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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

BANDIDO OU PATRIMÔNIO CULTURAL E TURÍSTICO? – A REPERCUSSÃO DO PLEBISCITO DA ESTÁTUA DE LAMPIÃO EM SERRA TALHADA EM 1991

Rostand Medeiros – IHGRN
Sou de uma família que foi vítima da ação de cangaceiros, através de um assalto ocorrido no dia 1 de fevereiro de 1927, na zona rural do município de Acari, na região do Seridó do Rio Grande do Norte. Sou bisneto de Joaquim Paulino de Medeiros, o conhecido “Coronel Quincó da Ramada”, proprietário da gleba Rajada, atacada nesse dia pelo bando do paraibano Chico Pereira e seus homens.

Desde tenra idade esse tema foi algo muito presente em diálogos familiares e em momentos de recordações sobre a nossa história familiar. Mas em 1991 o meu conhecimento sobre o Cangaço, esse tema tão específico da história do Nordeste, se limitava a alguns filmes, matérias televisivas e alguns poucos livros, que até hoje se encontram na estante da minha casa.
Nessa época, com até hoje, eu buscava aprender mais sobre o Cangaço e tentava compreender porque meus antepassados foram atacados. Mas era então tudo muito limitado.
Foi quando em 1991 aconteceu algo que chamou muito a minha atenção – A notícia da ocorrência de um plebiscito na cidade pernambucana de Serra Talhada, onde a sua população deveria decidir sobre a colocação, ou não, de uma estátua para o cangaceiro Lampião, em uma área pública do município.



A Serra Vermelha, no caminho para a Passagem das Pedras , na zona rural de Serra Talhada, área onde nasceu Lampião– Foto – Rostand Medeiros

A ideia partiu de uma fundação local, que desejava com isso prestar uma homenagem ao maior bandoleiro nordestino, nascido na antiga Vila Bela, atual Serra Talhada. Mas as famílias das vítimas de Lampião, algumas delas das mais tradicionais da cidade, rejeitaram a proposta.
Com toda a polêmica que se seguiu, a prefeitura local buscou promover uma consulta pública para que a população decidisse sobre o caso.



Cangaço – História e cultura nordestina
Morando em Natal em uma época onde a internet ainda era limitada, tentei acompanhar da melhor maneira todo o desenrolar do processo, inclusive através dos jornais, TV e rádios. Mas as informações eram difíceis. Logo surgiu outra surpresa – O alcance da repercussão e de todas as polêmicas do caso junto à imprensa nacional!
Os principais jornais, revistas e emissoras de televisão no Brasil colocaram o tema na pauta e a cidade de Serra Talhada foi alçada as manchetes dos principais meios de comunicação.



Fonte – http://www.itribuna.com.br

No dia 7 de setembro de 1991 houve o processo de votação. Ao final a Justiça Eleitoral, que se envolveu no plebiscito, declarou que 76% dos eleitores votaram pelo “sim”, contra 22% do “não” e 0,8% de abstenções. Mas a estátua de Lampião, da forma como foi pensada em 1991, nunca foi construída.
Para alguns essa votação buscou criar o uso mercadológico da memória de Lampião e do Cangaço naquela cidade. Entretanto foi inegável que para alguém como eu, que vivo há quase 600 km de Serra Talhada, aquele processo despertou em mim um maior interesse por estudar e conhecer mais sobre esse tema. Desejava sair urgentemente da simplória questão “-Lampião foi herói, ou bandido?” Um amigo sociólogo já tinha me dito que “Para entender o Cangaço eu precisava fugir desse discurso rasteiro e polarizado e sair pelas estradas do sertão”. Tinha razão!



Casa de dona Jocosa. Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Márcio Vasconcelos. ReproduçãoD

Não foi a toa que um dos primeiros lugares que viajei para fora do Rio Grande do Norte com esse intuito tenha sido a área de Serra Talhada e Triunfo. Lugares para onde voltei muitas vezes, continuo com vontade de retornar e fiz ótimas amizades. E nem me chateei quando descobri que toda essa onda de plebiscito para colocação da tal estátua, foi inicialmente uma ideia da fundação para vender turisticamente a cidade de Serra Talhada. Parece que os resultados positivos extrapolaram muito o que se desejou.
Nessa busca por conhecer mais e mais sobre o Cangaço eu não perdi nada. Acabei descobrindo muito além das polarizadas polêmicas que tratam das sangrentas lutas dos cangaceiros.



Junto ao Sr. Antônio Belo, do Sítio Tigre, no pé da Serra de São José, Luís Gomes-RN. Em agosto de 2009 esse Senhor me deu um fantástico depoimento sobre a passagem da Coluna Prestes na sua região em 1926 e sobre a entrada do bando de Lampião no Rio Grande do Norte em 1927.
Descobri as belezas e os problemas da minha região. Descobri a força da nossa gente, do colorido do Nordeste, bem como as histórias de Padre Cícero e de Leandro Gomes de Barros. Descobri Canudos, o belo Rio São Francisco, muito mais do Seridó e das minhas raízes. Descobri também Luiz Gonzaga e Exu, o Beato José Lourenço do Caldeirão, o Pajeú, o Piancó, a Missa do Vaqueiro de Serrita. Descobri Clementino Quelé, Jesuíno Brilhante e Patu, o Saco dos Caçulas em São José de Princesa, a rota de Lampião no Rio Grande do Norte para atacar Mossoró e muito mais.



No alto da Serra Grande, onde ocorreu o maior combate da história do Cangaço em 1926.D

Independente das polêmicas envolvidas em 1991, do resultado final da votação, da ideia de quem ganhou e de quem perdeu com o pleito, ou se a imprensa manipulou negativamente o plebiscito, ou das consequências para a política local, para o turismo da região e para a identidade da cidade de Serra Talhada, eu acho que aquele evento eleitoral, que logo completará 30 anos, teve como maior mérito colocar toda uma comunidade nordestina debatendo sobre uma determinada figura histórica e sobre um período de sua história.



Foto colorizada de cangaceiros. Realizada a partir de um original em preto e branco, é uma arte do professor Rubens Antônio, que realiza um primoroso trabalho nesta área.
Não sei se esse tipo de situação ocorrida em Serra Talhada foi um episódio inédito no Nordeste e nem sei dizer se houve nessa parte do Brasil outros debates sobre temas históricos que tenham gerado tanta movimentação. Por isso acho que vale a pena comentar e recordar o que ocorreu no sertão de Pernambuco em 1991.



Fino trabalho de Mestre Aprígio, de Ouricuri, Pernambuco, fotografado na Loja do Vaqueiro, em Caruaru – PE – Foto – Sérgio Azol.
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Concordo quando dizem que a memória de um lugar não é para se tornar mercadoria barata e nem ser mercantilizada de qualquer jeito. Mas não posso esquecer que não foi só na cidade de Serra Talhada que Lampião se transmutou de bandido para patrimônio cultural e turístico. Um exemplo está no meu Rio Grande do Norte. Mesmo sem plebiscito, a cidade potiguar de Mossoró também buscou uma utilização cultural e turística em relação a memória do ataque que sofreu do bando de Lampião em 13 de junho de 1927. Essa iniciativa até hoje é um sucesso!



Combatentes de Mossoró em junho de 1927.
Por esses dias, mexendo nos meus antigos, amarelados e preciosos papéis sobre história da minha região, encontrei uma página do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, que muito chamou a minha atenção na época. Adianto para os que conhecem mais sobre o tema Cangaço que a jornalista Letícia Lins cometeu deslizes em relação à história de Lampião. Mesmo assim eu decidi transcrever para os leitores do TOK DE HISTÓRIA esse texto, para trazer um pouco da efervescência que envolveu aquele plebiscito em 1991.
ESTÁTUA DE LAMPIÃO DESPERTA AMOR E ÓDIO NO SERTÃO
Texto – Letícia Lins
JORNAL DO BRASIL, domingo. 11 de agosto de 1991, 1º Caderno, página 17.



S E R R A T A L H A D A. PE — “Nem herói, nem bandido, é história. Diga sim a Lampião”. Petista, fã de Karl Marx. Che Guevara e Fidel Castro, o ator Anildomá Williams, autor da inscrição pichada nos principais muros de Serra Talhada, já decidiu: com roupa azul, adornada com lenço vermelho no colarinho, embornal, cartucheira, chapéu de couro e rústicas sandálias, vai fazer boca de urna para ninguém menos que Virgulino Ferreira, o famoso Lampião, em plebiscito no próximo dia 7 de setembro, nesta cidade sertaneja, a 497 quilómetros do Recife.AD

O plebiscito, coordenado pela Casa de Cultura de Serra Talhada, tem um objetivo simples: consultar a população para saber se Lampião, o filho mais polêmico da terra, tem direito a estátua em Praça Pública, na cidade de onde partiu quase menino para o cangaço e a fama. A iniciativa movimenta gente como Anildomá, divide os 100 mil habitantes de Serra Talhada, desperta controvérsias nas cidades vizinhas, provoca irados editoriais em jornais de Pernambuco, Bahia, Alagoas e fez chegar uma enxurrada de cartas à Casa de Cultura, algumas de estados distantes, como o Pará. Não é Para menos: agitador do início do século, homem destemido que enfrentou a polícia e os coronéis de sete estados nordestinos, entre caminhos trilhados a pé no meio dos espinhos da caatinga, Lampião ainda hoje desperta ódios e paixões. É tido como um justo pelos sertanejos, às vezes, como um demônio. Outras, como um deus.



Lampião e seu bando…
Cinquenta e três anos após sua morte seus conterrâneos falam dele como uma lenda viva, e não escondem a expetativa diante do plebiscito, do resultado ainda imprevisível, com muita gente a favor, muitos contra e quase ninguém neutro. Pesquisa do jornal mensal Correio do Vale, na qual não foram computados os votos brancos nem nulos, mostrou que 55,06% da população se posicionam a favor da estátua, enquanto 4,94% se colocam contra. Não é preciso apelar para os números. Uma circulada pelo Fórum, igreja, praças e sítios mostra que a divisão está em todos os lugares, até mesmo na prefeitura. “Tenho oito secretários e só dois são contra a estátua, porque suas famílias foram perseguidas por Lampião”, diz o prefeito Ferdinando Feitosa (PFL), sem esconder um elogio rasgado ao cangaceiro: “Mais do que um bandido, ele foi um produto do seu tempo, espezinhado e maltratado por seus ricos vizinhos fazendeiros”. Ardoroso defensor da colocação da estátua em praça pública, o vice-prefeito Giovani Santos de Andrade Oliveira diz que os motivos que empurraram Lampião para o cangaço ainda hoje fomentam inimizades no Nordeste; “Terra e honra no sertão viram questão”, justifica. Os dois receberam sinal verde do principal líder político da cidade, deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL-PE), para apoiar o pleito.



FOTO – Sérgio Azol.

De fuzil em punho — Lampião é história, só que fez a história de forma diferente, de fuzil em punho — afirma Tarcísio Rodrigues, presidente da Casa de Cultura e organizador do plebiscito. A consulta popular já despertou o protesto do juiz José Machado de Azevedo, que promete lavar as mãos; — Uma estátua de Lampião é uma apologia do crime. — Diz que sua atuação se limitará a fenecer urnas virgens para o pleito, de consequências imprevisíveis, segundo ele.
É ruim exaltá-lo numa terra onde andar com revólver na cintura ainda é simbolo de status e demonstração de machismo. 0 promotor Euclides Ribeiro de Moura Filho, um cearense que anda com uma cópia da certidão de nascimento de Lampião na bolsa, discorda do juiz: — Não se pode olhar a figura de Lampião apenas à luz do direito. É necessário considerar-se o momento histórico em que ele viveu, quando as volantes da polícia que desbravavam o sertão também despertavam o medo na população — encerra o representante do Ministério Público.



Um sertanejo nordestino, seu filho e seu jumentinho com os caçuás – Fonte -http://portaldoprofessor.mec.gov.br

Lampião – Da briga com os Nogueira ao cangaço
“Cabra macho, que merecia morrer na ponta do fuzil, e não na covardia”, para o ex-volante Luís Flor, que lutou contra o cangaço durante quatro anos; “menino bom. Mas doido”, para o padre Cícero Romão, e um “príncipe”, para Antônio Silvino, cangaceiro que durante quase duas décadas reinou absoluto no sertão, Virgulino Ferreira era o terceiro de uma prole de oito irmãos, cinco homens e três mulheres. Nasceu na localidade de Serra Vermelha, antigo município de Vila Bela, Hoje transformado em Serra Talhada.
Como todos os pequenos proprietários do sertão do Pajeú, o patriarca José Ferreira e sua mulher viviam do plantio de milho, feijão e de algumas cabeças de gado. A produção era alternada; colhia-se nos anos de bom inverno e se perdia tudo durante a seca. Mas isso não chegava a desanimar os Ferreira, principalmente Virgulino. Ao ver o roçado esturricado, ele juntava 14 burros e saia cortando as estradas poeirentas do sertão, vendendo mercadorias de cidade em cidade, voltava com os caçuás (cestos de cipó) vazios, mas de bolsos cheios. A profissão, ainda hoje, é conhecida no Sertão e tem dois nomes: tropeiro ou almocreve.

Por esse motivo, desde menino Lampião começou a chamar a atenção dos pais, dos vizinhos e dos sete irmãos. Pouco a pouco foi mostrando outras habilidades, não só de bom mercador. Confeccionava artesanato em couro, principalmente arreios de montaria, e vendia nas feiras. Foi um pequeno episódio, comum no sertão, onde qualquer besteira se transforma em questão de honra, que fez tudo mudar, segundo lembram, hoje, não só os Ferreira, como os Nogueira, o clã inimigo.



Zé Saturnino – Arquivo do autor
Chocalhos — Ferreira e Nogueira eram vizinhos. Um parente dos Nogueira, José Saturnino, se mostrou “despeitado” quando viu que o gado dos Ferreira andava na caatinga com uns chocalhos bonitos, dourados, comprados em Juazeiro do Norte, no Ceará. Até então, todos os chocalhos que chegavam à fazenda Serra Vermelha eram negros e sem graça. No sertão — onde o gado é criado sem cercado — o chocalho funciona como um meio de o vaqueiro localizar bois, vacas e cabras. Saturnino amassou o chocalho do gado dos Ferreira, que perderam bois e vacas. Para não ficar por baixo, os Ferreiras deram o troco, amassando chocalhos do seu gado. Saturnino não gostou; capou o cavalo de Virgulino. Virgulino cortou os rabos das vacas de Saturnino. A briga cresceu e o juiz de Vila Bela obrigou os Ferreira a se mudarem. Foram morar no distrito de Nazaré, hoje Carqueja, com uma condição; nem visitavam Serra Vermelha, nem Saturnino entrava em Carqueja. Saturnino quebrou o acordo e os Ferreira não gostaram.
Começaram a fazer arruaças em Carqueja. Foram obrigados a se mudar, desta vez para Alagoas, onde um amigo de Saturnino — a pedido deste — matou o pai de Virgulino e feriu um irmão. Virgulino decidiu vingar-se. Integrou-se ao bando do cangaceiro Sinhô Pereira e depois começou a agir por conta própria, com seu próprio bando. Seu poder cresceu, ele passou a ser temido até pelos governadores. Em 1926, chegou a propor ao governo de Pernambuco dividir o estado em dois: à capital caberia a administração do litoral, enquanto ele reinaria, sozinho, no Sertão. De cangaço em cangaço, Lampião terminou por ter a cabeça colocada a prêmio por 50 contos de réis. Em 1938, seu bando foi desarticulado, ele e seuscompanheiros foram degolados e suas cabeças exibidas em praça pública.



AD

Voto a favor do compadre
Ela tem 92 anos, quase não anda, não gosta de falar muito, mas há um assunto que sempre a empolga e sobre o qual, dependendo da disposição e da saúde, discorre horas seguidas: a vida e morte do compadre Virgulino Ferreira, seu querido Lampião. Ela quer mais é ver a estátua dele na principal praça da cidade, ou no topo da montanha mais alta da serra que dá nome ao município.
— Não botaram a estátua do padre Cícero no Juazeiro? Por que não Lampião aqui? Ele não era tão bom quanto o padre Cícero — diz Especiosa Gomes de Luz, que nunca apareceu em jornal, revista, nem foi ouvida por sociólogos, antropólogos, que costumam derramar ciência e erudição sobre o Cangaço. Para ela, Lampião não passou de um justiceiro: “Ele tirava de quem tinha muito para dar a quem não tinha nem um pouco”. Conta que costumava costurar para o bandido e o bando, e que ele nunca se utilizou da amizade para pedir abatimento no preço das roupas: “Ele pagava muito e bem, e ainda dava os retalhos para fazer calções para os meninos”.



Lampião
Especiosa guarda boas recordações do Cangaço: “Quando Lampião chegava com seu bando, era uma festa, os pais confiavam, davam as moças para os rapazes dançarem com elas, e Lampião nunca descasou nenhuma”. Ela mostra que as volantes – forças policiais do governo que combatiam o cangaço – despertavam mais medo e eram mais violentas que cangaceiros; “Quando eles vinham, faziam incêndios, acabavam com tudo”. Relata que muitas vezes Lampião deu dinheiro a quem não tinha – Para festa de casamento, batizado e até compra de terra – e diz que não chorou quando soube da morte dele: “Já estava degolado, não adiantava chorar. Só fiz rezar por ele”.



Marca de bala depõe contra
Luís Alves Nogueira tem 86 anos, anda com dificuldade, com auxílio de UMA bengala, já não enxerga por um olho e tem alguns lapsos de memória. Mas há um fato que presenciou a 65 anos que ele recorda com a nitidez de um filme em cores; a invasão da Fazenda Serra Vermelha por Lampião e seu bando, quando os Nogueiras reagiram a tiros contra os cangaceiros, em uma luta sangrenta que durou sete horas.



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 — Eles bandalharam tudo, queimaram a casa da fazenda, incendiaram o gado ficou tudo uma carniça só — conta, na casa grande da Fazenda Serra Vermelha, que ainda hoje ostenta nas paredes as perfurações de bala daquele tempo, e que guarda como troféus de resistência os torrões de barro que sobraram do ataque a fogo a sua residência. Domingos, filho de Luís, é contra a estátua de Lampião cm Serra Talhada: “Por que não a de padre Cícero? Indaga ele, que costuma visitar com o pai a cova do avô, morto por Lampião dia 26 de fevereiro de 1926.



Aquele foi o resultado da volta do cangaceiro às terras da qual praticamente havia sido expulso por influência do fazendeiro José Saturnino, na década de 10. O patriarca José Ferreira e os oito filhos foram obrigados a se mudar para a localidade de Nazaré hoje distrito de Carqueja, município de Floresta. Depois, mais vez foram tangidos para Alagoas, onde o tenente José Lucena – amigo de Saturnino – matou o pai e feriu um amigo de Lampião. Foi a gota d’água. Virgulino, que já havia se integrado ao bando de Sinhô Pereira, outro histórico cangaceiro, e jurado por ter a pistola como advogado — por não ter encontrado um que o defendesse nas questões de terra de Serra Talhada, resolveu se vingar.
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LEMBRANÇAS.


Por Geraldo Antônio De Souza Júnior

Uma imagem que vocês não verão nos tradicionais livros da história cangaceira.

Trata-se uma fotografia que foi a mim gentilmente cedida pela minha amiga Gilaene “Gila” de Souza Rodrigues (In memorian), filha do casal cangaceiro Sila (Cila) e Zé Sereno, ambos antigos integrantes do bando de Lampião.

Na fotografia vemos Sila (Cila) e sua neta Patrícia Rodrigues Szabo em registro realizado, provavelmente, no decorrer da década de 1970. Um momento de felicidade de Sila (Cila) que ficou registrado para a posteridade.

Um registro fotográfico exclusivo, que apesar da pouca qualidade, tenho o prazer de trazer ao conhecimento de todos vocês, para que conheçam um pouco da vida desses importantes personagens da história cangaceira, no período pós-cangaço.

Espero que apreciem.

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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NECO DE PAUTILHA

Por Sálvio Siqueira - Vídeo do cineasta Aderbal Nogueira

Veremos no vídeo abaixo um ex-volante narrar como Lampião havia armado uma arapuca pra volante. A tropa não foi fuzilada, propriamente dito, devido ao ferimento de um dos soldados e por que o rastreador, ou guia, na ocasião perder-se da trilha certa e saia sempre no mesmo local de onde partiam.

a sobrevivência na mata branca, caatinga,não é fácil. sem conhecer os pontos em que a mata lhe oferece salvação, é morte certa.

neco de pautilha narra para gente como a tropa salvara-se de uma morte terrível, pela sede, pela descoberta de alguns croatás.
mais uma produção Aderbal Nogueira

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LANÇADO EM QUIXERAMOBIM, "OLHARES SOBRE ANTÔNIO CONSELHEIRO: NOVAS ESCRITAS DE (EXISTÊNCIA)"

Bruno Paulino, Manoel Severo, Virginia Domingos, Pedro Igor e Yarlei Leitão

Na noite da última sexta-feira, dia 09 de agosto de 2019, o Cariri Cangaço e a AquiLetras lançaram nos salões do Memorial Antônio Conselheiro, no centro da cidade de Quixeramobim, no sertão central cearense,  o aguardado, "Olhares sobre Antônio Conselheiro: Novas escritas de r(e)existência"; o livro é uma coletânea dos textos premiados no I concurso literário Cariri Cangaço/Aquiletras, realizado com alunos do ensino médio de Quixeramobim por ocasião do Cariri Cangaço Quixeramobim, acontecido entre os dias 24 e 26 de maio de 2019 na cidade cearense, berço de Antônio Conselheiro.


A publicação é organizada por Bruno Paulino, Pedro Igor Pimentel; ambos da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço em Quixeramobim, representantes da AquiLetras; e o curador do Manoel Severo Barbosa. A obra celebra aos 10 anos do Cariri Cangaço. O livro tem ainda a apresentação da escritora Grecianny Cordeiro, da Academia Cearense de Letras - e prefácio de Ricardo Machado - membro da AQUILetras. 

Manoel Severo fala no lançamento do livro

O lançamento de "Olhares sobre Antônio Conselheiro: Novas escritas de r(e)existência" aconteceu dentro da solenidade de posse da nova diretoria da AquiLetras, Academia Quixeramobinense de Letras, Ciências e Artes , como também dentro das comemorações da semana do município de Quixeramobim. A solenidade contou com as presenças de autoridades do mundo da politica, intelectual e educacional da região e marcou a posse do poeta e escritor Bruno Paulino e do produtor cultural Igor Pimentel, presidente e vice-presidente, respectivamente da Aquiletras.

Pedro Igor, Manoel Severo e Bruno Paulino
Yarlei Leitão e Manoel Severo
Yarlei Leitão e familia, ao lado de Manoel Severo

A mesa do lançamento contou com a presença do Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, do presidente da AquiLetras, Bruno Paulino, do vice-presidente, Pedro Igor, da professora orientadora Virgínia Domingos e ainda do representante dos alunos participantes, Yarlei Leitão, vencedor do concurso literário Cariri Cangaço-AquiLetras. 

 Ingrid Rebouças, Manoel Severo, Bruno Paulino e Pedro Igor
Neuma, Vereador José Wilson e Manoel Severo
 Manoel Severo, Vitoria Barros e Virgínia Domingos

"Participar do livro "Olhares sobre Antônio Conselheiro" como professora orientadora foi uma experiência enriquecedora e gratificante. Estimular nossos estudantes para a escrita é sempre desafiador, porém se torna surpreendente a forma como muitos abraçam a oportunidade de expressar o que pensam por meio da palavra. Ao compartilhar a ideia de produzir os artigos para o concurso literário tive a certeza de que deveria incentivá-los a deixarem fluir suas habilidades de escrita; no entanto, mais do que isso, sabia que precisava instigá-los a buscarem mais sobre o tema, sem dar-lhes respostas ou conceitos prontos.Assim, em meio às outras atividades cotidianas, também vi surgir o desejo de participar de mais um desafio da escrita, por parte de alguns alunos que, ultrapassando qualquer cansaço ou distração, dedicaram-se a produzir artigos que pudessem expressar suas vozes, refletindo sobre lutas semelhantes à de Conselheiro, que fazem a diferença nos dias atuais. É sabido que não conseguimos realizar o processo de produção  com todos os alunos, como gostaríamos. Mas é fato que os estudantes que conseguiram escrever conquistaram muito mais do que fazer um bom artigo. Deixaram em seus colegas e em nós, professores, a certeza de que suas opiniões são válidas e precisam ultrapassar os muros da escola. Que podem ir além, construindo a cidadania por meio de suas vozes, representadas pelo ato de escrever." comenta a Professora Orientadora, Virgínia Domingos.

 Autores...alunos e alunas autografam a Obra... 
Terezinha Oliveira,Manoel Severo e Julieta Rocha de Almeida Lima.
"Algo que mais impressionou a todos por ocasião do concurso literário foi a pronta adesão de alunos e professores orientadores de toda Quixeramobim, tanto de escolas públicas como da rede privada. Inicialmente das dez premiações foram contempladas nove escolas distintas ,confirmando o tamanho do envolvimento e do compromisso da comunidade escolar com a memória e historia não só de Conselheiro mas também de Quixeramobim." Comenta Bruno Paulino, presidente da AquiLetras e um dos organizadores do livro.

 Manoel Severo e João Paulino
Colégio Nossa Senhora do Rosário, representado na Obra, por cinco escritoras...

"É com muita alegria que apresentamos as nossas 5 escritoras que estarão na Bienal brilhando com seus textos presentes nesse livro tão importante pra nossa terra e pro crescimento literário de nossa cidade. O Colégio Nossa Senhora do Rosário tem a honra de ter vocês em nossa família rosariana. Momento ímpar vivido pelo Colégio Nossa Senhora do Rosário: a premiação de 5 textos no primeiro concurso literário Cariri Cangaço/Aquiletras,os quais compõe esse livro de grande importância para a literatura de Quixeramobim. Nossos parabéns às 5 alunas escritoras,às nossas professoras de códigos e linguagens,em especial a professora Vanessa Lemos e o nosso agradecimento a todos que prepararam esse momento de grande relevância para a cultura de nossa cidade" Festejam os representantes do Colégio Nossa Senhora do Rosário, um dos colégios que tiveram seus alunos entre os autores do livro.

Manoel Severo e Moacir Simão
Neto Camorim, Manoel Severo e Bruno Paulino

"Uma das grandes e curiosas indagações que invadiam meu coração, desde os primeiros momentos de construção do Cariri Cangaço Quixeramobim, ao lado dos amigos Bruno Paulino e Pedro Igor; dentre outros; era justamente como a atual Quixeramobim se relacionava com a figura histórica de seu filho mais famoso, como as novas gerações; os meninos e meninas, as escolas, os professores, a comunidade em geral, via e sentia a presença e o legado desse imenso ícone da história sertaneja do Brasil. Isso nos moveu para a realização do concurso literário e hoje testemunhamos com muita alegria e honra o trabalho e o sentimento desses jovens, imortalizado através do livro. Isso não tem preço" confessa o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo.   
Os vencedores e seus professores orientadores foram: 1° Yarley de Sousa Leitão, do Colégio Senso, e sua professora Nataly de Oliveira Rufino; 2ª Vitória Barros, E.E.E.P Dr. José Alves da Silveira e sua professora Ana Virginia Domingos de Oliveira; 3ª Jayane Carneiro Andrade, E.E.M.T.I Assis Bezerra e sua professora Mayara Albuquerque.

 4ª Ana Luiza Almeida Sampaio do Colégio Nossa Senhora do Rosário – Professora: Vanessa Fernandes Lemos Severo; 5° Lucas Medeiros da E.E.M.T.I Cel. Humberto Bezerra - Professora: Paula Heveline; 6ª Gabrielly Pereira da E.E.E.P Dr. José Alves da Silveira - Professora: Ana Virginia Domingos de Oliveira; 7ª Vitória de Sousa Silva da E.E.M. Guilherme Correia – Professor: Francilino Barbosa da Silva; 8ª Vitória Holanda de Andrade do Liceu Alfredo Almeida Machado – Professora: Natalyanne Alves de Souza.; 9°  Johelen Amâncio da E.E.M. Dr. Andrade Furtado II – Professora: Cândida Lima; 10ª Andressa de Sousa Nogueira do Colégio Nossa Senhora do Rosário – Professora: Vanessa Fernandes Lemos Severo.

Lançamento "Olhares sobre Antônio Conselheiro:Novas escritas de r(existência)"
Memorial Antônio Conselheiro
Dia 09 de Agosto de 2019
Quixeramobim, Ceará - Berço de Antônio Conselheiro


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