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terça-feira, 12 de novembro de 2019

PEDRO POPOFF SERÁ PREMIADO NESTA SEMANA.



O garoto Pedro Popoff, de 13 anos, mais conhecido como Pedro do Cordel, cordelista e incentivador da cultura nordestina em Bauru, será premiado nesta semana. 

O JOCA, único jornal destinado à crianças e jovens no Brasil, fará a entrega do prêmio Jovem Leitor ao artista bauruense. Os detalhes com a repórter Daiany Ferreira:

A entrega do prêmio será em Bauru, no dia 14, quinta-feira às 9h30, na Cordelteca.


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SOU


Autor: José Di Rosa Maria

Sou o Everest da filosofia
Dos homens de bem que só Deus enxerga,
A torre dos sonhos quem ninguém enverga,
O mar do querer, que não se esvazia,
A flor que se abre nos braços do dia
Lançando perfume nos lábios do ar,
O vento que dorme nas mãos do luar
Deixando o silêncio reinar no espaço,
Pra noite escutar os versos que faço
Na hora que o mundo não quer escutar.

Sou a voz da chuva que acorda o grão
Que dorme por baixo da fronha da terra,
O grito do tempo que desperta a serra
Pra escutar óperas voz do trovão;
Sou o mel do beijo que adoça a paixão
Da alma da vida, na luz do sonhar,
O pranto da nuvem ao se desfiar,
O eco dos anjos que a Deus pedem tanto
Pra noite escutar os versos que canto
Na hora que o mundo não quer escutar.

Sou a maestria das aves canoras
Que suavemente na sua inocência,
Nos cipós da doce magnificência
Gorjeiam na vinda das cândidas auroras;
Sou a solidão noturna das floras
No ápice da calma das águas do mar,
Sou o pensamento que pra viajar
Não pega carona nos sonhos de amigo,
Mas pede pra noite ouvir o que digo
Na hora que o mundo não quer escutar.

Autor: José Di Rosa Maria


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ATAQUE E MORTES.

Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=1tDi2oemUpc&feature=share&fbclid=IwAR1n9ERVjxKzy17CvmBiTqIL6GKFe4pM62KCsyqw0lhJE6MU6aTnH8_9QjA

Sargento Josias fala do ataque de Fortaleza e Medalha a João Bezerra e da morte do cabo Hercílio, rastejador da volante de Manoel Neto.
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FOGO NO PARANÁ


FOGO NO PARANÁ
João do Vale

- é, toda hora vem gente dizeno fulano viajou
- foi pro sul
- é isso aí
- mais cedo ou mais tarde, todo mundo vai
- mas num é pra "enricar" não
- é só pra viver

Seu Zé Paraíba, Seu "Zé das Criança"
foi pro Paraná, cheio de esperança
levou a "muié", e seis "barriguidin"
Pedro, Joca e Mané
Ceverina, Zefa e Toin

No Norte do Paraná
todo serviço enfrentou
batendo enchada no chão
mostrou que tinha valor
dois anos de bom trabalho
até cavalo comprou

a meninada crescia
robusta e muito animada
a "muié" sempre dizia
ninguém tá com pança inchada
tudo igualzim a sulista
de buchechinha rosada

se nordestino é pesado
é do outro vicio o cavaco
é como diz o ditado
porta só quebra no fraco
deus quando dá a farinha
o diabo vem e rouba o saco

aquele fogo maldito
que o Paraná quase engole
José lutava com ele
acompanhado da prole
vós misse fiquem sabendo
que José nunca foi mole

depois de tudo perdido
José voltou pro ranchinho
foi conferir os meninos
tava faltando Toinho
voltou em cima do rastro
gritando pelo caminho

cadê Toinho, cadê Toinho
responde Toinho
cadê Toinho
vem cá Toinho
escute Toinho
cadê Toinho
cadê Toinho

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SANTANA: dois fatos humorísticos

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.214
COMÉRCIO DE SANTANA. (CRÉDITO: B. CHAGAS).

O senhor Pedro Cristino, conhecido por Seu Piduca, possuía casa comercial enormemente sortida. Só não vendia gêneros alimentícios. Também era dono de olaria que prestou inestimáveis serviços a Santana do Ipanema. Atualmente seus descendentes ainda estão no mesmo ponto do comércio com o título de Casas das Tintas. Um homem de bem de alta qualidade. Ali, nós, os meninos, comprávamos ximbras coloridas, pinhão, faca salva-vidas, canivete, ponteira, linha de náilon e anzol. Certa vez chegou um esperto viajante e foi tentar vender apitos a Seu Piduca. Ele recusou. O viajante foi até à praça do centro convocou uma porção de garotos, deu dinheiro a cada um e mando-os de cinco em cinco minutos comprarem apito.
O garoto chegava pedia um apito e Seu Piduca dizia que estava em falta. Após umas dez procuras, o comerciante mandou um empregado procurar com urgência o vendedor de apitos. Comprou todo o estoque do cidadão e nunca mais vendeu o primeiro bichinho de soprar.

Seu Carola (ô) ou Caroula, o dono de farmácia, Cariolando Amaral, vendia maná armazenado num frasco grande na última prateleira, a mais alta de todas. Dava um trabalho danado, tirar o vidro, pegar o produto, embrulhar e deixar o frasco novamente na última prateleira.
A molecada combinou fazer uma presepada com o homem. Reuniram-se alguns “maloqueiros” e dando certo tempo de um para o outro, chegavam e pediam: “Seu Carola quero quinhentos réis de maná”. Quando chegou ao sexto freguês, não suportando mais o tranco por tão pouco, seu Carola, respondeu ao cliente mirim: “Vá comprar maná na casa da gota serena, seu fio da peste!”.
E foi assim que o galegão Cariolando Amaral, com sua gravatinha borboleta, nunca mais vendeu maná em Santana do Ipanema.


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SEDUZA-ME

*Rangel Alves da Costa

Seduza-me... Seduza-me assim sem a nudez vulgar, sem a permissividade, sem o rebolado forçado das nádegas. Seduza-me assim sem apelação, sem erotismo libertino, sem querer mostrar o que se deve imaginar pelo olhar. Seduza-me sem palavras bobas, vãs, apelativas, dando-se além do que se pode dar. Seduza-me sem a correria do sexo, sem o gozo sem prazer, sem o sexo prostituto. Você pode, tudo de belo há em você, então seduza-me...
Seduza-me pela doce palavra, pela poesia na voz, pelo sussurro saindo do lábio macio. Seduza-me pelo livro que você leu, pelo personagem que você gostou, pela crítica que você foi capaz de fazer. Seduza-me pelo interesse por coisas boas, interessantes, capazes de trazer conhecimento. Seduza-me ao lembrar de Drummond, de Florbela Espanca, de Neruda. Seduza-me com uma valsa vienense, um noturno de Chopin, uma barcarola de Tchaikovsky. Seduza-me com os coronéis amadianos, com os corvos de Poe, com as tragédias shakespearianas. Não pedirei demais. Se disso não for capaz, então seduza-me apenas pelo que és. Mas seduza-me!
Eu sei que você possui um corpo de mulher. E não precisa ser mais feminino do que a feminilidade do corpo. Eu sei que você tem bunda. Eu sei que você tem seios. Eu sei que você tem boca e lábios. Eu sei que você tem umbigo. Eu seio que você tem sexo. Ora, basta olhar e confirmar. Aliás, não conheço mulher que não tenha corpo, bunda, seios, umbigo, lábios, sexo, etc.
Mas não sabia que uma mulher tivesse que andar quase nua para ser reconhecida como mulher. Saiba que os olhos do homem não gostam de encontrar a mulher já nua. Interessa mais ao olhar o despertar, o imaginar sobre o existente abaixo das roupas. Os olhos desnudam o corpo feminino inteiro. E o que haverá de interessante numa nudez que é mostrada rua acima e rua abaixo? Então se vista.


Então adorne seu corpo de roupa. Então seja você mesma sem precisar se exibir. E não se preocupe que se for bela, mais bela ainda será vestida em beleza e honradez. Então se mostre na sua inteireza sem precisar de nudez, sinta-se a mais bela com a roupa mais simples que vestir, sinta-se encantadora de pés descalços ou sem adorno algum. Você não precisa ser outra para ser a mais bela, a mais atraente, a mais desejada. Saiba que a sedução não nasce do banal nem da promiscuidade. Seduzir significa encantar, e não provocar apenas desejo.
Seduza-me pois és capaz de seduzir-me. Mas por enquanto não diga nada, não se levante, não caminhe, não corra até o espelho, não passe maquiagem no rosto e nem precisa se perfumar. Fique aí mesmo e escute:
Tens um mar. Tens um pomar. Tens um jardim. Tens uma lua e um sol. Tens um paraíso. Um mar no olhar, um pomar no lábio e na boca, um jardim no corpo, uma lua no sorriso, um sol no calor da pele. E tens um paraíso. Ora, por qual escada subirei ao céu senão pelos teus braços dizendo que venha? Mas não precisa avermelhar de vergonha. Apenas a verdade. Linda, a tudo sintetiza. E de uma beleza tão bela que o poeta apenas diria: Eis a flor. As pessoas tão vãs, tão outonais, e uma flor mulher com seu jardim em si mesma.
Bastou-me dizer o que sinto, o que desejo e o que espero de uma mulher. E dizer o quanto me seduz a fragrância da feminina simplicidade. Encanta-me, seduze-me...

Escritor
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A INCRÍVEL HISTÓRIA DO HOMEM QUE CALÇOU LAMPIÃO - E OUTRAS SANDÁLIAS NORDESTINAS


Por Larissa Lins - Diario de Pernambuco

A incrível história do homem que calçou Lampião - e outras sandálias nordestinas. 

O artesão Espedito Seleiro dá continuidade à produção artesanal das alpargatas encomendadas por cangaceiros pernambucanos ao seu pai, popularizadas em aliança com o mundo da moda.


Espedito Seleiro faz as sandálias de couro à mão. Os solados quadrados são feitos somente sob encomenda. O talento é coisa de família. Foto: Vimeo/Reprodução

“Pode me chamar de Raimundo Seleiro”, foram as palavras escolhidas pelo artesão cearense Raimundo Velozo quando, nos anos 1930, um homem desconhecido sentou-se ao alpendre do seu atelier, em Nova Olinda, na Região Metropolitana do Cariri (CE) e lhe encarou de modo intimidador. Era forasteiro, vinha de Pernambuco trazendo encomenda. “Preciso de alpargatas com o solado retangular. Daqui a um mês venho buscá-las”, determinou, entregando a Seu Raimundo um rascunho do modelo em papel. “Faço selas de couro para cavalos. Não é minha especialidade fazer alpargatas”, explicou o seleiro. Intimidado pela postura do estranho, porém, emendou: “Mas, para um amigo, dá-se um jeito…”. Ele não sabia, mas estava diante de um dos capangas de Lampião, prestes a se tornar o criador das sandálias do cangaço - hoje populares e consideradas artigo de luxo no mundo da moda.

Passadas quatro semanas, o forasteiro, de fato, regressou. Revelando sua identidade, foi recompensado com abono vantajoso: Seu Raimundo dispensou o pagamento da encomenda, temendo contrariar Lampião. O rei do cangaço lhe enviou, semanas mais tarde, um punhal de valor afetivo. “O solado retangular impedia que o bando fosse seguido. Era impossível saber, pelas pegadas, em qual direção viajavam”, explica Seu Espedito Velozo de Carvalho, o Espedito Seleiro, herdeiro de Seu Raimundo.


O modelo encomendado por Lampião era diferente do tradicional: os solados quadrados dificultavam a perseguição ao bando de cangaceiros. Foto: Vimeo/Reprodução.

Há alguns anos, as alpargatas de solado retangular são produzidas apenas sob encomenda. Todas as demais têm solado tradicional. Ao longo das décadas - suficientes para o patriarca Raimundo aceitar o novo ofício e estender sua habilidade com o couro das selas às alpargatas, repassando a função ao filho -, os modelos ganharam nomes inspirados no cangaço: Lampião e Maria Bonita são os mais procurados. 

“O desenho, o formato e o recorte do couro são os mesmos da época do meu pai, mas eu acrescentei detalhes coloridos. Cada par é único. As alpargatas são feitas à mão, em cerca de dois dias”, conta Seu Espedito, homenageado neste mês no desfile da estilista cearense Gisela Franck no Dragão Fashion 2016 e pelo lançamento do livro Meu coração coroado mestre Espedito Seleiro (Editora Senac, 248 páginas). Aos 76 anos, ele coordena associação familiar de produção com 22 pessoas, entre filhos, netos, sobrinhos, noras e genros. As sandálias, que podem ser encomendadas em todo o país, custam entre R$ 85 e R$ 120. 

No cinema, Seu Espedito calçou Marcos Palmeira em O homem que desafiou o diabo (2007), dois anos após cruzar as passarelas pela primeira vez, em desfile da Cavalera na São Paulo Fashion Week. Desfilou por outras grifes, cedeu peças ao teatro e à TV. Feitas à mão, estampadas com cores produzidas artesanalmente e sem replicação, o sucesso das alpargatas pode ser explicado pela combinação entre exclusividade (a base da moda de luxo) e o valor afetivo da cultura regional. Seu Espedito sintetiza: “Gostam delas por serem únicas. Quando você vir um trabalho com cara de ter sido feito por um cabra bem sertanejo, você vai saber que esse trabalho é meu.”

Em Pernambuco

Vitalina

Criada há dois anos na capital pernambucana, a marca de sandálias artesanais Vitalina confecciona modelos andróginos - servem para homens, mulheres e crianças. Comandada pela publicitária Carol Dreyer e pelo fotógrafo Rodrigo Cavalcanti, a linha de produção da marca reúne 13 artesãos de Pernambuco, do Ceará e da Paraíba. “Eles trabalham com suas famílias, nas garagens de casa”, explica Carol. Cintos, carteiras, bolsas e bancos já foram somados ao estoque. “O mais especial nesse tipo de sandália artesanal é a história que existe por trás dela. Cultura, família, tradição e contemporaneidade.” Onde: Rua Olímpio Tavares, 57 - Casa Amarela, Zona Norte do Recife.

Jailson Marcos

Potiguar radicado em Pernambuco, o desginer de calçados Jailson Marcos recebe celebridades e personalidades da moda em seu atelier no Recife. O músico Carlinhos Brown é um de seus embaixadores, além da consultora e apresentadora Lilian Pacce e do estilista Ronaldo Fraga. A primeira referência dele foram justamente as sandálias calçadas pelo bando de Lampião, com releitura arrojada do estilo sertanejo. Onde: Av. Herculano Bandeira, 513, Loja 06, Galeria Joana D’Arc, Pina, Zona Sul do Recife. 

Museu Seleiro

No atelier onde produz alpargatas, bolsas e acessórios, Seu Espedito Seleiro mantém Museu do Couro, em Nova Olinda, no Cariri (CE). Lá, estão expostas peças icônicas da carreira, como as primeiras sandálias feitas por ele e os pares com solados retangulares como os do bando de Lampião. Onde: Rua Monsenhor Tavares, 190, Nova Olinda, CE. Informações: (88) 3546-1432.

Seu Espedito Seleiro mantém as tradições e passa orientações à família, com quem divide as obrigações com o negócio. Foto: Facebook/Reprodução
TRÊS PERGUNTAS: Espedito Seleiro, artesão

Seu pai gostava de contar a história de como calçou Lampião? Qual o valor dessa memória para você?

É uma história que já contei muitas vezes, mas eu gosto demais de contar. Meu pai contava sempre, também. Ele faleceu em 1971, guardava com cuidado o punhal que ganhou de presente de Lampião. Minha mãe faleceu no ano passado, com 92 anos, e continuava a guardar o punhal, que eu mesmo guardo desde então. Tem grande valor afetivo na nossa família. Meu pai era seleiro, não sapateiro. Mas aquele dia mudou seu trabalho, o de todos nós. Ele gostava de contar que quando o cangaceiro voltou para buscar a encomenda, disse que se meu pai adivinhasse quem era o dono, ganharia mais dinheiro além do preço estabelecido. Meu pai não adivinhou, é claro. Mas terminou entregando as sandálias de graça, porque todo mundo tinha medo de Lampião. 

Na sua opinião, que o seu trabalho com as alpargatas artesanais soma ao universo da moda?

Nós fazemos peças diferentes de tudo o que é feito no mercado. Digo isso porque cada modelo tem seu formato, sua composição. Para cada uma, faço as misturas das cores e crio tons novos, que são aplicados em cada par de modo diferente. Essa coisa de ser algo único, isso é precioso, agrega sempre algo de novo à moda. Se você é estilista, tem seu estilo, seu jeito de trabalhar o tecido. Eu, como seleiro, tenho meu jeito de moldar o couro. Misturar as duas coisas, os dois estilos, produz sempre resultados diferentes. A arte, assim como a moda, se alimenta disso, dessas combinações. 

Como se dá o processo de produção? 

Compramos a matéria prima em Petrolina (PE), Campina Grande (PB), Juazeiro (BA) e Fortaleza (CE). Cada lugar tem um material diferente, que combinamos em cada sandália, dependendo do modelo. Eu já trabalhei muito, de sol a sol. Hoje fico com os desenhos, desenvolvo os modelos, reformulo, penso nos detalhes. Cuido da associação familiar, onde 22 pessoas trabalham. São meus filhos, netos, sobrinhos, noras, genros… Para uma encomenda de 30 pares, por exemplo, precisamos de 15 dias. Cada par é feito em dois dias. O solado é feito de sola ou de borracha de pneu. O couro é todo costurado à mão.

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LIVRO "LAMPIÃO NA PARAÍBA - NOTAS PARA A HISTÓRIA".


Adquira este livro com o professor Francisco Pereira Lima lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
franpelima@bol.com.br
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:  

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: 

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 

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AIR FRANCE EM NATAL – UM DOS CAPÍTULOS DO MEU NOVO LIVRO “LUGARES DE MEMÓRIA”

Rostand Medeiros – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Escrever sobre o local onde funcionou o escritório da empresa Air France em Natal é resgatar uma gloriosa página da aviação clássica na nossa região, além de conhecer a ação do francês Marcel Girard e do Comitê da França Combatente em terras potiguares durante a Segunda Guerra Mundial.
O estado atual das edificações localizadas no endereço da Av. Tavares de Lira, 34, bairro da Ribeira, Natal, Rio Grande do Norte.
Sabemos que, na metade do ano de 1927, Natal vivia um interessante momento com as constantes passagens de aeronaves de vários países, pilotados por pessoas audaciosas, que cruzavam o Continente Americano, ou o Atlântico Sul, realizando seus famosos e comentados “Raids”. Eram voos
que traziam constantes surpresas para a população local, ao receber aviadores muitas vezes inesperados.
Em 18 de julho daquele ano, pela primeira vez, chega à cidade uma aeronave com rodas. Era um biplano, que sem alternativa para aterrissar tocou o solo potiguar na Praia da Redinha durante a maré seca. Vinha pilotado pelo francês
Foto publicada originalmente no Diário de Natal, edição de sábado, 17 de julho de 1976, página 8, com a seguinte texto – Na Redinha Paul Vachet (centro) e o co-piloto Deley (direita) e o mecânico Fayard (esquerda).
Paul Vachet, acompanhado do navegador Pierre Deley e do mecânico Fayard. Chegaram em um modelo francês Breguet, dos mais modernos na época. Era o período da expansão da aviação comercial e esses aviadores vinham com o intuito de construir um campo de pouso nas imediações de Natal. Ao visitar a região e indicado pelo Coronel Luís Tavares Guerreiro, o aviador Vachet optou como local para a instalação do aeródromo uma planície conhecida como Tabuleiro de Parnamirim. O proprietário do terreno na época, o português João Manuel Machado, fez a doação da área visando o desenvolvimento regional.
O campo de pouso de Parnamirim foi implantado no dia 14 de outubro de 1927, com a aterrissagem do avião batizado como “Nungesser-et-Coli”, tripulado por Dieudonné Costes e Joseph Marie LBrix, que haviam atravessado o Atlântico Sul desde Saint-Louis du Senegal.
Em 20 de novembro do mesmo ano, um avião Laté-25 iniciava a linha regular, tendo como tripulantes Gorges Pivot, Pichad e Gaffe. Um ano e dois meses depois da implantação dessa linha regular, mais precisamente no dia 24 de dezembro de 1928, é inaugurada em Natal a sede da Compagnie Générale Aéropostale (CGA), na Avenida Tavares de Lira, número 34.
Os franceses utilizavam aeronaves terrestres no trajeto Paris até Dacar, na antiga África Ocidental Francesa, no atual Senegal, onde entregavam os fardos com as correspondências aos chamados “Avisos Rápidos”. Esses eram navios pequenos e bastante velozes, que singravam o Atlântico Sul entre a costa africana e Natal; as aeronaves levavam essas correspondências até Buenos Aires. No final do percurso a correspondência da Europa até Argentina demorava, aproximadamente, oito dias, dos quais quatro a cinco eram gastos na travessia do Atlântico pelos Avisos Rápidos.
Mas era um grande avanço em relação ao transporte exclusivamente marítimo, que chegava a durar quase um mês para uma correspondência ser entregue.
A crise econômica mundial do início da década de 1930 não poupou a aviação comercial. O governo francês decidiu então realizar a fusão de várias companhias aéreas que operavam no país e em 7 de outubro de 1933 foi criada a empresa Air France. Em pouco tempo foi alterado o nome da fachada do prédio da Tavares de Lira, 34.
Esse local servia para a venda de passagem para os mais abonados, apoiava as operações e as tripulações no aeródromo de Parnamirim e na base do Rio Potengi, na área do Réfoles, onde atualmente se localiza a Base Naval de Natal, e manter ligações com as autoridades locais.
Sentada Maryse Bastie concede uma entrevista. Marcel Roland Girard está logo atrás da aviadora, de gravata escura.
Enquanto as operações da Air France seguiam, chega a Natal o francês Marcel Roland Girard. Não sabemos quando isso aconteceu, mas sabemos, por meio do livro Asas sobre Natal – Pioneiros da aviação no Rio Grande do Norte, de João Alves de Melo, que na página 197 existe a informação de Marcel Girard ter apoiado a chegada da aviadora francesa Maryse Bastie em 29 de dezembro de 1936.
Jornal dos Estados Unidos noticiando a cheda de Bastie a Natal. Essa aviadora é homenageada pelo povo natalense através de uma rua batizada com seu nome e localizada no bairro do Lagoa Nova.
Essa heroína da aviação realizou, na época, um voo que quebrou o recorde mundial de velocidade feminina para a travessia do Atlântico Sul: fantásticas doze horas e cinco minutos.
Hitler em Paris em 1940.
Mesmo com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1º de setembro de 1939, e da invasão da França por tropas nazistas em 10 de maio de 1940, a linha aérea da Air France ligando a França ao Brasil e a outras nações sul-americanas continuou a operar. Mas a partir de 25 de junho, quando os exércitos franceses se renderam aos invasores alemães, o tráfego com a Europa foi interrompido. Entretanto, descobrimos, na 1ª página da edição de 22 de agosto de 1940 do jornal natalense A Ordem, a informação que o Presidente Getúlio Vargas concedeu ao Sr. Marcel Roland Girard a devida licença para ele exercer a função legal de agente consular de seu país em Natal. Com esse ato a agência da Air France na Tavares de Lira continuou aberta, com a bandeira tricolor hasteada no seu frontão.
Mesmo sem ter nenhuma função específica para a aviação comercial do seu país, o fato da agência da Air France em Natal manter suas portas abertas e a atuação de Marcel Girard como representante oficial da França na cidade, provavelmente foi algo que gerou um clima de animosidade entre esse francês e os cidadãos da Alemanha e da Itália que aqui viviam. Além desses, não podemos esquecer de toda uma legião de moradores da cidade que apoiavam as ditaduras totalitárias nazifascistas, sendo que muitos desses fizeram parte em terras potiguares do Integralismo de Plínio Salgado. Nessa guerra de surda belicosidade pelas ruas da Ribeira, a situação deve ter ficado ainda mais complicada quando Marcel Girard criou em Natal o Comitê da França Combatente.
Segundo o trabalho intitulado De Gaulle et L’Amérique Latine, de Maurice Vaïssepublicado em 2014 pela Editora Presses universitaires, de Rennes, França, em meados de 1942, mais de 40 desses comitês foram criados em todo o mundo, sem contar 412 subcomissões. Nas Américas, onde viviam mais de 270.000 cidadãos franceses, esses comitês surgem espontaneamente e no Brasil mais de 95% dos franceses que aqui viviam aderem a França Livre do General Charles de Gaulle.
A sede do Comitê da França Combatente em Natal ficava no mesmo endereço do consulado francês e da Air France. Nos jornais natalenses A Ordem A República da época é possível encontrar várias notícias da atuação desse Comitê, como irradiações de mensagens patrióticas, a execução de La Marseillaise, o Hino Nacional da França, na Rádio Educadora de Natal e a recepção a líderes da França Livre na cidade. Uma dessas visitas foi a de Albert Guerin, Presidente do Comitê da França Combatente na Argentina, que foi homenageado com um jantar no Grande Hotel. Um dos que discursaram em honra ao visitante foi o político potiguar Elói de Souza (Ver A Ordem, Natal, 29/11/1943, pág. 1).
Pelo seu trabalho na resistência do seu país contra o totalitarismo nazifascista e sua atuação em Natal, Marcel Roland Girard foi agraciado em dezembro de 1948 com a Medalha de Reconhecimento da França.
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