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segunda-feira, 24 de março de 2025

LAMPIÃO...

 Por Deus no Comando


Ano de 1929, município de Jeremoabo, Sertão da Bahia. Lampião era um caboclo alto, um tanto corcunda, cego do olho direito, óculos ao estilo professor, manco de um pé (baleado três anos antes), com moedas de ouro costuradas na roupa. Exalava mistura forte de perfume francês com suor acumulado de muitos dias. O cangaceiro podia até não preencher os requisitos de um bom partido, mas foi com esses atributos que conquistou a futura mulher, filha de casal com uma dezena de filhos.

Maria Gomes Oliveira tinha 18 anos quando subiu na garupa do cavalo de Virgulino Ferreira da Silva. Corpo bem feito, olhos e cabelos castanhos, um metro e cinquenta e seis de altura, testa vertical, nariz afilado. Era bonita, habilidosa na costura (assim como era Lampião) e adorava dançar. Foi o suficiente para Virgulino quebrar a tradição do cangaço e permitir o ingresso de uma mulher nos bandos, o que abriu precedente para várias outras.

Felipe Torres

Lembrando que aqui na página não estamos exaltando o grupo de bandidos, e sim, trazendo o fato como é contado.

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CANGAÇO: AS DORES DO PARTO E DO DESPARTO

Por Manoel Belarmino

A dor do parto, para as mulheres cangaceiras, era a pior de todas as dores. Imaginem mulheres jovens, grávidas e sem tantas experiências assim, nas andanças permanentes nas caatingas inóspitas, terem de dar a luz em qualquer lugar, muitas vezes nas moitas de árvores ou na sombra de um umbuzeiro dos coitos. Essas dores aumentavam quando, logo em seguida, teriam que dar a criança recém-nascida para uma pessoa desconhecida. Era a dor mais forte. As cangaceiras não tinham como cuidar dos filhos e filhas no bando.
A cangaceira Rosinha, por exemplo, depois que escapou do combate que resultou na morte do seu companheiro, o cangaceiro Mariano, estava grávida e em pouco tempo deu a luz a uma menina que foi doada ao vigário de Pão de Açúcar, o padre José Soares Pinto.
A cangaceira Adelaide do cangaceiro Criança morreu de parto nas proximidades do povoado Curituba. O menino não conseguiu nascer; morreu no ventre da cangaceira.
Ainda ali nas proximidades de Curituba, em um rápido tiroteio entre Lampião e as volantes de Zé Rufino, logo depois desse evento, os soldados encontraram uma “criança de colo” chorando na sombra de uma quixabeira. Certamente, alguma cangaceira, fugindo do tiroteio, deixou ali a sua filha; não conseguiu levá-la. Os soldados das volantes levaram a criança para Piranhas. E ali foi entregue a um comerciante na Pedra de Delmiro. A menina encontrada passou a se chamar Zuleide.
Maria de Lampião, quando deu à luz a Expedita, sob os cuidados da coiteira e parteira de cangaceiras, a Dona Rosinha de Canindé, no coito do Riacho dos Craibeiros, em Poço Redondo, teve que mandar entregar a menina a um vaqueiro da Fazenda Exu, em Porto da Folha.
Assim eram as dores do parto no Cangaço. A dor de perder um filho ou uma filha logo depois do parto, sem dúvida, é a pior dor do mundo para uma mãe. A dor de um parto improvisado, de qualquer jeito, no tempo do cangaço, é inimaginável. Como inimaginável é a dor do desaparto de uma mãe ao dar o seu filho recém-nascido a um desconhecido.
Na foto abaixo, avista-se a Cruz de Adelaide, no local onde a cangaceira morreu, nas proximidades de Curituba.

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CANGAÇO NA VEIA.

Por Rangel Alves da Costa

Este sim, este é um legitimo e verdadeiro descendente do Cangaço. Eu sou sobrinho-neto do último Zabelê do bando de Lampião (Manoel Marques da Silva, irmão de minha avó Emeliana Marques, e tio de meu pai Alcino), mas nada igual à descendência cangaceira que possui este moço de camisa azul da foto abaixo No retrato abaixo, registrada em Poço Redondo, eu estou ao lado de um grande e bondoso amigo: João Batista, mais conhecido como Joãozinho. Este senhor, atualmente morando em Brasília, é filho legítimo de um dos mais famosos casais da saga cangaceira: Adília e Canário. Sim, filho legítimo dos cangaceiros Canário e Adília. O retrato do rosto do pai é o mesmo retrato da feição do filho, não havendo nem como negar a linhagem. E Joãozinho sente orgulho do sangue que carrega nas veias. Com o fim do Cangaço e a morte de Canário em 1938, e após poder retornar à sua moradia no sertão sergipano, Adília acabou casando com um moço sertanejo chamado João Emídio e teve outros filhos, dentre os quais Nicinha e Paulo. E de vez em quando Joãozinho aparece pelos sertões para visitar os parentes e amigos. Assim que chega fico logo sabendo, pois ele mesmo vai bater à porta do Memorial Alcino Alves Costa para um abraço e um alongado proseado.

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