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terça-feira, 7 de outubro de 2014

FRASE DO CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA


Quando o Sinhô Pereira tomou conhecimento que Lampião havia aceitado o ingresso de mulheres no cangaço, ele disse:

"Eu fiquei muito admirado quando soube que Lampião havia consentido que mulheres ingressassem no cangaço. Eu nunca permiti, nem permitiria."

(Frase de Sinhô Pereira quando vivo, e  já aposentado, manifestando sua surpresa com as mudanças da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”.)

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LAMPIÃO Cangaceiro: 1898 – 1938

Por Hélio Pólvora

Lampião tinha leituras, mostrava-se atilado. Admirador de Napoleão, a partir do chapéu, do qual, com a contribuição de Dadá, criou a variante com estrelas e medalhas, e chegado a igrejas e bênçãos de padres, porque na caatinga espinhenta o misticismo era um bálsamo antes dos teólogos da libertação e dos sem-terra do Sr.Lula da Silva; Lampião, o maior e o mais midiático dos nossos muitos bandidos amava a visibilidade, o aparato dos ricos.

Estaria explicada, assim, a opção pelo crime. Os trajes pomposos e fidalgos, de seda estrangeira, o ouro e a prata são a montra instalada para que os cangaceiros fossem vistos, admirados, entronizados. Vingavam-se também por esse lado da exclusão social no semiárido dos patriarcas e políticos esbulhadores.

Servido uma vez por uma velha de 80 anos que havia abatido uma galinha, Lampião viu um companheiro que queria carne vermelha sair, voltar com uma cabra morta e gritar à hospedeira:

- Prepare logo, velha!

Ai, chorou a velha. 

- Era a minha última, a do leite dos netinhos!

- Pague a cabra, ordenou o chefe, de vista baixa sobre o ensopado de galinha.

Irritado, o cangaceiro atirou umas moedas sobre a mesa.

-Tome. Dou de esmola.

- Pague a cabra, insistiu o chefe, ainda a comer.

- Mas já paguei, Lampião.

“- Pagou não. Esse dinheiro foi de esmola. Você mesmo disse.

Dr. Plínio Sodré, médico baiano especializado em ultrassonografia, conta que Lampião entrou em Piritiba com um companheiro ferido. O médico mais próximo, Carlos Ayres, primo carnal do ministro Ayres Britto, que veio a ser presidente do Supremo Tribunal Federal, morava no povoado de França. Havia uma senhora gravemente enferma. Lampião mandou aviar cavalo com duas padiolas laterais e levar os dois, com recomendações de muito cuidado com a mulher.

O rei do cangaço tinha um lado bom. Mas vê-lo à luz do puro maniqueísmo de palor romântico é um erro. Com ele conviviam o estuprador, o saqueador, o assassino que soltava presos, alinhava soldados e os fuzilava, tal e qual o Guevara do paredón cubano, por quem a esquerda brasileira tanto se apaixonou. Se Lampião adotou táticas de guerrilha, não o fez instado por atitude ideológica. Apenas fugia das volantes que o caçaram até o ataque final na Grota do Angico.


Neste episódio, a tropa do tenente João Bezerra da Silva — 48 meganhas com metralhadoras portáteis — e ele próprio portaram-se com uma selvageria em nada inferior à que o tempo tece sobre heróis e vilões. Desentranhar a verdade do aranzel de lendas e fatos é carregar água em cesto. De qualquer modo, o cangaço prossegue com outro rótulo, e outras vestes, e polidos senhores proprietários de sesmarias e mansões.

http://www.vidaslusofonas.pt/lampiao.htm

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lampião em alagoas

Autores: Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto


O livro tem 468 páginas.


Preço R$ 55,00 (Cinquenta e cinco reais) com frete incluso, para todo o Brasil.

Onde comprar?
Com o revendedor
Professor Pereira
através do E-mail:
franpelima@bol.com.br
ou pelos telefones:

(83) 9911 8286 (TIM) - (83) 8706 2819 (OI)

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LAMPIÃO LIA A NOITE ILUSTRADA


Pelo acaso, Lampião acabou por se tornar garoto propaganda de A Noite Ilustrada. Dois anos antes de morrer, ele aparecia em uma de suas mais famosas fotos, feita pelo fotógrafo e caixeiro viajante Benjamin Abraão (1890-1938), mostrando um exemplar da famosa revista carioca, ao lado de Maria Bonita, que aparecia sentada, acariciando os cães ligeiro e Guarany. A edição, de 27 de Maio de 1936, trazia na capa a nadadora americana Anna Evers, uma das promessas da olimpíada de Berlim daquele ano.

Casal bem informado – Lampião com um exemplar de A Noite Ilustrada, de 1936, ao lado de Maria Bonita. O casal gostava de acompanhar pelas revistas as novidades do Brasil e do mundo.

Na legenda, lia-se: “a sereia e sua rede… Anna Evers exibindo um formoso modelo praiano em Santa Mônica, Califórnia”. Segundo depoimentos das cangaceiras Aristeia e Dadá, as fotos foram feitas entre Junho e Julho de 1936, portanto um mês ou dois depois do lançamento da revista. Abrahão seria morto pouco mais de dois meses antes de Lampião, em Serra Talhada, no dia 10 de Maio de 1938. De origem Sírio-libanesa-brasileira, ele se tornou o responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Lampião. Para fugir do serviço militar em seu país, durante a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918), ele veio para o Brasil. Chegou em 1915. Foi mascate em recife e Juazeiro do Norte, atraído pela frequência de romeiros em busca do Padre Cícero, de quem se tornou secretário e conheceu Lampião, em 1926, quando foi à cidade receber a bênção do célebre vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da coluna prestes. Anos depois, obteve do cangaceiro autorização para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Foi assassinado com 42 facadas e o crime nunca foi esclarecido.

http://www.revistabrasileiros.com.br/2013/07/a-reportagem-que-reinventou-lampiao/#.VDQrxGddUXE

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1938 - Angico, mais mentiras e mistérios

 Por Ivanildo Silveira

O pesquisador e escritor pernambucano Paulo Medeiros Gastão, fundador da SBEC - Soc. Bras. de Estudos do Cangaço, lançou extra-oficialmente, mais um livro sobre cangaço. Trata-se da obra  "1938 - Angico” impressa na ind. gráfica e editora Montaigne Ltda., de Mossoró/RN. 

O livro tem 144 páginas. É diferente, constam centenas de perguntas e respostas, diretamente relacionadas ao combate em Angico, em que morreram Lampião + 10 cangaceiros, além do soldado Adrião. O autor que tem mais de 20 anos de pesquisa sobre o tema, procura  dar uma resposta, na sua ótica, sobre  as principais dúvidas verificadas neste combate, e de seus personagens (volantes e cangaceiros).


A aquisição do livro pode ser feita diretamente com o autor (não está à venda em livrarias), ao preço de R$ 20,00 (vinte reais + frete), através do email: paulomgastao@hotmail.com

Abraço a todos, e, parabenizo o autor por mais essa contribuição ao estudo do cangaço.
Fonte:www.lampiaoaceso.blogspot.com
  
Ivanildo  Alves  Silveira - Natal RN
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC e Cariri-Cangaço

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VÍTIMAS DO CANGAÇO - PEDRO BATATINHA - NOSSA SENHORA DAS DORES-SE

Texto de José Lima Santana

No ano de 1930 durante sua segunda passagem pelo município de Nossa Senhora das Dores no estado de Sergipe, Lampião e seu bando praticaram várias atrocidades, entre elas a castração do pobre Pedro Batatinha, que teve a infelicidade de encontrar-se com o bando quando vinha da localidade conhecida como Malhada dos Negros para Nossa Senhora das Dores com o objetivo de tratar um problema dentário que há dias o incomodava.

Aproximando do povoado por nome Tabocas, Pedro Batatinha houve dois tiros, sem saber que naquele momento estava sendo morto um rapaz que tinha problemas mentais e que segundo contam, teria mexido com o cavalo de Lampião, o que o sentenciou imediatamente a morte.

Seguindo sem tomar ciência do acontecido, Batatinha segue seu caminho e mais adiante, para sua infelicidade, encontra-se com o bando que nesse momento cercava o cadáver daquele que fora há pouco assassinado. De repente Pedro Batatinha se vê em meio ao bando de cangaceiros e começa a partir daquele momento seu suplício.

Vejam o que relata o escritor Ranulfo Prata que entrevistou Pedro Batatinha e conseguiu o seguinte depoimento:

Prosseguindo, encontrou o bando de Lampião cercando o cadáver de um homem que acabava de ser assassinado naquela horinha.

Foi logo cercado e revistado, tomando-lhe a quantia de 20$000, único dinheiro que trazia.

Obrigaram-no, em seguida, a voltar com eles, e ao chegarem ao povoado “Cachoeira do Tambory” [na verdade, Lagoa dos Tamboris], apearam-se todos se dispersando pelas casas da povoação e ficando ele, Batatinha, preso entre dois do bando, no terreiro da casa de Sinhosinho, casado com uma sua prima, onde fora Lampião sentar-se em um tamborete, na saleta da frente, à espera de um café que mandara fazer.

Os dois bandidos começaram, então a surrá-lo a chicote de três pernas, ambos ao mesmo tempo, sem motivo, sem quê nem pr’a quê. Empolgou-se de tamanho terror que não sentiu dores.

Após a sova, eis que chega um terceiro, de apelido “Cordão de Ouro”. Ordena-lhe que descesse as calças e, segurando-lhe os dois testículos, cortou-os de um só golpe, atirando-os fora, debaixo das gargalhadas e chacotas dos companheiros. Disse-lhe o facínora:

- Quem lhe fez isto foi “Cordão de Ouro”, é a lei que manda e tenho feito em muitos.

Lampião, calado, assistiu à cena, perguntando, depois, ao castrador:
- Corto tudo?

Não, respondeu-lhe este. Deixei o resto porque o rapaz é novo (Ob. cit., p. 97-98). Encurtando a história, que é longa, os bandidos ainda deram pontapés e pranchadas de punhal em Batatinha. Lampião ao montar, aproximou-se dele, sacou do punhal e cortou-lhe um pedaço da orelha esquerda, acrescentando:

- É um garoto que precisa sê marcado, p’ra eu conhecê quando encontrá.

E voltando-se para as pessoas presentes, preveniu-lhes:

- Vocês trate do rapais senão quando eu passá aqui arrazo cum vocêis todo (PRATA, Ob. cit., p. 98). Batatinha, enfim, fora socorrido pelo Dr. Belmiro Leite, em Aracaju. Escapou e, segundo informações colhidas, morreu, na década de 1990, em São Paulo. Além de Ranulfo Prata, alguns autores que escreveram sobre Lampião registraram o fato da capação de Batatinha. O autor fecha o episódio narrado em seu livro da seguinte maneira; Ao lado de todas estas tragédias, a nota burlesca: Depois de ouvirmos o pobre Pedro e fotografá-lo, conversamos também com um dos seus irmãos, que nos informou na sua linguagem pitoresca de tabaréu malicioso:

- Pedro casou ta gordinho que nem “bicho de dicuri”, e sem bigode. Penso que ele não dá conta do matrimonho; regula duas muié numa cama... (Ob. cit., p. 98).

Texto de José Lima Santana

Adendo: Geraldo Antônio de Souza Júnior

Obs: A imagem acima é pertencente ao acervo do escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo. Uma imagem excelente e em Alta Definição que nos permite ver todos os detalhes com clareza.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior

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Lampião nas quebradas do sertão de Uauá-BA

Por Trancoso
economia.estadao.com.br

Contam os mais velhos, que certa tarde, a noticia que lampião estava na região, fez o povo cair pra dentro dos cercados de palma forrageira, para se esconder do bandoleiro; principalmente as moças jovens, que viviam nas alcovas escondidas.

Diz então que um senhor (e sabe se lá o nome, da figura que esta prestes a se tornar um valente e corajoso homem do sertão), resolveu ficar na varanda, enquanto todos se escondiam.

Foi então que montado em seu cavalo, jumento, égua, ou sei lá o que apareceu Virgolino o Lampião, e parou sua montaria em frente ao terreiro e o dialogo começou.

- HOMEM, POR QUE QUE TODOS FUGIRAM, MENOS VOCÊ? - Perguntou Lampião, amolando a faca na sela do jeguinho.

-ESTOU EM MINHA PROPRIEDADE, ENTONSSES PRA QUE SAIR? - Retrucou o destemido herói de chapéu de couro e barba branca. - "Deveria ter a barba branca e usar chapéu de couro ou panamá"

- TÁ CERTO! - Respondeu Lampião... MAS E AQUELE LINDO CHAPÉU DE COURO NA PAREDE? DÊ ELE PRA MIM?

- DESAMUNTE E VÁ BUSCAR, POR QUE COM MINHA MÃO, NELE VOSSA MERCÊ NÃO PEGA NELE.

- QUERO MAIS NÃO, respondeu o capitão..., MAS ME FALE AO MENOS. COMO FAÇO PRA CHEGAR NA ESTRADA DO SIMPLÍCIO? PRECISO CHEGAR A COCOROBÓ.

Ao que o velho apontando o dedo indicou:

- QUANDO EU VOU, VOU POR ALI.

- TEM ERRO? Pergunta Lampião

- Tendo ou não, quando eu vou, vou por lá.

- ATÉ LOGO VELHO! - Despediu se e foi se embora o capitão mais temido dos sertões.

Reza a lenda que Lampião não gostava de homens frouxos, covardes e medrosos, respeitava os valentes e corajosos, dizia que esses mereciam viver. E foi numa dessas pelejas, nas quebradas do sertão, que o herói das caatingas nordestinas se deparou com uma figura, que em dias atuais seria chamada de seu Lunga.

Por: Trancoso

Fonte: facebook

https://www.facebook.com/Estoriasdeuaua/posts/215524788584313

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DADÁ, a Suçuarana do Cangaço

Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas
A Suçuarana é um animal valente e temido pelo homem.

Embora o artigo inicie com uma ótima reportagem feita pelo jornalista Antônio Vicelmo do jornal Diário do Nordeste a respeito da morte de Corisco que fazia setenta anos do acontecido, era o esposo de Dadá.

Quero registrar aqui a coragem dessa mulher nordestina, que em sua luta antes de morrer conseguiu dar um enterro decente aos restos mortais desse cangaceiro que aterrorizou o sertão, que tinha seu próprio bando e de vez em quando se aliava com Lampião.

Mulher valente que juntamente com seu companheiro, enfrentou por diversas vezes a luta contra as volantes policiais até sua prisão, quando o perdeu na emboscada que lhe fizeram. Corisco tomba ferido por uma rajada de metralhadora e ela ferida termina tendo uma perna amputada. Nessas reportagens de diversos noticiosos da imprensa, podemos sentir a garra dessa mulher suçuarana guerreira.

Foto colorida pelo professor e pesquisador Rubens Antonio

CORISCO
Há 70 anos morria o último chefe do Cangaço
25.05.2010

O "Diabo Loiro", como ficou conhecido Corisco, morreu, em uma emboscada, na tarde do dia 25 de maio de 1940.

Há 70 anos morria Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido como "Corisco", o último chefe do Cangaço, considerado por Lampião como um dos mais valentes cangaceiros e apontado pelos historiadores como um dos mais ferozes e cruéis bandidos que fizeram parte do grupo de Virgulino Ferreira. Com a morte do chamado "Diabo Louro", na tarde do dia 25 de maio de 1940, na Fazenda Cavacos, em Brotas de Macaúbas, Oeste da Bahia, estava decretado o fim do Cangaço.

O médico e historiador Magérbio Lucena, autor do livro "Lampião e o Estado Maior do Cangaço", descreve que, na verdade, não houve combate. Corisco e sua mulher, Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida como Dadá, tinha acabado de almoçar, quando foram surpreendidos com a volante comandada pelo tenente João Bezerra. Corisco e Dadá estavam desarmados, quando foram metralhados.

Corisco havia cortado o longo cabelo loiro e não andava mais em bando desde a morte do amigo Lampião, dois anos antes. Magérbio descreve que, ao se aproximar do cangaceiro, o coronel José Rufino perguntou: "É Corisco?, o cangaceiro respondeu: É Corisco veio! O militar questionou: por que não se entregou? E Corisco retrucou: Sou homi para morrer, não para se entregar".

Assassinato

Depois deste diálogo, o cangaceiro foi atingido na barriga por uma rajada de metralhadora. Ficando com os intestinos à mostra, conseguiu sobreviver durante dez horas. Naquele mesmo conflito, Dadá foi atingida na perna e, não obstante ter passado por várias intervenções cirúrgicas, precisou amputar o pé direito. Em relação ao confronto final, ela declarou que os policiais vieram decididos a roubá-los e a matá-los, e que seu companheiro era deficiente físico e não teve chance alguma de se defender.

Em maio de 1968, a revista Realidade (reportagem abaixo) colocou frente a frente Dadá e o coronel José Rufino, responsável pela morte de Corisco. Ele, velho e doente, chorou ao vê-la. Dadá, forte e altiva, o perdoou, no entanto, desmentiu o algoz. Ele não matara seu marido em combate, afirmou. "Foi emboscada". Do cangaço, Dadá levou lembranças, três filhos com Corisco e nenhum dinheiro. Morreu em fevereiro de 1994, aos 78 anos, na periferia de Salvador.

Magérbio lembra que o objetivo dos policiais não era defender a Lei. Na verdade, segundo o escritor, o que mais interessava aos policias eram os 300 contos de réis e os dois quilos de ouro que os dois fugitivos carregavam. De acordo com o escritor, Corisco não tinha condições de reagir. Em 1939, ele caiu numa emboscada, na Fazenda Lagoa da Serra, em Sergipe. Corisco sofreu fraturas gravíssimas no braço esquerdo e no antebraço direito. O casal já tinha tomada a decisão de deixar o cangaço, quando foi localizado pela Polícia.

Uma vida de crimes

O médico Magébio Lucena relata que Cristino Gomes da Silva Cleto nasceu na cidade de Matinha de Água Branca, Alagoas. Aos 17 anos, matou um protegido do coronel da cidade e fugiu. Sem rumo certo, optou de vez pela criminalidade e entrou para o bando de Lampião, o lendário cangaceiro. Forte, corajoso e ligeiro, logo passou a ser chamado de Corisco. Conquistou poder e, com a divisão do grupo (parte da estratégia para fugir à perseguição policial), ganhou seu próprio bando.

Com a morte de Lampião, em julho de 1938, conforme o escritor, Corisco tornou-se o único chefe cangaceiro. Antes de encontrar seu fim, ainda tentou vingar a morte do amigo. Matou a família do fazendeiro acusado de delatar o bando à Polícia. Acabou cometendo uma de suas maiores atrocidades: assassinou as pessoas erradas. Nessa época, Corisco já era conhecido como "Diabo Loiro", pela cabeleira e, claro, pelo espírito. Ninguém sabe dizer ao certo quando ele nasceu. Sabe-se que em 1928, no início da vida adulta, apaixonou-se por Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, e não teve dúvidas: raptou e estuprou a menina de 13 anos. Corisco ensinou Dadá a ler e escrever. Com o tempo, ela aceitou o destino imposto por ele. Dadá virou a costureira do grupo e passou a fazer as roupas que aparecem em todas as fotos dos cangaceiros.

O cangaço continua

O bando de Lampião aterrorizou o sertão nordestino por quase 20 anos. Especula-se que a origem do Cangaço remonte ao século XVIII, quando fazendeiros recrutavam sertanejos para exterminar índios. Mais tarde, os colonos teriam sido obrigados a participarem das lutas entre famílias ricas que disputavam terras com políticos. Por fim, esses bandos tornaram-se independentes, criando leis próprias e subornando fazendeiros e comandantes da Polícia em troca de proteção. Seus métodos bárbaros incluíam tortura, estupro e morte.

Segundo essa tese, o surgimento desses andarilhos coincide com o declínio das culturas de cana-de-açúcar e algodão. O café, no Sudeste, passou a ser o motor da economia brasileira gerando fome, desemprego e falta de perspectivas no agreste. Assim, o Cangaço era uma opção de vida atraente para sertanejos jovens que não tinham trabalho e rendiam-se à promessa de fama e dinheiro fácil. Qualquer semelhança com a história dos "soldados do tráfico de drogas" nos dias atuais não é mera coincidência. Essa era a situação social e política da primeira fase da República.

Crime17 anos. Foi com essa idade que Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco, começou na criminalidade, depois que matou um protegido do coronel da cidade de Matinha de Água Branca, em Alagoas.

Reportagem da Revista Realidade de maio de 1968














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É hoje: Matou quantos mesmo...?

Por Manoel Severo

A noite GECC-Cariri Cangaço deste 
mês de Outubro promete... 

Hoje, dia 07 de outubro de 2014, terça-feira, a reunião ordinária do GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e Cariri Cangaço traz ao debate a recente liberação para venda, depois de três anos, do polêmico livro do juiz aposentado Pedro de Morais, Lampião, O Mata Sete.

"Por unanimidade, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) reformou a sentença de primeiro grau que proibia o lançamento e a venda da obra..." 

"No voto, Siqueira Neto entendeu que garantir o direito à liberdade de expressão coaduna-se com os recentes julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não é demais repetir que, se a autora da ação sentiu-se ‘ofendida’ com o conteúdo do livro, pode-se valer dos meios legais cabíveis. Porém, querer impedir o direito de livre expressão do autor da obra, no caso concreto, caracterizaria patente medida de censura, vedada por nossa Constituinte, ”afirmou o magistrado"...

No campo da literatura, o embate: Pedro Morais x Archimedes Marques

Os absurdos contidos de forma irresponsável e sem nenhum fundamento na verdade histórica ou mesmo provas, pelo menos presumíveis, acabou fazendo do livro de Pedro Moraes um dos mais controvertidos títulos da historiografia sobre o tema cangaço. "Com muita dificuldade li o livro e confesso não o fiz em sua totalidade, me detive apenas no que achei que seria mais importante rebater. O livro é uma verdadeira  porcaria, só mesmo pela insistência do amigo  Archimedes Marques, sem antes deixar  claro que foi uma cópia xerográfica para não gastar dinheiro em vão e não somar prestigio a um escritor tão fraco" ressalta o pesquisador e escritor João de Sousa Lima, de Paulo Afonso. "No livro opositor, Lampião Contra o Mata Sete, o autor Archimedes Marques procura desmontar, pedra por pedra, o mito do Lampião gay. Vale a pena conferir." sugere Ancelmo Gois, colunista do Jornal O GLOBO.

Venha também participar deste grande debate:
GECC - Cariri Cangaço
"Matou quantos mesmo...?"
Dia 07 de Outubro de 2014
Pontualmente às 19 horas 
Auditório da ABO
Rua Gonçalves Ledo, 1630 - Aldeota

Fortaleza, Ceará

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço
Ângelo Osmiro
Presidente do GECC


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