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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O COMBATE A LAMPIÃO CONFORME DECLARAÇÕES DO GENERAL JUAREZ TÁVORA

Por Joel Reis

Figura 01 - Juarez do Nascimento Fernandes Távora
Fonte: 
Revista O Cruzeiro, ano III, Rio de Janeiro, 8 de nov. 1930

E
m Fevereiro de 1931, "Juarez Távora estava decidido a fazer com que se acabe o reinado de Lampião e seu bando, instituindo um prêmio de100:000$000 (cem contos de Réis) para a tropa que o exterminar! Desta vez o Lampião 'apaga-se' no Nordeste brasileiro..."
Figura 02 - O combate a Lampião, conforme declarações do General Juarez Távora
Fonte: A Batalha (RJ), n. 351, 27 fev. 1931, p. 08


A CONTRIBUIÇÃO DE CADA ESTADO 

BAHIA.............40:000$000
SERGIPE...........5:000$000
ALAGOAS...........5:000$000
PERNAMBUCO........25:000$000
PARAÍBA...........10:000$000
RIO G. DO NORTE...5:000$000
CEARÁ.............10:000$000


O valor TOTAL de (cem contos de réis) em fevereiro de 1931 convertido para Real: 

100:000$000 = 100 milhões de Réis = 100.000.000 
= R$ 2.000.000 (Dois Milhões de Reais). 

Um valor bem maior que esse famoso Cartaz distribuído pelo governo baiano.

Figura 03 - Cartaz de 1930 em que o governo da Bahia oferece recompensa pela captura de Lampião

REFERÊNCIA

MENDONÇA, Carlos Sussekind de. O combate a Lampeão conforme declarações do general Juarez Távora. Rio de Janeiro, A Batalha, ano III, n. 351, 27 fev. 1931, p. 08. Disponível em: Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. Acesso em: 27 out. 2017.

https://viacognitiva.blogspot.com/2017/12/o-combate-lampiao-conforme-declaracoes.html?fbclid=IwAR0J2-Z8iyO2S9nmVe4916i5Wbt44TbM7e3jFtiJl72fuqPrKIHRZQso-5Y

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PROFESSOR CARLÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.030

Professor Carlão. (Foto: SINTEAL).
Passei certo tempo como diretor da Escola Estadual Professor Mileno Ferreira, em Santana do Ipanema. Numa época em que a escola estava desacreditada; chamado para moralizar o estabelecimento, fomos o primeiro diretor eleito pelos diversos segmentos escolares. Todo o nosso trabalho ficou registrado particular e oficialmente. Você pode imaginar a série de trabalho própria do cargo público quando se trata de domar tantos vícios existentes. Sempre fui o primeiro a chegar e o último a sair nos três turnos oferecidos. Muita inveja e muitos passos de alguns servidores em busca de vantagens. Caso fôssemos elaborar relatório negativo, seria um triste relatório.   
Mas não resolvi falar de gente péssima, mas sim dos profissionais honestos que encontrei pela frente. Não de todos, mas, pelo menos de um deles que trabalhava nos Serviços Gerais, principalmente na limpeza. Trata-se do moreno alto e pau para toda obra, Carlos Sampaio que me ajudou espontaneamente na parte física do Colégio. Carlos Sampaio, filho do conhecido Carlos de Filemon, jamais negou ajuda ao diretor, sendo um braço forte lá dentro na sua área de trabalho. Deixei a Escola e Carlos segurou algumas oportunidades de estudos e foi aos poucos galgando degraus com seus esforços e apostas no futuro. Chegou a ser presidente local do SINTEAL, assim como fui no passado.
Aproveitando todas as oportunidades, Carlão continuou estudando. Nunca mais o havia visto, mas quando nos encontramos, foi para mim uma alegria medonha. Carlos, outrora o homem da vassoura, no momento professor, meu colega de profissão, trabalhando tranquilamente em dois municípios. Fiquei muito orgulhoso por ele e sua força de vontade em progredir. Essa homenagem à sua pessoa aproveita o final de 2018, para apontar um homem humilde, decente, que venceu graças aos seus méritos. Tenho orgulho do que passamos juntos e aponto a grande força do meu atual colega, como um exemplo de alto relevo na alma do indivíduo. Abraços, Carlos Sampaio (Carlão) por tudo que você mereceu e merece.
                                                                                                            

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MUTUCA

Por Rangel Alves da Costa

A mutuca, eita bicha maluca, com punhal futuca e até faz sangrar. Assim corria o dizer pelos sertões adentro, buscando contextualizar o poderio nefasto dessa mosca grande chamada mutuca.
Como dito, as mutucas são moscas grandes, próprias das matas, mas aparecendo também de vez em quando nas povoações interioranas. De olhos grandes, boca afiada, sua mordida causa uma dor terrível.
Ao entrar na mata e sentir uma picada medonha e dolorosa, Picada não, verdadeira punhalada, de dor queimosa e logo a marca na pele. O mais costumeiro mesmo é que depois surja logo o inchaço e o sangramento.
Dizem que fazem assim por que necessitam das proteínas do sangue para a produção de ovos. Somente as fêmeas tão esfomeadas pelo sangue humano. Muitas vezes, mesmo a roupa grossa não impede que a bicha morda sem dó.
A picada da mutuca pode causar um problema muito mais grave que o inchaço e o sangramento. Como ela também morde outros animais, possíveis doenças podem ser transmitidas acaso estes estejam infectados.
Como visto, a mutuca é bicho desarvorado demais, por isso mesmo evitado a todo custo. Do perigo que representa, logo se transformou em motejo por todo lugar do sertão. Os dizeres são muitos, e tudo nascido da sabedoria da terra para fazer analogia de sua picada perante muitas outras situações.
“Mutuca chupa sangue de bicho magro no sertão, mas nunca chegou nem perto do valente Lampião, que dava o troco numa mutucada de mosquetão que a mutuca sem vida logo caía ao chão”.
“A língua de Zeferina é mutuca da pior, pois fere e faz sangrar sem ter piedade e sem dó, ainda pro riba envenena de o cabra virar só pó”.


“Existe a mosca pequena e a mutuca de canhão, a mosca que até da pena e a mosca de supetão, uma pra gente acena e a outra chega em furacão”.
“Não tenho medo de cobra nem de feroz cascavel, não sinto gosto de sal nem o amargo do fel, mas Deus me livre encontrar uma mutuca ao léu. A dor é tão grande e tão feia e o sofrimento farnel”.
Além disso, em dizeres que vão da feira aos bancos de praças, logo a mutuca passa denominar um monte de coisas e situações. Sofre mais que dor de mutuca. Tem língua mais ferina que a da mutuca. O falso amigo é uma mutuca venenosa. Mulher safada é picada de mutuca.
O simples nome mutuca causa indescritível espanto. Quando o molecote gritou olha a mutuca, teve gente correndo, pulando, procurando por todo lugar a presença da desarvorada. Mas nem sempre assim.
Nem sempre assim por que tem gente que parece gostar. Passou uma mocinha e o mesmo molecote gritou “olhe a picada da mutuca”. Então ela, na maior cara de pau do mundo, simples disse: “Aonde? Eu quero, eu quero...”.

Escritor
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BILLY JAYNES CHANDLER

Por Joel Reis

Billy Jaynes Chandler recebeu o diploma de bacharel em História pela Austin Peay State University, o mestrado na Texas A & I University, e o doutorado na University of Florida. Lecionou na State University of New York, em Albany e também foi professor de História na Texas A & I University.


Despertou seu olhar para o Brasil, como campo de estudo, em 1963, durante o curso de Introdução à Língua Portuguesa na Universidade da Flórida, pois era pré-requisito para o doutorado pretendido."

Autor de dois livros sobre história social do nordeste brasileiro:

CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião: O Rei dos Cangaceiros (The Bandit King - Lampião of Brazil). Rio e Janeiro: Paz e Terra, Tradução de Sarita Linhares Barsted, 1980.

CHANDLER, Billy Jaynes, Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns: A História de uma Família e ma Comunidade no Nordeste do Brasil – 1700-1930, Edições UFC, Fortaleza – CE, 1981.

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LUIZ PADRE E O BURRO “PADRE CÍCERO”


 Por Junior Almeida

Conta-nos o Doutor Helvécio Neves Feitosa em seu “Pajeú em Chamas” uma história bem interessante narrada pelo também escritor Nertan Macedo, envolvendo nada mais nada menos do que o célebre cangaceiros Luiz Padre, que junto com seu primo Sinhô Pereira “incendiou” parte do Nordeste até o início da década de 1920, quando fugiram para Goiás deixando seu bando sob comando de Virgulino Ferreira, o Lampião, que viria se tornar o mais conhecido e temível cangaceiro de que se têm notícias. Foi assim:

Ainda cangaceiro no Nordeste, Luiz Padre gostava de fazer piada quando tinha que viajar. Tinha uma montaria predileta, um burro, que chamava de “Padre Cícero”, o que aos ouvidos dos sertanejos, era um insulto, uma verdadeira heresia contra o santo patriarca de Juazeiro do Norte, um atentado contra a pureza do velho sacerdote e dos seus seguidores, os romeiros.

Assim brincava Luiz Padre:

-“Arreia Padre Cícero pra mim, que vou fazer uma viagem...” dizia, a título de gozação, o combatente, o guerreiro do Pajeú, filho do Padre Pereira.

Certo dia a história chegou aos ouvidos do Padre Cícero. Em 1919, ao decidir abandonar a vida cangaceira, Luiz Padre foi ao Juazeiro para aconselhar-se, pedir a bênção e ajuda ao velho sacerdote. Adentrou a casa do reverendo como um romeiro qualquer. Apresentou-se. Ao tomar conhecimento de quem se tratava, o Padre Cícero replicou calmamente:
-“Menino, você já viu burro dar conselho a alguém?”

Luiz Padre, homem acostumado com as lutas do Sertão, ficou desconcentrado. Então o Padre Cícero sabia da brincadeira? Permaneceu calado, humilde, sem balbuciar nada diante do sacerdote. O santo do Juazeiro, segurando o cajado, bateu com ele na cabeça de Luiz Padre, profetizando:

-“Está bem, está bem, meu bichinho. Vá pra Goiás e crie juízo. Porque você vai morrer na sua cama. Jamais será ofendido por arma de fogo ou arma branca. Vá primeiro para o Piauí e, de lá, rume para onde a vontade lhe mandar...”

A profecia do velho sacerdote concretizou-se. Na sua velhice, em Dianópolis (antigo Duro), septuagenário, Luiz Padre tinha dois hábitos singulares. Todo santo dia limpava cuidadosamente, com uma flanela, o seu rifle, que azeitava carinhosamente, pondo as balas na “capanga”, e adormecia com ele ao alcance da mão.

-“Mais vale andar sempre prevenido – costumava dizer – do que ser surpreendido.

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MANOEL BARRETO LEITE, REFÉM A 11 JUNHO DE 1927, NO SÍTIO CORREDOR.


Do acervo do pesquisador Joel Reis

O padre Vital Gurgel Guedes (Pároco de Limoeiro do Norte) falou a Lampião, pedindo-lhe para deixar ali os prisioneiros em liberdade, mas Lampião lhe disse que não era possível, porque precisava de dinheiro. Para ser agradável ao padre deixava apenas o Leite (Manoel Barreto Leite), pobre rapaz que vinha preso, também, e cujo resgate estava marcado em 2:000$000 (2 contos de réis). 

(GURGEL; BRITO. Nas Garras de Lampião, 1996, p. 42-43).

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LAMPIÃO COSTURAVA E BORDAVA...

Por Verluce Ferraz

Lampião costurava e bordava roupas masculinas - com a entrada da mulher no cangaço, passa a adotar um estilo comum aos dois sexos: Surge assim o estilo Unigênero no cangaço.

O costureiro e estilista Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. — em Recife- Madalena.

Lampião costura para homens e mulheres. Os tecidos são do brim, caqui, chitas, e lonitas para embornal. Usam bustiês bordados. — em Recife- Madalena.

As mulheres cangaceiras usam roupas de brim, algodãozinho, chitas, tudo enfeitados com bordados pespontados... — em Recife- Madalena.

Tecido de brim cru; muito resistente para evitar que os espinhos rasgassem as roupas. — em Recife- Madalena.

Tecido de brim com costuras e desenhos grosseiros, irregulares (demonstra inabilidade da costura - Os punhos são detalhes de enfeites. — em Recife- Madalena.

Tipo de tecido de brim colorido. — em Recife - Madalena.

Amostra de tecidos de chita barata - — em Recife - Madalena.

Embornal de tecido de algodãozinho com as alças longas para guardar alguns objetos e até rapadura, farinha, carne seca.... — em Recife - Madalena.

Tecido de chita - vendiam-se em algumas lojas; também nesses estabelecimentos comerciais se vendiam chapéus, guarda-chuva, sombrinha, etc. — em Recife - Madalena.

Tecido do vestido - em brim, bastante usado por pessoas de baixo poder aquisitivo. — em Recife - Madalena.

Tecido de lonita para bolsas (embornal) — em Recife - Madalena.

Luvas de Maria de Déia ( tecido de brim - costurado pela cangaceira. — em Recife - Madalena.

A roupa de Maria de Déia (Maria Bonita) é de caqui - tecido grosso e resistente para o ambiente que a mesma vivia (no meio do mato do sertão) - O chapéu é de feltro. Os bordados são de galão, entremeio, e as flores são bordados de linhas (não aparenta que sejam usados os bastidores -comuns à época). — em Recife- Madalena.

Lampião usava o mesmo estilo das roupas femininas - a única diferença era que usava 'culotes', enquanto as mulheres usavam saias. — em Recife- Madalena. - Colorida por Rubens Antonio.

Lampião e Maria Bonita

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