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domingo, 31 de março de 2019

“O SUPLÍCIO DO CANGACEIRO BALIZA”


Em dias quentes, quando o ‘Astro Rei’, sem dó nem piedade, calcina as terras sertanejas, os animais e aves da caatinga procuram refugiarem-se do abrasador calor, popularmente conhecido como ‘maiá’, nos mais diversos lugares possíveis.

O cangaceiro conhecido pela alcunha de “Baliza”, que na verdade tratava-se de Venceslau Xavier, junto com sua companheira Antônia Maria, em princípios de 1933, estão a aninharem-se na beira de um barreiro, mais ou menos ao meio dia, do dia 19 de março do ano que corria. Ali, juntinhos e abraçados estão, no silêncio da mata, pois tudo que tem vida, respeita a força do poder do clima no Sertão. 

A ‘coisa’ estava pegando fogo igual ao calor do sol do meio dia, tão boa e gostosa que, mesmo naquele total silêncio, não notaram a aproximação da volante que os cercavam.

Tratava-se da volante comandada pelo cabo Justiniano. Os soldados volantes os cercam e dão ordem de prisão. Após serem amarrados, o casal de cangaceiros é levado para um povoado próximo. 

Ficando preso naquela localidade, servindo de atração para aqueles de maior curiosidade em conhecer um cangaceiro de perto, como que fossem ‘coisa de outro mundo’. Esquecia que eram gente igual a todos, menos seus atos, isso, os fazia diferentes.

Depois de vários dias detidos naquele pequeno povoado, vem a ordem para que o cabo escolte o prisioneiro para a cidade de Santo Antônio da Glória. O cabo manda que entre em forma seu pequeno contingente e seguem, em cortejo, com o prisioneiro entre duas fileiras humanas, rumo à localidade designada. 

Havia naquela região um comandante de volante, Ladislau Reis, que tinha sua fama propagada por toda ribeira. As atrocidades comandadas pelo tenente foram tantas que, mesmo diante de tão horrendas histórias, o sertanejo, sem nunca perder a inspiração, dão-lhe o apelido de “Tenente Santinho”. Quando algum lavrador escutava que o ‘tenente Santinho’ estava pela redondeza, seu coração disparava, seu corpo, involuntariamente, reagia como que o repugnando, e seus pelos, todos, arrepiavam-se, descendo uma corrente elétrica do ‘talo’ do pescoço ao osso do ‘mucumbu’. 

O dito comandante era mais perverso do que Lampião e Corisco, juntos. Gato, Zé Baiano e Sabino foram ‘fichinhas’ diante da ‘dureza’ do tenente.

Seguindo pelas estradas tortuosas do longo caminho, o cabo, seus homens e o prisioneiro, a certa altura, encontra-se com uma volante que estava de passagem por aquela várzea... E era, justamente, a volante comandada pelo “Tenente Santinho”.

Tendo a patente superior a do cabo, o tenente ordena que seja lhe entregue a guarda do prisioneiro. O cabo, tremendo mais que vara verde, apressadamente entrega o prisioneiro ao superior. Ladislau diz que levará o mesmo para a cidade designada pela ordem escrita e que o cabo poderia retornar para sua cidade com seus comandados.

Depois de assumir a custódia do prisioneiro, o tenente Santinho imediatamente ‘ordena’ a seus homens que comessem a dar um ‘trato’ no cabra Baliza. 

A seção de tortura inicia-se ali mesmo. O ‘cacete come solto’ de tal forma, que em pouco tempo, em vez de ver-se um rosto, via-se um acúmulo de sangue e edemas os quais desfiguraram totalmente a cara do prisioneiro. 

Por horas, os soldados da volante aplicam inimagináveis atos torturantes naquele corpo, que mais parecia uma peneira de tantas perfurações de pontas de punhais e facas peixeiras. E segue aquela sessão horrível aplicada ao corpo de Venceslau Xavier. 

Em determinado momento, os soldados do tenente Santinho, acatando suas ordens, o amarram em uma árvore. O laço da corda de fibras de agave, sisal, e colocado na altura dos tornozelos do cangaceiro. Arrastam-no como se arrasta um tronco de madeira e amarram-no de cabeça para baixo num galho de uma árvore próxima.

Após está dependurado, é colocado pedaços de madeira bem perto da sua cabeça. Uma fogueira estava arrumada, a qual, logo, logo, estaria acesa, pelo próprio tenente Santinho.

O prisioneiro debate-se, gira para um lado, depois para o outro... Contorcendo-se feito uma cobra na areia quente, na tentativa vã de esquivar-se das chamas que consumiam seu corpo, Venceslau Xavier, tenta amenizar as dores causadas pelo calor das labaredas que assam, no sentido próprio da palavra, seu corpo. 

No princípio, ouvem-se gritos horripilantes saídos das cordas vocais do cangaceiro Baliza, acompanhado do odor de cabelos chamuscados, para em seguida, a fumaça levar um cheiro de carne assada pelos campos sertanejos. Por fim, o suplício tem seu término, Baliza está morto. 

Santinho não deixa nem o fogo apagar-se totalmente, puxa da bainha seu facão e corta o pescoço daquele corpo, chamuscado, queimado, assado...

Deixando o corpo naquela posição, o tenente Ladislau leva seu troféu macabro para Santo Antônio da Glória, e lá o mostra a população, exibindo, com orgulho e satisfação, o ‘produto’ de seu ato de selvageria.
Fonte “CORISCO - A Sombra de Lampião”- DANTAS, Sérgio Augusto de S., pg 145. 1ª edição, editora Polyprint Ltda, Natal-RN,2015

Foto "A noite Ilustrada", Revista, edição de 30 de Novembro de 1932.

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AGRADÁVEL BATE-PAPO LITERÁRIO COM TEMA NO LIVRO SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO

Por Luiz Serra

Em Brasília, no Espaço da Livraria Visconde, troca de ideias em rodas de conversação sobre o assunto, esclarecimentos acerca da feitura e pesquisa do livro, e com sonorização da Casa com músicas do mestre Gonzagão, encontro se estendendo até às 21h30.


Reiterando que minha tese central do livro, quanto ao cangaço, é que o ambiente sertanejo por quase 100 anos resumia-se a uma hostilidade sem tamanho. A vida humana era só um pecado da existência. Inumações improvisadas ocorriam à pressa, à margem dos caminhos. 


Lampião feria e até esquartejava a quem aprouvesse, da mesma forma que da mente de um coronel sertanejo saíam ordens não menos doentias. 


Quanto às volantes de contratados, jagunços, torturas para revelar paradeiros de bandos cangaceiros furtivos eram despropositadas, alienantes e nefastas. No entanto, a voz do povo revelou algo inesperado: a imagem de Lampião como alguém que enfrentou a "ordem dos coronéis e políticos", que, na realidade, distanciadas de qualquer resquício de Estado, todos respirando naquele agreste ambiente francamente anárquico.


Neste sábado, 17, será a vez da Manoela Serra com seu Diário Bipolar, este opúsculo criativo e enriquecedor ao tema psicológico, em recente lançamento.

Ambos os produtos da literatura, em seus quadrados mágicos temáticos, à venda na Livraria Visconde, na Asa Sul, SCS405, Brasília.

Fonte: https://www.facebook.com/
Página: Luiz Serra

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LUIZ GONZAGA - ASA BRANCA FT. FAGNER, SIVUCA, GUADALUPE - YOUTUBE

https://www.youtube.com/watch?v=zsFSHg2hxbc

Letras
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar ai pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar ai pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Compositores: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga
Letra de Asa Branca - Participação Especial: Luiz Gonzaga © Ubc
Gêneros: Easy listening, Salsa e tropical, Pop


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sábado, 30 de março de 2019

MEU NOVO LIVRO – SOBREVOO – EPISÓDIOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NO RIO GRANDE DO NORTE

No próximo dia 2 de abril de 2019, em parceria com o SEBRAE, estarei lançando o livro “SOBREVOO –  EPISÓDIOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NO RIO GRANDE DO NORTE”, que é parte da “Coleção a participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”.
Além desse meu trabalho, o quinto na minha carreira, eu estarei nesse lançamento ao lado dos amigos Leonardo Dantas e José Correia Torres Neto, que disponibilizarão dois interessantes trabalhos sobre o tema.
Membros do esquadrão VP-45 ao lado de um PBY Catalina, antes da vinda para o Brasi em 1944.
Entre as histórias do meu “Sobrevoo”, trago os fatos do trágico acidente aéreo de um hidroavião Catalina, da esquadrilha VP-45, que caiu em solo Riachuelense no dia 10 maio de 1944, mais precisamente nas terras da Fazenda Lagoa Nova, vitimando 10 aviadores da Marinha dos Estados Unidos.
Rostand Medeiros, José Lourençoe Aínto Freitas
Como autor Dessa obra quero deixar de público os meus mais sinceros agradecimentos ao povo riachuelense. Especialmente a prefeita Mara Cavalcanti, ao Sr. José Lourenço Filho (verdadeira memória viva dessa cidade) e ao amigo Aílton de Freitas Macedo, cuja atenção, o empenho e o gosto que possui pela história de sua terra foram para mim ferramentas preciosas e fundamentais para a concretização desse trabalho.
Trocando informações com as pessoas de uma comunidade rural que conhece bem o episódio.
https://tokdehistoria.com.br/2019/03/21/meu-novo-livro-sobrevoo-episodios-da-segunda-guerra-mundial-no-rio-grande-do-norte/
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MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO DOS ESTADOS UNIDOS NO BRASIL VISITARAM A CIDADE DE RIACHUELO PARA CONHECER A HISTÓRIA DO DESASTRE DE UM HIDROAVIÃO CATALINA OCORRIDO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

VIERAM IGUALMENTE DEBATER SOBRE AS HOMENAGENS À TRIPULAÇÃO DESSA AERONAVE, QUANDO ESSE EPISÓDIO HISTÓRICO COMPLETARÁ 75 ANOS EM 10 DE MAIO PRÓXIMO.  
Foto de um hidroavião PBY-5A Catalina, do VP-45, junto com militares desse esquadrão de patrulha aérea da Marinha dos Estados Unidos – Fonte – NARA – através do pesquisador Rostand Medeiros.
Fonte – Prefeitura Municipal de Riachuelo-RN
Em 29 de março de 2019, estiveram em Riachuelo os diplomatas americanos Daniel A. Stewart e Stuart Alan Beechler, do Consulado Geral dos Estados Unidos em Recife.
A Prefeita Mara Cavalcanti junto ao diplomata americano Daniel A. Stewart, do Consulado Geral dos Estados Unidos em Recife- Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Entre os objetivos da visita estava um encontro com a prefeita Mara Cavalcanti para conhecer aspectos gerais o município e buscar detalhes sobre o acidente de um hidroavião modelo PBY-5A Catalina da Marinha dos Estados Unidos, ocorrido em 10 de maio de 1944, em pleno período da Segunda Guerra Mundial.
Nesse dia a quase 75 anos, em um dia bastante nublado, por volta das 3 da tarde, antigos membros da nossa comunidade testemunharam a queda e destruição dessa aeronave a cerca de 20 quilômetros da pequena Riachuelo, onde então viviam cerca de 200 habitantes.
Foto da época da Segunda Guerra Mundial de um hidroavião Catalina, igual ao que se acidentou próximo a Riachuelo– Fonte – NARA – através do pesquisador Rostand Medeiros.
No desastre pereceram dez aviadores navais americanos, entre eles o oficial Calder Atkinson, Comandante do esquadrão de patrulha antissubmarino VP-45, que nesse período tinha base em Belém, estado do Pará. Nessa época as forças armadas brasileiras lutavam em conjunto com militares dos Estados Unidos contra as ações beligerantes dos submarinos alemães e italianos no Oceano Atlântico, que atacaram e destruíram vários navios mercantes brasileiros e de outros países. O Catalina do VP-45 que caiu próximo a nossa cidade era uma das aeronaves que participavam das ações de combate.
Outra visão de um Catalina– Fonte – NARA – através do pesquisador Rostand Medeiros.
Em meio aos destroços foram encontrados os corpos desfigurados do Comandante Calder Atkinson e nove outros tripulantes. Mesmo diante do quadro sinistro, os nossos antepassados tiveram todo o cuidado para trazer esses restos mortais para o cemitério da cidade, onde foram enterrados com todo o respeito, dignidade e atenção.
Foto do Comandante Calder Atkinson, que pereceu na queda do Catalina em 10 de maio de 1944– Fonte – NARA – através do pesquisador Rostand Medeiros.
Essa atitude honrada do povo riachuelense chamou à atenção dos diplomatas Daniel Stewart e Stuart Beechler, que informaram que o Consulado Geral dos Estados Unidos em Recife vai participar das homenagens planejadas pela nossa administração municipal para marcar os 75 anos desse episódio. Nessa ocasião estará presente em nossa cidade o Sr. John Barrett, atual Cônsul Geral dos Estados Unidos na capital pernambucana.
Os visitantes que estiveram em Riachuelo. Da esquerda para a direita vemos os Srs.
Stuart Alan Beechler e Daniel A. Stewart , do Consulado Geral dos Estados Unidos em Recife, seguido de Rostand Medeiros , escrito e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e o Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval (R.R.) Edison Nonato de Faria
– Foto – Charles Franklin de Freitas Gois. 
Além dos membros dessa representação diplomática e do executivo municipal, vão participar das homenagens a Marinha do Brasil, que estará presente com a Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais e uma representação oficial do Terceiro Distrito Naval de Natal. Apoiando esse importante intercâmbio entre a Marinha e a Prefeitura de Riachuelo, contamos com a inestimável participação do Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval (R.R.) Edison Nonato de Faria, que também esteve junto aos diplomatas americanos na visita a nossa cidade.
Reunião dos visitantes junto com a Prefeita Mara Cavalcanti – Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Esse episódio histórico é bastante conhecido dos habitantes da nossa comunidade. Mas recentemente o escritor e pesquisador Rostand Medeiros, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN esteve em Riachuelo em busca de maiores informações sobre o acidente. Esse pesquisador desejava conseguir mais subsídios para o desenvolvimento de um livro sobre a Segunda Guerra no Rio Grande do Norte. Na realização dessa pesquisa Rostand Medeiros contou com o apoio de Aílton de Freitas Macedo, Secretário de Administração de Riachuelo, que buscou ajudar com todas as informações possíveis.
O Secretário de Administração Aílton Freitas apresentando um dos possíveis locais para a realização do evento dia 10 de maio– Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Uma das últimas testemunhas diretas desse episódio é o Sr. José Lourenço Filho, que foi entrevistado, como também moradores da zona rural e sítios da região. O resultado dessa pesquisa é um dos capítulos do livro “Sobrevoo – Episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, lançado em 2 de abril do corrente na sede estadual do SEBRAE-RN, que apoiou a confecção dessa obra.
Livro onde está inserido o episódio da queda dessa aeronave próximo a Riachuelo em 1944. Segundo Rostand Medeiros esse livro faz parte da coleção “A participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”, coleção de três livros produzida pela editora Caravela Selo Cultural e apoio do SEBRAE-RN. Fazem parte dessa coleção os livros “A engenharia norte-americana em Natal na Segunda Guerra Mundial”, de Leonardo Dantas de Oliveira, Osvaldo Pires de Souza e Giovanni Maciel de Araújo Silva., além da obra “Observações sobre a Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, reunindo artigos científicos e organizados pelo escritor e editor da Caravela José Correia Torres Neto .
Rostand Medeiros igualmente esteve acompanhando os diplomatas Daniel Stewart e Stuart Beechler nessa visita.
Por volta de oito da manhã eles chegaram à sede da prefeitura, onde mantiveram uma reunião preliminar com a Prefeita Mara Cavalcanti, Secretário de Administração Aílton Freitas e Sara Gardênia, Secretária Adjunta. Nesse contato ficou definido como será a realização do evento de caráter histórico/educativo do próximo dia 10 de maio e foram tratados aspectos como a localização da cerimônia e a participação das entidades envolvidas. Depois os visitantes percorreram vários locais da cidade, seguindo para um encontro com o Sr. José Lourenço Filho, que bastante emocionado recebeu a todos e narrou alguns fatos relativos ao episódio corrido em maio de 1944.
O Sr. José Lourenço Filho rememorando para os americanos o episódio de 10 de maio de 1944
– Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Depois a comitiva seguiu para o Cemitério Municipal, onde os diplomatas americanos desejaram conhecer o local onde foram depositados pelos Riachuelenses os restos mortais dos dez aviadores navais. A cova coletiva ficava na área antiga dessa necrópole, junto ao muro da parte posterior desse local. Um dado interessante narrado pelo pesquisador Rostand Medeiros é que na atualidade esses aviadores navais se encontram sepultados em um cemitério militar no estado de Illinois, Estados Unidos, onde seus despojos estão reunidos em um único túmulo, tal como em Riachuelo. 
O grupo de visitantes, tendo à frente o Secretário Aílton Freitas visitando o local onde os aviadores navais do seu país foram enterrados em 1944 – Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Antes do grupo seguir para o local onde a aeronave Catalina caiu, de forma surpreendente eles puderam conhecer um objeto original oriundo dos destroços: uma colher de prata com o símbolo da Marinha dos Estados Unidos e bastante conservada. Essa verdadeira relíquia histórica atualmente está de posse de uma família riachuelense, que tem enorme respeito pela peça e a preserva da melhor maneira possível.
Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
Na sequência todos seguiram por estradas da zona rural, circulando por áreas que estão recebendo boas chuvas neste ano de 2019. O grupo foi até a área da queda do Catalina, onde debateram aspectos históricos do episódio.
Daniel Stewart , Stuart Beechler, Aílton Freitas e Rostand Medeiros na área do desastre do Catalina – Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.
No retorno a sede de nossa prefeitura, houve um novo encontro com a Prefeita Mara Cavalcanti e ficaram acertadas várias deliberações para o evento que ocorrerá em 10 de maio próximo.
A Prefeita Mara Cavalcanti recebendo um presente do diplomata Daniel A. Stewart
– Foto – Charles Franklin de Freitas Gois.

Com essa atividade a Prefeitura Municipal de Riachuelo honrará de forma digna a memória dos militares aliados que sacrificaram suas vidas em prol da liberdade, bem como a dos nossos antepassados que souberam com extrema dignidade e atenção conceder a esses aviadores navais o descanso em solo riachuelense.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS ENTREVISTA COM JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO -26 DE JULHO DE 2016


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DURVAL ROSA LEVOU A VOLANTE AO COITO DE ANGICO LOCAL MORREU LAMPIÃO.

Vídeo do Aderbal Nogueira

Publicado em 25 de mar de 2014

Durval Rosa irmão de Pedro de Cândido fala sobre Antonio Jacó, João Bezerra e um pouco sobre o combate de Angico. O vídeo está escuro porque faltou energia na cidade durante a gravação.

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O CANGACEIRO (1953)


Publicado em 22 de set de 2012

O Cangaceiro, filme realizado em 1953, foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro de todos os tempos. Escrito e dirigido por Lima Barreto, com diálogos criados por Rachel de Queiroz, O cangaceiro foi o primeiro filme brasileiro a conquistar as telas do mundo. Considerado até hoje o melhor filme produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, sua história se inspirava na lendária figura de Lampião. Sinopse: O bando de cangaceiros do capitão Gaudino (Milton Ribeiro) semeia o terror pela caatinga nordestina. É neste contexto que a professora Maria Clódia (Vanja Orico), raptada durante um assalto do grupo, se apaixona pelo pacífico Teodoro (Alberto Ruschel). O forte amor entre os dois gera grande conflito no bando. Ficha Técnica: Direção: Lima Barreto Roteiro: Lima Barreto, Rachel de Queiroz (diálogos) Gênero: Aventura/Drama/Romance Origem: Brasil Duração: 105 minutos Tipo: Longa-metragem Elenco: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico, Adoniran Barbosa, Antonio V. Almeida, Hector Bernabó, Lima Barreto, Horácio Camargo, Ricardo Campos, Antônio Coelho, Cid Leite da Silva, Oswaldo Dias, Zé do Norte.

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SCHOPENHAUER NA ÁRVORE DO SILÊNCIO


*Rangel Alves da Costa


Belíssima a assertiva de Artur Schopenhauer: Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz. Fruto doce, apetitoso, e sem qualquer ruído.
E a árvore do silêncio, tão bela e frondosa, pode ser avistada, tocada, sentida, em todo lugar. Desde o asfalto ao chão fecundo lá estará.
E também estará onde ninguém avista, onde somente o semeador conhece o seu lugar e a sua imponência. Tão imensa e visível, tão presente e invisível é a árvore do silêncio.
Não precisa de arvoredo ou pomar, floresta ou mata fechada. Não requer distância do homem para estar protegida. E não morre com o tempo, pois eterna é a árvore do silêncio.
Aliás, a árvore do silêncio não nasce senão da raiz do desejo de cada indivíduo, não cresce senão na mente e não frutifica senão em galhos invisíveis. Mas pressupõe sempre o silêncio para florescer, para dar seus frutos.
E dessa árvore, presença silenciosa ao redor do indivíduo, a paz vai brotando como fruto mais desejado. Fruto doce é o da paz, e talvez o único que possa saciar a fome do mundo.
O mundo, o homem, a vida, as relações, os seres, a existência, as convivências, os amores e os ódios, as intrigas e os entendimentos, tudo necessita de paz. E o fruto da paz não será colhido enquanto não surgir o silêncio que possibilite a reflexão.
Quando o filósofo afirma que da árvore do silêncio pende o fruto da paz, outra coisa não faz senão afirmar que somente o silêncio possibilita ao homem colher a calma e tranquilidade necessárias para refletir acerca dos caminhos que levem à paz.
Ora, a paz citada não é apenas aquela envolvendo quietude, tranquilidade, placidez, sossego, serenidade. Envolve muito mais, eis que a paz referida por Schopenhauer é também aquela fruto de um estado mental e espiritual que leva ao homem o poder da reflexão, da meditação.
A reflexão e a meditação seriam as sementes que germinariam a paz. Ora, a paz não é pensada em meio à guerra, à balbúrdia, às gritarias e desassossegos. O encontro com a paz exige silêncio, concentração, imaginação.
Fácil compreender o porquê de o silêncio frutificar. É no silêncio que o pensamento se aperfeiçoa, que a mente se torna produtiva, surgem as ideias, as boas noções, os caminhos e as possibilidades se tornam mais nítidas.
É no silêncio que o homem encontra consigo mesmo, que alarga sua visão acerca da realidade, que adentra profundamente naquilo que em outra situação seria apenas aparente. Basta que o silêncio paire, que calem as vozes da incompreensão, e o homem estará apto a ser uma voz espiritual diante do mundo.
Que se tomem como exemplos as grandes criações ou invenções humanas, ou mesmo os estudos que produziram descobertas consideráveis. Em tais situações apenas o diálogo do homem com o seu objeto, de forma silenciosa e produtiva, de modo que apenas a aparência da intencionalidade tivesse voz.
Impossível imaginar Mozart ou Bach criando sua música em meio a algazarras. Difícil conceber Einstein debruçado sobre sua teoria em meio a vozes e gritarias. A poesia, a escrita, a pintura, a arte em si, exige um mínimo de silêncio para encontrar sua própria voz.
Que se imagine Schopenhauer subindo à montanha para encontrar o silêncio tão necessário à meditação filosófica. Mesmo tecendo acerca de pessimismos e dores do mundo, não deixa de reconhecer que somente o silêncio possibilita o aprofundamento em tais questões.
Veja-se, por exemplo, o sino da igreja. Ouvir o seu badalar em silêncio provoca um diálogo espiritual de indescritível intensidade. E até dá para ouvir a canção da brisa do entardecer quando o silêncio envolve tudo ao redor.
Sim, na árvore do silêncio a paz. E um canto de pássaro que jamais será ouvido por aqueles que não são nem de silêncio nem de paz.


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