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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cocota e o Trio Mossoró

Seresteiro de Mossoró - Francisco de Almeida Lopes - Cocota

COCOTA foi uns dos 16 irmãos de Oséias Lopes, João Lopes e Hermelinda Lopes do Trio Mossoró. Era um seresteiro dos bons, na época, um orgulho para a cidade de Mossoró. 

anacadengue.com.br

Como todos seresteiros ele gostava de tomar uns tragos, e nunca noite triste e traiçoeira aconteceu uma grande covardia que lhe tiraram a vida com 38 perfurações de tesoura. Isso no ano de 1961. 


Oséias quando se firmou no Rio de Janeiro já com o trio montado, tinha os planos de levar ele também. Um dia antes de seu assassinato. 

(Fonte: Jornal O Mossoroense. Edição de 12/07/2009)

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Dianópolis, uma viagem inesquecível

Por: Sousa Neto
Sousa Neto e a Capelinha dos Nove

No meio da manhã de sábado, saindo do Estado da Bahia adentrando ao Estado do Tocantins, eis que se apresenta imponente o primeiro sinal do nosso destino, a absoluta e afamada Serra Geral. A emoção nos invade e se torna ainda mais intensa. Estávamos chegando naquele recanto do Brasil tão rico de encantos naturais e tão cheios de histórias. A Dianópolis de quem tanto ouvimos falar, finalmente se apresenta tão cortejada encantadora e bela. Satisfação, prazer, emoção, euforia, ansiedade, uma soma e  misto de emoções!

Observava que os meus companheiros de viagem, estimado amigo Professor Pereira e o meu irmão Tony sentiam a mesma sensação. Ressalto no primeiro instante a sua geografia, as primeiras pessoas e seus comportamentos em busca de semelhanças com o longínquo Cariri Cearense de onde partimos. Sim, algumas simetrias como havia imaginado.

 
 Entrada de Dianópolis

 Serras Gerais

O nosso anfitrião já buscava saber de nosso paradeiro. Trata-se de Hagahús Araújo o maior humanista que já tive o prazer de conhecer. Uma festa havia sido preparada para nós. A família nos ofertara um suntuoso banquete. Todos estavam lá de braços abertos para nos receber. Foi um encontro memorável e inesquecível. Confesso que fiquei impressionado com tamanha receptividade.

Em casa de Hagahús e dona Josa, sua esposa, estavam os seus irmãos Vilar e Wilson além de filhos, genros, noras, netos e bisneto. Havia começado uma festa que duraria quase três dias. Entre pesquisas, documentação e viagens  de campo, havia sempre  uma festa para nós.

 
Casa de Abílio Wolney 

Antônio Souza, Hagahus e Wilson Araujo recebem Prof. Pereira e Sousa Neto


 Armas do Padre Pereira e Luiz Padre

Hagahús Araújo um verdadeiro gentleman,  educado e  gentil com todos, sempre disponível e acolhedor. Corretíssimo e honesto em tudo que faz, tentando amparar sempre, qualidades que soube utilizar na educação dos filhos que carregam consigo as características dos pais. É sempre referenciado como exemplo a ser seguido. Ativo, trabalhador e progressista, contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento daquela região. Na mesma proporção Dona Josa, a sua tão carinhosa esposa possuidora de qualidades iguais a do esposo. Quem foi que disse que os semelhantes não se atraem?  Tem mãos de fadas, de uma elegância incomparável, nas artes plásticas é uma grande artista e não poderia ser diferente... Só os possuidores de uma carga grande de sensibilidade sabem o que é isso.

Dr. Wilson Póvoa e Dona Celeste, um casal arrebatador! Dr. Wilson como é mais conhecido em Dianópolis, assim como os demais irmãos, é cordato, receptivo e muito querido por todos, um homem de grandes méritos, também vocacionado as causas sociais, afinal dirigiu o Instituto de Menores de Dianópolis por quase 30 anos ao lado de sua adorada esposa Dona Celeste, o que precisa dizer mais?

Vilar Araújo: “O lorde” como carinhosamente foi tratado por nós. É espirituoso, memorialista e comunicativo, sempre com uma história para contar, definitivamente contente e com um sorriso estampado no rosto. Sempre foi dedicado a vida no campo, nas fazendas, que na juventude seguia com as “comitivas” por aqueles sertões. Esses são os filhos de Luiz Pereira Jacobina (Luiz Padre) ou de José Araújo e Silva (Zeca Piauí).

 
 Capelinha dos Nove

 Tony e Sousa Neto: Pertences de Luiz Padre

Tivemos também o prazer de conhecer o Dr. Abílio Wolney Aires Neto (Juiz de direito) e o Dr. Voltaire Aires (advogado), netos do prestigioso Coronel Abílio Wolney. Ambos os pesquisadores e escritores de varias obras relacionadas a Coronéis, Jagunços e a historia da cidade. Pessoas de vasto conhecimento e reconhecimento que nos dispensaram uma grande atenção.

Dianópolis: Da antiga vila de São José do Duro restam algumas casas e muita história. Hoje Dianópolis é uma cidade polo naquela região sudeste do Tocantins. Com um comercio ativo e próspero, o município se desenvolve graças ao trabalho de sua gente pacata e hospitaleira. Tem grande destaque na educação, por ter nomes consagrados na literatura, possui a Academia Dianopolina de Letras, ensino profissionalizante e ensino superior através da FADES (Faculdade para o Desenvolvimento do Sudeste Tocantinense, que oferece curso de Direito, Administração, Ciências Contábeis, entre outros).

Ruínas da velha casa da fazenda Prazeres onde após assassinarem o Cel. José Inácio buscam acabar os outros "Piauís" Luiz Padre e Sinhô Pereira. O combate começou pela manhã e terminou a noite. A residência pertencia a Antoninho cunhado de Luiz Padre e genro de Abílio Wolney.

Entrada da fazenda Malheiro, propriedade que José Inácio haveria de comprar por cinco contos de reis se recebesse o dinheiro que Aldo Borges lhe devia.

Sede da fazenda Santo Antônio. Nessa casa morava Benevenuto, o velho Bené, nesse local foram assassinados por Aldo Borges, Clarindo da Silva e Antão José dos Santos, cangaceiros de Luiz Padre.

Os principais pontos turísticos do município se constituem de rios com belas cachoeiras, cascatas, nascentes, piscinas naturais, algumas termais e velhas minas de ouro, todos de fácil acesso. Os rastejadores da história conheceram ainda as fazendas Santo Antônio e Prazeres palcos de grandes combates entre nordestinos e goianos. A casa de Liberato Póvoa onde foi assassinado o Coronel José Inácio de Sousa (Zé Inácio do Barro), o suposto local da sua sepultura, a capelinha onde guarda perpetuamente os nove chacinados no tronco.

Ao final, nos despedimos com lágrimas, de saudades, nos olhos e a certeza da conquista de dezenas de amigos, nessa acolhedora cidade de Dianópolis-TO.  Além da bagagem cheia de informações, fotos, e dados, que serão importantes ao nosso trabalho de pesquisa.

Sousa Neto
Pesquisador e Escritor
Conselheiro Cariri Cangaço

NOTA CARIRI CANGAÇO: Confirmadas as presenças dos estimados amigos Hagahús e Wilson Araujo como também de Abilio Wolney Neto e Antônio Souza no Cariri Cangaço 2013, e em 2014: Cariri Cangaço Dianópolis ! Quem viver verá !

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FALECIMENTO DE EMIL A. PETR

Publicado em 26/07/2013 por Rostand Medeiros
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Comunico que faleceu hoje pela manhã, de uma súbita parada cardíaca, o meu amigo Emil Anthony Petr.

Emil, ou Emílio para os amigos, é uma pessoa que vai deixar em todos nós uma forte, grande e maravilhosa lembrança. Com Emil sei que, até mesmo nestes momentos, aqueles a quem amamos e admiramos nunca morrem, apenas seguem antes de nós.

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Fui, com extrema honra, o seu biógrafo, onde no nosso trabalho “Eu não sou herói- A história de Emil Petr”, busquei registrar a interessante passagem terrena desta pessoa a qual tive o privilégio de conviver por mais de três anos. Neste momento sinto que a dor jamais deve fazer com que eu esqueça a alegria de ter convivido e aprendido muito com ele.

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Jamais vou esquecer do seu bom humor, de suas palavras e do que construirmos juntos com muita dedicação.

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Hoje a cidade de Natal amanheceu chuvosa, meio triste, lúgubre. Eu também estou assim.

Descanse em paz meu amigo.

Natal, 26 de julho de 2013,

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros

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Domingo é 28 de Julho - 75 anos do massacre de Angico


Sete décadas e meia após seu desaparecimento Virgolino Ferreira da Silva segue sendo o bandoleiro mais amado e odiado da nossa história. Apesar da fama que atravessou o continente, a sua saga ainda é ignorada por muitos, inclusive por acadêmicos de história. Talvez nem façam ideia de que esse pernambucano permanece como o Brasileiro mais biografado de todos os tempos na literatura nacional e o segundo na américa latina (ficando atrás somente do argentino Guevara).

Um museu dedicado exclusivamente ao Cangaço está prestes a se tornar uma realidade. Vera Ferreira, neta de Virgolino e Maria, nos informou no ultimo final de semana que já estão agendadas as reuniões na Universidade Estadual da Bahia (UNEB) que vão definir os últimos detalhes para edificação do memorial que vai abrigar em Salvador o acervo mantido pela família Ferreira.

Em Setembro próximo o Cariri cearense recebe centenas de pesquisadores, dentre estes alguns dos maiores especialistas, para o maior evento do gênero. É o Seminário Cariri Cangaço que apresenta sua quarta edição de 17 a 21/09. Fique atento as atualizações.

No local da tragédia, na cidade natal de Virgolino e naquela que deu inicio ao fim de sua saga estão acontecendo diversos eventos para marcar o aniversário de sua morte, de sua amada Maria, além de nove companheiros e o único soldado morto na chacina, Adrião Pedro de Souza.
 
 
Madrugada em Angico... Foto: Márcio Vasconcelos

PROGRAMAÇÕES

A Sociedade do Cangaço entidade capitaneada por Vera Ferreira, realiza a 16ª Missa do Cangaço. A caravana parte no domingo bem cedinho de Aracaju e este ano contará com mais de duzentos participantes.


A Fundação Cultural Cabras de Lampião está promovendo em Serra Talhada, PE desde quarta-feira, 24, palestras, Shows, apresentações de grupos de Xaxado. Além do espetáculo teatral ao ar livre "O massacre de Angico" que tem atraído milhares de espectadores todas as noites. Confira no site Farol de Noticias


De hoje até domingo o governo Municipal de Piranhas, AL e o Cariri Cangaço promovem naquela bela e histórica cidade a ultima Avant Premier do grande evento com várias palestras, exibições de documentários... etc.


Você viu a programação? Clique Aqui

À propósito:
São também 75 anos de trilhas. E quanto à preservação?

Em uma de nossas visitas, em janeiro de 2010 naquela ocasião acompanhado pelo confrade Narciso Dias notamos e lamentamos a quantidade de lixo deixada por turistas que faziam a trilha dos cangaceiros (aquela que é feita a partir de Poço Redondo). A Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico ainda estava em fase de conclusão. O que viria a ser a solução para que cenas como estas não se repetissem, pois bem.

O Monumento Natural Grota do Angico é uma unidade de conservação da natureza sancionada pelo governador Marcelo Déda, em 21 de dezembro 2007, para proteção de 2.138,00 hectares de Caatinga. Com um investimento de R$ 563.405,12, a infra-estrutura do Monumento Natural Grota do Angico contempla um conjunto de edificações com Pórtico, sede administrativa, escritório, mirante, laboratório e alojamento para técnicos e pesquisadores. As obras foram realizadas em parceria com a Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop).

 
 Fonte: Scielo.br

A unidade de conservação tem como objetivo preservar o sítio natural existente na Grota do Angico e seus valores culturais associados, mantendo a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga para o desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo e visitação pública. Além da riqueza biológica, a área protegida do Angico é reconhecida pelo seu valor cultural e histórico, pois abriga a Grota do Angico, local onde ocorreu a morte de Lampião, de Maria Bonita e de parte do bando.

De acordo com o site da SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico, foi mais um vez espaço de desenvolvimento de pesquisas. Em fevereiro deste ano, a UC, gerida pela (Semarh), abriu espaço para os alunos da disciplina Gestão em Unidades de Conservação do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Sergipe (UFS).


Segundo a professora Dra. Laura Jane Gomes, do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da UFS e ministradora das aulas, o objetivo do curso foi mapeamento e impacto das trilhas da unidade, elaboração de um projeto de interpretação da natureza, além de analisar os conflitos existentes.


O trecho analisado em pesquisa foi o da trilha do Cangaço-local. A fim de analisar o grau de visitação (passagem) humana, foi analisada a medição da largura da trilha.  Na oportunidade, o coordenador técnico do Monumento Natural Grota do Angico, Thiago Vieira,  fez explanação sobre a atuação da Semarh  destacando as ações relacionadas à gestão e manejo na área protegida.

Com informações do site Sergipe Tec

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LAMPIÃO E CANDEEIRO

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2013. - Crônica Nº 1056
 

O Diário de Pernambuco é quem dá a notícia do falecimento do ex-cangaceiro Candeeiro. 

Manoel Dantas Loyola - o ex-cangaceiro Candeeiro

Entretanto é bom dizer que o Diário aponta Manoel Dantas Loiola como o último cangaceiro vivo. Outras reportagens pelo Brasil já deram como último cangaceiro outros personagens do bando de Lampião. Loiola, contudo, não foi o último, pois ainda resta o cangaceiro 

O pesquisador João de Sousa Lima e o cangaceiro Vinte e Cinco

“Vinte e Cinco” que ingressou e atuou, particularmente, no grupo de Corisco. Por essa reportagem do Diário e outras sobre Candeeiro, não encontramos no homem o bandido feroz que caracterizava o componente do cangaço. Não porque o homem ao envelhecer fica com rosto de inocente, mas porque nunca ouvimos falar sobre Candeeiro em outras ações. Era um cangaceiro anônimo, ao contrário de Jararaca I e Jararaca II. Manoel Dantas Loiola, testemunho próprio, afirmava que era homem de confiança de Virgolino, em relação a dinheiro. 

Lampião

Era como se fosse o secretário e tesoureiro do chefe. Temos a impressão também de que Candeeiro era uma pessoa, não queremos dizer delicada, para não sermos interpretados de outro modo, mas pelo menos deveria ter sido muito mais de burocracia de que de combate.

Disse Loiola, que era ele quem levava os bilhetes de Lampião aos coiteiros e a outras pessoas pedindo dinheiro. Era tão chegado a Virgolino que Maria Bonita sentia ciúmes dele. 

Maria Bonita

Aqui também não cabe uma interpretação dúbia. Lampião gostava dele e o mantinha como uma espécie de tesoureiro rápido, devido ao homem diferenciado, educado e sensível que o chefe encontrou. Ingressando no bando em 1937, Candeeiro também não pega os grandes combates de Lampião. Assim, sem destaque nenhum de valentia no cangaço, Candeeiro entrega-se à polícia após a hecatombe de Angicos. Vai para a prisão com mais dezesseis cangaceiros e passa dois anos por trás das grades. E assim o Diário de Pernambuco complementa:

 “Morreu nesta quarta-feira o último cangaceiro do bando de Lampião, Manoel Dantas Loiola, de 97 anos, mais conhecido como Candeeiro. Ele faleceu na madrugada de hoje no Hospital Memorial de Arcoverde onde estava internado desde a semana passada, após sofrer um derrame. O sepultamento está marcado para as 16h, no cemitério da cidade de Buíque”.

Acaba a parceria espiritual entre LAMPIÃO E CANDEEIRO.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

 

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).

Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)
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Sala de Espetáculos Ludmila e Rosi com programação neste final de semana

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Inaugurada em 31 de maio passado, a Sala de Espetáculos Ludmila e Rosi, do Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará, já vem cumprindo um papel de propor diversidade à cena teatral mossoroense. Agora, além dos espetáculos de palco italiano no Teatro Municipal e das rodas de teatro de rua, por alguns grupos da cidade que fazem teatro de rua, e mais algumas opções, O Pessoal do Tarará abriu espaço para espetáculos intimistas, com público próximo à plateia, em ambiente confortável e aconchegante, como é o caso da Sala de Espetáculos Ludmila e Rosi, que desenvolve uma programação constante, às sextas-feiras e aos sábados.
            
E neste final de semana a programação já está definida: sexta-feira (26) e sábado (27), O Pessoal do Tarará apresentará o seu espetáculo 100 Palavras (ou Uz kra d'ku nupal kunu), sempre às 20h, em sua Sala de Espetáculos. Para assistir a esta comédia que já percorreu diversas cidades do Brasil (Natal, Caicó, Janduís, Apodi, Felipe Guerra, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e João Pessoa), as pessoas podem se dirigir ao endereço do espaço que é Avenida Abel Coelho, 160, Abolição III, em frente ao Sindicato dos Bancários. Para o espetáculo a classificação é livre e as senhas custam R$ 12,00 (inteira), R$ 6,00 (meia) e R$ 5,00 (artista).

O ESPETÁCULO - Neste espetáculo O Pessoal do Tarará dá prosseguimento ao seu projeto de pesquisa, em cima de uma dramaturgia do corpo, onde abre mão da linguagem verbal, sendo, para o grupo, a conclusão de uma pesquisa anterior, iniciada no espetáculo O Pulo do Gato (2009).

A montagem é feita para apresentação nos mais variados espaços, desde circos, rua, sala e até palco italiano. São vários quadros, onde O Pessoal do Tarará investe, desta vez, numa comédia com tom de desenho animado, sendo influenciado pelos desenhos do Pateta, do Tom e Jerry, e da revista em quadrinho, que pode ser percebida nos corpos dos atores.

O Pessoal do Tarará neste espetáculo abusa de seu dedicado e delicado trabalho de ator, já que tudo o que chega ao público, é produzido pelo próprio ator.

O espetáculo não dispõe de um texto escrito, mas de um texto apropriado pelo ator, que se dá pela via corporal, com o palco vazio. É deste vazio, desta pobreza de elementos cênicos, que nasce um teatro rico, a partir do corpo do ator. Durante o espetáculo, o roteiro que os autores cumprem levam o público a criar a sua própria dramaturgia, à medida em que as cenas acontecem.

100 Palavras (ou Uz kra d'ku nupal kunu)
Elenco: Igor Moreira e Maxson Ariton
Direção: Dionízio do Apodi
Sala de Espetáculos Ludmila e Rosi
Sexta (26) e sábado (27) às 20h
Inteira - R$ 12,00; meia - R$ 6,00 e artista - R$ 5,00
Classificação Livre
Endereço: Avenida Abel Coelho, 160, Abolição III, em frente ao Sindicato dos Bancários

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
José Romero Araújo Cardoso

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OS ESQUECIDOS (MEMÓRIA E VIDA DEPOIS DO CANGAÇO) - IV

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa


Não apenas Zé de Julião, mas muitos outros também permaneceram no esquecimento, e mesmo estando em plena convivência com os desmemoriados. Mané Félix foi um destes. Ex-coiteiro e dileto e confiado amigo do Capitão é um exemplo clássico de desconsideração a um passado tão dramático. E dramaticidade construída na vida tão perigosa que levava para servir ao mundo cangaceiro, ainda que não fizesse parte do grupo e fosse trabalho feito apenas quando o bando estava nas redondezas.

Contudo, representava o próprio cangaço com sua ação como fiel emissário, transportador de mantimentos, confidente e guardião de muitos segredos, principalmente da localização do coito. Daí que corria risco demais acaso se deparasse, numa daquelas veredas ou nas povoações, com a volante perseguidora. E era praxe da polícia torturar qualquer um que imaginasse ter ligação com os da caatinga. Assim fez com muita gente inocente e com muito coiteiro, chegando até a matar.

E certamente Mané Félix sentiu na pele esse temor. Ora, seria desonra maior não servir a contento seu amigo Capitão ou colocar em perigo aqueles de quem havia recebido máxima confiança. Porém fatos de nenhuma valia nos novos tempos. Ademais, era um simples ex-coiteiro e não podia esperar muito daqueles que ignoravam os próprios conterrâneos que fizeram parte do bando.

Coiteiro Mané Félix - o último coiteiro que esteve com Lampião antes da sua morte

Talvez tivesse seu percurso ignorado até mesmo pelos moradores de mesma rua. E os mais velhos, que sabiam e não podiam negar aquela vida de durezas, simplesmente se faziam de deslembrados. Foi preciso que Alcino alçasse aquela figura humana ao panteão da história local para que suas façanhas fossem, enfim, conhecidas. Assim mesmo numa luta titânica para manter acesa a chama da história municipal, vez que quase sempre sem a almejada resposta.

Professora Ana Lúcia e Alcino Ales da Costa

Alcino sabia - e muitos outros pesquisadores souberam - das corajosas façanhas deste audaz e corajoso ribeirinho, morador nos tempos idos das redondezas da Gruta do Angico, e que cortava difíceis veredas, vencendo penhascos e brigando com espinhos, para que nada faltasse aos amigos cangaceiros. Porém, fama durante a luta, da refrega, das vinditas sertanejas, pois o passar dos anos o transformaria - pela ingratidão da falta de reconhecimento - apenas em mais um sertanejo, um velho e alquebrado sertanejo. E creio que não deveria ser assim.

Reconheço e também me culpabilizo. Reconheço e agora posso dizer num tom de lamentação, que bem poderia me fazer presença constante naquele coito de canto de rua, conversando, dialogando sobre a vida nos tempos idos. Admito, porém, que o estudo na cidade grande dolorosamente me afastou daquelas essenciais raízes sertanejas. Também, muito jovem, ainda não tinha herdado de meu pai o interesse pela instigante saga matuta.

Mané Félix era muito amigo de meu pai, Alcino, e de vez em quando o encontrava na sala da frente de minha casa com o seu jeito calmo e humilde, nem de longe parecendo o rapazote cúmplice do cangaço e mensageiro a serviço “del-Rei”. Era outro homem, apenas um sertanejo. Mas também vivendo outra realidade. Bem diferente daquela em que vencia bote de cobra e ponta de pedra para entregar a munição ou a carne de bode ao bando refugiado adiante. De vez em quando atravessava o rio e seguia até Piranhas para adquirir mantimentos.

Nas vezes que eu o encontrava, logo percebia a lucidez daqueles que jamais esquecem um passado tão marcante, intrépido e perigoso. Se alguma tristeza o acometia, creio que não pelas aventuras passadas, e sim por haver se mudado de sua beira de rio, de seu Cajueiro, para a sede municipal e ali ficar distante daquele cenário e paisagens que tão bem conhecia, vereda a vereda, cada pedra e cada espinho. Mas tenho certeza que nenhuma mágoa guardava pelo descaso daqueles que o rodeavam.

Leio escritos dando conta que em outros lugares grandes homenagens são prestadas aos seus, reconhecidos ou não como heróis, mas pelo simples fato de terem feito parte do ciclo cangaceiro. Tanto faz que tenham sido do bando, coiteiro ou que estivessem do outro lado, na volante perseguidora. Eventos são realizados, biografias publicadas, os nomes preservados para a posteridade. E em Poço Redondo, a não ser por iniciativa de Alcino, nada disso jamais aconteceu.

Aliás, se não fosse Alcino até a história do município - como também da vizinha Canindé do São Francisco - estaria relegada ao esquecimento. Através de seus estudos e pesquisas, de suas investigações de campo e entrevistas, bem como de seus livros publicados, foi possível que as novas gerações tomassem conhecimento da saga de seu berço de nascimento, dos meandros políticos e da vida de alguns de seus filhos ilustres. E também através dele Poço Redondo passou a ter a devida valorização no contexto do cangaço.

A própria Gruta do Angico talvez seja o exemplo maior da desvalorização - ou até mesmo negação - do passado. Mesmo fincada nas terras do município, lugar de reconhecida e fundamental importância histórica, ainda assim é como se nem existisse no contexto da cultura e da história municipal. O famoso Poço Redondo de tantos cabras valentes, de refúgio e repouso para o Capitão, e também o seu leito de morte, acaba tendo importância apenas externa, nos livros, nos comentários.

Quem não tem nada que represente ou diga respeito ao cangaço, ainda assim induz uma forma de homenageá-lo, de cultuá-lo, tirar algum proveito turístico. Diferente do que ocorre com Poço Redondo, aonde a apatia histórica e cultural chega a ser repulsiva, vergonhosa. O sedento pesquisador que chegar por lá terá de se contentar em fotografar a pracinha Lampião. Um arremedo de homenagem. Até parece que Angico fica nas terras da vizinha Canindé ou no outro lado do rio, em Piranhas.

Grota de Angico

Quando administrador municipal (em três gestões), Alcino abriu os caminhos de Angico para os estudiosos e pesquisadores, tirou das brenhas matutas os personagens ainda viventes naquela região, procurou a todo custo viabilizar o local como destino turístico. Mas sempre foi impedido pela forte oposição que sempre fazia às lideranças políticas estaduais, principalmente os governantes. Daí não ter conseguido construir um museu ou mesmo um memorial da história sertaneja.

Contudo, depois dele, com suas pesquisas e seus livros, nada mais se fez. Do final da década de 80 para cá não se verificou uma só iniciativa da administração municipal no sentido de transformar a Gruta de Angico em cenário de destaque nacional, de valorizá-la, de torná-la um patrimônio de seu povo, de viabilizá-la na sua potencialidade turística. Ademais, são completamente estranhas à administração municipal as mínimas iniciativas de valorização daquele lugar historicamente tido como o último refúgio do bando de Lampião, pois ali chacinado junto com sua Maria Bonita e mais nove cangaceiros.

Continua...

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos seguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Burlamaqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

Poeta e cronista
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