Por Nas Pegadas da História
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quarta-feira, 12 de novembro de 2025
A CRUELDADE DO CANGACEIRO ZÉ FORTALEZA COM O JOVEM CHAMADO BEIJO.
( ENCONTREI NA ZONA RURAL DE SERRINHA BAHIA ).
Por Guilherme Machado
MORTE DO CANGACEIRO CIRILO DE ENGRACIA.

A ESCRAVA QUE CONDENOU A SINHÁ À MISÉRIA: A VINGANÇA QUE AFUNDOU UMA DINASTIA NO RECÔNCAVO, 1847.
Do acervo do Antônio Martins
O SANGUINÁRIO CANGACEIRO INDÍGENA GATO.
Por: Dr. Ivanildo Alves Silveira (Cariri Cangaço).
CORISCO E DADÁ NA VISÃO DO FILHO SÍLVIO HERMANO DE BULHÕES.
Por Archimedes Marques
Autor no seu pronunciamento do
lançamento do livro "MEMÓRIAS E REFLEXÕES DE UM FILHO DOS CANGACEIROS
CORISCO E DADÁ"
Costumo dizer que “a
história do cangaço nunca foi, não é, e jamais será uma ciência exata”. As
histórias desencontradas escritas sem critérios técnicos de comparações ou
constatações, sem provas absolutas, com tantas invencionices, tantos exageros,
tantas entrevistas não confiáveis e sem sentidos, fazem da literatura
pertinente uma verdadeira “colcha de retalhos” gigante, um “quebra-cabeça” sem
fim, que sempre estão sendo remontados em busca da história mais verossímil
possível pelos verdadeiros pesquisadores. Por isso todo novo livro sobre o tema
é sempre bem-vindo para análise dos mais curiosos, dos mais entendidos
historiadores, estudiosos ou mais interessados no assunto tirarem as suas
conclusões.
Desse modo, nasceu o tão esperado livro do querido professor e economista
alagoano, Sílvio Hermano de Bulhões, intitulado “Memórias e Reflexões de
um Filho dos Cangaceiros Corisco e Dadá”. Tão esperado, porque foi tão esperado
mesmo, pois posso dizer sem medo de errar, que nas minhas andanças de Aracaju
para Maceió, isso já vai lá prá trás beirando mais de 16 anos, todas as visitas
que fiz à capital alagoana, não faltei uma sequer ao amigo Sílvio Hermano de
Bulhões. Visitas de cortesia, visitas de alegria que levavam horas de conversas
inesgotáveis sobre o tema cangaço, visitas que sempre nos deu prazer, a mim e a
minha esposa também escritora do tema Elane Lima Marques, visitas que em uma
delas o presenteamos com uma estatueta da minha autoria representando o casal
“Corisco e Dadá” e, noutra oportunidade de entregar-lhe o Diploma do Honroso
Titulo de Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Letras e Artes do
Cangaço (ABLAC). Como fato marcante e repetitivo, em todas essas visitas ele
prometia lançar o seu livro no final de cada um desses anos. E nada!... Mas
como promessa é dívida ele terminou pagando essa promessa com ajuda inequívoca
do seu grande amigo José Malta Fontes Neto e dos seus filhos Sérgia Maria de
Bulhões Modesto e Christino Hermano de Bulhões, dentre outros.
Do espetacular lançamento da obra ocorrida no dia 11/02/2023 na linda cidade de
Santana do Ipanema, terra dos seus estimados pais não biológicos, o Padre
Bulhões e Angelica Bulhões, solenidade que tivemos a honra de estarmos
presentes, nasceu também a ideia de fazer alguns comentários sobre o livro, uma
análise que nos leva a algumas observações e a certeza de que nunca a
história do cangaço será uma ciência exata, senão vejamos alguns pontos que
merecem destaque:
Consta da fala da sua mãe biológica Dadá que Corisco serviu ao Exército Brasileiro
e que teria participado da Revolta Sergipana de 13 de julho de 1924. Referido
fato é também relatado pelos grandes escritores sobre o tema como sendo uma
verdade real, sendo que a prova principal, a prova documental nunca fora
apresentada. Desse modo, partindo não só da minha curiosidade, mas
principalmente decorrente do meu tino de pesquisador pertinaz, estando a
residir no mesmo local dos fatos, ou seja, em Aracaju, corri atrás no sentido
de tentar encontrar tais provas que seriam irrefutáveis. Seria uma grande
glória para mim e para a história do cangaço encontrar qualquer documento que
ligasse o nome de Cristino Gomes ao Exercito Brasileiro, mais de perto, ligado
ao 28º Batalhão de Caçadores. Desse modo, para escrever o volume IV da minha
coleção “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, nas minhas
incansáveis pesquisas nos anos de 2014 a 2020, após pedir ajuda aos Comandantes
do 28º BC, após vasculhar o Arquivo Público de Sergipe, o Arquivo Público de
Aracaju, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Biblioteca Pública de
Sergipe, a Universidade Federal de Sergipe, a Universidade Tiradentes sem nada
encontrar pertinente ao soldado Christino, finalmente no Arquivo Geral do
Judiciário de Sergipe, encontrei o Processo Criminal, mais de perto a Apelação
Criminal nº 1.043, endereçada ao Juiz Federal da Secção da Bahia, Dr. Paulo
Martins Fontes, datada de 12/02/1925, com a consequente Denúncia apresentada
pelo Ministro Relator Artur Ribeiro, contra todos os amotinados da Revolta Sergipana
de 13 de julho de 1924, rica documentação composta em 19 volumes, cujos
documentos me debrucei e os fotografei em três semanas de trabalho, mas
que, infelizmente nada encontrei em relação ao soldado Christino Gomes.
Vale ressaltar que um dos volumes contém os nomes de todos os soldados
engajados no 28º BC naquelas datas próximas e até os voluntários que
participaram do referido levante, como também não consta o nome dele nas
páginas do pagamento mensal dos referidos pracinhas, encontradas noutro volume
do dito processo que é originário da 1ª Vara Criminal de Aracaju em primeiro
grau. Desse modo, concluo o meu pensamento dizendo que mesmo não havendo
uma prova documental que comprove esse feito, Corisco, usando um nome falso
pode ter servido ao Exército Brasileiro e participado do famoso Levante
Sergipano. Essa tese é reforçada pelo fato de ter ocorrido meses antes uma
briga na Estação Ferroviária da cidade de Pedra, hoje Delmiro Gouveia, entre o
jovem Christino com um cabo da Policia Militar local em que o policial foi
ferido na cabeça. Ou seja, com receio de ser descoberto ou receio de haver um
possível processo sobre o fato e ser rejeitado, reprovado ou mesmo preso, o
jovem Christino pode ter usado um nome falsificado para se tornar soldado do
Exercito Brasileiro.
Noutro ponto sua mãe Dadá também lhe disse que por conta do soldado Christino
ter desertado após a retomada do poder das mãos dos revoltosos, teria ele se
escondido na propriedade de uma madrinha próxima a cidade de Laranjeiras, ali
perto. Teria sido nessa propriedade que conheceu Lampião que por alí passava e
após acerto, entrado para o bando. Uma grande novidade, sem dúvida, pois a
maioria dos historiadores falam que esse fato, o fato da sua adesão, se deu
mais adiante, já em Pernambuco em 1926. Ademais, para reforçar a fala da Dadá,
consta da literatura, mesmo sem comprovação, uma possível passagem de Lampião
em Laranjeiras em busca de tratamento para o seu olho doente, junto ao afamado
médico Dr. Antônio Militão de Bragança.
Emocionante são as palavras que contam os dois nascimentos do autor: o gerado
por Corisco e Dadá em meio aos carrascais do cangaço e o gerado pelo Padre
Bulhões e sua irmã Angélica Bulhões no seio da sociedade de Santana do Ipanema.
Da leitura não podemos deixar de enaltecer a inteligência e a perspicácia do
Padre Bulhões chamando o então Major Lucena até a sua presença para contar o
ocorrido e livrar de males futuros o sertanejo emissário Pedro Ricardo que
trouxera a criança “cangaceirinha” para o povo santanense. Desse modo, o
referido sertanejo passou a ser protegido tanto pelos cangaceiros quanto pelos
policiais volantes.
Nota-se no bojo da obra que o povo santanense se aglomerava em fila para ver o
menino “cangaceirinho” pensando ser ele diferente dos outros. Teve até um
cidadão que se decepcionou ao ver que o menino só tinha uma cabeça, duas
pernas, dois braços e uma torneirinha.
O capitulo que retrata o batizado do menino Sílvio Bulhões é novamente
emocionante, pois além de demonstrar o grande amor dos seus pais biológicos ao
viajarem disfarçados durante uma noite inteira para de longe assistirem a
cerimônia, ainda mostra o choro engasgado de Corisco ao “pigarrear” sem fim,
enquanto a Dadá se derramava em lagrimas.
Gratificante foi tomar conhecimento que a fotografia do menino Sílvio Bulhões
terminou virando salvo-conduto para os santanenses da zona rural e os
sertanejos andantes daquelas paragens. Fotografias e mais fotografias eram
entregues a quem desejassem para se livrarem dos males dos cangaceiros, e quem
sabe não teria salvado algumas vidas?…
Quanto ao casamento de Corisco e Dadá, o autor termina tirando dúvidas, vez que
historiadores renomados como Antônio Amaury Corrêa de Araújo e Estácio de Lima,
dentre outros disseram no seus livros que o referido casamento tinha sido
celebrado pelo Padre José Bruno da Rocha da Paróquia de Porto da Folha,
quando na verdade ele era da Paróquia de Gararu. Dito engano ou
atrapalhação, me fez procurar junto a Paróquia de Porto da Folha tal documento,
nada lá encontrando. Resta agora algum pesquisador conseguir junto a Paróquia
de Gararu referido documento, com o privilégio de já saber que o fato teria
ocorrido em 16 de fevereiro de 1940.
O menino Sílvio Bulhões, apesar de bem cuidado e paparicado pelas pessoas de
bem de Santana do Ipanema, infelizmente também sofreu preconceito partindo de
pessoas inescrupulosas que o tratavam com desdem e criticas malidicentes por
ser filho do impiedoso cangaceiro Corisco, fatos que até fizeram com que ele
também passasse a repudiar o próprio pai.
Maravilhosas e enigmáticas são as palavras que misturam o irreal com o real e
faz com que o menino Sílvio Bulhões, aos 9 anos de idade, veja pela primeira
vez em sonho e logo em fotografia a mesma figura do seu pai Corisco. São
palavras do filho emocionado Sílvio Bulhões: “Aquela semente microscópica
que eu havia plantado em meu coraçãozinho, o gérmen inicial de admiração pelo
meu futuro herói, naquele dia, metamorfoseou-se em uma pequena árvore, é bem
verdade, mas que se transformaria, com o decorrer dos anos, num imenso
Flamboiã, muitíssimo maior que aquele gigante de nossa casa e que, ainda hoje,
continua a me fortalecer sombra cada vez mais reconfortante.”
Aracaju, 16 de fevereiro de 2023.
Archimedes Marques
CHEGOU O PRETINHO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.309
A nossa rua, no Bairro São José, foi calçada com paralelepípedos na gestão municipal Paulo Ferreira. Não se pode negar os inúmeros benefícios de uma rua que sai da poeira para o calçamento, inclusive, a sua valorização. A princípio, foi formado o Conjunto São João com dezoito casas, dividido em duas ruas, uma com um lado sé, outra com os dois lados. Aluta pelo abastecimento d’água, ainda precário, foi melhorado graças a mobilização particular dos seus moradores, que financiaram uma puxada de encanação do terminal da Rua Manoel Medeiros. Até o presente momento, há mais de trinta anos, a rua ainda é “boa de água” como diz o povo.
E hoje acordamos com um barulho intenso de máquinas no conjunto ganhando asfalto. Agora mesmo, enquanto vestimos essa crônica, os ruídos irritantes do maquinário trazem o eco da rua do Posto de Saúde que também está sendo contemplada, mas não deixamos que perturbem esse trabalho. Embora a nossa rua seja pequena e vertical ao Posto de Saúde e a do Posto de Saúde não tenha nada relevante, além da própria repartição pública, enorme fatia do Bairro São José se entrelaçam facilitando o acesso às principais para a mobilização urbana como a Avenida Castelo Branco e a BR-316 que corta grande fatia do Bairro da zona Oeste, São José, também saída para o Alto Sertão.
Estamos até fazendo brincadeiras, dizendo que “vamos cobrar pedágio”. Ora! Asfalto hoje é uma coisa tão comum, pode dizer alguém. E de fato é comum mesmo e rotina de muitos, há muito. Mas, meu amigo, minha amiga, para quem estar desprovido do conforto moderno, grande diferença faz. A valorização da rua foi há mais de 30 anos, portanto, quase uma vida completa, mas só agora tivemos outro benefício de peso. É ou não é motivo de alegria e comemoração! Sabemos sim, que o asfalto da cidade contribui para o aumento do calor e das infiltrações das chuvas adequadamente nos terrenos revestidos, mas tudo faz parte da vida evolutiva. Se somos prejudicados em uma coisa, procuraremos compensar em outras, como já assistimos em soluções de urbanistas.
Esta primeira noite de asfalto na minha rua, não irá de maneira nenhuma me dá insônia.
Fica registrado o benefício neste mês de novembro, dia 11. Pronto, Fonte de pesquisa para o futuro.
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/11/chegou-o-pretinho-clerisvaldo-b.html


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