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terça-feira, 31 de março de 2015

[PESQUISANDO A HISTÓRIA] Curso conta a história do Cangaço na Bahia



O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia promove o mini-curso “O Cangaço na Bahia”, que será realizado de 8 a 10 de abril, das 14h às 17h, sob a coordenação do historiador Rubens Antonio.

O Cangaço foi um movimento que agitou o Nordeste, com reflexos que se estenderam desde então. Muito daquilo que é verdadeiro, que é fato, está, atualmente, deturpado, obscurecido por camadas e camadas de recontares, lendas, especulações, facciosidades.

O conhecimento dos principais eventos a ele relacionados, porém, é ainda muito limitado. Daí, este curso buscar não só esclarecer como apontar elementos que referenciem o estado de arte do conhecimento.

Assim, será trabalhado o sabido e documentado de eventos como combates, abrangências, disposições várias que constituem, muitas vezes, pontos-de-partida para o verdadeiro entendimento enquanto fenômeno histórico.

Acompanhe a Programação:

Dia 8 - 1924 a 1929: Cangaço em ascensão

Alvorada lampiônica
As primeiras notícias
O crescendo do temor
Reações pomposas e inúteis
A chegada efetiva
As primeiras sagas e tragédias
Perplexidades

Dia 9 - 1929 a 1933: Cangaço tonitruante

O apogeu do Cangaço na Bahia
A melhor percepção
Menos perdas
Subgrupos e domínios
Início do contra-ataque
Violência de lado a lado

Dia 10 - 1933 a 1940: Derrocada do Cangaço

Grandes perdas
Marcando passo
Às portas do fim
Lá, apaga-se o Lampeão
Cá, apaga-e o Corisco
Olhando para frente
Mitificação
Olhando para trás

Inscrição clique aqui

Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
Avenida Joana Angélica, 43 - Piedade
Salvador - BA

71 3329 4463/6336

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e Gonzaguiano Kydelmir Dantas

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FOTO INTERESSANTE DE LAMPIÃO E SEU GRUPO NO JUAZEIRO- INÍCIO DE MARÇO DE 1926.


FOTO INTERESSANTE DE LAMPIÃO E SEU GRUPO NO JUAZEIRO- INÍCIO DE MARÇO DE 1926.

INDAGA-SE: a) Quem foi o autor dessa foto ? b) Por que Lampião chegou ao Juazeiro com quase 50 cangaceiros, e, só aparecem 22 na foto abaixo....c) Usando seus conhecimentos, tente identificar os cangaceiros, abaixo, numerados.....Obrigado por sua participação.

Fonte: facebook ´Página: Voltaseca Volta


Fonte: facebook – Página: Robério Santos


Volta Seca, esposa e filho

Fonte: facebook – Página:
Robério Santos


Fonte: facebook – Página: Andre Do Valle

Vamos ao debate? Sabem o que mais me intriga nesta foto? A tranquilidade do povo na calçada... Era como se não estivesse acontecendo nada. Qual a teoria de vocês sobre isso? Será que a mídia que nos foi passada sobre os cangaceiros e o medo que o povo tinha é mera falácia? Eu sei que o pessoal do grupo recua com os debates que abro, mas não se preocupem, leiam isso e já tá de bom tamanho. Abraço@!

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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MAPA QUE LAMPIÃO ANDOU PELAS TERRAS SERGIPANAS

Por Antônio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

Vê-se claramente do mapa que Lampião andou muito pelas terras sergipanas, e em nenhum outro estado nordestino ele se aproximou tanto do litoral, das fascinantes águas salgadas, em ondas espumantes, profundas e sem fim. 


Teria Virgulino Lampião, o cangaceiro capitão, por tentação, visitado, disfarçado, é claro, a minha Aracaju, já que tão perto dela sabemos que ele andou? Será que ele mergulhou nas mornas águas da Atalaia? Probabilidades, muitas, além do que a pesquisa, se não disse até agora que sim, também não disse que não. E probabilidade é a argamassa da verdadeira história. Portanto, é algo que podemos considerar como plausível, pelo menos. 


A verdade é que quase nada sabemos de Lampião, e absolutamente nada quando tratamos deste homem sem a sua tradicional indumentária, sem o seu grande chapéu de abas decoradas; e não venham me dizer que ele passou sete mil e trezentos e cinco dias exclusivamente fugindo da polícia, se escondendo, perambulando de um lado pro outro pelas caatingas, cometendo mil estripulias e atos ilícitos. 

Os livros e o cinema nos levam a imaginá-lo desta forma. Não, não. Eu diria que todas as ditas e não ditas batalhas em que ele fez parte, somadas temos algumas horas de combate, apenas. Lampião teve outras vidas, vivenciou outras coisas além das próprias do seu dia a dia, do cangaço: tempos de paz ele teve, de caminhar despreocupado, de contemplar, de refletir as coisas, de gozo e alegria, de interação, de curiosidade, enfim, tempo de conhecer lugares outros além do seu campo de luta; e por que não tempo de conhecer uma capital, de banhar-se no mar, algo que tão perto dele mais não poderia estar. É lógico que este famoso e rico cangaceiro, com tantos contatos e concertos costurados com influentes e poderosos cidadãos, teve, na sua trajetória, embora a pesquisa não tenha alcançado, dias inusitados, diferentes, não tenho dúvida. Até porque quase nada sabemos deste homem, como já disse, e praticamente tudo que sabemos dele é por ouvir dizer. Não esqueçam que Lampião, quando esteve em Sergipe, e não foram por poucos dias, Eronides de Carvalho, o filho do coiteiro Antônio Caixeiro, como sabemos, era simplesmente a maior autoridade do Estado. 

Portanto, acho improvável Lampião não ter andado pelas ruas de Aracaju, quem sabe até umas comprinhas no nosso comércio; coisa que sou propenso, sim, a aceitar, muito mais do que tê-las como verdadeiras certas imputações feitas a Lampião. A meu favor apresento o grande Jornalista Joel Silveira, que, certa feita, numa de suas entrevistas, disse que Lampião esteve em Aracaju, e olhem que este famoso repórter, correspondente de guerra, sabia das coisas.


Fonte: facebook
Página:
Antônio Corrêa Sobrinho‎ Cangaçofilia 

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TENENTE POMPEU O HOMEM QUE MATOU VIRGÍNIO


Tenente Pompeu em pé à direita, o matador do cangaceiro Virgínio Fortunato da Silva - O cangaceiro conhecido por Moderno.


Virgínio Fortunato da Silva o cangaceiro Moderno era casado com uma irmã de Lampião, e há quem diga que ele era natural de Alexandria, no Estado do Rio Grande do Norte. 

Fonte: facebook

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segunda-feira, 30 de março de 2015

Estrada de Ferro de Mossoró - 29 de Março de 2015

Por Geraldo Maia do Nascimento

Quando se fala do início da construção da Estrada de Ferro de Mossoró, costuma-se atribuir a Jonh Ulrich Graff o pioneirismo pela ideia do projeto, já que o mesmo conseguiu, em 26 de agosto de 1875, através da Lei nº 742, concessão para construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró a Petrolina, na Bahia. Esse projeto, no entanto, não chegou a se concretizar. 

               
Hoje temos evidências de que a primeira tentativa de construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró ao porto de descarga dos navios data de 1870, ou seja, cinquenta anos antes da concessão de Ulrich Graff e que não foi à única. Outras concessões foram dadas antes de 1875.
               
Essas evidências foram apontadas pelo engenheiro Luiz Saboia, que em 1953 começou a escrever um livro com o título “Subsídios para a História da Estrada de Ferro de Mossoró”. Esse livro nunca foi concluído, ficando os seus originais inacabados na Tipografia Escóssia. Em 1991 o professor Jerônimo Vingt-un Rosado Maia tomando conhecimento desse material, e consciente da importância das informações ali reunidas, solicitou permissão da família e publicou o material, da maneira que se encontrava, pela Coleção Mossoroense, série B – número 1113 – 1991.
               
Por esse trabalho tomamos conhecimento que “a lei provincial nº 646, de 14 de dezembro de 1870, autorizava o presidente da Província a contratar com os engenheiros José Luiz da Silva e João Carlos Greenhalgh, ou com quem mais vantagens oferecesse, a construção de uma estrada de ferro que ligasse a cidade de Mossoró ao porto ou ponto de descarga dos navios que entrassem no rio.” O projeto não foi realizado.
               
Dois anos depois, em 1872, João Pedro de Almeida pleiteou, junto ao Governo Geral, a concessão de uma estrada de ferro que ligasse o porto de Mossoró à cidade de Souza, na Província da Paraíba. O seu pedido foi feito na Regência de S. A. a Princesa Imperial Regente Isabel, que solicitou do Presidente da Província do Rio Grande do Norte parecer sobre a conveniência dessa estrada de ferro. Não temos informações sobre a resposta, mas deve ter sido negativa, já que a solicitação caiu no esquecimento.
               
Em 1875 coube ao comerciante estrangeiro Jonh Ulrich Graff a solicitação dessa concessão, obtendo permissão através da Lei nº 742, para a construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró a Luís Gomes, no limite com a Paraíba. Mais por falta de recursos, o projeto caducou.
               
Em 1888 foi à vez de Chrockatt de Sá Pereira de Castro, que no dia 25 de maio daquele ano fez uma brilhante exposição do seu plano ao Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, sujeitando o seu projeto a aprovação das maiores capacidades técnicas de então. Não conseguiu a documentação necessária para embasar os seus argumentos, portanto o projeto não teve prosseguimento.
               
Em 1889 coube a Francisco Solon encabeçar o movimento pela construção da estrada de ferro de Mossoró. Chegou mesmo a criar uma empresa para tal fim, a firma J. Bastos & Cia., da qual fazia parte Francisco Solon, Joaquim Olintos Bastos, Joaquim Etelvino e Francisco Cascudo, pai do historiador Luís da Câmara Cascudo. Essa empresa, por conveniência, teve seu nome mudado para “Companhia das Estradas de Ferro do Nordeste do Brasil” e por imposição dos banqueiros internacionais mudou para “Companhia das Estradas de Ferro do Rio Grande do Norte”. Mas as exigências dos bancos internacionais tornaram impraticável a aquisição de empréstimos, fazendo com que mais uma vez a concessão caducasse.
               
“O decreto estadual nº 51, de 22 de setembro de 1890 concedia a João Pereira da Silva Monteiro, Francisco Lopes Ferraz Sobrinho e Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, negociantes e capitalistas residentes na Capital Federal e neste Estado ou a companhia por eles organizada, privilégio por 50 anos, para a construção, uso e gozo de uma estrada de ferro de um metro entre trilhos que, partindo de Areia Branca, na embocadura do Rio Mossoró, dirija-se ao ponto mais conveniente da Serra de Luís Gomes, passando pelos municípios de Mossoró, Caraúbas, Apodi, Port’Alegre, Martins, Pau dos Ferros e Luiz Gomes”. Não conseguiram levar avante o projeto.
               
Outras tentativas foram feitas até que em 1912 Mossoró viu finalmente o seu grande sonho ser iniciado. Mas a conclusão dessa história contaremos na próxima semana.

Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte:

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VISITA AO PALACETE DE ZÉ PEREIRA

Cariri Cangaço visita Palacete dos Pereira em Princesa Isabel

Era cerca de 15 horas da sexta-feira, dia 20 de março, quando a Caravana Cariri Cangaço retornou a Princesa Isabel, dentro da programação: A visita ao emblemático Palacete do coronel José Pereira Lima, bem no centro da cidade, em frente à praça onde o próprio José Pereira ergueu uma estátua em homenagem ao líder político Epitácio Pessoa. A recepção ficou a cargo dos descendentes do grande coronel; seu bisneto Thiago Pereira, por duas vezes prefeito de Princesa Isabel e seus pais, Rosane Pereira e Roberto Soares.

A edificação com arquitetura clássica do inicio do século XX , construída em 1923 pelo artesão e construtor José Ferreira Dias o famoso “Ferreirão”, que já havia sido o responsável por importantes obras na região, como é o caso da igreja de Triunfo; a mando de Epitacinho Pessoa de Queiroz por ocasião, hospede do coronel José Pereira, em Princesa. Tempos depois o palacete foi dado de presente a Luiza Pereira Lima, filha do coronel José Pereira, sendo chamado de "Palacete dos Pereira".

 Manoel Severo, Thiago e Rosane Pereira: Recepção ao Cariri Cangaço no Palacete
 Caravana Cariri Cangaço acompanha explanação de Thiago Pereira

Por cerca de 30 minutos Thiago Pereira apresentou para todos os presentes a origem e todas as histórias ligadas à bela edificação. A cada instante uma pergunta, a cada instante um esclarecimento e a certeza da grandiosidade histórica do Palacete. "São 46 portas e janelas, o piso mosaico foi trazido da Áustria. Aqui era onde ocorriam as muitas reuniões políticas, o transito de pessoas era imensa, também foi hospital na época da guerra de Princesa e tempos depois haviam bailes também no palacete, e mesmo assim o piso permanece impecável" assevera Thiago Pereira.

Já Rosane Pereira enfatiza:"Saber que a minha cidade Princesa Isabel e a historia da Revolução de 30, tendo como cenário todo esse universo que amo tanto e como personagem principal o meu avô Cel. José Pereira vão ser reconhecidas honradamente e cada vez mais por aí afora nos deixa muito felizes."

 Os detalhes dos afrescos e do mosaico, vindo da Áustria e do fogão da época do coronel

Pelos salões do Palacete dos Pereiras, por décadas a fio foram tomadas as mais importantes decisões da politica paraibana. Por ali passaram as mais destacadas personalidades nordestinas, coronéis de barranco, lideres e os mais destacados produtores rurais da região, todos sob o comando do mitológico coronel José Pereira Lima.

"Nessa edificação grandiosa e charmosa, construída na década de 20 do século passado, residiram membros das famílias mais importantes do Nordeste. Hospedaram-se ou foram recebidas figuras ilustres como coronéis, governadores, prefeitos, artistas, empresários, políticos diversos e personalidades valorosas, como Alcides Carneiro, Canhoto da Paraíba e Ariano Suassuna.Sua história é maior e mais admirável que suas curvas e desenhos arquitetônicos." Completa Thiago Pereira.

 No detalhe a partir do espelho de cristal do Palacete,flagrante dos participantes da visita
  Manoel Severo e Andrade Júnior

Cariri Cangaço Princesa 
20 de Março de 2015
Princesa Isabel, Paraíba

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/03/visita-ao-palacete-de-ze-pereira.html

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domingo, 29 de março de 2015

OUTRAS HISTÓRIAS...


Segundo o nosso amigo Guilherme Alves, ex cangaceiro Balão:

- Minha vida de cangaceiro começou num tiroteio, em Aroeira, contra a Volante de Mané Neto. Eu tinha 19 anos. Lampião tinha me dado 615 balas e, quando a luta terminou, perguntou-me:

- E as balas?

- Só tenho cinco - respondi.

- E as outras? Perguntou Lampião.

- Por aí capitão, voando atrás dos "Macacos". Ele riu e me admitiu. Aí vivi de fogo em fogo durante nove anos.

Guilherme Alves (Ex cangaceiro Balão)

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior‎ O Cangaço

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NOVAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ASSALTO A APODI (1927)


Razões do cerco – Júlio Porto e as três cartas – José Cardoso e Mundoca Macedo – Ipueiras, a Eldorado das tramas

Na madrugada de 10 de maio de 1927 a cidade de Apodi, no Rio Grande do Norte era invadida por bandoleiros comandados por Massilon Leite. Era político o intento, e na tramoia, orquestrando-a, o mandão provisionado de Missão Velha. Relatos dos cangaceiros Mormaço e Bronzeado evidenciam o planejamento e o suporte dado ao grupo por Izaias Arruda de Figueiredo (Veja-se: Correio do Povo, Mossoró, 31 de julho de 1927 e O Nordeste, Mossoró, 13 de agosto de 1927).
            
De certo, não seria sem motivo a sua participação, e assim o foi, atendendo ao pedido de Décio Holanda, reputado fazendeiro em Pereiro, Ceará, que se deu a conspirata. Holanda era genro de Tylon Gurgel, homem destacado na região Apodiense, agropecuarista em Pedra da Abelha, nas proximidades de Apodi. Diz-se na literatura, em concórdia de autores, sobre o comportamento atribulado de Décio Holanda. Era homem de hábitos e valores nada louváveis. Para Romero (2010), um cultivador de ódio em grau exponencial, alguém que não conseguia perdoar desafetos ou pessoas que o desagradassem. Também enfatiza e sumariza Sérgio Dantas (2005, p. 38) sobre Décio Holanda:

“Os mandões de Apodi sofriam com ruidosos ataques pessoais protagonizados por Décio e sempre que possível iam à forra. Por questões de nonada ou por uso de termo ou palavra mais contundente, o “intruso” era perseguido e sofria pesadas sanções. Em pouco, brotou profunda inimizade entre Holanda e Francisco Ferreira Pinto, Presidente da Intendência Municipal. Envolveram-se em avultada contenda política. Acirraram-se em busca de prestígio, poder, domínio. Perseguições diárias e vinditas intermináveis, invariavelmente eivadas de rancor. Décio tornou-se vítima preferencial de ataques protagonizados pelo sistema político-partidário vigente e em muito pouco perdeu espaço na comuna. Aniquilou-se. Experimentou – com pesar – forçado ostracismo. Restou-lhe, portanto, esquálido projeto de vingança. E não muito hesitou”.

Entretanto, com pormenores, historiemos por versão que salienta a crucial participação no intento do bandido Júlio Porto (Júlio Santana de Melo), figura asquerosa, segundo Marcos Pinto (2013), que por ter a proteção do seu mentor Martiniano Porto, passou a ser conhecido por este nome.  
     
Enfaticamente, afirma Júlio Porto que o assalto a Apodi foi feito por ordem de José Cardoso, de comum acordo com Izaias Arruda (Veja-se: O Ceará, 27 de julho de 1928, p. 2).

Nascido em 1903, Júlio era natural da Serra do Pereiro e foi casado com Avelina Sobreira. Depois de haver trabalhado alguns anos em Mossoró, como chofer, voltou à Serra do Pereiro, como empregado de Décio Holanda. Após algum tempo mudou-se para a casa de Odilon Gurgel, sogro de Décio e residente em Pedra da Abelha, Apodi, no Rio Grande do Norte. Estava satisfeito em companhia de Odilon Gurgel, quando, em certo dia, recebeu carta de Décio, chamando-o à sua casa.

Atendendo ao convite, na casa de Décio, recebera de suas mãos três cartas que, mal sabendo, em muito alterariam a vida de sertanejos do Apodi. Seriam para Massilon Leite, José Cardoso e José Gonçalves, os dois últimos residentes em Aurora, município cearense. A empreita seria levá-las aos seus destinos.

Desincumbindo-se da aludida missão, Júlio Porto foi a Aurora. Chegando a Ipueiras, entregou a carta a Zé Cardoso, e junto, trezentos e cinquenta mil réis. Júlio afirma ter ouvido do mesmo que esperasse pela resposta. Durante a estada, três dias após ter chegado, notou vários bornais sendo levados à casa do jagunço de Ipueiras.

Decorridos mais dois dias, Massilon Leite, que a esta altura já se achava em Ipueiras e com a carta que lhe havia sido endereçada em mãos, convidou-o a ir ao Angico, morada de Mundoca Macedo, situado também em Aurora. Tratava-se de Raimundo Antônio de Macedo, filho primogênito da famanaz Marica Macedo do Tipi, apontado já, em passagens diversas, como protetor de Lampião, quando de suas temporadas com a cabroeira pela zona Sul-cearense.

Acompanhando Massilon ao Angico, Júlio Porto presenciou ali longa conversa entre aquele e Mundoca Macedo, eram detalhes sobre a trama de Apodi . De regresso a Aurora, Massilon parou em caminho no meio da noite e contou a Júlio que as cartas de que fora portador continham a combinação de um assalto armado a Apodi, e que Júlio, de acordo com as determinações de Décio Holanda, faria parte do grupo assaltante. Quis protestar contra isso, mas ouviu de Massilon uma tremenda ameaça, que o fez calar.

Desta maneira organizou-se o ataque a Apodi, que se efetuou da maneira terrífica (veja-se O Ceará, 26 de julho de 1928, p. 1-2).

Depois do assalto, tendo regressado a Aurora, Júlio Porto retorna à casa de Mundoca Macedo, a quem vendeu por 95$000 um rifle e 50 balas que lhe haviam dado para a empreitada. Efetuada a venda, retirou-se para Juazeiro do Padre Cícero, onde viria a matrimoniar-se ainda em 1927 com Adelina Sobreira. Lançando mão de algum dinheiro que a esposa possuía, montou carpintaria nas proximidades da atual Rua do Cruzeiro, onde trabalhou, até ir preso.

As informações prestadas por Júlio Porto sobre o famigerado ataque a Apodi apresentam-se mais substanciais do que as dos cangaceiros Rouxinol e Lua Branca, fornecidas em depoimentos à polícia cearense após prisão, principalmente por se achar aquele, no par de minudências anteriores ao episódio cruento na localidade potiguar.

Observe-se o que consta em O Ceará (26 de julho de 1928, p. 1), onde Rouxinol, em entrevista na prisão de Fortaleza, explicita versão análoga à acima citada.

Com apenas 20 anos de idade, pele morena, franzino, cabelos quase pretos, olhos castanhos, não sendo mal encarado, nascido em Lavras da Mangabeira, era filho de Joaquim Vicente de Paula, carpinteiro naquela cidade. Viveu em sua terra natal, onde era bem quisto, até o ano de 1926, quando resolveu abandonar o lugar em busca de emprego. Dirigiu-se a Missão Velha por saber que ali estavam sendo feitos serviços ferroviários, havendo, portanto, possibilidade de se empregar.

Naquela via, conseguiu colocar-se na estrada de ferro, onde esteve trabalhando durante quatro ou cinco meses, dando, afinal, despedido, em virtude da conclusão dos trabalhos ferroviários. Partiu dali para Aurora, para tentar a vida, conseguindo, depois de algum tempo, uma colocação no sítio Ipueiras, de propriedade de Izaias Arruda, emprego que lhe foi arranjado por José Cardoso.

Durante muito tempo trabalhou como jornaleiro, no sítio Ipueiras, sob as ordens de José Cardoso. Certa feita chamou-lhe Zé Cardoso, perguntando-lhe se queria fazer uma viagem, adiantando-lhe se tratar de bom negócio. Aceitando o convite e sem saber a que se prendia a viagem, notou que Zé Cardoso fizera intimação idêntica a outros homens, sendo, enfim, marcada a data da viagem. Nas vésperas, Cardoso reuniu o grupo e informou sobre os fins daquele curso: Havia recebido de Décio Holanda o pedido para reunir alguns homens e atacar a cidade de Apodi, no Rio Grande do Norte, e tratando-se de um amigo a quem não podia faltar, conseguira os homens, a quem forneia armas e munições, e, além disso, dava a garantia de que a polícia não os perseguiria por isso.

Continua...

Trecho de capítulo de livro em elaboração
João Tavares Calixto Júnior

https://www.facebook.com/joao.tavarescalixtojunior

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COISAS QUE O "REI" CANTOU: O CASARÃO DE PATOS DE PRINCESA, EM IRERÊ-PB ("AQUI MARCOLINO BOTOU OS OLHOS EM XANDUZINHA, FILHA DO MAJOR FLORO )


"Marcolino Diniz (o ´cabôco´ Marcolino) trocou a faculdade e os bois zebus pelo fuzil. E sua única recompensa foi Xanduzinha. Ambos se imortalizaram na canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas". Na foto, ele aparece já bem idoso e cego de um olho, seqüela de 30.


O Cariri Cangaço chega ao Casarão de Patos: "Após a Conferencia de João Antas na Capela de São Sebastião, manhã de sexta, dia 20 de março de 2015, a Caravana Cariri Cangaço se dirigiu para o famoso Casarão de Patos, a cerca de 1 km do centro do povoado, quando foram recebidos pelos descendentes do Major Floro; pai de Xanduzinha e sogro de Marcolino Diniz; representados pela senhora Maria Lucilene Rodrigues Diniz. "É importante notar que aqui no começo do século vinte tínhamos um forte parque industrial, mostrando a pujança de Patos de Irerê, que além disso ainda tinha e tem um dos melhores solos da região" complementa o pesquisador de Natal, Ivanildo Silveira.

O Casarão de Patos atualmente se encontra em adiantado estado de abandono, o patrimônio histórico representado pelo imóvel corre sérios riscos, inclusive, de não suportar o quadro de chuvas que se avizinha. "Aqui Marcolino botou os olhos em Xanduzinha, filha do Major Floro e deu a ela 15 dias para ela acabar seu noivado com um primo médico de Recife; com dois dias Xanduzinha havia enviado uma carta ao noivo, acabando tudo; daí em pouco meses estavam casados. Foi uma semana de festa neste terreiro aqui do Casarão", revela João Antas.

Trecho extraído de: http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/03/o-cariri-cangaco-chega-ao-casarao-de.html


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O EX-CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA E ESPOSA


Uma fotografia única e inédita...

Sinhô pereira, primeiro e único homem a comandar lampião, e esposa.

Obs.: embora alguns pesquisadores acreditem que o capitão Lampião esteve sob ordens dos irmãos Pedro Porcino, Antônio Porcino e Manoel Porcino, quando se juntou a este grupo, antes de seu ingresso ao bando do cangaceiro Sinhô Pereira.

Foto gentilmente cedida por: Antônio Amaury Corrêa de Araújo

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior ‎O Cangaço

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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW NO DIA 04 DE ABRIL (SÁBADO 2015) NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show no próximo sábado, dia 04 de Abril de 2015, no bairro Benfica, no"Mercadão Cadegue,  "Cantinho das Concertinas".



Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

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Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
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Cangaço e lutas políticas interfamiliares no Sul do Ceará

Por José Romero Araújo Cardoso

O sul do Ceará é considerado um verdadeiro oásis no sertão, convergência de migrantes fugidos das secas há tempos imemoriais e palco de lutas sangrentas entre facções políticas e disputas interfamiliares no século passado.

Coronel Isaías Arruda

As intermináveis lutas interpartidárias que explodiram nesta região sertaneja firmaram a repulsa entre os clãs Arruda e Paulino, nucleados, respectivamente, nos municípios de Aurora e Missão Velha, ambos localizados no Estado do Ceará. O cenário das contendas não se diferenciava dos anos que antecederam a restituição da oligarquia Accyoli, o qual firmou a arraigada disputa pelo poder entre os “coronéis” do cariri cearense.

Um pacto firmado entre os mandatários caririenses na então vila de Juazeiro, elevada à categoria de cidade no ensejo desse bizarro acordo, tentava selar a paz entre os estamentos superiores da sociedade sertaneja agro-pastoril da área de exceção correspondente ao cariri cearense.


Discórdias políticas denotaram a instabilidade entre os dois clãs, resultando em desarmonias envolvendo o “coronel” Isaías Arruda, famoso coiteiro de Lampião, inclusive responsável pela trama que redundou na tentativa de ataque a Mossoró, e o “coronel” Manuel Ribeiro Dantas, a quem os Paulino eram ligados.

A beligerância teve seu ápice no ano de 1925, quando “em meio a uma áspera disputa política que já durava meses, ferem-se vários tiroteios em Missão Velha entre os “coronéis” Isaías Arruda (dos mais fortes coiteiros que Lampião possuía no Ceará) e Manoel Ribeiro Dantas, o Sinhô Dantas, este último, chefe político municipal” (MELLO, 1985, p.100).

Durantes meses a questão política se desenrolou de forma mais ou menos inconstante, resultando em violento tiroteio nas ruas de Missão Velha, ocasionando ferimento à bala em um dos filhos do “coronel” Manoel Ribeiro Dantas.

No entanto, o mais encarniçado ataque desferido pelo “coronel” Isaías Arruda se concentrou ao sítio Barreiro, reduto de seu desafeto. Entre os defensores encontrava-se um sertanejo valente e destemido de nome João Paulino, membro de uma família guerreira, tarimbada na luta armada sertaneja dos séculos XIX e XX.

Prestigiado pelos governos Federal e Estadual, o resultado lógico para a política de época foi a ascensão do “coronel” Isaías Arruda à política regional. O encaminhamento “natural” dos fatos redundou na sua dominação efetiva, chegando a ocupar o cargo máximo do poder executivo em sua área de influência.

Os dissabores, contudo evidenciariam a essência da complexa relação inter-social existente no sertão. Em maio de 1926, João Paulino investiu contra um correligionário de Isaías Arruda, de nome João Gonçalves. Novamente Missão Velha estava em pé-de-guerra, denotando o insustentável grau de ebulição entre os clãs em luta armada, agora concentrado entre Arruda e Paulino. O desfio custaria caro, principalmente ao mais exaltado de todos.

A revanche aconteceu a 11 de junho de 1926. João Gonçalves e inúmeros jagunços fornecidos por Isaías Arruda desalojaram os inimigos entrincheirados na povoação conhecida por Ingazeira. Os vencidos buscaram refúgio em Aurora, recebendo a proteção do “coronel” Cândido Ribeiro Campos, parente dos Paulino.

Formou-se um contingente considerável de capangas, visto que a ameaça de um ataque era iminente. Este não se concretizou graças à oportuna intervenção do “coronel” Antônio Luís Alves Pequeno, chefe político do município do Crato, definindo normas para amainar os ânimos exaltados.

Dentro do acordo firmado, há a transferência dos Paulino para o extremo oeste do Estado da Paraíba. Estacionam na cidade de Cajazeiras do Padre Rolim, em um sítio conhecido por Lagoa do Arroz, propriedade de um sertanejo de nome João de Brito.

Cerca de quarenta e oito camaradas de armas, incluindo familiares, acompanharam João Paulino neste êxodo forçado pela violência da política caririense.

Durante várias oportunidades, forças volantes cearenses adentraram o território paraibano à caça dos desafetos do todo poderoso “coronel” Isaías Arruda. O alvo principal era João Paulino. Violência extrema era a característica maior dessas tropas formadas por policiais e jagunços, ambos pouco diferenciados no modus operandi.

Novamente é firmado um acordo de convivência salutar, embora fosse parte da trama arquitetada pelo imperdoável Arruda.

Achando que tudo havia se normalizado em sua região de origem, resolveu João Paulino seguir viagem à localidade das Antas, município de Aurora, intuindo recuperar algumas cabeças de gado de sua propriedade que haviam ficado por lá quando da retirada forçada.

A esposa de João Paulino, que atendia pelo nome de Tapuia, verificou quando da partida do esposo que o patuá de rezas fortes, ostentado por cangaceiros e homens que se envolviam em questões, havia sido esquecido, como prenúncio da tragédia que estava preparada por Arruda.

João Paulino, conforme nos contou a Sra. Ângela de Brito Lira, filha do proprietário do sítio Lagoa do Arroz, fazia uso de um rosário de quinze mistérios e cento e cinquenta Ave-Marias com um saquinho repleto de orações fortes e mandingas. Segundo se propalava, o objetivo era “fechar” o corpo contra balas e armas brancas.

Corria o mês de setembro de 1926. O regresso ao Ceará foi feito na companhia de um irmão, de nome José Paulino, e um cunhado conhecido por Bidoza. A tocaia armada pelo “coronel” Isaías Arruda fora preparada no lugar Serrota. João Paulino foi alvejado por mortífera descarga, atingindo em cheio a veia femural. O requinte de crueldade da traição foi completado quando seus algozes obrigaram seu cunhado a terminar de matá-lo.

O cangaceiro Massilon Benevides

Após o martírio de João Paulino, Isaías Arruda ainda figurou destacadamente nas crônicas da violência regional. Exercendo influência sobre o cangaceiro Massilon “Benevides” Leite, instigou e organizou o ataque do bando de Lampião a Mossoró, em 13 de junho de 1927. O resultado foi o fracasso vergonhoso diante da decisão da população mossoroense em cerrar fileiras com o prefeito Rodolfo Fernandes na defesa da cidade ameaçada.

Quando da retirada vexatória dos cangaceiros em direção ao cariri cearense, confiantes na “neutralidade” do Estado onde se localizava a “Meca sagrada” dos sertanejos, apressa-se em por em prática suas táticas de traição, tentando envenenar o “rei dos cangaceiros”.

Em 1928, embora desfrutando prestígio efetivo em dois municípios – Missão Velha e Aurora – Arruda tombou morto no trem, quando transitava pelo município de Aurora (MELLO, 1985, p. 101). Os autores, Francisco e Antônio Paulino, agiam movidos pelo desejo de vingança.

Cangaço e política se articulavam em uma só expressão da realidade forjada conforme os parâmetros definidos pela inflexível moral sertaneja que marcou o tempo das contendas entre os chefes políticos de outrora.

José Romero Araújo Cardoso é geógrafo, professor da UERN

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