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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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VENDA NA COOPERATIVA DO CAMPUS:



O “Jesuíno Brilhante” já está à venda na Cooperativa Cultural da UFRN, Centro de Convivência Djalma Marinho.

Entrada para o Campus via Viaduto da BR 101.

A Cooperativa fica aberta de segunda à sexta, das 9 às 15 horas.
Fones (84) 3211-9230 / 3215-3149

Contato, também, para compra de livros por 
WhatsApp: (84) 9 9864 1991

Atendimento por email: 

atendimentocooperativa cultural@gmail.com



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NOTA DE PESAR CARIRI CANGAÇO


Por Manoel Severo Barbosa

Hoje partiu mais um ser iluminado. Se foi Pedro Bandeira... vá em paz querido poeta, continue rimando dos céus toda graça de nosso sertão abençoado por Deus. Cantador , cordelista e escritor, autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados, LPs e CDs gravados; grande Pedro Bandeira, "Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste" hoje, canta do céu.


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EXTRAÍ DA EDIÇÃO DE 8 DE MAIO DE 1932, DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO, A DESCRIÇÃO DO JORNALISTA ANÍBAL FERNANDES, DA TRÁGICA REALIDADE DO SERTÃO PERNAMBUCANO DAQUELE TEMPO. ANTÔNIO CORRÊA SOBRINHO

Material do acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

A SECA E OS SEUS FLAGELOS

A bandeira dos Diários Associados pelos sertões do Nordeste
Aníbal FERNANDES (Enviado especial dos Diários Associados)

O FERREIRO DA MALDIÇÃO

Numa dessas notas nós comparamos o sertanejo ao “ferreiro da maldição, que quando tinha ferro não tinha carvão”. Quem vai a Belém de Cabrobó pode ter disso a certeza. Belém também sofre da seca. E sofre por outro lado, com a invasão do seu território por gente que vem dos outros Estados, tangida pelo flagelo, e, quem diria! pela maneira bizarra como a polícia baiana está realizando a perseguição ao banditismo.

Ouvimos do vigário de Floresta, sacerdote dos mais dignos, que não era possível que o Governo baiano tivesse conhecimento da maneira como isso estava sendo feito.

Belém está cheia de pequenos fazendeiros baianos, expulsos de suas propriedades, sob pretexto de perseguição a Lampião.

A história é a seguinte: a polícia da Bahia quer dar o golpe de morte em Lampião, aniquilando o “coiteiro”. E na expectativa de que todo o mundo possa vir a ser “coiteiro” vai expulsando o pessoal de suas terras.

É verdadeiramente inqualificável o que está acontecendo nos sertões baianos, segundo nos relatou o vigário de Floresta. Fazendeiros há que perderam gado, lavoura, casas, deixando tudo nas mãos da polícia. Outros há que estão proibidos de dormir nas fazendas. E por muito favor podem ir de dia à propriedade, tendo, porém, que pernoitar na cidade mais próxima.

A mesma narrativa ouvimos de diversas pessoas, de Belém, onde há muita gente morrendo de fome, devido à atitude estranha adotada no Estado vizinho.

É claro que na luta contra o bandido o “coiteiro” deve ser reprimido com energia. Mas não é despovoando o sertão e tomando conta das fazendas que se consegue esse objetivo. Isso faz parte das soluções estratosféricas que é preciso evitar.

De sorte que, aos muitos males que o salteiam, o sertanejo nordestino tem que acrescentar mais esse.

A seriedade das fontes, onde colhemos essas informações, deve provocar do Governo da Bahia uma providência decisiva, modificando-se a maneira de fazer a repressão ao banditismo e evitando-se assim que inúmeras famílias fiquem na miséria.

O vigário de Floresta lembrava que as fazendas suspeitas ficassem vigiadas pela polícia, o que evitaria essa expulsão em massa, que vem refletir entre nós, porque toda essa gente atravessa o rio e se refugia em Pernambuco, aonde ocorre neste instante grande parte da população do Nordeste flagelado.

A luta contra o cangaço não pode ser feita, às cegas, atingindo-se indistintamente a quantos nada têm que ver com o célebre bandido, que, a despeito de tudo, continua a se deslocar de um canto a outro, com a sua diabólica mobilidade.

DE FLORESTA A SALGUEIROS

A estrada de Floresta a Salgueiros é qualquer coisa de trágico que o nosso carro vence com uma bravura decidida.

A bandeira dos Diários Associados rasga as caatingas, atalhos e veredas, por onde a passagem de um automóvel é verdadeiramente aventurosa. Diversas vezes temos que parar para tirar o carro de alguma valeta ou para encher os pneus ou para reparar as câmaras de ar estouradas. A soalheira é terrível. Levas de retirantes nus, famintos, esfarrapados, vindos de todos os recantos, de Sobral, de Missão Velha, do Juazeiro, de Inhamuns.

Atravessamos uma zona, por onde outrora Lampião fazia as suas razias ferozes.

Tapera. Teatro do drama sinistro, em que pereceu toda família dos Gilos, composta de 17 pessoas, trucidadas pelo bandido, após um embate tremendo, em que refulge toda a bravura sertaneja. Dezessete heróis que sucumbiram após esgotar o último cartucho.

Cortamos os contrafortes da serra do Aripuá e da serra do Umã.

Barra do Silva. Pobre lugarejo onde estacamos um momento para colher informações. Um pequeno lavrador conta-nos a sua desdita, apontando-nos aí serra, outrora tão fértil, e onde as lavouras desta vez não medraram. Não há mais nada. Tudo se foi com a seca. O gado está vasqueiro, devido também à peste que se pronunciou o ano passado.

Há fome. A alimentação do pobre é a macambira e o “bró” do catolé que nem mesmo o animal bem aceita. E está tudo nu.

Conceição dos Crioulos é quase um quilombo. Algumas crianças maltrapilhas brincam na rua. O Dr. Olímpio de Meneses aponta-nos um pequeno tracomatoso. Por toda parte, a miséria, o abandono, a desolação.

Estamos nos aproximando de Salgueiros. Grupos de trabalhadores preparam a rodovia Salgueiros-Vila Bela, que daqui a um mês e meio a dois estará concluída. Paramos. Perguntamos pelos efeitos da seca. Um trabalhador nos diz que está tudo arrasado. As lavouras mortas nos campos. Ninguém colheu e “nem mesmo a serra do Araripe, diz ele, que era quem salvava essa “América de Pernambuco” tem mais nada.

Agradecemos-lhe a informação... e a frase.

América de Pernambuco! Pedaço de “terra desumana”, flagelada, e que é preciso salvar do desastre para que caminha, e com ela todo este podre Nordeste, tão digno de melhor sorte.

Em Salgueiros a seca assola o município todo e por toda a parte deixa o traço de sua passagem. O comércio está aniquilado. Gente daqui e dali vai abandonando as suas terras. Pequenos comerciantes já fecharam as portas.

Procuramos fazer a nossa “enquete”, ouvindo pessoas de todas as classes e de todas as condições. E, sem distinção, é o mesmo clamor. Um dos maiores comerciantes e fazendeiros fala-nos com a maior apreensão sobre o futuro do sertão e de Pernambuco. A pecuária vai desaparecendo. A safra de algodão este ano está perdida. Os cereais que a maioria dos municípios produzia para o seu consumo têm de vir de fora. O despovoamento se acentua.

E qual o meio de ir ao encontro dessa situação? Só grandes trabalhos, serviços de larga envergadura. Os 450 contos que nos couberam do crédito de 10 mil, aberto recentemente pelo Governo Federal, e com que estamos fazendo os serviços das rodagens, não chegam para nada. São uma migalha, uma gota d’água. Daqui a pouco esse crédito estará extinto. E que vai ser do sertão? Todas as economias se impunham para atender à crise desesperadora do sertanejo. Porque o Brasil não faz um sacrifício pelo Nordeste sofredor?

Por que o país, que gastou 60 mil contos na estrada Rio-Petrópolis, não concentra todas as suas energias em realizar no Nordeste obras que aí estão se impondo por uma questão de salvação pública?

Outro fazendeiro, ouvido sobre os trabalhos em curso, fala-nos sobretudo da situação lamentável do trabalhador, exausto pelas privações e que não pode dar o rendimento que se pode exigir de um trabalhador válido e bem alimentado. E a família desse infeliz, composta na sua maioria de mulher e de cinco ou seis filhos, às vezes muito mais?

De toda gente ouvimos o mesmo rosário de lamentações. O mesmo apelo para que transmitíssemos, por intermédio dos Diários Associados, a todo o Brasil, a angústia do sertanejo batido por toda a sorte de desventuras e revezes: a seca, a peste, as lutas políticas, tudo se acumulando numa sucessão interminável, como se para ele não houvesse jamais um lenitivo ou uma esperança.

Aníbal Gonçalves Fernandes foi professor, jornalista, oficial de gabinete do governo Sérgio Loreto, secretário de justiça e instrução, deputado estadual, mas sua maior paixão foi o jornalismo. Também foi membro da Academia Pernambucana de Letras e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (fonte: internet)


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80 ANOS ANGICO PARTE 7

Por Aderbal Nogueira


Envenenamento, metralhadora, munição e reconhecimento dos corpos de Lampião e Maria. Sétima parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico.

Criado com

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TUDO NO MUNDO TEM FIM


Por Daudeth Bandeira



Por diversas vezes já o comparara
A uma luz na sala de uma realeza,
Diuturnamente ligada e acesa
Para que a sala fosse sempre clara!


Eu dizia a mim, e ele não pára?
É como a principal máquina da empresa
Que corta e fabrica com tal ligeireza
Que outra jamais a ela igualara.

Somos carne, osso, sangue, nervo e baço,
Um homem de ferro, ouro, prata e aço
Em cima da terra não se viu ainda!

E embora fosse, não valia apena!
Toda lâmpada queima, todo ferro empena,
Toda máquina pára, toda estrada finda!


Daudeth Bandeira


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UMA MÃE

*Rangel Alves da Costa

Em 1884, o pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944), retratou em pintura a óleo uma realidade triste e angustiante, mas também amorosa e de profunda ternura. Na pintura, intitulada “A Menina Doente” (ou “A Mãe à Cabeceira da Criança Doente”), está traduzido o sentimento da dor e da aflição.
Sobre uma cadeira e com parte do corpo envolto em lençóis, uma menina doente (cabelos ruivos, de pele clara, ainda na flor da idade), de feições já tomadas pela enfermidade, tendo ao lado sua mãe. A menina, de cabeça levemente voltada para o lado, apenas sente as carícias e o afago das mãos de sua mãe.
Esta, de cabeça baixa, certamente chora, mas aquele choro represado, mais por dentro do que pelo lacrimejar, ante a angústia da filha. Na pintura, Munch retratava a doença de sua irmã de apenas quinze anos e o sofrimento de sua mãe perante tão desesperadora situação, eis que a menina realmente não suportou a enfermidade e faleceu de tuberculose. Ademais, uma pintura que fielmente traduz o amor de uma mãe.
A pintura comove pela beleza e pela situação de angústia e de dor tão bem expressada. Mas uma realidade constante perante o amor de mãe, perante a devoção de mãe, perante a abnegação de uma mãe e os desalentados instantes que envolvem os seus.


Mãe que sofre o mesmo sofrimento do filho, mãe que chora a mesma dor do filho, mãe que seria de se doar à morte para salvar a vida de um filho. Não apenas em leitos de enfermidades, mas em todas as situações e instantes de vida.
O amor de mãe é tamanho e seu coração tão protetor, que somente sua alma para traduzir seu real sentimento. Assim perante uma doença ou mesmo outra situação difícil passada pelo filho, mas que se imagine o tamanho do sofrimento perante a morte de sua cria desde o mais profundo do ventre.
Um amor tão verdadeiro que se torna impossível ao ser humano discernir sua dimensão. E somente Deus para compreender tal amor e igualmente amá-la em plenitude.

Escritor
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BIOGRAFIA DE NATALENSE DESCONSTRÓI MITO DE CANGACEIRO ROMÂNTICO DE JESUÍNO BRILHANTE

Por Cinthia Lopes
Jesuíno Brilhante de Honório de Medeiros


Um cangaceiro será sempre anjo e capeta, bandido e herói, como cantou Gilberto Gil na música O Fim da História. O cangaceiro Jesuíno Brilhante (1824-1879), um dos primeiros bandoleiros do sertão nordestino de meados do século XIX, nunca foi pintado nesses tons de contraste. Antecessor de Virgulino Ferreira Lampião, o norte-rio-grandense nascido em Patu deixou em torno de sim um mito de generosidade, modelado aos olhos do povo e dos historiadores como um herói romântico bem apessoado, que saqueava dos coronéis para dar aos pobres.

Um legado corroborado por Luís da Câmara Cascudo em alguns de seus livros, como “Flor de Romances Trágicos” (1966), também ressaltado no filme de 1972 do diretor William Cobbett, “Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro”. Mas que agora se descontrói na nova biografia escrita por Honório de Medeiros “Jesuíno Brilhante, o primeiro dos grandes cangaceiros” (8 Editora, 309 págs.).

A biografia sobre a trajetória do cangaceiro de olhos azuis acaba de ser lançada e compõe com outros dois livros, “Massilon, nas veredas do Cangaço” e “Histórias de Cangaceiros e Coroneis”, a trilogia do autor acerca do coronelismo e do cangaço no Rio Grande do Norte. Jesuíno Brilhante encontrou para fechar a trilogia e foi ao se aprofundar nas pesquisas que se revelou para o autor a imagem diferente da composição que se tinha dele de “cangaceiro romântico” e “Robin Hood” do sertão.

No livro, Honório de Medeiros mostra que assim como outros que vieram depois dele, Jesuíno aterrorizou, matou por desavença ou encomenda, assaltou e saqueou o sertão do Rio Grande do Norte à Paraíba.  Algumas vezes, havia relato que saqueava comboios e doava parte aos pedintes para manter a fama de cangaceiro justo que já andava no boca a boca. Também se casou aos 19 anos com uma parente de afinidade, Maria Carolina de Castro Lira, filha do primeiro casamento da segunda mulher de seu pai.

Para encontrar sua composição “chiaroescuro”, Honório de Medeiros conta que primeiro se abasteceu de toda a bibliografia e depois trouxe novas fontes pesquisando em todos os jornais de época tanto liberais como conservadores brasileiros e até estrangeiros.  

“A pesquisa durou cinco anos. Primeiro fiz a coleta de todo o material já escrito a respeito dele, depois fiz algo que até então não tinha sido feito, coletei jornais do Brasil inteiro até do exterior falando sobre Jesuíno. À medida que eu fui pesquisando,  a lenda em torno de seu nome e seus feitos, foi sendo descontruída, mas não ao ponto de uma destruição do personagem, apenas situando-o no seu tempo histórico de forma real”, explicou.

Honório apresenta ao leitor uma biografia de narrativa leve mas em forma de ensaio, na qual confronta ideias registradas em livros e jornais, pontuando a vida de Jesuíno Brilhante, seu tempo, seus atos e como as ramificações familiares determinaram de alguma forma suas escolhas. A biografia é dividida em capítulos e temas: “A época de Jesuíno Brilhante”, “Vida e morte”, “O outro lado da moeda”, “À Propósito”, “Um esboço de conclusão”.  Cada capítulo é aberto por uma ilustração que representa um cangaceiro, desenhado por Gustavo Sobral. Já a capa do livro é um óleo sobre tela do pintor Etelânio Figueiredo.

O jornalista Vicente Serejo, autor do prefácio, escreve que foi preciso “olhos sem medo, acesos pela dúvida” para ter a coragem de desmontar uma verdade que perdurou livre e inquestionada ao longo de décadas.

Ilustração de Gustavo Sobral

Sertão pré-Lampião

No sertão da metade do século XIX as questões políticas se misturavam à vida da sociedade e era comum a aproximação dos cangaceiros com os donos do poder. Havia as velhas questões de sobrevivência em jogo, ódio entre famílias, vinganças, fama e códigos honra. Retratar a figura e o contexto da época foi uma das preocupações do autor, assim como trazer ao leitor uma análise minuciosa de suas fontes de pesquisa.

Sob a costura de datas e registros dos jornais, o autor monta a história a partir de um tio materno de Jesuíno como fio do novelo que desenrolou na sua entrada no cangaço. José Brilhante de Alencar Souza, o Cabé, era cangaceiro. Com o casamento da irmã, Cabé veio da Paraíba para o Rio Grande do Norte e se instalou na fazenda Cajueiro, próximo ao “Tuiuiú”, a fazenda do pai de Jesuíno de quem agora era cunhado. O tio é peça dessa história de desavenças familiares dos Alves de Melo e os Limões a entrada de Jesuíno no cangaço com o assassinato de Honorato Limão, numa bodega em Patu.

Foi Cabé quem também descobriu na cidade de Maioridade (antiga Martins) a “Casa de Pedra”, local que veio a se tornar o refúgio famoso de Jesuíno Brilhante. Como tudo que diz respeito a Jesuíno Brilhante, também sua morte é controversa, explica o autor no capítulo “O Fim”:

Morreu no Riacho dos Porcos, município de Brejo do Cruz, Paraíba, em dezembro de 1879, quando viajava na companhia de seus dois irmãos e demais membros de seu bando, e foi surpreendido pela Polícia paraibana guiada pelo Cabo Pedro Limão. João Brilhante, seu irmão, o sepultou em um local chamado “Palha”. Os emboscadores, no entanto, não levaram o corpo e anos depois sua caveira é levada por um líder político mossoroense, doada a uma escola e depois levada pelo Interventor Rafael Fernandes Gurjão ao médico psiquiatra Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. E não se sabe mais dela.

 Jesuíno Brilhante do diretor William Cobbett, em filme de 1972.

Explicando

No filme de William Cobbett, vemos que o diretor usou uma licença poética para explicar a entrada de Jesuíno no cangaço. “Não foi para vingar a morte do irmão, mas qualquer que tenha sido o motivo, podemos situar como consequência de uma época de um código de honra brutal típico do sertão arcaico e das relações políticas existentes naquele período”.

 Já sobre Câmara Cascudo ter reforçado a lenda do gentil-homem cangaceiro, o autor explica que “existiam laços de amizades entre a sua família de Caraúbas e a família de Jesuíno Brilhante. Ele tinha um carinho pela história desse cangaceiro. Cascudo se apegou as histórias que chegavam aos seus ouvidos dizendo sobre as ações meritórias e heroicas do cangaceiro”.

Quanto à tentativa de criar um estado paralelo livre de coronéis, para o autor é “uma história infundada, pois não existe nenhum registro que possa sequer sugerir a existência desse estado paralelo sertanejo ou de uma sociedade livre de coronéis”, contou.

Honorio de Medeiros é escritor e advogado, bacharel em ciências jurídicas e sociais pela UFRN, Mestre em direito  e tem outros livros publicados em áreas como filosofia e direito.

O livro pode ser encomendado por emailmariasenna1958@gmail.com
Cinthia Lopes - Típico Local


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SANTANENSE QUER SABER

Por Clerisvaldo B. Chagas, 24 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.370

Entender o passado é se prevenir para o futuro. Infeliz a pessoa que ignora suas raízes e vive navegando como filho de chocadeira. Para isso desdobram-se as escolas transmitindo às novas gerações como conseguimos chegar até o presente momento, nossas lutas, nosso suor, nossas dores em busca de um porvir assegurado a nossa juventude. Diz o ditado que “Quem ler sabe mais”. Alimentar a alma com boas leituras, faz a diferença entre o vacilante e a Fortaleza. Uma foto é apenas a ilustração do conteúdo do texto. Somente clicar na fotografia é sinal de preguiça mental e leva ao vício do não conhecimento proposto no texto. Mas, chega de conselhos para os apressados que não querem conteúdo.

Prefeito Henaldo Bulhões em 1970).

Nasceu a Cooperativa Agrícola de Santana do Ipanema – CARSIL - em 1942. Passando e vencendo crises, chega hoje em torno dos 78 anos de aniversários. Continua sua sede à Av. Coronel Lucena, defronte a prefeitura municipal da cidade. Prestou, além dos seus reais objetivos, relevantes serviços a Santana, abrigando no primeiro andar da sua fachada e na sua extensão, alguns órgãos públicos que para ela apelaram.

(Foto: Carsil em 1996

Foi ali em suas dependências onde ocorreu a fundação do Ipanema Atlético Club de modo oficial. No dia 5 de maio de 1954, os trabalhos de fundação estavam a cargo de funcionário do Banco do Brasil, Hermes Souza. Contam que a sigla do clube que levava as iniciais IAC, dentro de um losango, teria sido ideia do cidadão José Batista Sobrinho. O terno ficaria com as cores verde-escura no calção e o amarelo queimado na camisa. O Ipanema passou a ser denominado “Canarinho do Sertão”.

Naquelas dependência também funcionou um serviço radiofônico chamado a “Voz do Município”, que transmitia para a cidade através de alto-falantes, os trabalhos da prefeitura, recheados com músicas e notícias. Uma espécie de rádio no governo Hélio Cabral.

Ali ainda funcionou no primeiro andar, a Bibliodeca Pública, por longo período, bem como outro período na parte de trás do edifício.

Foram também ali criados a Bandeira e o Brasão do município de Santana do Ipanema, a partir da gestão do prefeito Henaldo Bulhões Barros, com a publicação da Lei 388/70 de 27 de abril de 1970. 50 anos de bandeira. A inauguração do Estádio Arnon de Mello, na parte alta do Bairro Camoxinga. Aconteceu na mesma data acima.
E assim são muitos prédios da cidade que guardam episódios históricos do município, episódios estes, invisíveis aos olhos dos transeuntes.

VEM MUITA COISA BOA POR AÍ!


Por Cangaceiro Cariri

Nazaré e Floresta em Pauta; berço dos mais aguerridos perseguidores de Virgulino Ferreira, nos apresentados pelos grandes pesquisadores Netinho Flor, Zinho Flor e Cristiano Ferraz

Sensacional. 
IMPERDÍVEL ! 
Produção Aderbal Nogueira !!! 
Avante, é nesta terça-feia.


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80 ANOS ANGICO PARTE 6

Por Aderbal Nogueira


O combate: o primeiro tiro em Angico, em Amoroso, morte de Lampião e morte de Luís Pedro. Sexta parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico.

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ESFORÇO PARA MELHOR COMPREENDER OS FATOS E NÃO DISTORCER O ENTENDIMENTO

Por Dr. Archimedes Marques

Senhora Verluce Ferraz...

Confesso que vendo o mais recente video da sua pagina de YOUTUBE, um pensamento totalmente equivocado fiquei sem saber porque fui chamado de mentiroso. Mentiroso porquê? O MEU LIVRO MOSTRA TODOS OS COITEIROS QUE EXISTIRAM EM SERGIPE A COMEÇAR PELO GOVERNADOR ERONIDES FERREIRA DE CARVALHO E SEU PAI ANTONIO CAIXEIRO. Jamais em tempo algum na minha fala eu disse que em Sergipe não existia coiteiro. Houve uma pergunta em que a pessoa quis saber se algum coiteiro ou descendente tinha escrito algum livro, então respondi que não tinha conhecimento disso, como o Angelo Osmiro também disse, seguido no mesmo sentido por Junior Almeida. E então a senhora pegou isso e distorceu como se eu estivesse escondendo os coiteiros?... Ainda bem que a senhora não é uma magistrada.


Outro ponto, que eu disse e repito: OS POLICIAIS DE SERGIPE ERAM COVARDES POIS COM MEDO DO GOVERNADOR E SEU PAI, PROTETORES DE LAMPIÃO, FAZIAM DE CONTA QUE CAÇAVAM LAMPIÃO. Se a senhora melhor pesquisar, houveram poucas mortes de cangaceiros praticadas por POLICIAIS SERGIPANOS, mataram mais depois do episódio de ANGICO, ou seja, quando LAMPIÃO NÃO MAIS EXISTIA, e mais, quando os cangaceiros queriam se entregar. Não disse em hipótese alguma que OS POLICIAIS PERNAMBUCANOS, ALAGOANOS, CEARENSES, PARAIBANOS E NORTE RIO-GRANDENSES ERAM COVARDES. Estes sim, perseguiram Lampião EM ESPECIAL OS BRAVOS NAZARENOS mas OS SERGIPANOS ERAM COVARDES, tanto é que Lampião viveu nas nossas terras por aproximadamente dez anos, escapulindo de quando em vez para os Estados vizinhos, mas logo retornando ao seu PORTO SEGURO...

Agora quanto ao fato de ter omitido o nome da senhora na minha fala apenas eu não queria ser descortês, não queria seguir o seu exemplo. A senhora foi de uma descortesia exacerbada para com o Dr. Lamartine de Andrade Lima chamando-o de MENTIROSO. Aliás a senhora gosta muito dessa palavra e quando se gosta muito de uma coisa, essa coisa É USADA COM FREQUÊNCIA como se fosse um pedaço de si.

Gostaria muito de dar uma resposta para a senhora também no YOUTUBE, mas infelizmente não tenho pagina e não pretendo ter, por isso só posso usar da palavra nesse sentido NOUTRA OPORTUNIDADE QUE ME DEREM. Outro ponto que não tem importância alguma, mas já que senhora disse por algumas vezes que sou ex-delegado, fato também equivocado, pois apesar de já possuir esse direito, AINDA NÃO PEDI APOSENTADORIA. Quando me aposentar posso ser Advogado pois tenho OAB, advogava antes de ingressar na Polícia, suspendi a carteira por ser impedido de exercer essa profissão. Entretanto, QUANDO ME APOSENTAR NÃO SEREI ADVOGADO, vou cuidar do que gosto, ou seja, de escrever, de pesquisar e de usar das minhas ARTES PLÁSTICAS pois também sou pintor e escultor, mas respeitando a todos os colegas pesquisadores, como pessoa civilizada, não desrespeitando-os como a senhora faz. Tenho muitos defeitos mas nunca fui nem serei MENTIROSO. Então, espere a minha resposta noutra oportunidade e faça um ESFORÇO PARA MELHOR COMPREENDER OS FATOS E NÃO DISTORCER O ENTENDIMENTO, como de fato a senhora fez.

Complementando senhora Verluce Ferraz: Será que esse primeiro volume do meu livro LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE é especifico para somente falar sobre COITEIROS e eu não sabia?... Porque quando o cidadão se respostou a nós, os três debatedores, no fundo ELE QUERIA SABER SE ALGUEM JA TINHA ESCRITO UM LIVRO SOMENTE SOBRE COITEIROS. Assim, acho que eu errei no título que deveria ser COITEIROS DE LAMPIÃO EM SERGIPE. Não faça isso não minha senhora que é vergonhoso, uma pessoa de idade como a senhora, DISTORCENDO AS COISAS E ATACANDO A TODOS A SEU BEL PRAZER. Chamar os outros de MENTIROSO É COISA SERIA. Os meus pais sempre me disseram e eu segui à risca que a MENTIRA É UMA DAS PIORES PALAVRAS QUE EXISTE, POIS DENIGRE A IMAGEM DE QUEM MENTE. Mas a minha imagem a senhora não vai conseguir denegrir não porque ANDO NA LINHA DA RETIDÃO. Em mais de 35 anos de atividade policial NÃO TIVE UMA MACULA SEQUER, TANTO É QUE ASSUMI O CARGO DE CORREGEDOR-GERAL DA POLICIA CIVIL DE SERGIPE EM DUAS OCASIÕES. A palavra MENTIRA NÃO EXISTE NO MEU DICIONÁRIO.


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LIVRO NA PRAÇA SOBRE CANGAÇO


Boa tarde, amigos e amigas. 

Estou comercializando os exemplares do meu livro que foi fruto de uma dissertação de mestrado. O livro intitulado: VIRGULINO CARTOGRAFADO: RELAÇÕES DE PODER E TERRITORIALIZAÇÕES DO CANGACEIRO LAMPIÃO (1920-1928), possui 280 páginas e será vendido pelo preço de 40,00 reais (sem o frete incluso). Os interessados entrar em contato no privado.


“O aprendiz de cangaceiro aprendeu e ampliou os ensinamentos do mestre tecelão Sinhô Pereira. Soube como nenhum outro bandoleiro se relacionar com pessoas de diferentes realidades sociais, apesar da preferência pelo contato com personagens mais abastados e privilegiados. 

Se comportava com sabedoria ao romper as redes de proteção, resistia na medida do possível, pois sabia que investir em territórios fracassados poderia gerar sua captura ou morte. 

Como todo político, superava a perda de aliados procurando outros, nem que fosse preciso se espacializar em áreas pouco conhecidas. Essa capacidade de relação o diferenciou de todos os outros cangaceiros. Não por acaso passou a ser dito como capitão, rei e dominador do cangaço. 

Agiu igualmente como um coronel nômade, desejando controlar a vida e o corpo dos seus inimigos. Lampião foi essa multiplicidade não só de territórios, mas de muitos aspectos que podem ser tomados como objetos de estudo”.


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