Por Antônio Corrêa Sobrinho
Leio vez ou
outra a afirmação de que as fotos e imagens em movimento em que o libanês
Benjamim Abraão Boto aparece juntamente com Lampião, Maria Bonita e o grupo de
bandoleiros foram registradas por um dos cangaceiros do grupo.
Benjamin Abraão, Maria Bonita e Lampião
A postagem
do Diário de Pernambuco, de 16/01/1937, “LAMPIÃO VAI APARECER NUM FILME
CINEMATOGRÁFICO", responde a indagação.
Diz assim a
nota: "Na fotografia, o famoso bandoleiro aparece ao lado de sua
companheira e daquele cinematografista, numa pose batida pelo ajudante deste
último, nas caatingas do Sertão."
"AJUDANTE
DESTE ÚLTIMO", diz assim o jornal. Podemos, então, com base nesta
informação, primeiro, dizer que Boto não se valeu da ajuda técnica de nenhum
cangaceiro, e, segundo, por indução, concluir que o ambicioso aventureiro Benjamim
Boto não andava desacompanhado à cata de Lampião. Isso nunca me pareceu
plausível, um cinegrafista e seus vários equipamentos de trabalho (máquinas,
lentes e outros instrumentos), inda mais que sabemos que foi coisa grande e bem
produzida a obra do gringo, aventureiro e ambicioso cineasta. Uma equipe mínima
que tenha sido se fez necessária. Vá lá que composta apenas pelo turco e o
inominado ajudante, para eu não afirmar sem amparo.
Quem teria
sido este auxiliar? Alguém da Aba Filmes, de Fortaleza?