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sábado, 26 de janeiro de 2019

WAGNER MONTES MORRE NO RIO, AOS 64 ANOS

Por Paulo Cappelli, Geraldo Ribeiro e Saulo Pereira Guimarães

Wagner Montes morreu neste sábado, aos 64 anos. Nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o jornalista e político era formado em Direito pela Universidade Gama Filho e estava internado há dois meses no hospital Barra D'Or. Ele faleceu às 11h30 em decorrência de uma infecção generalizada e falência de múltiplos órgãos. Na tarde deste sábado, a Alerj emitiu nota de pesar.

O corpo do político será velado no saguão do Palácio Tiradentes, sede do Parlamento fluminense, no Centro do Rio. O velório será aberto ao público e ocorrerá no sábado, das 18h às 22h, e no domingo, entre 8h e 13h. Em seguida, o corpo será transportado para o crematório do Cemitério da Penitência, no Caju, onde haverá uma cerimônia de despedida fechada para a família e amigos mais próximos.

Wagner ganhou notoriedade ao apresentar noticiários policiais, de cunho popular, no rádio e na televisão. Com pitadas de humor, adotava o bordão "escraaacha". Em 2018, foi eleito deputado federal pelo PRB com 65.868 votos para um mandato que iria até 2022. Ele já havia atuado como deputado estadual de 2007 a 2018, passando também por partidos como PDT e PSD. Nas Eleições de 2010, obteve 528.628 votos, tendo sido o candidato mais votado.

Homenagens

A morte de Wagner Montes gerou comoção no meio político. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella decretou três dias de luto oficial. "Hoje, há em cada olhar uma lágrima, em cada lar uma oração e em cada coração um voto de pesar e de saudade, pelo falecimento do líder, servidor do povo e amigo de todos, Wagner Montes que a morte nos arrebatou inesperadamente", disse o prefeito, por meio de nota.

"É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento do deputado federal, Wagner Montes (PRB). Somos solidários aos familiares e amigos neste momento difícil", diz a nota da direção do PRB do Rio de Janeiro, partido de Wagner.

"É com profundo pesar que lamento a morte do advogado, apresentador e deputado federal eleito Wagner Montes. Minhas condolências à sua esposa, Sônia Lima, em nome do PRB, partido ao qual Wagner Montes nos deu a honra da sua filiação. O jornalismo, o Rio de Janeiro e o parlamento brasileiro perdem com seu falecimento", postou no Twiter Marcos Pereira, presidente Nacional do PRB.

Biografia

Montes começou sua carreira como jornalista em 1974 na Super Rádio Tupi e, em 1979, tonou-se apresentador do programa "Aqui e Agora", da TV Tupi. Ele também trabalhou por 17 anos no SBT, emissora na qual participou de programas como "O Povo na TV" e como jurado do "Show de Calouros". Ele atuou ainda nas rádios Record e América, em São Paulo, e na Manchete, no Rio, e também na Rede CNT.

Em 2003, migrou para a TV Record e apresentou os programas "Verdade do Povo", "Cidade Alerta Rio", "RJ no Ar" e "Balanço Geral", todos com foco no Rio de Janeiro. A boa audiência do "Balanço Geral" fez com que o programa fosse replicado em quase todos os outros estados na grade da emissora. Nas eleições de 2006, Montes se afastou da TV para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio. Foi o terceiro mais votado, na ocasião pelo PDT, com mais de 100 mil votos. Em fevereiro de 2007 inaugurou a coluna semanal "Escraaaacha!", publicada às sextas-feiras no jornal "Meia-Hora".

Primeiro vice-presidente da Alerj na legislatura que foi de 2015 a 2018, Montes chegou a presidir o parlamento fluminense na ausência de Jorge Picciani (MDB), ex-presidente da Casa que está em prisão domiciliar. Montes, porém, não chegou a se manter na presidência por motivos de saúde e, com isso, o comando do parlamento fluminense acabou caindo nas mãos de André Ceciliano (PT), segundo vice-presidente.

Em de novembro de 1981, Montes sofreu um acidente com um triciclo e precisou amputar a perna direita. Para se locomover, usava uma prótese. Montes deixa a mulher, Sônia Lima, e dois filhos - um, fruto do relacionamento com Sônia; outro, fruto de um relacionamento com a Miss Brasil de 1983, Cátia Pedrosa.

https://extra.globo.com/noticias/rio/wagner-montes-morre-no-rio-aos-64-anos-23404781.html

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MAIS UMA QUESTAO LAMPIAO PEGOU COM UMA PODEROSA FAMILIA SERTANEJA:


Por Francisco rodrigues


MAIS UMA QUESTÃO LAMPIÃO PEGOU COM UMA PODEROSA FAMÍLIA SERTANEJA:
NO FINAL DO ANO DE 1926, QUASE NO INICIO DE 1927, LAMPIÃO PRENDEU NA FAZENDA "APERTADA HORA", NO MUNICÍPIO DE SALGUEIRO-PE, O SENHOR PEDRO VIEIRA ROMÃO SAMPAIO, NA CONDIÇÃO DE SÓ SER SOLTO QUANDO DESSE DINHEIRO. 

O BANDIDO LEVOU O PRESO PARA VILA DE IPUEIRA, ENTRE SERRINHA (HOJE SERRITA) E EXU, ONDE EXISTE FORTE REDUTO DA PODEROSA FAMÍLIA XAVIER SAMPAIO. NA DITA VILA, FOI O BANDIDO FORTEMENTE REPELIDO POR DOIS SOLDADOS DO DESTACAMENTO E CIVIS, PERTENCENTE A REFERIDA FAMÍLIA XAVIER SAMPAIO. 

CONVÉM SALIENTAR QUE A SENHORA MARIA SARAIVA XAVIER DESTEMIDAMENTE COM A ARMA NA MÃO, TANTO BRIGAVA COMO ORIENTAVA TODO DESENROLAR DO TIROTEIO, DANDO A TODOS OS PLANOS DO ATAQUE E CONTRA-ATAQUE, ANIMADAMENTE FALANDO PRA TODA RAPAZIADA. 

DEPOIS DE FORTE E PROLONGADA RESISTÊNCIA, LAMPIÃO CORREU, DEIXANDO MORTO O CANGACEIRO TEMPERO. REVOLTADO COM A MORTE DO CABRA, LAMPIÃO MATOU PEDRO, SURGINDO POR ESTE MOTIVO A QUESTÃO DA PODEROSA FAMÍLIA XAVIER SAMPAIO COM O CAPITÃO LAMPIÃO. 

APÓS A SAÍDA DE LAMPIÃO, CHEGARAM EM SOCORRO DOS PARENTES O CEL: FRANCISCO ROMÃO (CHICO ROMÃO), COM OS IRMÃOS GALDINO E ALFREDO ROMÃO, COM GRANDE NÚMERO DE HOMENS DISPOSTOS A MISTURAREM NA BALA COM LAMPIÃO E SEU GRUPO. NA IPUEIRA OS IRMÃOS ROMÃO AFIRMARAM QUE ENQUANTO ESTIVESSEM ALI, LAMPIÃO NÃO CRUZAVA MAIS OS PÉS NAQUELAS ZONAS:

FONTE: TENENTE JOÃO GOMES DE LIRA, PAG, 365 E 366:

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(O Raso da Catarina ) Porque o " raso" foi o maior esconderijo de Lampião.????? Quer saber??????

Raso da Catarina é uma região localizada na parte centro-leste do bioma caatinga, no Estado da Bahia. Possui trinta e oito mil quilômetros quadrados de área. Dentro dessa zona safara e inóspita um verdadeiro Oásis ao inverso. Os próprios vaqueiros das fazendas que si delimitam com esse deserto sertanejo evitam adentrar no local.

Nos tempos de Lampião somente poucos caboclos semicivilizados tinham a ousadia de fazerem residências em tais ermos. A vegetação do raso apresenta-se de uma altura uniforme,continua. A cor é puxada para o cinza, próximo ao chumbo sujo. Nas margens das estradas que passam por lar, percebe-se a dificuldade de adentrar alguns metros em seu seio.


O local era abitado por uma tribo que era um pouco nômades. (A tribo dos pancararés) tribo essa que teve seu maior representante que também fez historia no cangaço. O cangaceiro Gato. Sem sombra de dúvida, Gato era um cangaceiro tenebroso. Fato esse que basta ver quantos ele matou em Piranhas AL.
Vamos lembrar somente que o Raso da Catarina foi durante algum tempo o valha-couto, esconderijo preferido dos vários grupos de cangaceiros, E mesmo depois que as volantes descobriram que Lampião fez ao mesmo seu esconderijo os cangaceiros ainda continuaram à procura de abrigo e refúgio em seu interior quando a penalidade Da perseguição assim o exigia.

A pouco tempo foi levantada a hipótese da sua utilização para servir de depósito de lixo atômico de nossas usinas nucleares. Já da pra ver por aí que lá é um fim de mundo.



São poucos os relatos de volantes que o desbravaram. Com certeza era uma missão kamikaze ou seja só de ida já que o Raso da Catarina era a casa das raposas.
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Maria Bonita não é ícone feminista, mas é pop


Biografia da rainha do cangaço, que vai para a segunda edição, mostra que a parceira de Lampião era mais submissa e machista do que supõe a simpatia popular a seu nome.


Maria Gomes de Oliveira (1911-1938) morreu sem sequer suspeitar que passaria à história como Maria Bonita, a Maria do capitão. A alcunha teria sido dada à companheira de Lampião pelos soldados que receberam a sua cabeça —decepada depois que a volante do tenente João Bezerra atacasse o acampamento do bando— e destacaram sua beleza. O telegrama enviado ao governo comunicando a morte do "maior bandido das Américas" e de seu grupo é o primeiro documento que registra o nome de Maria Bonita. Mais de 100 anos depois da sua morte, ela ganhou sua primeira biografia, Maria Bonita - sexo, violência e mulheres no cangaço (Objetiva), escrita pela jornalista Adriana Negreiros. O livro teve sua primeira reimpressão em dezembro e fechou 2018 na lista dos mais lidos do país.
Durante dois anos, Negreiros mergulhou na investigação de documentos históricos, na leitura de jornais da época e percorreu os sertões da Bahia e de Alagoas para preencher as lacunas da vida de Maria Bonita e das demais cangaceiras. Assim, se propôs a contar a história do cangaço de um ponto de vista feminino. "Minha família é de Mossoró (RN) e cresci escutando histórias de como a cidade resistiu à invasão dos cangaceiros, mas sempre contadas com os homens como protagonistas. Decidi contá-las tendo Maria Bonita e as demais mulheres como fio condutor. Foi um ato político", diz a autora.

As lendas perpetuadas pelo cordel e a fantasia em torno do cangaço foram outros obstáculos. Neles, Maria Bonita —ou Maria de Déa, como era conhecida no âmbito familiar— era uma cangaceira "arretada", uma matadora que pegava em armas, uma guerreira, amazona do sertão, uma Joana D'Arc da caatinga. Essa fama chegou até os anos 1990, quando ela passaria a ser lembrada, com frequência, no
 Dia Internacional da Mulher. Poetas populares e memoralistas estabeleceram que sua data de nascimento seria uma predestinação: 8 de março de 1911. Só em 2011 o sociólogo Voldi Ribeiro encontrou o registro de nascimento da cangaceira, no qual consta a data de 17 de janeiro de 1910.Não foi uma tarefa fácil. Apesar do vasto repertório de memória oral sobre o assunto, são escassos os documentos e os poucos objetos que sobreviveram ao tempo estão em mãos de colecionadores. Quando a polícia prendia um cangaceiro, conta Negreiros, destruía seus pertences ou roubava aqueles de maior valor. No caso das mulheres, encontrar rastros de suas vivências é ainda mais complicado. No empoeirado museu dedicado à Rainha do Cangaço, em Malhada do Caiçara (BA), onde ela nasceu, apenas um objeto pertenceu de fato a Maria Bonita: um banco de madeira, no qual ela teria passado tardes românticas namorando Lampião. 
Mas Maria Bonita não era uma feminista. A imagem de mulheres fortes, matadoras de policiais, associada tanto a ela quanto às suas companheiras de bando é, segundo Negreiros, uma inverdade. "A tarefa de pegar em armas e matar a polícia era considerada uma tarefa muito importante para ser realizada por uma mulher. E, de forma geral, elas não estavam ali porque queriam. Eram raptadas quando crianças ou adolescentes. Se um cangaceiro gostasse de uma menina e a desejasse, ela não tinha opção, ou ia com ele ou seria morta, junto com a família", explica. O caso mais extremo, retratado no livro, é o de Dadá, raptada e violentamente estuprada aos 12 anos por Corisco, com quem viveu até o fim da vida.
Maria Bonita, que hoje é ícone da liberação das mulheres e dá nome a diversos coletivos feministas, era, sim, uma "transgressora", defende Negreiros. No sertão dos anos 1920, casada, infeliz com um marido mulherengo e sexualmente insatisfeita, ela se refugiava na casa dos pais e, em vez de chorar pelos cantos, ia dançar no forró do povoado. Há indícios de que teria um amante. Quando conheceu Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), não duvidou em fugir com ele, tornando-se a primeira mulher a unir-se ao cangaço e uma das poucas em fazê-lo de livre e espontânea vontade.
"De certa forma, Maria era bela, recatada e do lar. Dizer que ela era uma pioneira do feminismo é um exagero, porque não tinha um comportamento que se opusesse à dinâmica reinante na cultura do cangaço", diz Negreiros. Uma cultura na qual abundavam, por exemplo, os estupros a meninas e mulheres nas cidades pelas quais o bando passava, com a conivência das cangaceiras.
"Não se tinha essa consciência de estupro como existe hoje, não gerava tanto choque. Eles tampouco contavam pra elas, não tinham que dar satisfação. Já se esperava que os homens agissem dessa maneira", explica a autora. Maria Bonita só brigava com Lampião por ciúmes quando este passava semanas sem voltar ao acampamento. Segundo os relatos contidos no livro, ela "montava um barraco" e os cangaceiros comentavam: "A patroa está doida".
Negreiros conclui que o papel que as mulheres tiveram no cangaço é o mesmo que tiveram historicamente em diferentes organizações sociais: a de criar uma situação confortável no ambiente doméstico para que os homens pudessem brilhar no espaço público. "Criaram uma espécie de refúgio do caçador. A estrutura da opressão era muito evidente também no cangaço".

Códigos de conduta

No bando de Lampião, só se esperava fidelidade por parte das mulheres. "O código de conduta era muito rigoroso com elas. Se sequer manifestasse desejo por outro homem, era sumariamente executada. Os homens que ficavam com companheiras de outros cangaceiros, no entanto, permaneciam no bando", relata Negreiros. O livro narra diferentes histórias de cangaceiras executadas por esse motivo, muitas denunciadas pelas próprias companheiras.
Apesar de viverem em condições extremas, sempre levantando e montando acampamentos, muitas vezes passando fome e sede durante dias, sob a constante ameaça policial, o conceito de sororidade ou simples solidariedade parecia ser inexistente entre as cangaceiras. "O único momento de empatia era quando davam à luz e se ajudavam entre elas", comenta Negreiros. Os bebês eram pouco depois levados a alguma cidade e relegados ao cuidado de alguma família.
"Havia muita disputa, estimulada pelos próprios cangaceiros e as mulheres tinham um comportamento extremamente machista. Mas elas viviam muito isoladas, eram muito sofridas, então não dá para exigir delas essa perspectiva de gênero", explica a autora.
As violências às quais as cangaceiras foram submetidas se perpetuaram depois da dissolução do bando. As poucas que sobreviveram e foram presas deram seu testemunho em entrevistas, relatando os estupros e outros aspectos da rotina no cangaço, mas foram desacreditadas. "Essa negligência sobre os relatos, o silenciamento dessas mulheres foi o que mais me chocou no processo de pesquisa para o livro", diz Negreiros.
A jornalista e escritora conta que, ainda hoje, em plena era do #MeToo, quando viaja aos locais por onde o bando de Lampião passou ou mesmo nas redes sociais, ouve e lê coisas como: "Tudo isso é mentira. Lampião era um herói. Essas histórias de estupro e violência são inventadas".    
Enquanto o maniqueísmo popular mantém como hegemônica a figura do "Robin Hood" do sertão, Maria do capitão transita entre o esquecimento e o lugar de uma Joana D'Arc do folclore nacional. Adriana Negreiros parece ficar em um meio termo, mas relembra no seu livro as palavras do interventor Agamenon Magalhães, no relatório da operação que culminou na morte do rei e da rainha do cangaço: "É pecado contra a pátria endeusar Maria Bonita"
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/19/actualidad/1537379793_101741.html?id_externo_rsoc=FB_CC&fbclid=IwAR08mCEISyhWsVHACQocCUeIXAlH03pS_stRECJIw9Kbo03I0kQx0XN2NW4
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.O QUE QUEREM FAZER COM A HISTÓRIA DA SAGA LAMPIÔNICA? DESTRUÍ-LA OU RECONTÁ-LA

Por Sálvio Siqueira

Amigos, não sei o motivo, a causa ou as circunstâncias que estão levando determinadas pessoas: pesquisadores, autores e enxeridos, a quererem mudar, ou mesmo acabar, com os fatos da história no Fenômeno Social Cangaço. Logicamente que enquanto existirem pessoas como eu, jamais permitiremos que tentem sem terem uma mutuca a lhes aperrear pelo corpo.
A História em si, em sua pesquisa e divulgação, sempre teve aqueles irresponsáveis que tentaram fazer parte da mesma usando de “malandragem” para serem inclusos, auto se incluindo, nela. Bem, como a história do cangaço também tem seus adeptos, pesquisadores, e estudiosos, também teve lá em seus primórdios, meado e final tais tipos aproveitadores. O interessante e que essa falta de respeito veio para cá, atualíssimos estão tais aproveitadores, irresponsáveis que como lá, tentam cá, enfiar-nos goela abaixo suas mentiras com pseudônimo de “trabalho”.

Dentre as personagens do cangaço, isso se inclui cangaceiros, volantes, fazendeiros, coiteiros, comerciantes, jornalistas, imprensa, políticos e etc., que existira em seu decorrer, fazendo parte em séculos de existência, a que mais se destacou foi o pernambucano Virgolino Ferreira, o chefe cangaceiro alcunhado por Lampião considerado ser a segunda pessoa mais biografada na América Latina. Aproveitando-se dessa ‘popularidade’ do cangaceiro filho de Vila Bela, muitos passaram a vender fatos improvisados, imaginados nas mentes mesquinhas, definhando a verdadeira historiografia. Isso ocorreu nas décadas em que seu cangaço imperava no sertão nordestino. No entanto, não bastando termos que trabalhar na pesquisa triplicadamente, campo, literária e imprensa, agora nos aparecem outros desonestos da história divulgando através de meios de comunicação em massa suas mentiras, mas, como os de ontem, os de hoje possuem o mesmo intuito.
Boqueabertos estamos com um novo associado desse grupo de asseclas que defende esse tipo de comportamento irreal, mesquinho e destruidor de uma saga.
O sociólogo Frederico Pernambucano de Mello, autor de vários livros, onde dentre suas obras literárias existe aquela que chegou a ser considerada a melhor sobre a história de Virgolino e seu cangaço, infelizmente, já em fim de carreira, esse reconhecidíssimo autor, escritor, professor e pesquisador, lança um livro que, a nosso ver, põe em cheque aquilo que está escrito no interior de todas as suas obras antecessoras devido às aberrações constantes nas suas páginas.

Em textos anteriores falamos sobre ‘certo tiro de fuzil’ que ao chocar-se com um punhal, partiu-se em vários fragmentos, dois destes retornando e fazendo um ângulo de 180° e, retornando, seguir no mesmo sentido que vinha ao sair da boca do cano do fuzil, atingindo o alvo, em ângulos perpendiculares ao mesmo, em lugares distintos como no abdômen e hemitórax esquerdo. Nem ‘Magaiver’ conseguiria tal façanha, imagina o soldado Sandes. Depois referi sobre certo acampamento que o cangaceiro mor havia feito em Cabrobó, PE, no aguardo a ordens do Padre Cícero para seguir ou não a Coluna Prestes do lado baiano... espera de dinheiro e uma suposta segunda visita ao saverdote.
Agora vamos mostrar para os senhores mais uma das grandes aberrações constantes no livro que não deveria ter sido feito. A história da morte da companheira de Lampião, Maria Gomes de Oliveira, a filha de dona Déa, a Maria do Capitão, Maria de Lampião ou, simplesmente, a conhecidíssima ‘Maria Bonita’, há muito é contada e recontada seguindo um padrão lógico que jamais foi contestado por volantes, cangaceiros ou coiteiros.
Pois bem, no livro “De Virgolino a Lampião”, dos autores Vera Ferreira e Antônio Amaury, 2ª edição, na página 295, está escrito “(...) aos primeiros tiros disparados pelos soldados Lampião tombou morto e Maria Bonita foi atingida nas costas(...) Na grota do Angico, morreram duas mulheres: Maria Bonita que teve sua cabeça decepada enquanto ainda estava viva, e Enedina, com um tiro na cabeça, quando tentava fugir(...).” Já no livro “Lampião, A Raposa das Caatingas”, de José Bezerra Lima Irmão, em sua 4ª edição, na página 578, lemos: “(...)Maria Bonita foi encontrada ao lado do corpo de Lampião, baleada na perna e nas costas(...) O soldado Cecílio, de Piranhas, aproximou-se de Maria Bonita, que gritava de dor e pedia: 
- Pelo amô de Deus, num me mate!...
Cecílio puxou o facão, segurou Maria pelos cabelos e cortou-lhe o pescoço(...).”
Continuando a narração, o autor cita o seguinte: “(...) Alguém avisou a João Bezerra:
-Tenente, mataro Maria Bunita!
João Bezerra que vinha descendo o Alto das Perdidas, vociferou:
- Quem foi o cachorro que matou ela? Eu nun falei que nun era pra matá ela?
Ninguém disse quem foi, e o tenente logo esqueceu o episódio, pois a confusão era demais(...).”
Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, em seu livro “Lampião em Alagoas”, na página 371, dizem: “(...) Dois soldados, o cabo Bertoldo a suspendeu pelos cabelos. Panta espantou-se com as palavras sopradas e engroladas de Maria e disse: “Ainda tá viva, essa bandida! Cadê o dinheiro? Quero o dinheiro”. 
Ela: “Nã... Nã... Tem... Não...”.
Panta: “Tem não? Então lá vai...”. E largou-lhe duas facãozadas no pescoço: “Toma, danada dos infernos!”.
Do corpo talhado saiu rio de sangue borbulhante. Parecia o corpo de uma galinha morta, sem cabeça, batendo no chão. Quando o corpo parou de tremer, alguns cabras aproximaram-se e, com as pontas dos fuzis e grosseiras pilhérias, foram levantando a saia de azulão, deixando as pernas nuas até a calcinha vermelha. Rasgaram-lhes a calça, a combinação e o vestido. Ficaram admirados com a pele da morta. Cabo Bertoldo: “A pele sem nenhuma cicatriz ou mancha, maia que nem seda”. “Era para as melodias da vida e não para ser matada”, exclamavam alguns. Amolegaram-lhes o corpo, bolinaram nas partes e pepinaram todo o seu corpo com punhais e que nem saia mais sangue, apenas ficavam uma pintas desbotadas (...)”.
O ilustre decano de Poço Redondo, inesquecível Alcino Alves Costa, em seu livro “Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico”, em sua 2ª edição, a partir da página 397 nos diz: “(...) Mas vamos ao que diz Panta de Godoy, soldado de Francisco Ferreira de Melo, tido como um dos heróis de Angico.


“...Qundo nós tava subindo i chegando nessas pedras , topemos com um cabra qui vinha apanhar água a umas deis braças, mais ou menos, di distância”. Nois corremo pra dentro, corremo dentro i quando chegamo na frenti u pouquinho, topei cum Maria Bonita que vinha apanhar água com uma bacia na mão”. “Aí, quando eu avistei ela; ela deu meia volta, correu e disse: -“Valha-me Nossa senhora!”. “Aí eu atirei nas costas dela e ela caiu. Nu qui ela caiu, ela fez corcunda e levantou-si i ia saindo i Antônio Ferro grito”:
- Cumpadi, sigura a bandida qui ela vai simbora!
“Eu dei outro tiro, na barriga dela, assim por ditrais, ela caiu i não levantou-si mais”(...)”.

O pesquisador, escritor e professor João de Sousa Lima, biógrafo da “Rainha do Cangaço”, Maria Gomes de Oliveira, a Maria de Déa, que passou a ser conhecida entre as companheiras e companheiros dos bandos de cangaceiros como “Maria do Capitão”, ou simplesmente, “Maria de Lampião”, que a imprensa da Capital do País, Rio de Janeiro, termina por dar-lhe a alcunha que a levaria a ser conhecida internacionalmente, “Maria Bonita”, em seu livro “A Trajetória Guerreira de Maria Bonita – A Rainha do Cangaço”, a partir da página 79, nos conta assim da morte de Maria: “(...) O tiroteio ainda rasgava a névoa fria da grota do Angico. Balas cruzavam, cortando o ar gelado do esconderijo descoberto.
O soldado José Panta de Godoy, da volante do aspirante Francisco Ferreira de Melo, foi o grande carrasco de Maria Bonita. Vem em partes seu depoimento:
-“Aí quando avistei cum ela (Maria Bonita), ela deu meia volta, correu e disse: “Valha-me Nossa Senhora! Aí eu atirei nas costas dela e ela caiu. No que ela caiu, ela feiz corcunda e levantou-se e ia saindo e Antônio Ferro gritô:
- Cumpadi, sigura a bandida que ela vai imbora!
Eu dei outro na barriga dela, assim por trais, ela caiu e não levantou mais.
Santo (o soldado Santo) cortô a cabeça de Lampião e adepois ele me empresto o facão pra mim cortar a cabeça de Maria Bonita. Nisso nóis fiquemo levantando a saia dela com a boca do fuzil, pra vê a caçola que era incarnada (vermelha).
No Borná de Maria Bonita tinha um pouquinho de ôro quebrado. Dentro dum pé de meia tinha uma base de um meio quilo de ôro quebrado. Era volta, ané...”.
Muitos afirmam que Maria Bonita ainda estava com vida quando foi degolada. Um dos que atestam esta afirmação é o doutor Antônio Silveira, que foi o médico especialista em cirurgia máxilo-facial e que trouxe as cabeças de Lampião e Maria Bonita de Maceió para Salvador. O médico disse que quanto às cabeças, observou-as, estudou-as e chegou a seguinte conclusão: Maria Bonita foi mesmo degolada viva(...)”.

Fora esses exemplos, e, diga-se de passagem, de autores, pesquisadores renomados sobre o Fenômeno estudado, existem vários outros livros de distintos escritores descrevendo essa mesma linha de narração e pensamento sobre a morte de Maria Gomes de Oliveira naquela manhã de uma quinta-feira aos 28 dias do mês de Santana de 1938, na Grota do Riacho Angico em terras da fazenda Forquilha no município de, hoje, Poço Redondo no Estado do Sergipe.
Notaremos em determinadas entre linhas de distintos autores em diferentes obras literárias a mesma prescrição de uma narração do soldado Panta de Godoy, aquele que tudo indica, realmente, quem matou Maria Bonita.

Ainda existe uma versão um pouco maluca em um dos livros do autor Frederico Bezerra Maciel, aonde o padre, mentirosamente, cria um cangaceiro chamado “Paturi” e que o mesmo se escondeu em uma loca de pedra e presenciou tudo, sem antes ser ele quem estava com Maria Bonita, arrumando às coisas para levantar acampamento. Absurdo total de um padre querendo contar uma história que ele queria que tivesse acontecido.
Mas, no momento, nosso maior foco é o que está escrito no mais novo livro do sociólogo, pesquisador e professor Frederico Pernambucano de Mello, “Apagando o Lampião – Vida e Morte do Rei do Cangaço”. Na página 275, o sociólogo nos transcreve uma nova ação do super soldado Santo. Aquele que estava amarrado ao coiteiro Pedro de Cândido e que deu um tiro de fuzil que jamais existirá outro igual.
Vejamos o que nos diz o autor: “(...) Nem bem cessados os tiros no salão da grota, Santo desce a ribanceira no primeiro momento e se aproxima da barraca de Lampião. Uma temeridade. O aspirante ainda grita, na tentativa de obstá-lo. A fumaça leva o afoito a tropeçar em cadáveres, embora deva tê-lo envolvido numa cortina de salvação, é de se imaginar. Chega ao pé da craibeira. Maria bonita, atingida por apenas um tiro transfixante dado pelas costas, à altura da omoplata esquerda, com orifício de saída sob a clavícula, pouco acima do coração – do qual “podia ter escapado”, ao que opinou Santo – queda-se no pé da árvore, “entre sentada e deitada”. Reconhecendo o amigo de outrora, a Rainha do Cangaço ensaia um meio sorriso e lhe dirige apelo, um filete de sangue se desprendendo do orifício da bala a cada palavra soprada: “Galeguinho, pelo amor de Deus, não deixem acabarem de me matar!”.
Noratinho e abdom se aproximam. Santo os contém. Abaixam-se os três para ouvir o que ela sussurra. Quando Santo bate mão de um cigarro para lhe oferecer, Zé Panta chega na carreira e atira por cima dos companheiros. Justifica “o direito de terminar de matar a bandida” por ter sido o autor do primeiro tiro que a alvejara, dado de cerca de quinze braças de distância, ruge para os companheiros.
Atingida no ventre pelo segundo disparo, a cangaceira tem apenas alguns momentos de vida (...)”.

Eita. A coisa está braba demais. Vejamos os contra tempo descritos nessa narração aloprada:
a) Toda narração feita até o aparecimento dessa versão, Maria Bonita é atingida no começo do tiroteio por dois tiros sequenciais.

b) Como descer em momento daqueles? A coisa estava ainda fervendo de balas, principalmente em sentido leito da grota. Grota e rios não possuem salão e sim leto ou calha.
c) Ele nada citou sobre o coiteiro que, segundo o próprio estava amarrado a ele no alto da barreira.

d) Maria chama-lo de ‘Galeguinho”? Em um momento daqueles estarem eles conversando, depois da chegada de mais dois volantes, Noratinho e Abdom, se agacharem e ainda continuarem a prosa até que ele, Santo, resolveu pegar um cigarro com a intenção de dar a Maria? Maria Bonita fumava?
e) Falou que Maria Bonita foi atingida primeiramente pelas costas, na altura da escápula esquerda e que a bala ao sair na altura da clavícula deixou um pequeno orifício por onde jorrava um pouco, filete, de sangue? Quinze braças são iguais a trinta metros. Um tiro de fuzil a trinta metros de distância, quando o projétil atingir o alvo, no caso as costas de Maria Bonita, ao sair na parte posterior teria arrancado quase que a frente total do tórax daquela infeliz.
Amigos, sinceramente, não sei o que diabos estão querendo fazer com a história do cangaço. Com certeza, assim espero, esses relatos tenham sido feito pelo soldado Santo, porém, deveria ter o escritor filtrado tanta mentira em vez de publicá-la. Soube por fontes confiáveis que esse depoimento do soldado volante estava com autor há muitos anos e que o mesmo não via meios lógicos de publicá-los. Estranho de uma hora para outra ter resolvido lança-los em um livro. Acredito que em sua fase derradeira, Pernambucano pecou fora da conta.
Espero compreensão e apoio dos ilustres pesquisadores para formarmos uma campanha contra tantas distorções dos fatos históricos.

Obs.: Todas as transcrições foram feitas completamente como se encontram nas páginas dos livros.

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A MORTE DE JOSÉ PAULO BEZERRA PRIMO DE LAMPIÃO

Por José João Souza

Em uma perseguição ao bando de Lampião no ano de 1926, chegaram à cidade de Flores PE, o Tenente José Guedes e o Sargento Clementino Quelé da polícia paraibana. Em Flores, os paraibanos receberam reforço do Anspeçada Manoel Teotônio de Souza, com nove praças. De Flores, os paraibanos seguiram para o distrito de São João dos Leites, onde prendeu um homem por nome de Adriano que, depois de um longo interrogatório, confessou vir do povoado de Roças Velhas, localizado na aba sul da Serra Grande, para ali fazer compras para Lampião e seu grupo. Também foi preso em São João dos Leites, José Paulo, primo de Lampião. No dia seguinte, a Força levantou acampamento, conduzindo presos Adriano e José Paulo. Em Roças Velhas, a Força não encontrou o bando, Lampião desconfiado com a demora do portador Adriano, concluiu que fora preso. Retirou-se rumo à Serra Grande, para onde avançou a Força. No pé da Serra, viram que os cangaceiros haviam subido a mesma, a Força seguiu na pista. A certa altura, os soldados caíram em uma emboscada, ficou feridos, nos primeiros tiros, o bravo Anspeçada Manoel Teotônio, que foi atingido na clavícula esquerda, saindo o projétil em cima "da pá".
Devido à má posição, a Força recuou, ficou no alto da Serra apenas o Anspeçada Teotônio que, só a muito custo, arrastando-se conseguiu distanciar-se do local. Quando já distante, julgando-se fora de perigo, levantou-se. Foi novamente alvejado e atingido em uma perna, caindo fortemente ferido. Sua salvação foi o soldado pernambucano Pedro Miguel do Nascimento, que vendo o superior com a vida em perigo, enfrentou os inimigos com bravura no sentido de salvar a vida do companheiro. Dizia Manoel Teotônio que devia sua vida ao soldado florestano Pedro Miguel do Nascimento. No referido fogo, foi morto pela polícia paraibana, o primo de Lampião, o prisioneiro José Paulo Bezerra.
Depois do recuo da Força, Lampião seguiu em direção das Ribeiras de Caiçarinha, Cipó e de São João do Barro Vermelho. Na Ribeira do Cipó, Lampião chegou à residência de Artur Leão, pediu água e perguntou se Artur já sabia quem tinha morrido, Artur respondeu que não, Lampião disse que foi seu primo José Paulo. Havia sido morto pela polícia paraibana em um fogo travado na Serra Grande. Quando Lampião deu a notícia da morte de seu primo, às lágrimas lhe rolaram nas faces. As mesmas enxugavam com um grande lenço preto, que conduzia no pescoço. Exclamou Lampião que, na realidade, era um bandido, mas que o primo não era, e sim um homem muito calmo e muito trabalhador, que nada tinha a ver com a vida infeliz dele. Adiantou mais que, tudo aquilo só se queixava de José Saturnino e dos Nogueiras que, se morresse sem dar fim àqueles pestes, sabia que iria para o inferno.
Ainda no Cipó, na residência de Cassiano (Quelé do Cipó), o Capitão Virgulino disse que estava seriamente contrariado com a morte do primo José Paulo. Ainda falou em José Saturnino e nos Nogueiras, pois era só de quem se queixava, porque tinha sido eles que o levaram para aquela infeliz, triste e desgraçada vida. Um dia teria de vingar-se de tudo. Quelé muito o aconselhou, pedindo calma, que se conformasse com a sorte. Respondeu Lampião: "E, ti Quelé, o que tenho sofrido e passado na vida, não posso ter mais calma. Não posso ter mais paciência, nem também posso perdoar inimigo. Por causa de tudo aquilo, perdi na pior miséria, o meu irmão, e agora estão matando os primos, que nada tem a ver com minha vida". Findo o fogo, o Tenente José Guedes, com o seu auxiliar, o Sargento Clementino Quelé e o famoso rastejador paraibano, soldado Belo Apolinário, regressaram a Flores e dali a Princesa Isabel PB.
Fonte: Memória de um Soldado de Volante
De: João Gomes de Lira

Na Foto da Família Ferreira, José Paulo é o número 1.


Foto da sepultura de José Paulo no cemitério da fazenda Santana, distrito de Caiçarinha da Penha, Serra Talhada PE, foi construída a mando de Lampião.

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