marques. Da tropa de Manoel Neto, dos nazarenos, morreram ali entre os sete pés de umbuzeiro do Maranduba mais quatro soldados das volantes: Hercílio Nogueira, Adalgiso Nogueira, João Cavalcante e Antônio Benedito da Silva. Apenas dois cangaceiros da parte de Lampião foram mortos nesse combate, Sabonete e Caatingueira. E o cangaceiro Quina-Quina ficou gravemente ferido, vindo a óbito dias depois do evento Fogo do Maranduba.

Um trecho do folheto de cordel de minha autoria intitulado O Fogo do Matanduba:
....
"Com um número bem menor
De homens ali lutando
Na fazenda Maranduba
Lampião saiu ganhando
Matou oito policiais
E a volante recuando.

Liberato de Carvalho
Das volantes da Bahia
E o Tenente Mané Neto
De vergonha e de agonia
Fogem dali com as tropas
Naquele final de dia.

O fogo que aconteceu
Ali naquele lugar
Durante uma tarde inteira
Em combate sem parar
De O Fogo do Maranduba
Passou assim a se chamar."

Toda vez que vou ao Maranduba ou quando escuto um mais velho contar sobre aquele combate, descubro um segredo ou algo que ainda não foi escrito. Vou guardando um a um. É de ficar arrepiado. Mas não vou revelar tudo agora, até porque não cabe em um pequeno texto como este, escrito para uma postagem na rede social.

Vejo que atualmente ainda há uma pequena mancha de caatinga original ali no Maranduba. E vejo também os Sete Pés de Umbuzeiros, um próximo do outro, vivos ainda, resistindo no tempo, como testemunhas daquele grande combate. Os umbuzeiros, todos os sete, serviram de trincheiras para os cangaceiros. Até recentemente naquele local, próximo dos umbuzeiros, eram encontradas cápsulas e balas ainda intactas. E ainda ali, não muito longe da Cruz dos Nazarenos, local onde foram enterrados os volantes (grande parte naturais da Vila de Nazaré do Pico-PE) e os dois cangaceiros, estão as pias (cavidades nas rochas) ainda armazenando quase 500 litros de água captados das chuvas.

Todos nós, os poço-redondenses, precisamos conhecer a nossa história, os nossos lugares históricos e de memória. Conhecer o Maranduba, em seus detalhes, in loco, como se deu o combate e as lendas que surgiram depois daquele combate, A Grota do Angico, a História do Quilombo Serra da Guia, a Pia das Panelas, o Riacho do Quatarvo, os nossos Sítios Paleontológicos, as pinturas ruprestes do Morro da Letra, as cachoeiras, os monolitos da Pedrata, as furnas da Serra da Guia, os achados arqueológicos, é importante para o fortalecimento das nossas raízes e da nossa cultura sertaneja.

Com frequência, pesquisadores, escritores, estudantes, professores e amantes da história do Nordeste, vêm ao Maranduba em busca de mais informações daquele grande combate que se enquadra nos três maiores combates entre cangaceiros e volantes da história do Cangaço.

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TREINAMENTO COM PISTOLA SEMIAUTOMÁTICA

Por Sálvio Siqueira

"Interessante observar como a "antiga escola" de tiro prezava pela técnica da empunhadura simples, braço semi-flexionado. Percebam como os instruendos tentam ajustar o "olho diretor" entre massa e alça de mira! A escola moderna prima pela dupla empunhadura para maior firmeza e precisão de tiro." (Rinaldo Figueiredo).


VOLUNTÁRIOS HOLANDESES DA WAFFEN-SS EM UM EXERCÍCIO DE TIRO COM A PISTOLA LUGER 08

Muitos citam que as forças alemães lutaram sozinha na segunda guerra mundial, e se esquecem do exército húngaro, romeno, ustashas croata, italianos e os japoneses etc, além dos voluntários das Waffen-SS de alguns países da Europa e fora dela. Os alemães eram a força principal do eixo, fornecendo grande parte dos armamentos, veículos, blindados etc, porém se não fossem este apoio destes soldados a coisa ficaria mais complicada, uma prova disto foram os idosos e crianças soldados que lutaram em Berlim no final da guerra um reflexo fortíssimo de falta de contingente.

Na Frente Oriental, os voluntários formavam uma força de combate equivalente a 30 divisões alemães em no final de 1943. Em meados de 1944, mais de 600.000 tropas das Legiões / Tropas Orientais foram reunidas sob o comando do General Ernst-August. Muitos dos voluntários estrangeiros lutaram sob a bandeira da suástica de áreas fora da Europa e foram motivados por um desejo pela liberdade de suas nações contra a dominação soviética ou o imperialismo britânico.

Voluntários da Waffen-SS separados por nacionalidades

Albaneses-4.000
Gregos -1.000
Alemães (1) -410.000
Holandeses -40.000
Armênios -2.000
Húngaros -40.000
Belgas (valões) -8.000
Indianos -5.000
Bósnios -15.000
Italianos -10.000
Britânicos -100
Letões -25.000
Búlgaros -3.000
Lituanos (3) -5.000
Caucasianos -15.000
Noruegueses -8.000
Checos -5.000
Quirkizes -2.000
Cossacos -30.000
Romenos -5.000
Croatas -10.000
Russos-18.000
Dinamarqueses -6.000
Sérvios - 4.000
Eslovenos -6.000
Suecos -300
Espanhóis (2) -500
Suíços -600
Estonianos -15.000
Tártaros -10.000
Finlandeses -4.000
Turcomanos -15.000
Flamengos -10.000
Ucranianos (4) -30.000
Georgianos - 2.000
Volksdeutschen (5) - 300.000

Postagem de João Gomes (Popeye) no grupo parceiro da página, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL- GRUPO DE ESTUDO, que recomendo fortemente. Para adesão clique no link abaixo:

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DADÁ E O RÁBULA, LIBERDADE E COSTURA.


Por João Filho de Paula Pessoa

“Ilmº. Snrº. Major Cosme de Farias.
Os meus respeitos.

Tem esta o fim especial em solicitar a vossa alma nobre, o favor, um apoio, uma caridade em nome do nosso excelso padroeiro Sinhor do Bonfim, em nome dos vossos entes queridos, para que vos compadeça da minha triste situação, da minha grande tristeza, peço que vós sejais o meu defensor, o meu patrono, nesta causa que existe contra mim ....

..... porém, hoje me encontro inutilizada, sem uma perna e, além disso, condenada, sem ter um ente que possa falar por mim, só Deus, e agora esta grande inspiração enviada pelo Creador, para apelar para seu coração generoso, o qual espero serei atendida. Da humilde Sérgia Ribeiro – Dadá.”


Trechos da carta enviada por Dadá da cadeia à um célebre Rábula de Salvador pedindo sua ajuda. 

Em Dezembro de 1941, este advogado prático, conhecido como Advogado dos Pobres impetrou um Habeas Corpus em favor de Dadá, libertando-a e dando-lhe de presente uma Máquina de Costura para ela trabalhar e seguir a vida, e assim ela fez, seguiu a vida pós cangaço como costureira, uma excelente costureira, que sempre foi, e criou filhos e netos neste ofício. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 16.10.2019.
Na foto: Dadá e sua neta Ilana Borboleta
Acervo: Ilana Borboleta.


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