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sexta-feira, 19 de março de 2021

Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"

 


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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LAMPIÃO EM JUAZEIRO – O TRIUNFO E A GUERRA QUE NÃO HOUVE

Por João Costa

Devidamente apetrechados e montando burros selados a entrada de Virgulino Ferreira e seu bando em Juazeiro do Norte em março de 1926 foi triunfal, cinematográfica, para um encontro com o padre Cícero Romão, líder religioso católico de 82 anos, e com o deputado Floro Bartolomeu, que não pode comparecer pois convalescia de sífilis em estado terminal em um hospital do Rio de Janeiro.

De 4 a 7 de março, Lampião e seu bando ficaram em Juazeiro do Norte, período em que Virgulino aproveita para se reunir com seus familiares residentes na cidade sob a proteção do famoso vigário, visitar ourives, comerciantes e, como bom marqueteiro, fazer propaganda e relações públicas dele mesmo.

Não era segredo para ninguém o objetivo da visita do bandoleiro. Ali estava também em operação militar devido a acertos políticos anteriores feitos pelo deputado Floro para que Lampião e seu bando, devido a capacidade de luta, atuassem como força integrante do Batalhão Patriótico do Juazeiro para interceptar, dar combate e impedir que a Coluna Prestes, uma força integrada por mais de mil soldados ingressasse na chamada “Terra Santa” dos sertanejos.

O bando permanecia nos arredores enquanto Lampião, tendo com sombra Antônio Ferreira e, a média distância, Luiz Pedro e Sabino das Abóboras como reforço de segurança pessoal, posou para fotos ao lado de familiares e do próprio bando, concedeu entrevista, foi à almoços e jantares, distribuiu moedas com a meninada de rua e romeiros miseráveis e pedintes.

Ao velho vigário coube a missão de cumprir o que houvera sido acertado com o deputado Floro: a entrega de armamento e munições novas em uso no Exército Brasileiro, roupas e apetrechos, além da concessão de patente de Capitão para ele e de tenente para o irmão Antônio.

Na entrevista concedida ao médico e jornalista Octacílio Macedo e publicada no jornal O Ceará, em 1926, no dia seguinte ao receber a patente de capitão do Exército Patriótico, Virgulino Ferreira mentiu a seu próprio respeito, se descrevendo como profissional, falando manso e pouco, quase sussurrando, modos tratáveis, mas mantendo seu mosquetão inseparável sem sair das suas mãos.

Falou de protetores e traidores, criou uma áurea de homem injustiçado, enfim fez marketing. Eis um trecho da famosa entrevista.

Qual seu nome e sua origem?

- Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva e pertenço a humilde família Ferreira, do riacho de São Domingos, município de Vila Bela. Meu pai sendo constantemente perseguido pela família Nogueira e por José Saturnino, nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município de Água Branca, em Alagoas.

E acrescentou, “Nem por isso cessou a perseguição. Em Água Branca foi meu pai, José Ferreira, barbaramente assassinado pelos Nogueiras e Saturnino, no ano de 1917. Não confiando na ação da justiça pública – porque os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes – resolvi fazer justiça por minha conta própria, isto é, vingar a morte do meu progenitor. Não perdi tempo e resolutamente arrumei-me e enfrentei a luta. Não escolhi gente das famílias inimigas para matar e efetivamente consegui dizimá-las consideravelmente”.

Seu grupo recebe proteção de muita gente?

- Não tenho tido propriamente protetores. A família Pereira do Pajeú é quem me tem protegido mais ou menos. Todavia, conto em toda parte com bons amigos que me facilitam tudo e me escondem eficazmente quando acho que estou sendo perseguido pelos governos. Se não tivesse necessidade de procurar meios para manutenção dos meus companheiros, poderia ficar oculto indefinidamente, sem nunca ser descoberto pelas forças que me perseguiam.

A revelação - "De acordo com meus protetores, só um me traiu miseravelmente. Foi o coronel José Pereira de Lima, chefe político de Princesa, homem perverso, falso e desonesto, a quem durante anos servi, prestando os mais vantajosos favores de nossa profissão”.

Como contém um grupo tão volumoso?

- Consigo meios para manter o meu grupo pedindo aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam a prestar-me auxilio.”

Dizem que você está rico. Até onde isto é verdade?

- Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro mal tem dado para as vultosas despesas do meu pessoal – aquisições de armas e munições. Convido notar que muito tenho gasto com a distribuição de esmolas aos necessitados.

É comum dizerem que os cangaceiros por onde passam deixam um rastro de sangue. Como é seu comportamento?

- Tenho cometido violência e depredações vingando-me dos que me perseguem e em represália a inimigos. Costumo, porém, respeitar famílias por mais humildes que sejam, e quando sucede algum do meu grupo desrespeitar uma mulher, castigo severamente.

Consumada a vingança do seu pai, pretende deixar o cangaço?

- Até agora não desejei abandonar a vida das armas com a qual me acostumei e sinto-me bem. Mesmo que não fosse, não poderia deixar essa vida por que os inimigos não se esquecem de mim e por isso eu não posso deixá-los tranquilos. Poderia retirar-me para um lugar longínquo, mas julgo que seria uma covardia, eu não quero nunca passar-me por covarde.

Existe algum tipo de pessoa que tem preferência no relacionamento?

- Gosto geralmente de todas as classes. Aprecio de preferência as classes conservadoras – agricultores, comerciantes, etc. – por serem homens de trabalho. Tenho veneração e respeito pelos padres, por que sou católico. Sou amigo dos telegrafistas, por que alguns já me têm salvado de grandes perigos. Acato aos juízes por que são homens de lei e não atiram em mim. Só uma classe que eu detesto: é a dos soldados, que são os meus constantes perseguidores.

Comprometeu-se com o padre Cícero poupar o Ceará de suas razias; ali mesmo conheceu o secretário particular do vigário, o libanês Benjamim Abraão, com quem se encontraria anos depois.

E partiu. A Coluna Prestes já estaria a este tempo muito longe do Juazeiro. A história relada que do Juazeiro do Norte, Lampião e seu bando saíram bem armados e municiados. Não há relatos do quanto supostamente teria recebido em dinheiro para regatear com o bando.

Fonte: “Apagando o Lampião – Vida e Morte do Reio do Cangaço, de Frederico P. de Mello.

“Lampião, nem herói nem bandido”, de Anildomá Willans de Souza.

Acesse: blogdojoaocosta.com.br

Foto1. Lampião e seus familiares em Juazeiro em 1926. F2. Floro Bartolomeu e Padre Cícero. F3. Virgulino e Antônio Ferreira em Juazeiro.

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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OS BICHOS DO COLORADO

 Clerisvaldo B. Chagas, 19 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.493

LOTEAMENTO LUAR DE SANTANA (FOTO: B. CHAGAS).

Visitando o Loteamento Colorado que está aos poucos sendo preenchido com seus 800 prédios, além da beleza do lugar avisto animais selvagens na última quadra colina acima nos seus 340 metros de altitude.  O Loteamento Colorado também é chamado Luar de Santana e fica na margem direita da AL-120 saída para Olho d’Água das Flores. É uma colina que tem início na rodovia e termina justamente no topo com a última rua. De lá, à noitinha avista-se a iluminação de inúmeros sítios rurais como Queimadas do Rio, João Gomes, Serrote dos Bois, Campo de Aviação e muitos outros ainda. Como a família está construindo ali, costumo visitar a obra, cujo Luar do Sertão é cercado de fazendas e matas de caatinga. Além de uma rica flora, sempre avisto Espanta-boiadas, corujas, formigas, teiús e pássaros diversos. Deve ter raposas, tatus, pebas, cobras e mais dezenas de animais miúdos.

Tive, então a ideia de convidar o meu amigo, escritor, professor biólogo e desenhista Fábio Campos para fotografar a fauna e a flora daquele habitat, catalogando animais e plantas num trabalho científico, com os nomes clássicos e correspondentes populares para enriquecer a cultura santanense. Fábio Campos, o contista, aceitou na hora e marcou a possibilidade para depois da Quaresma.  O resultado do futuro trabalho poderá ir à exposição, revistas científicas, aulas específicas nas escolas de Santana e até mesmo venda de painéis para as 800 famílias que se instalarão no Luar de Santana.

Embora tenha feito Geografia na qual dou a preferência aos meios físicos, em especial ao Relevo, tenho plena consciência do seu ramo, a Biogeografia. Entretanto a carga passada para o meu amigo Fábio Campos, pertence com maior profundidade à Ciência Biológica e suas particularidades. Acho que mesmo no ambiente de colina do Luar de Santana, pode haver compartimentações para animais e plantas chamadas nichos ecológicos.  O habitat possui relevo tipo grota e de média altitude, o que é possível encontrar comportamentos diferenciados de bichos e plantas.

E por ser o meu colega escritor mais novo, suas pernas aguentarão por certo, o “barrufo” de subidas e decidas da caatinga periférica do Luar de Santana.

Estou fazendo a minha parte.


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LAMPIÃO ENCONTRA VOLTA SECA (PARTE 1) - CNL - #341

 Por Robério Santos

https://www.youtube.com/watch?v=Pot0zBRo_n0&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

O Cangaço na Literatura

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A MÃE DE LAMPIÃO - O CANGAÇO NA LITERATURA #158

 Por Robério Santos

https://www.youtube.com/watch?v=br7Ll-3b2Gk&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Um programa especial do dia das mães, só pra vocês que querem passar esta tarde de domingo vendo cultura. E aí? Gostou da surpresa? Este é O CANGAÇO NA LITERATURA, não aceite imitação!

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ESTADO MAIOR DAS FORÇAS ORGANIZADAS EM 1925 PELO GENERAL DOR. FLORO BARTOLOMEU PARA COMBATER A COLUNA PRESTES.

 Miguel Nirez Azevedo

Foto do Estado Maior das forças organizadas em 1925 pelo "general" Dr. Floro Bartolomeu da Costa formado para combater a "Coluna Prestes" na sua incursão no Estado do Ceará.

Na foto estão: 1) Capitão Tobias Medeiros; 2) Major José Almeida Cavalcante; 3) Capitão Mário Rosal (Homem do Facão); 4) José Parente, ex-prefeito de Piancó, na Paraíba; 5) João Evangelista; 6) Coronel Pedro Silvino de Alencar; 7) Loiola de Alencar (contador); 8) Major farmacêutico Júlio Gomes; e 9) Capitão Antônio Souto.

Tais patentes foram de nomeação e assinadas pelo médico baiano Floro Bartolomeu da Costa.

O centro das operações foi na cidade de Juazeiro do Norte e depois, por conveniências estratégicas transferidas para a vila de Campos Sales.

Fonte: Museu Histórico do Sr. Odílio Figueiredo, de Juazeiro do Norte, datando de 1936. 

https://www.facebook.com/photo?fbid=4394100987273041&set=a.100692453280604

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O PAI DE LAMPIÃO - O CANGAÇO NA LITERATURA - #198

 Por Robério Santos

https://www.youtube.com/watch?v=OwaSN58YMQQ&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Já assistiram ao programa da mãe de Lampião? Veja aqui https://www.youtube.com/watch?v=br7Ll...

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LABAREDA E A SALVAÇÃO DA AMA DE CASA.

Por João Filho de Paula Pessoa 

https://www.youtube.com/watch?v=PbrHT3yAu_c&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

No final de 1929, o Bando de Lampião chegou a Vila de Curaçá na Bahia e visitaram as fazendas da região tomando dinheiro e mantimentos. Em uma destas fazendas encontraram apenas uma mulher que cuidava de duas crianças de colo. Zé Baiano e Ezequiel pegaram a mulher à força e estavam levando-a para os matos, quando Labareda chegou a cavalo e perguntou para onde iam com aquela mulher, e a dupla Cangaceira disse que era para ela mostrar onde tinha dinheiro dos patrões enterrado. Labareda então indagou o que aquela mulher sabia sobre dinheiro enterrado, mas ele sabia o que eles queriam fazer com ela nos matos. A mulher que estava agarrada por Zé Baiano e Ezequiel conseguiu escapulir deles e correu para junto de Labareda, que ainda estava montado no cavalo, e agarrou em seu bornal e suplicando disse que não sabia sobre dinheiro, pois era apenas uma ama de casa. Ezequiel pegou a mulher novamente e Labareda mandou-lhe soltar a moça e ele soltou, mas aí Zé Baiano a segurou novamente com força e a puxou bruscamente, que fez ela soltar o bornal de Labareda quase lhe derrubando do cavalo, momento em ele desceu do cavalo e disse que a moça só iria para os matos com eles se ele fosse também, Zé Baiano esbravejou e insinuou enfrentar Labareda que o encarava, mas não o fez e resolveu então solta-la. A Mulher perguntou a Labareda qual seu nome e ao ouvi-lo disse: “Seu Anjo Roque: Deus o livre de macaco, Jesus lhe proteja de bala e lhe livre de tudo quanto for ruim, porque uma ama de casa num sabe de nada, nem onde está o dinheiro do patrão”. Lampião assistiu a tudo sem intervir ou se manifestar, após apitou para juntar o bando para a partida e disse a Labareda para ele partir por último, para ninguém forçar a moça e assim ele fez, ficou em companhia da ama, que chorava muito, até que todos partissem, para só então seguir com o bando, quando se juntou aos demais Lampião falou a todos “O grupo de Cangaceiros da gente num tá tendo mais respeito como já teve. O Cumpade Labareda tem razão. Nós podemos fazer muita coisa, muita miséria, quando for necessário. Mas fazer miséria sem necessidade, não há precisão”. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.

Assista o filme deste Conto: Clique na foto abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=PbrHT3yAu_c&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

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