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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

ARIANO EM ESTRELAS DE COURO...

 

Foi no início da década de 1970 que conheci pessoalmente Frederico Pernambucano de Mello e travei contato com os primeiros resultados de suas pesquisas e reflexões sobre o Cangaço — tema que nos fascina a ambos e que é, a meu ver, o maior responsável pela sedução que o Sertão nordestino vem exercendo, por motivos diversos e desde o início do século XX, sobre várias gerações de escritores, sociólogos, historiadores e artistas brasileiros, de todas as regiões do País. 

Em 1973, em um artigo que publiquei no extinto Jornal da Semana, do Recife, a propósito do romance Sem lei nem rei, de Maximiano Campos — escritor nascido no Recife, de estirpe da Zona da Mata pernambucana e das casas de engenho, mas cujo romance gira em torno do Cangaço, da caatinga e das casas de fazendas sertanejas — fiz referência ao trabalho de Frederico Pernambucano nos seguintes termos: "Ao tempo cm que apareceu Sem lei nem rei, eu ainda não conhecia Frederico Pernambucano, um dos maiores conhecedores do Cangaço com quem já tive oportunidade de conversar. Não conhecia, portanto, sua teoria a respeito da personalidade dos cangaceiros, teoria que procura explicar a psicologia desse nosso herói extraviado através de dois polos principais: o orgulho e aquilo que Frederico Pernambucano chama de 'o escudo ético'. 

Com a franqueza e a ausência de inveja com que procuro me pautar, digo que, sem sombra de dúvida, a teoria de Frederico Pernambucano — que eu espero ver um dia colocada por ele em livro — foi a única que, até o dia de hoje, me pareceu convincente: foi a única que explicou a mim próprio os sentimentos contraditórios de admiração e repulsa que sinto diante dos cangaceiros". (jornal da Semana, Recife, 24 a 30 de junho de 1973).


O meu desejo de ver a teoria de Frederico Pernambucano em livro se realizaria em 1985, com a publicação do seu admirável Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, livro que se tornou um clássico da historiografia do Cangaço. Trata-se, de fato, de um livro de qualidades incomuns, ao qual tenho voltado de vez em quando para relê-lo e sentir o mesmo impacto, a mesma força que ele me transmitiu na primeira leitura — sem que eu tenha até hoje compreendido bem, diga-se de passagem e sem desrespeito à memória de Gilberto Freyre, a afirmação que este faz em seu erudito prefácio, quando aponta as "lições" que Frederico teria aprendido com os "romancistas ingleses". 

Tendo passado toda a minha infância e parte da adolescência no Sertão da Paraíba, entre os anos de 1928 e 1942, foi desde cedo que entrei em contato com "o mundo estranho dos cangaceiros", para fazer-me valer da expressão de Estácio de Lima. Menino ainda, antes mesmo de ter aprendido a ler, ouvia casos e histórias envolvendo os cangaceiros, suas incursões pelas vilas e fazendas e seus atos de heroísmo e crueldade, narrados por meus familiares e pelo povo sertanejo, por agregados e trabalhadores das fazendas do meu Pai e dos meus tios. 

Depois, na feira de Taperoá, entrava em contato com os cantadores e poetas populares, através dos quais muitas daquelas histórias reais eram transfiguradas na primeira poesia de natureza épica que conheci em minha vida. Com o passar do tempo, naturalmente, à medida que eu crescia e abria os olhos para o mundo, tudo aquilo foi se identificando com o meu universo familiar e pessoal. Eu tomava consciência, por exem-plo, de que meu Pai, João Suassuna, que governara a Paraíba de 1924 a 1928, e que, então Deputado Federal, tombara assassinado em 1930, numa rua movimentada do centro do Rio de Janeiro, naquele que até mesmo um dos seus adversários políticos — José Américo de Almeida — considerou "o mais monstruoso dos atentados", foi, ao longo do seu mandato de Governador — ou de "Presidente", como se dizia no tempo —, incansável na luta contra o Cangaço, tendo sido o grande responsável pelo fim dos ataques e incursões dos bandoleiros em terras paraibanas. Com o aumento considerável no efetivo da força policial, reforço no armamento, adoção de uniforme mais condizente com as condições ecológicas da caatinga e a criação de tropas "fora de linha", a Paraíba, durante o governo de João Suassuna — que contava com o apoio incondicional do Coronel José Pereira, seu correligionário e líder político da cidade de Princesa — passou inclusive a colaborar de modo efetivo com outros estados nordestinos na luta contra o Cangaço, tendo as volantes paraibanas ido em auxílio de municípios de Pernambuco, do Ceará e de Alagoas. 


Foi, aliás, no município de Flores, em Pernambuco, lutando contra uma volante da Paraíba, que o bando de Lampião sofreu, em 1925, uma de suas maiores baixas — a morte de Levino Ferreira, um dos irmãos do chefe. De maneira que é com imenso orgulho que ouço, ainda hoje, o repente popular:

Lampião acovardou-se 
com a sua cabroeira. 
Não entra na Paraíba 
com medo de Zé Pereira: 
o doutor João Suassuna 
mandou dar-lhe uma carreira.

Que se entenda, então, que quando afirmo a minha admiração pelos cangaceiros, fazendo a sua exaltação enquanto figuras romanescas e de expressão do Nordeste, ou reconhecendo a coragem da sua vida épica e desgarrada, não estou, de maneira nenhuma, fechando os olhos para o fato de que eram também bandidos impiedosos, que sacrificavam vidas de pes-soas indefesas e pacatas da forma a mais brutal possível — e creio que isso tenha ficado claro naquele artigo há pouco citado, quando falo num sentimento contraditório de admiração e repulsa. 

Mas, de fato, não há como negar o fato de que o cangaceiro não era um bandido comum. Sem entrar em detalhes que identificariam "tipos de Cangaço" dentro do Cangaço, o cangaceiro era um guerreiro extraviado no tempo, com sentimentos de honra e lealdade fora dos padrões normais, às vezes somente compreendidos no seio do seu próprio grupo. Como já afirmei em outra oportunidade, creio sim que somente quem estuda o fenômeno do Cangaço com espírito sectário pode se extremar na admiração sem reservas ou na condenação total dos cangaceiros, vendo-os ora como reivindicadores sociais, por um lado, ora como simples bandidos, no sentido estritamente jurídico do termo, por outro. 

A aura de epopeia que indiscutivelmente o envolve tem feito do Cangaço, ao longo do tempo, fonte inesgotável de inspiração para artistas dos mais diversos gêneros — da Literatura ao Cinema, do Teatro às Artes Plásticas — tanto na vertente erudita quanto na popular. E se há no Cangaço um elemento épico, este é ainda exacerbado pelos trajes e equipagem dos cangaceiros, com os seus anéis e medalhas, seus lenços coloridos, seus bornais cheios de bordaduras, os chapéus de couro enfeitados com estrelas e moedas — tudo isso que se coaduna perfeitamente com o espírito dionisíaco de dança e de festa dos nossos espetáculos populares e compõe uma estética peculiar, rica e original, agora minuciosamente estudada por Frederico Pernambucano neste seu novo trabalho, que tenho a honra de prefaciar. Como bem afirmou Carlos Newton Júnior, em um dos poemas do seu livro Canudos, trata-se, de fato, de uma:

Estética orgânica, 
estética de organismo, de vida. 
Contrária ao branco, ao cinza, 
à morte descolorida.

Ora: se todo prefaciador é de certo modo suspeito em seus elogios, devo confessar que, no meu caso, a suspeição aumenta ainda mais, pois vejo que eu e Frederico Pernambucano concordamos em quase tudo o que diz respeito ao Cangaço. Além disso, Frederico encontra frases e expressões precisas e de grande efeito poético para definir as suas ideias, sempre ricas e cheias de sugestões. 

Para dizer, por exemplo, aquilo que afirmei há pouco, no tocante ao fato de que os cangaceiros não eram bandidos comuns, afirma Frederico que eles eram "criminosos na epiderme e irredentos no mais fundo da carne". Outra expressão muito bem conseguida é a "blindagem mística" que Frederico identifica a certa funcionalidade dos trajes dos cangaceiros, pela profusão de signos de defesa e rebate que eles usavam como adornos. De maneira que, se tivessem sido outras as minhas inclinações no campo das Letras; se o destino e a vida tivessem me direcionado, em algum momento, não para a Beleza da Literatura, mas para a Verdade das ciências — da História, da Sociologia ou da Antropologia; se a enigmática roda da Fortuna tivesse me lançado em outro palco que não o do Picadeiro-de-Circo onde exerço, até hoje, ainda animoso e cheio de esperanças, as minhas artes de Palhaço frustrado, de Cantador sem repentes e de Professor; não seria outro, senão este Estrelas de Couro, de Frederico Pernambucano de Mello, o livro que eu gostaria de ter escrito.

Ariano Suassuna Recife, 15 de março de 2010
Prefácio da Obra "Estrelas de Couro" de
Frederico Pernambucano de Melo


IAPERI ARAÚJO

 Por Lentes Cangaceiras.

Médico, escritor e artista plástico.
Natural do Rio Grande do Norte (São Vicente, 21.07.1946), publicou 59 livros entre folhetos, inclusive cordel, e álbuns de desenhos e participações em livros. Seu trabalho é todo voltado para a cultura popular, em seus quadros busca registrar as festas do povo, suas fantasias, alegorias, sonhos e pesadelos. Recebeu o prêmio de Literatura da UFRN em 1973 e foi menção honrosa dos prêmios Literários Câmara Cascudo (2 vezes) e Otoniel Menezes (2 vezes) da Prefeitura de Natal.

Foi Superintendente do teatro Alberto Maranhão de Natal (RN), Secretário Municipal de Cultura de Natal, Diretor da Maternidade Escola Januário Cicco da UFRN e Presidente da Fundação José Augusto.

É fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Presidente da Associação Brasileira de Medicina Popular e Natural, vice-Presidente do Conselho Estadual do Desporto e membro da Academia Norteriograndense de Letras e dos Institutos Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e Goiás.

Preside a Comissão Norteriograndense do Folclore.

Adendo:

Pela primeira vez que eu tomo conhecimento que o pesquisador do cangaço Iaperi Araújo é médico. 

Parabéns, Iaperi! De Iaperi para Doutor Iaperi.

 https://lentescangaceiras.blogspot.com/2008/07/iaperi-arajo.html#:~:text=%C3%89%20fundador%20da%20Sociedade%20Brasileira,Grande%20do%20Norte%20e%20Goi%C3%A1s.

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CORTAR A CABEÇA DE CANGACEIRO...O POR QUÊ !

 Por Iaperi Araújo

Cortar cabeças, ou morte por degola ou a separação da cabeça do corpo é uma prática muito antiga. Ela tem um significado politico, ou seja, o da subjugação do vencido. Sob, o aspecto religioso cristão, a cabeça separada do corpo, não permitiria a ressurreição do morto. A bíblia fala do corte da cabeça de João Batista, a pedido de Salomé. Em Canudos, após a derrota de Conselheiro a degola, foi geral (triste página de nossa história...). Mesmo, após sua morte, foi procedida a exumação e o corte de sua cabeça.
Em 1926, quando da passagem da Coluna Prestes pelo nordeste, ocorreram casos de degola tanto feita pelos revoltosos, quanto pelos legalistas. No cangaço, esse procedimento teve uma ocorrência muito grande, sobretudo na 2ª fase do fenômeno, em que as cabeças eram apresentadas às autoridades, e, os matadores eram promovidos. A ordem era geral, ou seja, matar e trazer a cabeça. 

Cabeças de Serra Branca, Eleonora e Ameaça.

A separação da cabeça do resto do corpo, mutilando-o, fragmenta a ideia da imortalidade. No caso da degola procedida em Angico (morte de Lampião, Maria e mais 9 cangaceiros), por ocasião da degola de MARIA, após o corte da cabeça, alguns policiais informaram que colocaram o dedo no canal medular extraindo parte da massa cinzenta-encefálica.
O próprio Tenente João Bezerra informou que após as mortes de cangaceiros em Angico, as cabeças tiveram que ser cortadas, pois ficava impossível, trazer os corpos em face das dificuldades encontradas.

Professor Iaperi Araújo
Rio Grande do Norte

https://cariricangaco.blogspot.com/2016/12/cortar-cabeca-de-cangaceiroo-por-que.html

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ANTÔNIO AMAURY, O QUE DIZER DO MESTRE ? Por Manoel Severo



NOTA CARIRI CANGAÇO: Fotografias cortesia de Luiz Ruben

Antônio Amaury Correa de Araujo


Aconteceu no último dia 13, deste mês de dezembro, na Assembléia Legislativa da Bahia, em Salvador, os lançamentos de mais uma obra e a reedição de outra; do renomado pesquisador e escritor do cangaço, Antônio Amaury Correa de Araujo: "Maria Bonita" - Coleção Gente da Bahia e uma nova edição de "Gente de Lampião: Dadá e Corisco". 

Impossível não falar da temática cangaço sem citar o desbravador, aquele que quando pouco ou quase nada se sabia sobre o tema, saiu do conforto de sua casa e de sua família em São Paulo e enveredou pelo sertão afora, caatinga a dentro, buscando e rebuscando fragmentos da verdade histórica. Ali começava a se construir um legado para a eternidade, o legado da espetacular obra de homem obstinado, determinado, disciplinado e cheio de talento, chamado carinhosamente por seus amigos de: Doutor Amaury. 

Momento do honroso autógrafo
Capitão Marins e Eduardo Dorea
Inseparável escudeiro, filho e amigo, Carlos Elydio
Luiz Ruben
Professor Manoel Neto

Aos amigos Antônio Amaury, Dona Renê, querido Carlos, Sérgia e família e Amaury Junior, o nosso abraço fraterno de respeito e profunda admiração.Recebam os mais sinceros votos de felicidades no ano que começa,

Manoel Severo
Cariri Cangaço

NOTA CARIRI CANGAÇO: Fotografias cortesia de Luiz Ruben

https://cariricangaco.blogspot.com/2011/12/antonio-amaury-o-que-dizer-do-mestre.html

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RUMO À PRIMAVERA

Clerisvaldo B. Chagas,25 de agosto de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.289

Meus amigos, aqui em Santana do Ipanema, após três ou quatro dias ensolarados, belíssimos, o “Cancão voltou a piar”. O céu passou mais quatro ou cinco dias, completamente branco e a frieza das madrugadas invadiu com força o abrigo dos lençóis, em casa sem forro e somente com telhado. Entretanto, posso afirmar que a vantagem do ardente desejo de um ótimo inverno estar sendo realizado. Nada de queda de barreiras, enchentes desastrosas, chuvas demais, chuvas de menos. Sol e Chuva numa boa alternância bem programada, aguando bem a terra e lhe dando tempo para as roupas no varal. Ficam apenas os conflitos tolos, os conflitos bestas que não levam a nada: “Eu gosto de frio”. “Eu não gosto de frio”. E o gelo caindo.

É ruim andar no mato nessa época por causa da mutuca, já ouviu falar? É um tipo de mosca grande, que ataca pessoas e animais. Tem um estilete na boca que perfura a vítima para chupar o sangue. Doe, doe que “só a gota serena”! Geralmente fica nas trilhas e pega as pessoas desprevenidas e de repente. Raramente se nota a mutuca antes de ser atacado, no mato. Já se desperta da sua fúria batendo com a mão sobre a atacante. O orvalho nas folhas, logo cedo do dia, também não é coisa boa ao batermos nas folhagens. As cobras, embora muito mais raras nos tempos atuais são perigos em potencial, uma vez que são muito silenciosas e vivem quase permanentemente de emboscadas. Ainda existem muitos outros perigos, porém, se para isso formos olhar, ninguém mais anda no mato em tempo de inverno, nem mesmo o agricultor de todos os dias.

Agora, chuva mesmo, não vai aparecer mais. Estamos nos “Últimos tamboeiros do inverno”. Somente uma nuvem que passa aguando o jardim, ligeiramente e pronto. Os bandos de espanta-boiadas passam sempre fazendo algazarra, ainda no escuro, antes das primeiras luzes diurnas. Quando o Sol vem sorrir de verdade, o dia já está muito adiantado. Ainda bem que, enquanto isso você pode iniciar seus exercícios e meter a perna para a frente numa bela caminhada. Depois, um banho na medida e um cafezinho quente. Esqueça o tempo. A prima vem aí.

https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/08/rumo-primavera-clerisvaldo-b.html

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CORONÉ SÓ GOSTAVA DE PEGAR MUIÉ CASADA... ATÉ TENTAR PEGAR MARIA BONITA E LAMPIÃO DEU A PESTE.

 Por A História do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=_wKrWolhQO4&ab_channel=AHistoriaDoCanga%C3%A7o

No coração do sertão, um coronel arrogante fez da honra alheia uma brincadeira. Conhecido por perseguir mulheres casadas, ele acreditava que seu poder e seus jagunços o tornavam intocável. Mas tudo mudou no dia em que ousou mexer com Maria Bonita. Lampião, homem de fé e temido por todo o Nordeste, não perdoava afronta contra sua companheira. 

O encontro se transformou em um espetáculo de humilhação e vingança, onde a palavra “CHIFREIRO” marcou para sempre o destino do coronel. Neste vídeo, você vai conhecer a história cinematográfica da justiça implacável de Lampião, a coragem de Maria Bonita e a queda de um homem que acreditava estar acima de todos. 

Uma narrativa intensa, cheia de ação, traições e castigos, mostrando como o sertão não aceitava desonra impune. 👉 Prepare-se para mergulhar em uma das passagens mais impactantes da saga de Lampião e Maria Bonita, onde a vingança se tornou exemplo e o medo se espalhou por todo o Nordeste.

Adendo:

Não estou contrariando  a fonte desta gravação, mas na minha mente, meio confuso e, vez que fala em Mossoró, dizendo que Lampião e Maria Bonita hospedaram-se aqui. 

Lampião só esteve em Mossoró uma única vez, em junho de 1927, e Maria Bonita ainda não era cangaceira, só entrando na Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, no ano de 1930. 

https://www.youtube.com/watch?v=_wKrWolhQO4&ab_channel=AHistoriaDoCanga%C3%A7o

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