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quinta-feira, 8 de maio de 2025

CABROCHAS SERGIPANAS AS MOÇAS DA MARANDUBA.

 Por Sálvio Siqueira

Foto com as cangaceiras Àurea e Rosinha (Irmã de Adelaide).
                                                    
Na fazenda Maranduba, fincada no município de Poço Redondo, Estado sergipano, morava o casal Lé e Pureza. Lé, como tantos outros homens da época, era vaqueiro, assim como seus dois irmãos, Josias e Luiz. Pureza era filha do agricultor João Januário, que manipulava sua enxada nos barros da localidade Curralinho.
 
 Umbuzeiro da Fazenda Maranduba - grupo LCN
                     
O casal, cumprindo a “Lei’ escrita no livro Maior, fez com que crescesse e multiplicasse sua prole. Tiveram seis filhos amados. Criados como todos da região, com muita dificuldade e sacrifício. Segundo a obra literária do ilustre Alcino Alves Costa, “LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO – MENTIRAS E MISTÉRIOS DE ANGICO”, na página 137, ‘Ele’ nos relata que os nomes dos amados filhos do casal Lé e Pureza, eram Adelaide, Rosinha, Cidália, Arabela e seu único filho homem, Zequinha.

                                                   
Zequinha, como tantos, só via-se como adulto, quando 'lá' chegasse, um bom vaqueiro, imitando seu velho pai e tios, pois todos eram afamados vaqueiros em toda aquela região.


As meninas, também como tantas da época, tinham em seus sonhos seus ‘príncipes, encantados, seria querer de mais, mesmo, simplesmente um príncipe, já estava de bom tamanho. A vida era dura para os meninos que logo, logo, tinham que exercerem funções de adultos sem nem mesmo passarem, ou melhor, viverem suas adolescência. Para as meninas a coisa era mais dura ainda. Não podiam, muitas das vezes, nem se quer estudaram, para não ficarem sabidas, pois mulher ‘sabida’ era um perigo.

                                                               Cangaceira Rosinha

Naquele tempo, por aquelas bandas, começaram a circularem em volta da casa de Lé dois cangaceiros. Mariano e Criança. O Primeiro, após perder Otília, apaixona-se por Rosinha. O segundo, há muito estava loucamente apaixonado por Adelaide, irmã de Rosinha.

Sendo, na época quem dava as ‘cartas’ por aquelas terras, os dois cangaceiros não tiveram dificuldades de levarem para as tristes fileiras do cangaço as irmãs. Ficaram distantes por os dois atuarem em grupos e áreas diferentes. Mariano vivia e praticava seus crimes pras bandas de Porto da folha. Já Criança, atuava nas redondezas de Poço Redondo.


E o esperado acontece. Adelaide engravida. Sua gravidez, como de todas as outras mulheres que fizeram parte do cangaço, não foi moleza. Levanta daqui, corre pra lidebaixo de sol e chuva, durante o dia ou mesmo a noite, eram uma constante em suas vidas.
                                                                                   Cangaceiro Mariano
                                                     
Segundo a obra citada, Criança tem grande amor e carinho por Adelaide, resultando firmeza e lealdade para com a sua companheira.

Quando aproxima-se o momento da sua companheira parir, Criança, conversa com Mané Moreno, e vão para um coito, distante, conhecido e aconchegante, se podermos dizer que haviam coitos assim, para que Adelaide ‘ganhasse seu filho.
                                                                 Cangaceiro Criança
As horas passam, as contrações há muito iniciaram-se e, com o passar do tempo, seu retorno começa a ficar quase sem intervalos. Não tem jeito. A criança do Criança não vem ao mundo, e sua companheira já tem bastante tempo que sofre.

Mandam buscar uma parteira que morava nas imediações, e esta, já prevendo complicações, já trás outra para lhe ajudar. Tudo em vão. O sofrimento da cangaceira aumenta com o passar das horas e a criança resolveu não vir ao mundo.


Em uma rede, a transportam para uma localidade que tivesse algum recurso como ajuda, nada. Não tem como parir a companheira de Criança.

Valendo-se novamente da rede, os cangaceiros procuram outro lugar para que Adelaide desse a luz... Um local que tivesse uma pessoa para ajudar, terminando assim com tão longo sofrimento. No caminho, alguém verifica e diz que o feto já está morto... Adelaide, de tanto sofrer, talvez não tenha escutado que seu filho estava sem vida em seu ventre. 

Embaixo de uma frondosa árvore, Adelaide, dentro da rede começa a perder suas, já tão fracas, forças... Criança, percebendo que irá perder sua amada fica louco. Grita, chora, fala, urra palavrões na tentativa de amenizar a angústia que lhe invade... Seu ‘compadre’, Mané Moreno, vendo que o amigo estava em estado complexo, sem noção do que fazia, tenta evitar uma catástrofe maior, retirando o ferrolho do mosquetão do amigo, assim como retira também, o carregador da sua pistola.

 Sua amada dá seu último suspiro. Sem despedir-se do companheiro, parte para o outro ‘lado’, onde, talvez, seu filho a esperasse. Fazem seu enterro. A dor, ainda visível no semblante do cangaceiro, não quer ir-se. Naquela vida não havia tempo pra isso... Guardar dores e sentimentos por alguém que tenha morrido.
                                                         Cangaceiro Mané Moreno

Seu compadre, Mané Moreno, compra várias garrafas de aguardente e diz que ele precisa beber até embriagar-se, para esquecer o que aconteceu.


Assim faz Criança. Após o enterro de Adelaide, ele toma um dos maiores porres de sua vida e, de certo tempo pra frente, junto aos companheiros, começam a dançar e cantar até que o dia raiasse... Nas quebradas do Sertão.

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PIAS DAS PANELAS

 Um dos cenários mais tristes da saga lampiônica

Texto e fotos Kiko Monteiro

Guiados pelo confrade Manoel Belarmino, No ultimo domingo, 22  de outubro de 2023, eu, junto com o companheiro de expedições Marcelo Rocha, pudemos finalmente conhecer as “Pias das Panelas”. Um pequeno lajedo às margens do Riacho do Quatarvo, antigo território da histórica Fazenda Paus Pretos de Antônio Caixeiro na zona rural de Poço Redondo, Alto Sertão Sergipano.
 

Nos anos 30 este local passou a ser um dos muitos coitos de Lampião 
e seus subgrupos naquela região. 
 
 
Como bem preveniu o saudoso mestre Alcino Costa, um lugar fúnebre, lúgubre, pois fora palco de tragédias e virou morada eterna de pelo menos 5 almas identificadas. Uma coincidência macabra entre as vítimas que jazem ali é que todas foram mortas pelos seus próprios “parceiros”.
 

Esta formação de pedras, embaixo de um velho umbuzeiro, marca a sepultura da cangaceira Lídia. Acusada de adultério, foi morta pelo seu marido, “Zé Baiano” em julho de 1934.
 
Após o veredito de Lampião, Zé deixou-a amarrada naquela mesma árvore durante toda a madrugada. Ao amanhecer, aquela que foi considerada a mais bela das cangaceiras, foi morta a pauladas.
 

O delator da traição, o cangaceiro “Coqueiro II”, pensou que teria a gratidão do bando, mas tombou sob a mira do colega “Gato” e por ali mesmo foi enterrado.
 
A história não esquece de Preta de Maria das Virgens. Nativa daquela mesma região que foi assassinada pelo seu namorado, Zé Paulo. Este, após descobrir que engravidara a moça, para não ser obrigado a casar com a pobre sertaneja, aplaca seu tormento com uma pedra, esmagando a sua cabeça e deixando-a ali. Localizada, é enterrada às margens do Riacho.
 
Também em um ponto atualmente impreciso, em 1937, foi morta e sepultada a cangaceira Rosinha, viúva do cangaceiro “Mariano”. Executada pelo seu colega “Pó-Corante” a mando de Lampião, só porque desejava voltar pra casa dos pais… Mas no cangaço, como em qualquer outra organização criminosa, aquilo era considerado uma deserção. Ela sabia demais e assim foi efetuada a queima de arquivo. 
 
 
E a sentença do vaqueiro e coiteiro “Zé dos Paus Pretos”
 
Aquele que em finais de 1937 acreditou ter matado o cangaceiro “Novo Tempo”, depois de encontrá-lo moribundo nas matas ao redor da Fazenda que devia ser rancho seguro dos cabras de Lampião. Mesmo baleado na cabeça “Novo Tempo” conseguiu fugir. Recuperado, relatou a traição do colaborador. Zé foi queimado vivo em uma coivara. Dias depois os vaqueiros da região encontram o corpo já em estado avançado de decomposição e o enterram-no ali mesmo nas proximidades das Pias das Panelas.
 
 
Gratidão pela atenção e companhia deste confrade que é grande conhecedor dos fatos que envolvem o Cangaço em Poço Redondo e em toda aquela região.
 
Manoel Belarmino, Marcelo Rocha e o autor.
 

ATENÇÃO: É expressamente proibida a reprodução deste conteúdo sem a autorização prévia.

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A CELA DO CANGACEIRO JARARACA | CNL | 592

 Por O Cangaço na Literatura

https://www.youtube.com/watch?v=M5g8Zc-LoNE&t=2s


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RESUMO E ANÁLISE DO LIVRO "LAMPIÃO, HERÓI OU BANDIDO?" AUTORIA DE RANULFO PRATA.

 Acervo Zé do Telhado

Contexto e Autor:

Ranulfo Prata (1896-1979), escritor brasileiro vinculado ao regionalismo, explora em sua obra a figura controversa de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, líder do cangaço no Nordeste brasileiro (décadas de 1920-1930). O livro, provavelmente escrito em meados do século XX, reflete um período próximo aos eventos, oferecendo uma perspectiva influenciada por testemunhos e contextos sociais da época.
Temática Central:
O título questiona a dualidade de Lampião como herói (símbolo de resistência contra a opressão dos coronéis e a miséria) ou bandido (violento e mercenário). Prata investiga essa ambiguidade, inserindo-a no cenário socioeconômico do Nordeste, marcado por secas, desigualdades e estruturas de poder feudais.
Abordagem e Metodologia:
- Exploração Dialética: O título sugere uma análise equilibrada, apresentando argumentos de ambos os lados. Prata pode utilizar fontes como relatos orais, documentos oficiais e reportagens da época, ponderando entre a visão romantizada (folclore) e a criminalização institucional.
- Contextualização Histórica: Discute-se como as condições do sertão nordestino alimentaram o cangaço, posicionando Lampião como produto de seu tempo.
- Cultura e Mito: A obra provavelmente aborda a construção do mito Lampião, analisando sua representação na mídia, literatura de cordel e imaginário popular.
Estrutura e Estilo:

Embora não haja detalhes precisos, é plausível que o livro combine narrativa cronológica com análise temática, mesclando episódios biográficos (como batalhas emblemáticas e sua morte em 1938) com reflexões sobre justiça social, violência e resistência.
Recepção e Contribuições:

Como obra pioneira, pode ter influenciado estudos posteriores ao trazer uma visão menos maniqueísta de Lampião. No entanto, seu contexto temporal talvez limite a crítica a fontes oficiais (tendentes a criminalizá-lo) ou à idealização romântica. Comparado a obras contemporâneas, destaca-se pelo foco regionalista e estilo literário, diferenciando-se de abordagens acadêmicas recentes.
Conclusão:

Prata oferece uma reflexão multifacetada, convidando o leitor a compreender Lampião além de rótulos. O livro ressalta a complexidade de um ícone cuja história é indissociável das contradições do Brasil rural, questionando noções fixas de heroísmo e criminalidade. Sua relevância persiste como parte do debate sobre memória, poder e identidade cultural no Nordeste.

https://www.facebook.com/raul.meneleu.54

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A CAPELA QUE SANGRA E A DEGOLA DE ZÉ BONITINHO.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=ru2W22KB97U&t=364s

Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com
6º vídeo da série Rota do Cangaço - Poço Redondo, onde os pesquisadores Rangel Alves da Costa e Orlando Carvalho falam sobre outras três mortes da Chacina do Couro. Também um depoimento intrigante do Sr. João da Aruanda sobre a capela que sangra e fechando o vídeo, a degola de Zé Bonitinho.
Ilustrações: Matheus Almeida Cordeiro Violão: Beto Sousa Link desse vídeo:
   • A capela que sangra e a degola de Zé ...  

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MORTE DE CANÁRIO - (CANGACEIRO DE LAMPIÃO).

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=sbZZU3TKsPA&t=170s

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7º vídeo da série Rota do Cangaço - Poço Redondo, onde os pesquisadores Rangel Alves da Costa, Orlando Carvalho e Manoel Belarmino falam sobre a morte do cangaceiro Canário pelas mãos de seu companheiro de bando Penedinho.
Ilustrações: Matheus Almeida Cordeiro Violão: Beto Sousa Link desse vídeo:
   • Morte de Canário  

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CANGAÇO - TEÓFILO PIRES E UM ENCONTRO INUSITADO

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=g5N3aB2pU0s

Cangaço - Teófilo Pires e um encontro inusitado Ex-volante Teófilo Pires fala sobre:

  • O medo dos combates
  • A tática de seu comandante

para conquistar os coiteiros

  • Um encontro inusitado no

Museu Nina Rodrigues

  • Lampião era covarde?

Link do vídeo:    • Cangaço - Teófilo Pires e um encontro...

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O ATAQUE DO BANDO DE SINHÔ PEREIRA À FAZENDA DOIS RIACHOS EM CATOLÉ DO ROCHA - PARAÍBA.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=c3JO4v9J72Q&t=215s

Um ousado ataque liderado pelo famoso chefe-cangaceiro Sinhô Pereira à Fazenda Dois Riachos do coronel Valdevino Lobo no município paraibano de Catolé do Rocha. A história e a trama que antecedeu a um dos maiores assaltos promovidos por cangaceiros em terras paraibanas. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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NOS RASTROS DO CANGACEIRO JESUÍNO BRILHANTE.

 Por Lemuel Rodrigues -  Resenha do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=52Auk1O-6LM

O Resenha do Cangaço Edição especial traz um registro histórico sobre a Casa de Pedra do cangaceiro Jesuíno Brilhante, no sitio Cajueiro, município de Patu/RN. com depoimentos de professores, estudiosos e turistas. A gravação foi feita na ocasião do I Fórum do Cangaço Jesuíno Brilhante, ocorrido nos dias 21 e 22 de junho de 2024.

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JESUÍNO BRILHANTE - A HISTÓRIA.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=gi-evBDdkd0

Teria sido Jesuíno Brilhante um cangaceiro, um justiceiro ou um bandido comum? A história do lendário Jesuíno Alves de Melo Calado o "Jesuíno Brilhante" pela ótica do pesquisador José Otávio Maia "Zezito". Assistam e tirem suas próprias conclusões. Ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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