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sábado, 30 de maio de 2020

O CORDEL PERDE ARIEVALDO VIANA

Por José Di Rosa Maria
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O CORDEL perde um artista,
Arievaldo Viana;
Uma figura bacana,
Um poeta cordelista,
Pesquisador, desenhista,
Natural de Madalena,
No Ceará terra plena
De poesia dileta,
Quando se vai um poeta
Chora o Nordeste com pena.

Autor: José Di Rosa Maria / 30-05-2020.
Externo aqui minhas condolências aos familiares do amigo e poeta Arievaldo Viana.


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PARTIU O POETA ARIEVALDO VIANA...

Por Manoel Severo

NOTA DE PESAR!

É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento, na tarde de hoje na cidade de Fortaleza, do pesquisador, poeta, cordelista, xilogravo e escritor, Arievaldo Viana. A cultura do sertão, nordestina e do Brasil perdem um de seus mais talentosos e festejados protagonistas. Arievaldo Viana se notabilizou como um apaixonado pela vida e pela arte, fazia de seu oficio nato a alegria de todos os palcos por onde passava, desde uma simples e aconchegante conversa de beira de calçada às plateias dos grandes auditórios. Ari, para os amigos, agora conta causos, declama, canta e encanta lá do céu; ao lado de Leandro Gomes de Barros; e tantos outros Mestres da arte e cultura sertaneja.

Fortaleza, 30 de Maio de 2020

Manoel Severo Barbosa
CONSELHO ALCINO ALVES COSTA DO CARIRI CANGAÇO
Archimedes Marques
ABLAC-ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E ARTES DO CANGAÇO
Benedito Vasconcelos
SBEC-SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
Ângelo Osmiro Barreto
GECC-GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
Narciso Dias
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
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E AMO VOCÊ...

*Rangel Alves da Costa

Todas as mulheres. Ou algumas. Ou apenas você. Um relacionamento ainda inexistente, pois apenas na possibilidade de algum demonstrar esse amor.
Todas as razões para te amar. Além de gostar, além do prazer que dá, aprendi a certeza de te amar. E tanto amo você.
Amo o entardecer, do dia o envelhecer, a magia do instante e sua canção de ninar para a noite adormecer. Ao longe a luz apagando, logo a lua vai descer.
E amo você...
Amo da matutice o saber, de seu pouco ou nada ler, mas que na escola do mundo não há doutor de maior merecer. Basta olhar adiante e sabe tudo descrever.
E amo você...
Amo a mão velha e seu benzer pra todo mal combater, sua sabedoria sagrada e seu profundo conhecer, sua prece e suas folhas para a vida proteger.
E amo você...
Amo desamar o embrutecer e o vaidoso envaidecer, pois amo a simplicidade e a paz em cada ser, pois tudo achado demais não passa de um nada ter.
E amo você...
Amo o café derramado que logo começa a ferver, exalando um perfume de inigualável prazer, não bastando uma xícara, pois logo outra a beber.
E amo você...
Amo quem conscientemente sabe tão bem enlouquecer, fazendo o jamais feito sem loucura transparecer, pois conhece seus limites e até onde se perder.
E amo você...
Amo o amanhecer e o novo dia a nascer, iluminando a estrada e o que além possa se ter, abrindo os caminhos aos passos para cada sonho acontecer.
E amo você...
Amo o passado trazer para o distante reviver, como se fosse retrato chamado a novamente conviver, mesmo que doa a saudade, mesmo que cause sofrer.
E amo você...
Amo relembrar o menino pela rua a correr, tomando banho de chuva sem de nada temer, pois vivendo a sua infância e sem nada a lhe aborrecer.
E amo você...
Amo o silêncio da noite e minha pena a correr, escrevendo qualquer coisa daquilo que eu possa crer, talvez um verso de amor ou linhas de padecer.
E amo você...
Amo acender a vela e a face de Deus logo ter, fazer minha oração e ter a luz no escurecer, sentir o ânimo da alma e no espírito o poder.
E amo você...
Amo quem me chega suave, sem arrogância ou engradecer, que mereça um abraço e toda palavra a dizer, que traga contentamento e torne alegre o conviver.
E amo você...
Amo ter sede de vida e amo da vida beber, fartura do que preciso para um bom viver merecer, gota a gota na lição do que desejo aprender.
E amo você...
Amo o tempo que passa e o ponteiro a bater, hora a pós hora na vida e mais vida querer ter, pois é o relógio que temos antes de depois nada ter.
E amo você...
E por que amo tudo isso e amo tanto você? De nada adiantaria ter a noite e o amanhecer se tudo o mais que eu possa ter não venha tendo você.
Ter a vida e o viver é ter o viver com você.
Você, nome espalhado numa simples palavras, mas tão imensa e tudo, pois você é quem eu amo. E amo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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UMA CANTORIA DE CANGACEIROS - 1927

Acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Em um combate, em 1927, no Município de Flores, em Pernambuco, a cantoria dos cangaceiros foi anotada pelos policiais:
.

O tenente Pedro Malta
Já pedio demissão
Tá com medo do galope
Do rifle de Lampeão

Côro

Ai! mulher rendê.
Ai! mulher rendá.
Que chora por mim não fica
Soluço vae no “borná”


As meninas de Villa Bella
São pobres mais tem acção,
Botam queijo e rapadura
No “borná” de Lampeão

Côro

Ai! mulher rendê.
Ai! mulher rendá.
Que chora por mim não fica
Soluço vae no “borná”


Minha mãe quero dinheiro
P’ra comprar um cinturão
Para sustentar o rifle
Do valente Lampeão

Côro

Ai! mulher rendê.
Ai! mulher rendá.
Que chora por mim não fica
Soluço vae no “borná”


O riacho do Navio
Já encheu e já vazou
O tenente Frederico
O diabo carregou

Côro

Ai! mulher rendê.
Ai! mulher rendá.
Que chora por mim não fica
Soluço vae no “borná”


O meu rifle não engasga
No cangaço, sou doutor
Amadeu é vingativo
“Manél” Gome é corredor

Côro

Ai! mulher rendê.
Ai! mulher rendá.
Que chora por mim não fica
Soluço vae no “borná”


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O DIABO NUNCA SE ENTREGA


Por Hamilton Santos
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Era uma noite quente de agosto de 1907, no pequeno lugarejo Matinha de Água Branca, em Alagoas, quando vim ao mundo. Meu choro ressoou potente nas veredas do sertão, revelando a criança forte e saudável que acabara de nascer. Chamaram-me Raimundo. A felicidade e a alegria invadiram a casa dos meus pais. Festejaram por três dias. Cresci na velha Matinha de Água Branca correndo, brincando e cavalgando nas zonas rurais da cidadezinha. Aos dezesseis anos de idade eu já era um homem feito, musculoso, atlético e com rosto muito apreciado pelas mulheres. Destacava-me entre meus companheiros por ser o mais forte e o mais esperto. O meu cabelo longo e loiro chamava a atenção.

Com dezessete anos, numa briga de rua, matei um homem e fui perseguido e jurado de morte. Fiquei desesperado. Sem ter para onde ir me aliei ao um bando de cangaceiros famosos. Este grupo era chefiado por Lampião que passou a ser meu amigo e mestre. Aprendi tudo de cangaço com ele, admirava-o como homem forte e valente. Em pouco tempo tornei-me chefe de um dos grupos formando assim meus próprios cangaceiros. Escolhi a dedo os mais valentes, os mais destemidos. Ganhei autonomia e junto à minha cabroeira pratiquei muitos atos violentos, matei e degolei muitos inimigos, chegaram a me apelidar de Diabo Loiro, menção a minha crueldade e a cor dos meus cabelos. Este apelido me enchia de vaidade e continuava a cometer outros atos para justificá-lo.

Em uma dessas andanças pelo sertão encontrei a Salete, a mulher da minha vida. Apaixonei-me perdidamente por aquela bela mocinha, esguia,altiva, de corpo bonito, dengoso e cheio de curvas. A paixão me cegou e a levei comigo e antes de mesmo de chegar ao coito a amei na areia quente da caatinga. Salete, com sua ternura e paciência, mudou muito minha vida, me tornei mais brando e menos cruel. Em troca lhe dei proteção , carinho, ensinei a ler, escrever e atirar.Foi o período mais feliz da minha. O que era paixão se transformou em amor e até pensei em mudar de vida.

Em agosto de 1938 as volantes alagoanas atacaram a Grota do Angico e mataram e degolaram Lampião, Maria Bonita e vários cangaceiros. Desesperei - me com a notícia. Não podia ser verdade a morte de meu mestre!Enlouqueci de raiva e matei e degolei os que eu julgava terem sidos os delatores dos meus companheiros. Depois disso nunca mais prestei, passei a beber demais, de noite tinha alucinações vendo a cabeça cortada de Lampião Nesses dias sempre tive o apoio de Salete, que me acalmava e fazia-me voltar à razão. Devo muito a ela não ter endoidado de vez.

Em 1940 o presidente Getulio Vargas deu anistia aos cangaceiros que se entregaram. Não me entreguei e decidi me afastar de vez do cangaço.Estávamos repousando na Bahia, na cidade de Barra do Mendes quando fomos atacado pela volante comandada por Zé Rufino. Metralharam a mim e à minha Salete, vi meus intestinos saindo da barriga e minha mulher com a perna decepada. Agarrei as suas mãos e tentei consolá-la afirmando que tudo ia sair bem. Não saiu.Sofri longas dez horas com dores horríveis e por mim passaram, naquelas horas, cenas de minha vida penosa,sacrificada, de batalhas e os dias felizes ao lado de Salete.

Zé Rufino se acercou de mim e perguntou por que não me rendi quando ele mandou. Respondi que não era homem de se render, mesmo porque o diabo nunca se rende. De noite, quase na madrugada, na mesma hora em que nasci entreguei minha alma a Deus. Terminava ali, pra mim ,os tempos de cangaço.

HAMILTON SANTOS- texto foto do Google

OBS.: história baseada e inspirada na vida dos cangaceiros Corisco e Dadá.


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DR. ANTONIO JOSÉ GESTEIRA



Entre as décadas de 1940 e 1950, viveu no Crato, um médico humanista e de boa conversa. Clinicando sem cobrar aos que não podiam pagar, por vezes tirou do próprio bolso, o dinheiro dos medicamentos para os pacientes mais pobres.

Boêmio incorrigível, ignorava solenemente as regras sociais do período. Depois de morto, seguiu salvando vidas e fazendo milagres, virou santo popular. Este é, Antônio José Gesteira, tema do nosso artigo semanal.


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CULTURA EM LUTO!


Por Caio César Muniz
Nenhuma descrição de foto disponível.
Vá com Deus, poeta, xilogravurista, pesquisador Arievaldo Vianna.

Adendo: 

Eu fiz muitas postagens dele no blogdomendesemendes. Vá com Deus, grande poeta! Que Deus o receba e coloque bem pertinho dele.


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SENTIMENTAL DEMAIS EVALDO GOUVEIA MORREU ONTEM, VÍTIMA DA COVID-19

Por Ruy Lima
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Morreu nesta sexta-feira (29), aos 91 anos de idade, em um hospital particular de Fortaleza, vítima de Covid-19, o músico compositor, cantor e violonista cearense Evaldo Gouveia.



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O CANGACEIRO "FUXICO" OU "MEXIRICO"

Por Rubens Antonio
Salvador por uma perspectiva diferente. Curso no Museu Carlos ...

O cangaceiro “Fuxico” ou “Mexirico” de nome José Francisco, ficou famoso no bando de Lampeão, ganhando, inclusive, seus apelidos, por ser um dos maiores levantadores de intriga.

Suas intrigas levaram, inclusive, a um aborrecimento de Maria Bonita com o cangaceiro Gitirana.


Lampeão chegou a se irritar com o verdadeiro tumulto de fofocas que começaram a importunar o bando, minando sua unidade por dentro.

Em aproximadamente junho de 1939, conseguindo escapar ao cerco das volantes aos últimos cangaceiros, no nordeste da Bahia, o cangaceiro “Fuxico” ou “Mexirico” seguiu em direção ao sul baiano.

Abrigando–se em Ilhéus, manteve seu aparato e começou a agregar armas, tentando iniciar atividades na zona rural daquele município.

Na tentativa de conquista aliados e formar um bando, acabou dando indicadores da sua "experiência anterior".

Denunciado, foi preso em junho de 1940, na Fazenda Riacho de Areia, e levado para Salvador, Bahia.


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ALAGOAS DESARMADA POR COSTA REGO

Por Rubens Antonio
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13 de abril de 1928, no “A Tarde”: O “TRUC” DE UM GOVERNADOR Como o sr. Costa Rego desarmou o sertão de Alagoas
RIO, 12 (A TARDE) – Numa roda de amigos em que se achava conhecida figura, provinda de Maceió, ouvi a seguinte interessante narrativa:
Empenhado em acabar com o banditismo no Estado de Alagoas, o governador Costa Rego architetou e poz em pratica uma medida original.

Allegando receios de reacção contra o seu governo, o sr. Costa Rego teria dirigido aos chefes politicos do interior, dos quaes alguns eram protectores conhecidos de cangaceiros, uma circular alludindo a essas suspeitas e pedindo o apoio a cada umd elles, apoio que consistiria em reunir o maior numero possivel de homens destemidos, embarcando–os para a capital, para onde deveriam vir logo armados e municiados, trazendo a maior quantidade de armas e munições que fosse possivel arrecadar.
Á vista dessa circular, e querendo dar arrhas de maior dedicalão ao governo, cada umd esses chefes entrou a empregar os maiores esforços, na demonstração da sua força.
Dahi resultou que legiões e legiões de cangaceiros vieram para a capital, promptos para combate. A cidade, pode dizer–se, ficou invadida por esses maus elementos.
Á proporção que iam chegando, o sr. Costa Rego ia arranchando esses cangaceiros nos quarteis e em casas que para esse fim destinou. E lá um bello dia, depois de pagar pelo governo as despezas da sua estada, deu passagens de volta a todos elles, fazendo–os portadores de cartas para os alludidos chefes politicos, nas quaes lhes agradecia o concurso prestado, que já não era, porém, preciso por haver passado a temerosa crise.
Quando, porém, esses chefes reclamaram as armas que tinham vindo, o sr. Costa Rego, então, lhes declarou, em nome do governo, que não havia necessidade de gente armada no interior do Estado.
Extraído do blog: "Cangaço na Bahia" do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.
http://cangaconabahia.blogspot.com/2011/12/alagoas-desarmada-por-costa-rego.html
Informação ao leitor:
Lembrando ao leitor que o português usado no texto é de 1928, não podendo ser corrigido.

O CANGACEIRO CAMPINAS - MATÉRIAS

Por: Rubens Antonio
[Rubens+2.jpg]

7 de janeiro de 1928, no “A Tarde”:TERIA DESERTADO MESMO DO BANDO SINISTRO?
UM ASSECLA DE LAMPEÃO, PRESO EM PARIPIRANGA E TRAZIDO Á CAPITAL

A horda de bandidos, chefiada por Virgolino Ferreira, continua a infestar a zona sertaneja que o temivel facinora escolheu para campo de suas operações.
Agora mesmo o bando sinistro se encontra no visinho Estado de Sergipe. Compõe–se de 23 caibras chefiados pelo terrivel scelerado: 20 homens e 3 mulheres, bem armados e municiados.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2017/05/fotografia-do-cangaceiro-jose-soares.html

Ultimamente um dos asseclas do grupo, o bandoleiro José Soares Santos vulgo “Campinas” entendeu de abandonar os companheiros de cangaço, fugindo – porque só fugindo podia desertar – com destino a Paripiranga, onde descoberto por agentes da Força Publica, foi preso e conduzido para esta capital. O bandido que se acha recolhido ao xadrez da Praça 13 de Maio, á disposição do chefe de Policia, declarou que fôra forçado, sob ameaça de morte, a seguir o grupo do faccinora deixando–os assum que poude fazel–o. Diz–se analphabeto e haver nascido no municipio de Paripiranga, antigo Patrocinio do Coité.

8 de janeiro de 1928, no “A Tarde”:
O CANGAÇO NO NORDESTE
“Campinas” diz–se Innocente – Mulheres temiveis acompanham os bandidos
Noticiamos hontem a chegada a esta capital do bandido José Soares Santos vulgo Campinas um dos componentes do grupo de facinoras chefiados por “Lampeão.” O caibra, que se acha recolhido ao xadrez da Piedade, nega haver praticado qualquer atrocidade no decorrer da sua malsinada carreira de bandoleiro do nordeste. É o que dizem todos elles de resto, ao cahirem nas malhas da policia. “Campinas” diz até que foi obrigado, sob ameaça de morte, a acompanhar o grupo de malfeitores,,, Só por medo de ser sangrado por Lampeão é que resolveu a acompanhal–o.
As tres mulheres que integram o bando sinistro, segundo affirma José Soares dos Santos, são habeis amazonas e manejam o rifle com incrivel destreza. Algumas são tão crueis quanto os homens. Tomam parte nos assaltos e combates ao lado dos bandoleiros, – mostram–se tão destemerosas como elles.
Extraído do blog: "Cangaço na Bahia" do professor Rubens Antonio
Informação ao leitor:
Lembrando ao leitor que o português usado no texto é de 1928, não podendo ser corrigido.