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quarta-feira, 10 de junho de 2020

O ATAQUE ÀS FAZENDAS E O DESAFIO DE LAMPIÃO AO POTENTADO CORONEL "ZÉ PEREIRA" DE PRINCESA.


Cangaçologia - Geraldo Júnior

O ÚLTIMO REFÚGIO DE LAMPIÃO - PARTE II

O ÚLTIMO REFÚGIO DE LAMPIÃO - PARTE I

HÁ 75 ANOS, O BRASIL ASSISTIA AO FIM DO CANGAÇO - JORNAL FUTURA - CANAL FUTURA


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FOTOS COLORIDAS

Por Rubens Antonioi

A colorização de imagens adentra os espaços de estudo como recurso.
Dá-se o realce como aplicado reforçando a sensação de "eco temporal", facilitando, com a introdução de uma concepção de resgate visual, a percepção do fato em sua dimensão precisa.
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Lampeão, em 1926:



Arvoredo e Calais, em 1929:
Arvoredo e Calais, versão estendida, complementada por mim:
Cabeças dos cangaceiro na antiga escada da Prefeitura de Piranhas, Alagoas:


Corisco e Dadá, em foto de Benjamin Abrahão Boto:


Tenente Geminiano José dos Santos, da Força Pública do Estado da Bahia. Morto em combate, em 1930:


 Moradora de Canindé do São Francisco, em Sergipe, ferrada pelo cangaceiro José Bahiano:

Cangaceiros mortos. Da esquerda para a direita, Marianno, Pae Velho e Pavão.
Este último, em uma indicação antiga, aparece como Zepellin, entretanto, foi um erro de quem efetuou a identificação.

Abatidos Serra Branca, Eleonora e Ameaço:


Crânio exumado do cangaceiro Zé Bahiano:
Jararaca ferido:

Rosto de Jararaca. detalhe:
Gato e Inacinha:

Cangaceira Inacinha:

Rosto de Inacinha. detalhe:

Cangaceira Nenê:

Bando na Fazenda Jaramataia:


Bando na Fazenda Jaramataia. Versão estendida, através de complementação, por mim:

Chico Pereira:

Volta Secca aprisionado:

Recorte:

Bando, em 1936:

Maria Gomes de Oliveira, conhecida no bando como Maria do Capitão, Dona Maria ou Basé, transformada pela imprensa em Maria Bonita:

Detalhe:


Virgulino Ferreira da Silva, o Lampeão, em 1929:

Dona Maria e Lampeão:


Sub-grupo de Zé Sereno:

Zé Sereno, Azulão e Manoel Moreno, à frente, com Canário, ao fundo:


Durvinha:

Colorização a partir de instantâneo retirado do filme de Benjamin Abrahão Boto:

Antônio Ferreira, em 1926:

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Maria e Dadá:
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Cangaceiro Barreira com a cabeça do cangaceiro Atividade, por ele assassinado:
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Bando em Pombal, Bahia, 1928:

Imagem de tema afim. Coronel Zé Pereira e os líderes dos seus comandados, em Princesa, Paraíba:
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Volante de Zé Rufino:

Manoel de Souza Neto:

Imagem de tema afim. João Pessoa morto:

http://cangaconabahia.blogspot.com/2014/05/colorizando-para-melhor-apreender.html

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DE SOMBRAS DO QUE FOMOS

Por Rubens Antonio


No dia 7 de julho de 1936, foram massacrados Zé Bahiano,Demudado, Chico Peste e Acelino, nas proximidades do Povoado de Alagadiço, em Sergipe.

No dia 26, foram exumados e fotografados, conforme anota Robério Santos, por Artur Alves Costa.
Aqui, imagens do evento em melhor qualidade que as geralmente disponíveis na internet, algumas inéditas.








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DOS CADERNOS DE ANA

*Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Ana Ferreira da Motta Costa é minha sobrinha, filha de meu irmão Artime e de Aretusa, uma bela e introvertida jovem cujo percurso no tempo parece totalmente dedicado aos estudos, ao acúmulo de conhecimentos e ao alicerce da futura formação profissional. Daí que eu jamais imaginaria que dos cadernos de Ana pudessem surgir escritos poéticos tão primorosos e tão intensos, vez que expressando sentimentos que descartam o romantismo para se voltarem à visão de mundo, de realidade e até de memórias imaginárias.
Ao rabiscar seu caderno, creio que Ana escreve pela idealização de um mundo, num entrelaçamento entre passado e presente, deixando apenas a palavra fluir como se estivesse de porta aberta. Daí não se preocupar com a perfeição métrica das estrofes, com a riqueza nas rimas, com preciosismos estéticos nem com floreamentos nas palavras. Seu verso é branco, sua rima é solta no pensamento. Contudo, o que mais instiga na poesia de Ana é o senso memorialista, a reflexão sobre o mundo por ela vivenciado e a busca do passado como forma de situar a realidade de agora.


A exemplificação de tudo isso, dessa intensidade poética de Ana, está na poesia abaixo transcrita, intitulada São João e Lampião:

Os conceitos que me vinham à cabeça quando chamada de nordestina,
o primeiro um festejo que nunca havia entendido,
com comida simples e estranhamente familiar,
os vestidos coloridos que minha mãe me dava,
uma dança em par que me constrangia.

o segundo um herói,
não pelos seus atos ou ideologias,
mas pela força e frieza que demonstrava,
mesmo abaixo do Sol escaldante do sertão.

eu nunca me identifiquei com eles,
eu não era animada e forte,
e o calor excessivo me dava enjoo,
por dentro, eu não era nordestina.

eu fui para outros lugares,
por pouco tempo,
mas com esperança de me encontrar,
de achar um lugar para me construir,
e mesmo encontrando livrarias e museus incríveis,
eu só me sentia segura e compreendida quando chegava em casa;
em Sergipe,
no litoral de Aracaju
e no sertão de Poço Redondo.

talvez eu realmente nunca encontre alguém que pense igual a mim,
que depois dos 15 tenha começado a amar o cheiro do milho,
a tentar observar como Walt Whitman,
a se permitir sentir como Sylvia Plath,
a tentar representar força no meio da fraqueza emocional,
quase como Lampião.

mas eu também percebi que esse nunca foi meu real objetivo.

Conforme se percebe, a poesia de Ana é realmente diferenciada. Não é uma poesia para florir corações nem devaneios romantizados. É para sentir a força de sua palavra como sentimento de mundo, onde uma tradição (como o São João nordestino) se une à história (na memória de Lampião), bem como sua moradia sentimental (Sergipe e Poço Redondo) encontra a força introspectiva e solitária da poesia de Whitman e Sylvia Plath, para caracterizar seu pensamento e suas transformações perante as realidades vivenciadas.
Mas em Ana também a feição memorialista e sentimental que faz recordar a poesia de Cora Coralina, cujo prenome também era Ana. Em Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha está escrito: “Que procura você, Aninha? Que força a fez despedaçar correntes de afetos e trazê-la de volta às pedras lapidares do passado? Sozinha, sem medo, vinte e sete anos já passados... Meu vintém perdido, meu vintém de felicidade”.
Por isso mesmo que Ana, a nossa Aninha, diz que mesmo com quinze anos e após conhecer museus e distantes cidades, enfim começou a gostar do cheiro de milho, a compreender o mundo rústico ao redor, a se deliciar com o cheiro de relva. Mesmo que não fosse esse o seu objetivo, está encontrando seu vintém de felicidade.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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OS QUATRO POÇOS DO IPANEMA

Clerisvaldo B.  Chagas, 10 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.321

POÇO DO JUÁ NA PARTE SUPERIOR DA FOTO (B. CHAGAS).
Sendo um rio temporário ou intermitente, o Ipanema, a exemplo de tantos outros rios e riachos sertanejos, permanece seco em grande parte  do ano, voltando a escorrer com as águas das chuvas nas suas nascentes e ao longo da sua extensão, tanto no inverno quanto nas trovoadas. Quando na época seca, o rio para a corrente e vai formando poços em lugares mais escavados geralmente margeado por rochas de tamanhos diversos. São esses poços que abastecem residências, animais domésticos e selvagens. Mas existem longos trechos onde não se encontra um só poço, somente a areia grossa predomina na paisagem. Em Santana do Ipanema o rio forma quatro poços que o tempo a partir da era 60 com advento da água encanada do São Francisco, deixou-os abandonados. Pela ordem, a jusante: poço das Mulheres, poço do Juá, poço dos Homens e poço Escondidinho.
O primeiro, o mais desconhecido geral, entre rochas situa-se por trás da Rua Delmiro Gouveia, mais perto da margem direita do rio. Foi apontado pelo saudoso Sr. Benedito Pacífico. Era lugar onde o homem não frequentava. As mulheres se sentiam mais amparadas pelas rochas lisas do entorno. 
O poço do Juá. Formado em pleno comércio onde o rio mostra maior largura, devido as águas fortes do riacho Camoxinga, serviu muito aos canoeiros quando o rio não tinha ponte. As canoas atuavam no rio Ipanema apenas no poço do Juá, transportando para ambas as margens, mercadorias e gente. Formado por parte estreita e pedregosa e o largo arenoso, os canoeiros posicionavam-se perto do estreito para enfrentar a largura. Tinham pouco espaço para o êxito da travessia sem se espatifarem nas pedras do vizinho poço dos Homens, logo abaixo. A travessia em canoas teve fim quando foi construída a ponte General Batista Tubino, sobre o Ipanema, em 1969.Mas também o lugar era frequentado por inúmeros banhistas. Quando seco, servia para jogo de bola nas areias sem vegetação. Ali dá-se o encontro do riacho Camoxinga, pela margem esquerda e o riacho Salgadinho, pela margem direita, com o rio Ipanema.
Poço dos Homens. Poço preferido, assassino e frequentado por todos os homens da minha terra que procuravam banho no rio. Ficou imortalizado no livro “Ipanema um Rio Macho”, da nossa autoria. Uma página gloriosa da história de Santana.
Finalmente, o poço do Escondidinho, por trás do casario do subúrbio Bebedouro/Maniçoba. Mais frequentado por pescadores. Bonito, comprido, cercado de pedras e vegetação.
Muito ainda se tem a dizer sobre essas maravilhas da Natureza.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/06/os-quatro-pocos-do-ipanema.html