Clerisvaldo B. Chagas, 24 de fevereiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.195
Entre os
montes residuais que circundam Santana do Ipanema – mirantes naturais
encantadores, da cidade - Poderemos relacionar em círculo da direita para a
esquerda até fechar o círculo: serrote do Gonçalinho, morro da Goiabeira, serra
Aguda, serra da Remetedeira, serrote do Pelado. Serrote, sertanejamente
falando, serrote é uma pequena serra. Pois bem, o serrote do
Gonçalinho, depois que ali colocaram uma imagem de Cristo, passou a ser
denominado popularmente de serrote do Cristo. Quando o serrote do Cristo
recebeu algumas torres de comunicação, ganhou outro nome, pelo povo de serrote
das Micro-ondas. Já o morro da Goiabeira, quando recebeu um cruzeiro de madeira
para marcar o início do Século XX, passou a ser denominado também popularmente
de serrote do Cruzeiro.
Dos outros
restantes, o nome só foi mudado do Serrote do Pelado, artificialmente, para
Alto da Fé. Cada serra ou serrote tem sua história, mas vamos falar agora
apenas do serrote Gonçalinho. É um monte residual, isto é, que resistiu aos
desgastes das intempéries durante milhões de anos. A parte à barlavento é
úmida, a parte de sota-vento, virada para o rio Ipanema, é seca. Do
cimo se avista melhor os bairros maniçoba, Bebedouro, o açude do Bode e a serra
da Camonga e, apenas uma parte do bairro São Pedro. Tem uma estátua do Cristo
que ninguém sabe quem ali a colocou. Tem algumas antenas e por isso passou a
ser chamado de serrote das Micro-ondas. No seu sopé, a barlavento, ultimamente
formou-se um bairro denominado Santo Antônio, onde a pobreza impera.
Certo tempo
houve uma seca grande na região e roubos de bodes. Muita fome! Mas os meninos
de um morador do serrote eram todos gordinhos. Um soldado chamado Zé Contente,
investigando o roubo de bodes, resolveu torturar e matar o pai dos meninos
acusando-o de ladrão. Ao furar o seu bucho com punhal, só havia alastrado e
mais nada. O fato foi editado em crônica pelo escritor Oscar Silva que viveu a
época e deu o nome do escrito de “Bucho de Alastrado”. A cruz do morto ficou ao
sopé do serrote que tinha o nome de sítio Cipó. Hoje essa crua foi
engolida pelo avanço da cidade por aquela zona rural, rumo ao Curral do Meio I.
Estaremos lá dia 17, vamos!
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