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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

JAGUNÇO BERALDO, O TRISTE FIM

Por Rangel Alves da Costa*

Beraldo, o jagunço, tentava a todo custo esconder uma lágrima teimosa. Mastigou e depois engoliu o toco do cigarro de palha, levantou a mão grossa e suja de terra e pólvora até os olhos, deu uma cusparada e levantou do tronco de pau.

Estivera sentado por mais de uma hora, na malhada de casa, debaixo de uma quixabeira. Ali o seu confessionário, o local onde procurava se reconhecer como gente, conversar consigo mesmo, se atormentar de doer no juízo. Mas sempre tendo de lado seu instrumento de trabalho para o caso de investida do inimigo. E eram muitos, sabia.

Mas talvez nem tivesse sequer um só inimigo. Matava de emboscada, de tocaia, de traição, atirando de dentro das moitas ou dos tufos fechados na mataria, de modo que ninguém podia reconhecer o rosto de quem atirava, do jagunço.

Os inimigos estavam na mente. Mesmo sua consciência rude e brutal não o fazia desconhecido das tantas maldades praticadas, das tantas vidas tiradas nas curvas das estradas e veredas sertanejas. Por isso mesmo que suas vítimas permaneciam como fantasmas atormentando.

Levantou, olhou de canto a outro, ergueu suas mãos em direção ao sol e avistou os próprios dedos como inimigos. Por causa daquelas mãos e daqueles dedos havia feito tanta maldade, praticado crueldades indescritíveis. A mão levantava a arma, ajeitava, fazia deitar no braço, na mira do olho, para depois os dedos cuidarem de fazer o resto. Bastava um tiro só, no meio da testa.

Quantos já havia matado, dez, vinte, cinquenta? Agora não importava a quantidade de vítimas, o número de pessoas, até mesmo inocentes, que rolaram ensanguentadas após seu tiro certeiro. Bastaria um, um só homem derrubado para ser assassino do mesmo jeito, principalmente pela covardia da tocaia, quando não se dá nenhum direito de defesa ao outro.


Era jagunço, matador, perigoso, bandido sertanejo, sabia disso. Desde o primeiro que derrubou até aquele morto ainda naquela manhã, jamais conheceu a motivação de ter de fazer assim, de tocaiar, esperar, atirar e derrubar. Jamais perguntou ao mandante, ao coronel seu patrão, a justificativa dessa ou daquela morte. Recebia a ordem de matar e cumpria, apenas isso.

O coronel seu patrão era quem ordenava, quem dizia quem e quando deveria morrer. A culpa pelas mortes era do seu patrão? Não, de jeito nenhum. O patrão tinha seus motivos, suas inimizades, seus desafetos e interesses, mas quem puxava o gatilho era ele, o jagunço. Então a culpa era sua.

E várias culpas. Como é que se leva uma vida inteira matando gente sem ganhar o suficiente nem pra manter uma família? Como é que ficava horas, o dia inteiro e até dias esperando alguém para matar e sequer sabia o que tinha feito para merecer tal destino? Como é que não havia abandonado aquela vida terrível desde muito tempo?

Então a culpa era sua. Já envelhecido, com sangue na alma, no corpo, nas mãos, em todo lugar, não havia riacho de água benta que lavasse tanta impureza num homem só. Não conseguia dormir ouvindo seus próprios tiros, não fechava os olhos para não surgirem aqueles mortos sobre a terra espinhenta. E também já não suportava ter serventia apenas como matador.

Culpa sua ou daquelas mãos, daqueles braços, do seu olho que mirava para apertar o gatilho? Tanto fazia, pois tudo do seu corpo sujo, imundo, corrompido, cruel assassino. E o que fazer depois que o seu patrão lhe mandasse embora com um pé na frente e outro atrás? Nada.

Já estava velho demais, precisava viver, mas viver qual vida, se a seu lado só apareciam aqueles fantasmas terríveis? Não, não ia apontar a arma para própria cabeça e apontar. Tinha que pagar o pecado no sofrimento, e aqui mesmo na terra. Mas não ia ser mais jagunço, havia decido.

Mas não podia deixar de ser jagunço. Aquela era sua vida, sua sina. Então chorou de soluçar. Depois subiu no cavalo e rumou em direção à fazenda do patrão. Tinha de prestar contas da última tocaia. Por isso mesmo levava as orelhas do morto no bolso.

No meio do caminho resolveu voltar. Voltou e sentou no mesmo tronco para esperar o que certamente aconteceria. Seu patrão mandaria outros jagunços no seu encalço para saber do resultado. Então entregaria as orelhas do morto e daria por realizado o seu trabalho. O último.

Mas ninguém apareceu. No dia seguinte e ele continuava lá, sentado, com a face crispada, olhos sem cor, mastigando uma das orelhas. Estava louco. E assim morreu, engasgado com a outra orelha.

Poeta e cronista

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ESTUDANTES PESQUISAM NO RIO COM OS GUARDIÕES

Por Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2014. - Crônica nº 1.255

Atendendo a ofício enviado pela direção da Escola Municipal de Educação Básica São Cristóvão, a AGRIPA procurou atender aquele estabelecimento de Ensino dentro das suas possibilidades. 

FILA INDIANA NA TRILHA DE PESQUISA. (Foto: Clerisvaldo).

É que estudantes do 5º ano iriam pesquisar o rio Ipanema para elaboração de trabalhos em equipes com a finalidade de apresentações futuras. Vendo que a árvore de conscientização ambiental plantada há um ano com sua fundação em defesa do Rio Ipanema e mais, continua produzindo doces frutos, o presidente em exercício Clerisvaldo Braga das Chagas, consultou os guardiões.

FERREIRINHA DEIXA A PLATEIA ATENTA. (Foto: Clerisvaldo).

Foram designados o próprio presidente, mais os guardiões Ariselmo Melo e José Cícero Ferreira, o Ferreirinha, para acompanharem a comitiva.

Numa curta e gratificante viagem em ônibus escolar, o alunado sob a responsabilidade das professoras Edilene, Jailma, Sílvia Maria e as coordenadoras pedagógicas, Vandete e Josilma e, os três guardiões, o transporte seguiu no meio da tarde ensolarada rumo ao rio periódico Ipanema, no dia de ontem (04). Além de cantos e cantos alegres dos estudantes no ônibus, as trilhas a pé visando atingir o ponto desejado foi motivo de festa.

TODOS QUEREM SABER SOBRE O RIO IPANEMA. (Foto: Clerisvaldo).

Caderno de anotações ao alcance, os alunos perguntavam anotavam, tiravam fotos e recebiam instruções sobre a natureza viva e as ações do homem.

Quando o Sol baixou mais na serra da Remetedeira, as professores recolheram a garotada e todos voltaram às nossas bases com o dever cumprido.

E por falar em AGRIPA, o presidente em exercício Clerisvaldo Braga das Chagas, convocou para hoje à tarde, através de EDITAL, uma Assembleia Geral para deliberar sobre a renúncia do seu presidente Sérgio Soares Campos, a formação de nova diretoria e discussão sobre dias das sessões.

O encontro está previsto para logo mais às 17 horas na sede provisória da Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA, à Rua Marechal Castelo Branco S/N, no Bairro São José, em Santana do Ipanema.



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“LUCAS, O ESCRAVO SALTEADOR”...


Em 25 de Setembro próximo, completa 165 anos da morte do famoso bandido Lucas da Feira, razão pela qual resolvi trazer para deleite e reflexão dos amigos, algumas considerações sobre este importante personagem da história do banditismo nordestino, as quais extraí do excelente livro - “A Pena de Morte em Sergipe”, do historiador sergipano, Pedrinho dos Santos.

“LUCAS, O ESCRAVO SALTEADOR”

Os vários escritores que até os dias de hoje se têm preocupado com a história do salteador baiano, Lucas da Feira, acabam sempre por defini-lo como o mais temível de todos os bandidos do Brasil.

Filho dos escravos Inácio e Maria, Lucas Evangelista nasceu 1804, na fazenda Saco do Limão, de propriedade da fazendeira Antônia, na vila da Feira de Santana, na província da Bahia.

Com a morte dessa rica proprietária, Lucas, ainda menino, passou para o domínio do padre João Alves Franco, senhor de escravos, um dos principais herdeiros da falecida Antônia.


Em 1819, com o corpo já constituído para o trabalho, Lucas foi apresentado pelo padre Franco a um amigo carpinteiro, a fim de que o menino se tornasse mestre naquele ofício e, assim, pudesse ganhar a vida de modo honesto, fazendo serviço decente e lucrativo.

Não demorou muito tempo para o padre Franco cair na real. Lucas não queria nada com o trabalho. Fugia da oficina a todo instante. Batia nos colegas aprendizes. Brigava com os companheiros e ameaçava se medir com os mestres da oficina de trabalho.


Continuadamente o padre tentava consertar o menino sob a inspiração da palavra cristã. Não havia jeito para os conselhos surtirem o efeito desejado. Parecia a luta do bem contra o mal. Às vezes, quando chamado pelo padre para uma conversa tête-à-tête, cara a cara, o menino dava as costas, saía pelo outro lado da casa deixando o padre sozinho, a falar com as paredes. E não foram poucas as vezes que o sacerdote teve de almoçar lagartixa, calango, lagarto, minhoca, pata de cachorro, rato caseiro e outros bichos atirados na fervura da panela, pela mão maldosa de Lucas.

Vítima de tanta maldade e já cansado das mil diabruras do menino, o padre pediu ao delegado a prisão do seu escravo menor.

Negro sagaz, Lucas arrombou a porta da prisão e, em liberdade, deu umas boas bordoadas na escrava empregada do padre Franco e sumiu no mato, passando a viver por muito tempo escondido, comendo o que podia achar ao alcance das mãos. Depois, premido pela necessidade de estar sempre saindo de um lugar para outro, fugindo da caça dos feitores, passou a assaltar as pessoas que iam fazer compras na feira da vila de Santana.

Como esses assaltos acabavam geralmente numa briga corporal, em virtude sempre da resistência do assaltado, Lucas passou a matar suas vítimas a facadas ou a pauladas e, assim, a formar um rosário de crimes. Com a sucessão desses crimes, alguns narrados de forma horrorosa e sinistra, pouco tempo depois, o nome de Lucas repercutiu tenebroso por todos os cantos da província da Bahia e se estendeu por algumas regiões do norte do país como Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Sendo procurado pela polícia baiana que desejava levá-lo à forca, Lucas procurou esconder-se num dos vários quilombos do território da Bahia. Célebre e temido, cedo se tornou chefe quilombola com escravos a seu dispor, para assaltar e assassinar aos que o resistissem.


Constantemente perseguido, com os caminhos vigiados e boa parte dos comparsas em debandada, com receio de uma matança policial, Lucas passou a proteger-se nos lugares de difícil acesso, fato que lhe dificultava nos assaltos tão necessários ao viver daqueles que, indiferentes ao perigo que corriam, continuavam em sua companhia.

Para fugir do cerco policial e ser esquecido da memória dos moradores da Feira de Santana, Cachoeira, Pedra do Descanso, Catumby, Jacuípe, Santo Antonio, Lagoa Salgada, São José, Registro, Canavieiras, Lagoa do Furno e São Vicente, localidades por andava “aprontando”, Lucas embrenhou-se pelo fechado das matas do norte da Bahia, atingindo em sua fuga desesperada, as terras do limite sul da vizinha província de Sergipe, aonde praticou um dos seus principais atos de violência contra um senhor de engenho acusado de ter estuprado, em sua propriedade, uma negra liberta vendedora de cigarro e de rapé, da vila de Lagarto, fato ocorrido entre os anos de 1844 e 1845, conforme Manoel Pedreiro, natural da mesma Feira de Santana que, em fins da década de 1950, sentado na calçada de sua residência, contava para os estudantes a história de Lucas e de outros facínoras da Bahia.

Com a repercussão do acontecimento, consequência lutuosa daquele evento, senhores de engenho, proprietários rurais e capitalistas, formaram uma escolta particular – “uma liga criminosa” -, constituída pelos soldados das delegacias da região, por escravos, capitães do mato, índios viciados da tribo de Água Azeda e por jovens ociosos, maconheiros e desocupados, para finalizar as vidas de Lucas da Feira (...) e trazer de volta, amarrados como uma corda de caranguejo, todos os escravos fugidos da região sul da província.

Pressionado por essas manobras que visavam matá-lo a qualquer custo e, consciente, sobretudo, que o tempo de sua estada nos limites de Sergipe já se fazia suficiente para o esquecerem na Feira de Santana, pôs fogo em todos os casebres do quilombo e cavalgou de volta ao rincão natal, onde deixara, sob encomenda, pouco mais de uma dezena de crimes para fazer.

Coitado do Lucas! Iludido, logo percebeu que o seu nome não estava esquecido da memória do povo. Pelo contrário. Construíram em torno dele uma auréola de histórias e um volumoso compêndio de anedotas e maldições. Pelas ruas, sítios e os mais distantes logradouros, já andavam cantadores e violeiros, em duplas, lembrando o perfil criminoso do salteador. Diziam verdades e mentiras, coisas estapafúrdias. A Lucas atribuíam todos os crimes, todos os roubos e furtos. Todos os estupros. Todos os pecados do mundo. A ele dirigiam os grandes e pequenos males. Todos os desastres ocorridos no quadrado da Bahia eram atribuídos a Lucas. Comentavam, inclusive, que ele praticara para mais de 150 assassinatos e um montão de defloramentos.

Ante esses comentários que tomavam a atenção e metiam medo, Lucas procurou proteção ocultando-se do olhar das ruas, indo ocupar o interior das matas, para se livrar da polícia e executar assaltos nas estradas de Tanquinho, Capoeiruçu, São José de Itapororocas, Riachão do Jacuípe, Santa Bárbara dos Humildes, Oliveira dos Capuchinhos, Santo Amaro e outras localidades.

Astuto nas estradas de leito arenoso, onde os passos não podiam ser ouvidos, Lucas criou um primitivo sistema de alarme, que consistia em cipós ardilosamente camuflados, em cujas extremidades ele pendurava chocalhos tirados dos animais. Assim, quando o descuidado tocava num daqueles cipós, Lucas saía da toca para assaltar sua presa. Para saber a direção que o viajante tomava, se andava para Feira de Santana ou dela estava se retirando, Lucas inventou outro sistema rústico de aviso, com gravetos escondidos e bem armados sob a areia.

Assim que os assaltos se tornavam sucessivos, com o cometimento de atrocidades, a polícia empreendia novas e vigorosas diligências. Proprietários agrícolas e donos de engenhos reuniam-se nessas ocasiões a dezenas de escravos e a voluntários que, armados para combater o procurado, saíam à procura de Lucas por todos os recantos da Bahia.

Várias foram as investidas para prender ou matar o facínora. Às vezes, conseguiam prender um ou outro escravo fugido dos engenhos. Aí, então, para disfarçar os tantos insucessos daquelas diligências, saíam com o preso à frente da escolta, anunciando pelas ruas tratar-se de um perigoso elemento da quadrilha de Lucas da Feira.

É certo afirmar, porém, que em duas ou três dessas investidas, as escoltas conseguiram prender dois dos temíveis componentes da quadrilha do salteador: Floriano e Januário, que após sumário julgamento foram levados à forca. Numa outra oportunidade, o salteador Nicolau e uma negra escrava, ambos do mesmo, após bando, foram presos quando tentavam assaltar algumas pessoas. O povo “morrendo de raiva”, após guilhotinar o escravo Nicolau, saiu arrastando o corpo sem cabeça pelas ruas do vilarejo, anunciando o prazer da justiça feita com as próprias mãos.

Assim, depois de horas e horas de exibição do tronco sendo arrastado pelas pernas e braços, de discursos e palavras de louvação aos reclames da justiça, o corpo de Nicolau, pendurado num pau, foi atirado a labaredas que crepitavam de uma fogueira armada logo depois da prisão do negro quilombola.

Prêmios e mais prêmios eram oferecidos a que desse a menor informação sobre o paradeiro de Lucas ou o capturasse em qualquer lugar. Avisos, boletins e proclamações eram afixados nos lugares públicos da velha província. Nada se conseguia. Um chefe de polícia, Francisco Gonçalves Martins, cercado e cobrado pela população intranqüila, chegou a oferecer a importância de quatro contos de réis, para quem se aventurasse a prender e levar o salteador à prisão da capital.

Certo dia, porém, um negro assassino de nome Cazumbá, preso na cadeia pública da Bahia, ao saber desses “oferecimentos” e da vantajosa oportunidade que se oferecia para ele, apresentou-se para caçar Lucas da Feira, exigindo, em contrapartida, ser dispensado do restante da pena que cumpria e receber, também, a premiação do governo provincial.

Firmado o acordo entre governo e o bandido, este constitui sua “empresa de facínoras” para cair no mato à procura de uma pegada, de uma pista que o levasse diretamente ao covil do colega celerado. Não se tem o número exato dos dias e nem a soma do dinheiro público gastos para efetuar a caçada ao facinoroso Lucas da Feira. Sabe-se, porém, que durante vários dias e longas noites, Cazumbá “atravessava cidades, estradas poeirentas, subia e descia morros, transpunha campos e chapadões, até que, numa segunda-feira, 24 de janeiro de 1848, à tarde, avistou a fera num lugar chamado Pedra do Descanso”.

Desguarnecido de suas armas e mais intimamente de sua proteção espiritual (...), Lucas, que acabara de tirar uma pestana, foi atingido por um dos tiros disparados por Cazumbá e sua gente.

Mesmo gravemente ferido, conseguiu correr e manter-se vivo. Cazumbá não quis perseguir o fugitivo por dentro do mato. Achou perigoso e, prudentemente, decidiu voltar para organizar uma nova caçada, com mais gente e mais armas de fogo.

Dias depois, encontrado dentro de uma grota com uma mulher que cuidava do seu ferimento, sem nenhuma força física para resistir a um grande confronto com homens armados, Lucas, após ser novamente ferido por uma bala, caiu sentado aos pés dos caçadores. Foi conservado vivo porque necessitavam que ele mesmo declarasse ser o real criminoso, o temível escravo procurado pela polícia.

Transportado numa rede até Feira de Santana, a prisão de Lucas foi festejada na Bahia inteira. Por onde a escolta passava conduzindo o preso, os sinos das igrejas repicavam em regozijo e muito louvor, foguetes subiam aos céus e, em algumas cidades, organizavam-se bailes comemorativos e outras festas que atravessaram as madrugadas da Bahia.

Recolhido à cadeia pública de Feira de Santana, com o braço já amputado, Lucas foi enforcado no Campo do Gado na manhã do dia 25 de setembro de 1849, aos 45 anos de idade.

Depois da execução, como é de costume do povo brasileiro, o imaginário começou a trabalhar o seu fabulário, com a narração de estórias, declamação de versos poéticos, exacerbação do preconceito racial por parte dos intérpretes da sociologia burguesa, publicação massificada de cordéis e o tocar de violeiros em desafios nos espaços das ruas e logradouros públicos da Feira de Santana. No meio rural e nos cafundós, o povão saiu a afirmar que Lucas jamais roubou para si, mas para os pobres; e que só matava a quem o ofendia ou quando caçado, em defesa da própria vida. Portanto, Lucas era uma justiceira, roubando dos ricos para oferecer aos pobres. Ou como bem analisou Jackson da Silva Lima, um dos mais respeitáveis estudiosos da cultura popular do Brasil. Para uns, Lucas da Feira não passou de um bandido desprovido de alma, autor de crimes que estarreceram o país. Para outros, porém, “uma espécie de Hobin Hood, paladino e vingador dos humildes...”

Para Thomé de Moura, Lucas, além das mãos que o denunciavam como assassino, era de tamanho médio, cabelos carapinhos, olhos malaio, que nascera assassino, tendo nos pulmões “o ar mefítico das senzalas, onde, em tão larga escala, se desenrolavam os tristíssimos quadros da escravidão”.

É certo que o estudo deste escritor é visceralmente preconceituoso e nele reflete, sobretudo, as teses nefastas da superioridade racial que, infelizmente, encontraram adeptos naquele instante da história do Brasil. Portanto, para Thomé de Moura, Lucas, por ser negro e escravo, era uma espécie muito feia. Além dessa fealdade, sustentava aquele autor, Lucas carregava com ele o pior de todos os defeitos: a ferocidade de um cruel assassino, portador “de uma ignorância profunda, um verdadeiro monstro saído dos antros da escravidão, e, portanto, um exemplar aperfeiçoado dessa classe de gente que não tem senso moral e para quem não existe o que é belo, sublime e santo”.

A vida de Lucas da Feira teve fim com a corda esticada no pescoço, no Campo do Gado. Talvez não fosse ele um criminoso sanguinário. Há, em alguns momentos de sua vida, pegadas de sentimento e de retribuição. Tinha, como bem afirmou Serafim Franca, a armadura de um vingador. Revoltou-se contra o maldito instituto da escravidão, contra as iniquidades, contra os inclementes castigos impostos à raça negra, aos seus irmãos e irmã martirizados nas senzalas, caçados nas matas para a representação do ato maior da justiça burguesa e parcial do Brasil: a execução de negros escravos.

Obs.: Das notas de pé de página, transcrevo apenas esta: “Não encontramos nos arquivos da Bahia e de Sergipe, um só documento que atestasse a presença do salteador Lucas da Feira na província de Sergipe. Há, tão somente, ofícios expedidos pelo presidente da província da Bahia rogando que se intensificassem as investigações para identificar a presença do salteador em terras sergipanas.”

Imagens: Capas do Livro e retrato imaginário de Lucas da Feira, da iconografia apresentada.

Fonte: facebook

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O cantor João Mossoró fará show amanhã no Rio de Janeiro


O cantor João Mossoró estará se apresentando neste sábado (dia 6 de Setembro), no Mercadão Cadeg, no Restaurante
"CANTINHO DAS CONCERTINAS",
no Rio de Janeiro.
UMA FESTA PORTUGUESA
Prestigie o artista participando desta grande festa
 Acesse o site do cantor João Mossoró e ouça suas belas músicas.
http://www.joaomossoro.com 


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Eu fui Edmar Leitão (primeira parte)


Texto do jornalista Sebastião Vicente*

Edmar Leitão era um ás com uma pistola na mão. Corriam os anos setenta quando ele surgiu com sua sombra viril recortada contra o alaranjado de um pôr do sol num lugar qualquer do sertão. Edmar Leitão metia medo até em alma. Qualquer valentão se desmanchava de pavor quando encontrava Edmar Leitão. Edmar Leitão escrevia suas iniciais a bala nos paredões das casas onde moravam os homens que estavam marcados para morrer. Homem que seriam mortos por ele, era só uma questão de tempo. De dias ou de horas. Edmar Leitão usava óculos rayban, calças jeans, cinto de fivela dourada e no peito um medalhão como o de Roberto Carlos. Embora fosse bandido, Edmar Leitão parecia artista de filme faroeste. Edmar Leitão lembrava John Wayne e Jerônimo, o herói do sertão. A diferença é que o artista nunca morre. Mas Edmar Leitão era um bandido tinhoso e só morria no final. Edmar Leitão era uma pistola com um ás na mão.

Agora mesmo, Edmar Leitão está entrando na cidade para cumprir mais uma missão. Seu andar é gingado e ele tem uma cicatriz na face esquerda que o sertão inteiro conhece. Ai de quem cruzar com aquela cicatriz. Na rua de barro batido onde se inicia a cidade, Edmar Leitão pisa com gosto no esgoto a céu aberto que empesta o ar. As botas de Edmar Leitão são à prova de micróbios. A expressão no rosto de Edmar Leitão é a dos facínoras que empestam o cinema americano. Uma mosca varejeira insiste em perturbar a paz de espírito de Edmar Leitão. Ele acerta a mosca com um peteleco e segue seu caminho. A pistola de Edmar Leitão já lhe formou uma cavidade na barriga. A depressão lhe provoca uma incômoda dor no estômago, mas Edmar Leitão não liga.

Uma criança suja e vestida apenas com uma camiseta que cobre a barriga enorme se aproxima inocentemente de Edmar Leitão. Ele tira a mão direita do bolso e parece que vai fazer um carinho nos cabelos louros da criança. Mas ele fecha o punho e dá um tremendo cascudo no couro cabeludo do menino, que corre e entra chorando na primeira porta que encontra. Edmar Leitão avança e logo percebe que há outras pessoas em seu caminho além da criança. Agora ele já entrou na cidade. Homens conversam numa birosca. Adolescentes jogam bola num campinho improvisado. “Vai, Rivelino!”, grita um adolescente. Um homem vem dirigindo uma Rural. “Ê, bicho cangueiro”, ri um homem recostado no balcão da birosca. Parece que ninguém ainda se deu conta da presença de Edmar Leitão. Mas Edmar Leitão sabe se fazer notar. Ele vem caminhando e de repente para. Ergue o queixo, abre as pernas e leva a mão ao coldre (a cavidade natural que criou na barriga) como se fosse duelar.

Homens e adolescentes de repente começam a se afastar. De repente, não. No início, eles caminham lentamente na direção das casas da rua. Logo apressam o passo. Apressam mais. Agora correm e mal veem a hora de fechar as portas por trás de si. Edmar Leitão está na área. Ninguém é louco de facilitar.

Agora a rua está deserta. Edmar Leitão só tem a companhia de sua própria sombra. Ele continua parado, queixo erguido, pernas abertas, mão no coldre de carne. Olha para a direita e faz uma pausa. Olha para a esquerda e novamente para. Edmar Leitão fareja seu alvo e não o encontra. A cidade é maior do que ele imaginava. Ele terá que caminhar um pouco mais para encontrar seu alvo. Edmar Leitão é esperto e corajoso, mas agora tem a boca seca e resolve se refrescar.

Edmar Leitão vai até a birosca e pede um trago ao moleque que atende os fregueses. Com as mãos tremendo, o moleque mal consegue despejar a pinga no copo ensebado que entrega a Edmar Leitão. O moleque acha que o ato de servir um trago de cachaça a Edmar Leitão será seu último feito sobre a terra e percebe o quanto foi inútil a sua existência. Mas Edmar Leitão não tem tempo de se preocupar com a inutilidade de uma vida que não tem por que tirar. Edmar Leitão não sabe exatamente por que tem simpatia por tirar a vida de uns e não a de outros. Só sabe que não resiste ao poder dessa simpatia. Edmar Leitão mata por dinheiro, mas também por antipatia. Muitas vezes ele mata apenas para se livrar de um incômodo qualquer. Edmar Leitão se pergunta a si mesmo, enquanto bebe a cachaça, por que não matou a criança buchuda que o abordou na entrada da cidade. Edmar Leitão acaba de beber a cachaça e não encontra uma resposta. Ele limpa a boca com as costas da mão e se sente pronto para seguir em frente.

Edmar Leitão avança por uma rua onde ainda não notaram sua presença. Mas não demorarão a notar. Um homem espanca uma mulher da vida bem ao lado da calçada por onde Edmar Leitão passa. A mulher grita de dor com a sova que recebe do homem. Ele a chama por nomes feios e ao redor um punhado de moleques se diverte com a cena. A mulher parece fraca e doente. Seus gritos são agudos. Sem a menor chance de resistir, ela percebe a presença de Edmar Leitão e seu olhar de cacto. Aos olhos da mulher, Edmar Leitão parece com um santo ou um doutor. Ela fixa o olhar no olhar de Edmar e grita por socorro. Edmar Leitão leva a mão à barriga. O homem percebe e para de bater na mulher. Os moleques batem em retirada. A mulher continua gritando por socorro. Edmar Leitão, irritado com o alarido, dispara três tiros na cabeça da mulher e segue seu caminho.

* Sebastião Vicente, ou apenas Tião, é natural do Rio Grande do Norte, iniciou a carreira de jornalista em Natal e deu continuidade a ela em Brasília. Depois de trabalhar em diversos veículos impressos e de TV, virou servidor público e agora edita programas na TV Câmara. Ele pode ser lido também no blog Sopão do Tião.

http://facadax.com/2007/02/22/eu-fui-edmar-leitao-primeira-parte/



Informação do http://blogdomendesmendes.blogspot.com Edmar Nunes Leitão era um bandido do Rio Grande do Norte, e fazia seu nome atirando nos muros. - Infelizmente o nosso blog não dispõe da foto do Edmar Nunes Leitão ou Antonio Letreiro.

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Lampião e suas ordens


"Não podendo falar com o dr. chefe, a senhora amanhã diga a ele que o que eu queria dizer era só isto: que me trate bem como eu tô tratando o irmão dele". 

Lampião com a funcionária do telégrafo em Capela, no Estado de Sergipe, quando não conseguiu enviar um telegrama por ser meia-noite, para o chefe de polícia do Estado, dr Heribaldo Dantas Vieira, irmão do intendente municipal de Capela, major Antão Corrêa (major Correinha), isto em 29 de Novembro de 1929.

Fonte: facebook

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Nasciso Dias e Dr. Antonio Amaury Corrêa de Araújo

Por Narciso Dias

Antonio Amaury Corrêa de Araújo, o precursor dos estudos e pesquisas do cangaço. Há muito já se escrevia sobre a temática, porém, só a partir de Amaury com incansáveis anos de pesquisas, despertaram-se o interesse de acadêmicos e curiosos em pesquisar e escrever com maior profundidade sobre o banditismo rural e suas consequências. Muito me honra ter a admiração e respeito de um dos maiores escritores e pesquisadores do cangaço no Brasil.

Grande abraço mestre!
Nasciso Dias

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Vídeo sobre Lampião, Maria Bonita, Dominguinhos e Luiz Gonzaga


No arquivo Record, conheça um pouco mais da história de Lampião e sua amada companheira Maria Bonita. Os reis da sanfona Dominguinhos e Luiz Gonzaga. A irreverência dos roqueiros da jovem guarda. E os líderes que dedicaram a vida em busca da paz. Veja!

http://noticias.r7.com/videos/arquivo-record-conheca-a-historia-de-lampiao-o-rei-do-cangaco/idmedia/4e2359223d14613cbb0785d0.html

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Foto após a chacina de Angico - Sergipe


Dias após o massacre em Angico, o corpo no chão decapitado, seria o de Maria Bonita.

O primeiro à esquerda da foto que está marcado com uma seta, é o famoso coiteiro de Lampião, o Pedro de Cândido, que segundo a história cangaceira, foi o responsável pela morte de Lampião, Maria Bonita, 9 cangaceiros e 1 policial chamado Adrião Pedro de Souza.

A história diz que o famoso coiteiro de Lampião, o Pedro de Cândido faleceu no ano de 1940, e foi uma morte cheia de mistérios. Uns afirmam que foi queima de arquivo; outros dizem que ele foi assassinado porque virava lobisomem (dizem. Eu, não!). Mas o mais correto é que foi mesmo queima de arquivo. 

Adrião, Abel, José Araújo, e Antonio Vicente em 17.11.1936 - Esta foto pertence ao acervo do escritor Antonio Vilela

O segundo, à esquerda, logo abaixo do Pedro de Cândido, é o seu irmão Durval Rosa, que também fazia alguns mandados para o rei do cangaço, o Lampião. Se Durval Rosa fazia mandados para o poderoso chefão do cangaço, claro que também era coiteiro do bando de cangaceiros de Lampião.

Fonte: facebook
Página da 1ª foto: Severino Barros Barros

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O CANGACEIRO JESUÍNO BRILHANTE


Clique neste link para você acompanhar a vida de Jesuíno Alves de Melo Calado, o famoso Jesuíno Brilhante: 

http://tokdehistoria.com.br/2011/05/19/a-gruta-do-cangaceiro-jesuino-brilhante-patu-rn/


O cangaceiro Jesuíno Brilhante era natural de Patu, no Estado do Rio Grande do Norte.

Veja o filme completo.

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Os velhos professores de Mossoró - 18 de Agosto de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

Sempre senti por meus professores um misto de respeito e veneração. Respeito pela sapiência, pelos conhecimentos acumulados, fruto de muito estudo e muita pesquisa; veneração pela abnegação, pelo desprendimento, pela disponibilidade e prazer de repassar esses conhecimentos para outros. Relembraremos, neste texto, alguns desses abnegados que atuaram numa Mossoró do passado, deixando para o futuro o legado do seu trabalho. 
               
A mais antiga notícia que temos da existência de uma escola em Mossoró é a do professor Pinto Brasil, que aqui se instalou por volta do ano de 1835, portanto em pleno regime regencial. Por essa época, o então povoado de Santa Luzia do Mossoró não passava de um pequeno grupamento de casebres, sempre abalado pelas lutas e violência de bando de homens em armas, que infestavam a região, trazendo intranquilidade aos rudes moradores do lugar. Esse é mais ou menos a descrição que Henry Koster fez em suas crônicas, quando por aqui passou no fim do ano de 1810. Apodi sim, era considerada uma cidade de certa importância. Mas foi no povoado de Santa Luzia que o professor José Rodrigues Pinto Brasil instalou a sua escola, tendo matriculado, no primeiro semestre de 1835, 31 meninos enquanto que no segundo semestre foram apenas 29 matriculados. A bem dizer, foi esse “mestre-escola” que implantou o ensino público em Mossoró.
               
No ano de 1843 encontramos registro do professor Francisco de Paula Rodrigues de Paiva, como professor no povoado de Santa Luzia do Mossoró.
               
Em 1853 chegou do Assú o professor José Alexandre Freire de Carvalho e passou a exercer atividades de mestre-escola. É mais ou menos por essa época que se encontra em Mossoró uma professora nomeada e paga pelo Governo da Província. Trata-se de dona Ana Rosa Emília. Os registros que encontramos não revelam até que ano ficou em Mossoró a professora Ana Rosa Emília. A escola do professor José Alexandre, no entanto, crescia a cada ano. Funcionava numa velha casa nas imediações da hoje Catedral de Santa Luzia, na Rua Padre João Urbano, atual Dix-sept Rosado.
               
Já em 1858 encontramos na Vila de Santa Luzia do Mossoró o professor Balduino Valdevino Hermeto da Silva, que lecionava na escola de São Sebastião de Mossoró.
               
Em 1874 a Vila de Santa Luzia já tinha sido elevada ao predicamento de cidade, com o nome de Cidade de Mossoró. Nesse período encontramos como professores de escolas públicas: Luís Carlos da Costa Rocha, Ana Emília Rosa, Maria Carlota Melquíades de Oliveira Castro, Avelino Ildefonso de Oliveira Azevedo, Antônio de Souza Silva, José Venceslau Emerenciano, Juvêncio Tassino Xavier de Meneses, Inácia Juvina de Oliveira Baraúna e Elias Antônio Ferreira Souto.
               
Por volta de 1881 encontramos as professoras Inácia Joaquina do Sacramento e Luíza de França Barros Leal.
               
O professor Miguel Carlos da Costa Rocha manteve escola de ensino particular, de natureza mista, em Mossoró, em período que se pode apontar entre os anos de 1884 a 1892. Nas escolas públicas encontramos o nome dos professores: Luís Carlos da Costa, Francisco Monteiro de Souza, Inácia Joaquina do Sacramento, Joaquim Taurino de Morais Navarro, Gaspar Maranhão, Maria Montezuma de Lima Galvão, Maria Amélia do Couto, Alexandre Soares do Couto e Antônio Laurênio Dantas.
               
Em 1906 encontramos registro da professora Maria Hercolina de Souza Pinto. Sua escola funcionava no velho sobrado pertencente aos descendentes do jornalista José Martins de Vasconcelos, a Rua 30 de Setembro, nº 60, que nele habitou e faleceu em 1947. Dessa época encontramos ainda registro com os nomes dos professores: Manuel Antônio de Albuquerque, Francisca Alves de Oliveira, Francisco Xavier de Miranda, Antônio Martins de Oliveira, Umbelina da Silveira Martins, João Rodrigues, Júlia Alves Bezerra, Germana de Souza Lima e Josué Filgueira de Freitas.
               
Esses foram os pioneiros da escola antiga de Mossoró, que atuaram no período que vai de 1835 até início dos anos de 1900. Na maioria, completos desconhecidos das gerações atuais, mas foram eles que plantaram a semente do saber e da cultura em nossa região. 

Geraldo Maia do Nascimento

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"Te prepara pra corrẽ casaca preta da peste" - Palavrs de Lampião


"Te prepara pra corrẽr casaca preta da peste, na minha volta tú não cria couro não, pega, pega esse casaca preta pra despenar de unha, saiba casaca preta que tú tá de frente a um fiio do Pajeú, região onde naçeu), e que esse Lampião, dispois de acezo, é difici de apagá".

Lampião dizendo ao oficial da volante de Pernambuco, quando num encontro, o oficial gritou " esteja preso" (Lampião odiava ouvir isso). O oficial era chamado casaca preta por usar sempre um paletó marrom.


Lampião ainda bem jovem, indo uma viagem com seu pai José Ferreira da Silva, com os burros de cargas que pertenciam ao pai, para feira de Triunfo no Estado de Pernambuco, levando mercadorias para feira, No caminho, encontraram-se com uns ciganos. O velho cigano olhou para Virgulino Ferreira da Silva e lhe disse: 

"-Vejo Ganjão um homem muito rico, com muitos inimigos em longas caminhadas".

Homem de palavra - Mané Neto

Quando se falava na morte de Lampião ao coronel Manoel Neto, respondia que numa certa vez, o Tenente João Bezerra, o convidou para o envenenarem Lampião.


A resposta do então Tenente Manoel Neto ao colega João Bezerra, foi a seguinte:

“Sou inimigo pessoal de Lampião e ele meu inimigo, disto sabemos, porém, eu, Manoel Neto, não tenho esta intenção, não faço isto de modo nenhum. Se pudesse o pegar no ponto do mosquetão, pegaria, mas o  envenenando, não. Isto não faria nunca na minha vida”. 

Adiantou que muitas e muitas vezes seguiam nos rastros de Lampião, com a sua força morrendo de fome e sede, mas nunca o bandido havia envenenado as águas para ele com sua força beber.

Com a resposta, o Tenente Bezerra saiu desagradado. 

Fonte: Memória de um Soldado de Volante
De: João Gomes de Lira

Enviado por: José João Souza


Fonte: facebook
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