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segunda-feira, 22 de julho de 2019

CARNAVAL, O SONHO QUE PASSOU

Francisco de Paula Melo Aguiar

Na Praça Getúlio Vargas
Heraldo Gadelha e Antonio Gomes
Recepcionam o Rei do Baião Luiz Gonzaga
Marcus Odilon e Lero
Recepcionam o Povo da Silva, em 1976.
Depois dos Gomes de Melo, 1890
Dos Ferraz, Ferreira, Carvalho, Silveira,
Veloso Borges, Ribeiro Coutinho,
Teixeira, Morais e Maroja
Dos Anzóis do sapato de pobre
É tamanco, da lira vencedora, dos piratas
E do comercial, Santa Cruz e Guarany
Do Cruz Maltino, CTP, Onze,
E de etcétera e tal, o raio que os partam,
Haja troça, papangu e xirumba com força
Animação coletiva ou individual
Sem divisão das classes sociais do local
Bloco de sujo de rico ou de pobre
Lança perfume, alegria do nosso carnaval.

Aqui tinha o Rei de tudo,
Das peladas de futebol
Das jornadas das lapinhas
Do cordão azul e encarnado
Do pastoril e do circo de Querenca

Das mulheres de vida livre
Da rua do cantinho, do melão e da viração
Do pobre querendo ser rico
Do velhaco...
Do botador de chifre...
Do cachaceiro...
Do capanga valentão...
Do cachorro sem lenço ou documento...
Rei e rainha do bem e do mal.

Vestimenta de improviso...
Fantasia de arrancar zombaria, riso
O povo era feliz e não sabia
Misto de riqueza e pobreza
Algazarra, pó e serpentina
Liderança política e alegria
Matinês no Santa e Tênis Clube
Festa da meninada no carnaval.

O bloco do rei da viração Geraldo Jibóia,
Sem manha, sem luxo, do lixo,
Não importa se Rei ou não,
Aqui tudo e todos eram iguais
Em todos carnavais!...

Do Coreto ou “Pires” da João Pessoa
A Tribuna meia lua da Getúlio Vargas
Na frente do Avenida, Quartel general da folia
Carnaval transmitido por seu Tatá, ta?

Pelas ondas da Rádio Sociedade de Santa Rita.
Ao vivo e a cores desfilam os blocos
Sujos, granfinos, ricos e pobres
Cheirosos e fedorentos, haja pó...
Femininos, masculinos e afeminados
O povo caía na gandaia, em delírio...
Tamanha era a satisfação popular
Alegria de todos no carnaval local.

Lá vem, dona Isabel Bandeira
Vestida de rainha, montada em seu cavalo
Com apito na boca provocando o povo
Tamanha era a alegria e gritaria ...
Lá vem “Vassoura”, mulher de corno
É vocês filhos da puta...filha de rapariga
O palavrão era maior do que alegria popular
Tudo tinha a cara de nosso povo.

Nosso povo brincava como menino
Xirumba, fantasia masculina e feminina
Índio, pirata, capitão do mato, veado...
Palhaço, mambembe e brincalhão
Era todos, Zé ou João de tal.
Povo da Silva!

O povo era feliz e não sabia
O tempo passou, a CTP fechou
Assim como a Santana e Santa Rita
Todos os engenhos de fogo morto

Sobra bóia fria por falta de eito e cambão
Para espanto de todos e com razão
A gula da politicagem local...
Sem aviso prévio nosso carnaval levou
Cabe assim as novas gerações
Trocar a fantasia de Arlequim, Colombina e Pierrô,
Principais figuras do carnaval
Pelo terno, gravata e anel de doutor.

Atualmente o nosso carnaval
Não tem rei, nem rainha
Nem folia, entrudo, urso, índio,etc
Marujo, mulher vestida de homem
Homem vestido de mulher boxuda
Liderança política misturada com o povo
Falta tudo, inclusive doutor.

Uma coisa é certa todos os anos
Em vez da alegria popular,
O povo desfila, sozinho e de cabeça baixa,
O bloco da dor e dos esquecidos...
Na quarta feira ingrata ou de cinzas
Lastimando da vida, povo sem sorte e sina
Carnaval, o sonho que passou.

Enviado pelo autor

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JARARACA O CANGACEIRO ENTERRADO VIVO QUE VIROU MILAGREIRO EM MOSSORÓ

Por: Everton Dantas

Conheça a história de José Leite Santana integrante do bando de Lampião que renasceu no imaginário popular como santo capaz até de fazer uma pessoa ganhar na loteria.


Em 19 de julho de 1927, numa noite clara, José Leite Santana, na época com 26 anos, foi retirado de uma cela onde estava preso na cidade de Mossoró. A informação que lhe deram foi que ele seria transferido para Natal, onde receberia cuidados médicos: ele havia sido baleado próximo ao pescoço e na perna.

No caminho, coincidentemente, o veículo quebrou em frente ao cemitério São Sebastião. José então foi conduzido por soldados armados até uma cova aberta. Lá, foi baleado e jogado no buraco.

Em algumas versões dessa história, teria sido enterrado vivo. Em outras, antes de morrer, fez questão de afirmar que era “um dos homens mais corajosos que já havia pisado no…”. A frase jamais foi terminada, pontuada por um tiro na cabeça ou uma coronhada.

Há ainda outras versões nas quais ele próprio teria cavado sua cova e que além dele também pensaram em matar o coveiro, que viu tudo.

De um modo ou de outro, todas as histórias têm em comum o relato da crueldade com a qual foi morto. E isso acabou semeando sua história num terreno ocupado por poucos, o dos milagreiros nordestinos.


 Imagem da prisão de Jararaca, feita em 1927.  -  Foto: Reprodução/J. Otávio

Mas isso não seria possível se José fosse só mais um, sem carinho ou discurso. José floresceu santo na morte porque em vida foi um dos cangaceiros mais temidos de Lampião, o Jararaca, preso durante a tentativa do bando de invadir Mossoró, em 1927.

Há relatos de que ele foi baleado quando tentava despojar outro cangaceiro, Colchete, esse sim morto durante o conflito. Depois de ter sido ferido, foi capturado e ficou para trás após o grupo de cangaceiros ser derrotado pelos moradores de Mossoró.

A forma cruel como foi morto e sua coragem diante da cova aberta – esse relato – ganhou credibilidade graças a uma entrevista dada por um dos policiais que participou do assassinato. Diante da valentia do cangaceiro, a ação policial acabou sendo tachada de covarde.

Com o tempo, a tradição oral e a imprensa escrita espalharam os feitos de sua vida e o relato de sua morte. Quando esse efeito encontrou-se com o das orações feitas por sua alma, erigiu-se o culto.

Em 1976 túmulo de Jararaca já era o mais procurado


Há muitos anos, seu túmulo, destaque no cemitério de São Sebastião, é o mais visitado. O registro mais antigo dessas visitações encontrado no acervo do extinto jornal Diário de Natal é do dia 5 de novembro de 1976. Foi feito numa reportagem sobre o Dia de Finados em Mossoró, com o título “Muita gente foi rezar no túmulo do cangaceiro”.

No texto é relatado que das cerca de 20 mil pessoas que foram ao cemitério São Sebastião, milhares visitaram o túmulo do cangaceiro. E que “de alguns anos pra cá” a popularidade da sepultura teria crescido “depois das primeiras manifestações tidas como milagreiras”.

Nos dias atuais, nos dias de Finados, são tantas pessoas orando, pagando promessa e pedindo graças que o local se tornou ponto obrigatório para qualquer jornalista que trabalhe no dia dos mortos.

Há relatos de que algumas vezes foram tantas velas colocadas acesas que o Corpo de Bombeiros precisou ser chamado.

Literalmente, Jararaca ainda arde em Mossoró.

Cangaceiro apareceu em sonho e disse os números da loteria
As pessoas que passam por lá trazem suas histórias de graças atendidas para si ou para outras pessoas. Há inclusive histórias de riqueza obtida.

Uma delas foi contada à pesquisadora Eliane Tânia Freitas, doutora em Antropologia pela UFRJ. Ela é autora da tese “Como nasce um santo no cemitério: Morte, memória e história no Nordeste do Brasil” e, em 2000, entrevistou aos pés do túmulo do cangaceiro uma mulher de 46 anos identificada como Terezinha de Jesus.

De acordo com o relato dela, Jararaca lhe apareceu num sonho. “Eu pedi um teto a ele, que eu não tinha. Morava em casa alugada há muitos anos. E ele foi e me mostrou assim um letreiro de luz. ‘Tá aqui! Agora, você não diga a ninguém’. Ele atirava assim com o revólver, aí eu via numa pedra os números da loteria”, contou.

Ao acordar, ela anotou os números, jogou e ganhou. “Deu pra mim comprar um carro, uma casa boa. (….) Ele é bem moreno. Fiquei em choque, porque eu queria falar, mas não podia, só podia escutar”, contou, há 18 anos.

Pescado em Op9



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HEROÍNAS DO RIO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.148
LAVADEIRA. (FOTO: CORONEL EZEQUIEL BLOG.).
Antes da água encanada do São Francisco, década de 60, não era fácil a vida das lavadeiras profissionais em Santana do Ipanema. Lembramo-nos das que atuavam no trecho das três olarias do rio que corta a cidade. A passagem pelo rio, da antiga rodagem que ia de Santana a Olho d’Água das Flores, chamava-se Minuíno, palavra que arrancou muitos cabelos em busca de um significado, sem êxito. Pois era ali no tal Minuíno que as lavadeiras ganhavam a vida na profissão. Escavavam no leito seco do rio Ipanema com uma cuia ou outra vasilha e logo a água assoberbava na cacimba rodeada de areia grossa. Faziam um jirau com varas esqueléticas e cobriam-no com palha de coqueiro ouricuri e panos velhos. Debaixo daquela fragilidade contra o Sol de mais de trinta graus, lavavam-se roupas da classe mais aquinhoada da sociedade.
Sempre se encontravam lavadeiras com trouxas de panos à cabeça descendo às ruas em direção ao Panema. Raras dessas senhoras também engomavam. Se se fazia uma coisa, não se fazia outra. Havia uma diferença profissional em que a engomadeira estava em patamar mais elevado, embora ambas fossem subalternas.
A apreciação romântica no saudosismo poético visto por alguns escritores, não existia nas lavadeiras do selvagem e rude rio Ipanema. Havia a dura labuta, sem cânticos, sem afeto, sem porvir, daquelas fêmeas rijas e batalhadoras para levar o pão à mesa. Mulheres do Ipanema, companheiras inseparáveis do tempo, filhas da favela e do alastrado.
Após luta feroz, o advento da água encanada, foi aos poucos extinguindo as profissionais lavadeiras e os botadores d’água em jumentos (mais de cem), em Santana do Ipanema. Assim também, a ponte sobre o rio – década de 60 – afastou banhistas e lazer do mais famoso e aprazível Poço dos Homens, no mesmo rio Panema.
Tempos depois surgiram algumas lavanderias que abriam e fechavam às postas, como até os dias atuais.
Vou historiando à minha terra na hora de botar roupa na máquina de lavar. Também virei moderna lavadeira... Ou lavadeiro? Sei apenas, compadre, que a roupa sai cheirosinha e chega à memória um preito de gratidão e carinho às antigas lavadeiras, heroínas anônimas do meu amado rio Ipanema. Saudade... .



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E-MAIL ENVIADO PARA MIM POR MOEMA COVELLO ARAÚJO NETA DO FAMOSO CANGACEIRO LUIZ PADRE.

Por José Mendes Pereira
Filhos do cangaceiro Luiz Padre: Da esquerda para a direita: Vilar, Wilson e Hagahus;

Este foi um e-mail enviado para mim por Moema Covello Araújo neta do famoso cangaceiro Luiz Padre, primo legítimo do mais famoso ainda o cangaceiro Sinhô Pereira. 

Sinhô Pereira e Luiz Padre

Ele foi o primeiro e único patrão de Lampião como fora da lei.

Segue abaixo:

Amigo José Mendes Pereira, no dia 17/de janeiro de 2017, faleceu em Palmas/TO, meu tio Vilar Araújo e Póvoa, irmão do meu pai Hagahus e terceiro filho do casal Luis Padre e Amélia Póvoa.

Noema Covello neta de Luiz Padre. - Foto do acervo do pesquisador do cangaço Sousa Neto

O sepultamento ocorreu na cidade em que morava: Dianopolis/TO, dia 18/01/2017.
Abraço
Moema Araújo

Sousa Neto e Hagahus. Sousa Neto lá da cidade de Barro no Ceará é quem mais tem contato com os familiares de Luiz Padre

Leitor e pesquisador que tiver interesse de manter contato com Moema Covello neta do cangaceiro Luiz Padre aqui está o seu e-mail: moema.covello@bol.com.br

Ela me falou em outro e-mail que é um prazer conversar com quem tem interesse de saber algo sobre o cangaceiro seu avô Luis Padre e Sinhô Pereira.

Se você quiser ler um pouco sobre Sinhô Pereira e Luiz Padre escrito por Manoel Severo Barbosa clique aqui: 


São excelentes informações sobre os dois primos cangaceiros.


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A NOIVA DE LIVINO FERREIRA


Por Lourinaldo Teles Pereira Lima 

Livino está atrás de Lampião que é o primeiro da esquerda.



Um dos principais fatos históricos em Serra Talhada era uma noiva que Livino Ferreira, irmão de Lampião tinha na Fazenda Nova, sítio que pertence a esse município, próximo a Jatiuca, na entrada da Fazenda Abóbora. 

O nome da moça era Inocência Alves de Magalhães, nascida no dia 07 de agosto de 1902. Livino estava apaixonado e tinha planos de casar e ter filhos, por isso noivou de aliança. Tinha planos de abandonar o cangaço e assim que matasse Zé Saturnino casaria com Inocência e iria morar em outro Estado como um sertanejo qualquer.

Do livro: A maior Batalha de Lampião, Serra Grande e a invasão de Calumbi.
De: Lourinaldo Teles Pereira Lima

Material apanhado na página facebook do José João Souza.


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UM TÚMULO DECENTE A ZÉ DE JULIÃO -



A história do poço-redondense José Francisco do Nascimento, o Zé de Julião, o mesmo cangaceiro Cajazeira, foi grandiosa, titânica, de uma bravura sem fim. Mas sua morte, a 19 de fevereiro de 1961, foi feia, trágica, lastimável demais. E os seus restos, sepultados no cemitério principal da cidade, atualmente jazem quase sem túmulo. 

Segundo relatos, apenas um nome meio perdido entre a terra e o mato, confirma o local do sepultamento daquele verdadeiro herói sertanejo. Não posso confirmar o que dizem os relatos, pois não fui até lá para abonar ou não as informações. Contudo, acaso se confirmem, logo procurarei seus familiares para as providências necessárias a um túmulo decente, ou apenas para pedir permissão para que eu interceda perante sua memória. 

E com a colaboração de alguns amigos, certamente conseguiremos construir um jazigo onde o vultoso nome deste grande sertanejo esteja também dignificado naquela sua última moradia.
Rangel Alves da Costa


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MISSA NA GROTA DO ANGICO



Olá meus amigos, vale ressaltar que: dia 28 de julho haverá a missa do massacre de Angico às 09:00 horas. 

Boa noite, turma!


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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA.

Por Francisco Pereira Lima

Este excelente livro: Serra Talhada: 250 Anos de História, 150 Anos de Emancipação Política, de Luiz Lorena, foi publicado em 2001. 440 páginas. Depois de 18 anos esgotado foi feito uma pequena tiragem para atender aos pesquisadores e estudiosos do tema, uma iniciativa louvável das filhas do autor. Não houve acréscimo de conteúdo, apenas uma nova tiragem. 

Quem desejar adquirir, ao preço de 70,00 com o frete incluso. 

franpelima@bol.com.br 
e Whatsapp 83 9 9911 8286.


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ZÉ BAIANO E LÍDIA | O CANGAÇO NA LITERATURA


Publicado a 27/08/2018

Mais um desenho, desta vez descrevemos a vida e morte da cangaceira Lídia. Quer ver o primeiro episódio desta série? Clica aqui https://www.youtube.com/watch?v=DN_B7... Traço de José Roberto Voz de Li Sousa Texto de Robério Santos
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PARA QUEM NÃO ASSISTIU AINDA

Por Aderbal Nogueira

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PIAS DAS PANELAS: DE CEMITÉRIO INDÍGENA A CEMITÉRIO DOS MORTOS DO CANGAÇO


Por Manoel Belarmino Belarmino

As Pias das Panelas estão nas margens do Riacho do Quartavo, um afluente do Riacho Jacaré, em Poço Redondo. Na época do Cangaço, aquelas terras pertenciam à Fazenda Paus Pretos de propriedade do coronel Antônio Caixeiro.

Nos tempos mais antingos, todo aquele mundão caatingueiro era habitado pelos povos indígenas, que ocupavam esta região do Riacho do Quartavo e, segundo as pessoas mais velhas desta região, os índios enterravam os seus mortos ali nas proximidades das Pias das Panelas. E, ainda, os mais velhos contavam, que antes das pastagens e de as terras serem aradas para plantio, havia bastante indícios de sepulturas indígenas por ali, no entorno das Pias das Panelas e naquelas margens do Quartavo. Mas esse assunto do cemitério indígena, requer um pouco mais de investigação e, sem dúvida, num próximo texto trataremos exclusivamente sobre o Cemitério Indígena do Riacho do Quartavo.


Além dos indígenas que foram sepultados nas Pias da Panelas, estão enterrados os corpos de três mulheres e dois homens, todos barbaramente assassinados no tempo do Cangaço.

Estão enterrados ali em covas rasas e precárias os corpos de:

01 - Rosinha Soares, a cangaceira Rosinha, companheira do cangaceiro Mariano, assassinada pelos cangaceiros, sob a ordem de Lampião. Depois da morte do cangaceiro Mariano, juntamente com Pai Veio, Pavão e o coiteiro João do Pão, naquele combate do Cangaleixo, em 10 de outubro de 1927, Rosinha sentiu vontade de abandonar a vida cangaceira e voltar a morar com a sua família. Lampião achou a ideia arriscada demais. Determinou que os cangaceiros Zé Sereno, Juriti, Balão e Vila Nova que cumprissem a sentença. Matar Rosinha. E aí a sentença foi cumprida com um tiro de mauser no ouvido da cangaceira Rosinha nas margens do Quartavo, nas Pias das Panelas. O corpo de Rosinha ficou ali estirado. E, dias depois, os seus parentes que moravam ali próximo, na Fazenda Santo Antônio, cuidaram de enterrar o como da cangaceira ali mesmo, numa sepultura precária. Até pouco tempo, avistava-se a Cruz de Rosinha ali perto das pedras das Pias das Panelas.

02 - Zé Vaqueiro, vaqueiro da Fazenda Paus Pretos de Tonho Caixeiro. Quando cangaceiro Novo Tempo, depois de escapar do Fogo da Crauá, combate que o deixou ferido gravemente, foi para na Fazenda Paus Pretos, num estado de quase morte, o Zé Vaqueiro avistou aquele moribundo, ferido, emulambado, mas com os embornais com bastante dinheiro. Resolveu matar o cangaceiro ali na margem do caminho, pertinho das Pias das Panelas. E assim o fez dando um tiro no cabeça do ouvido do quase morto cangaceiro. resolveu matar o cangaceiro quase morto. Mas depois do tiro, um barulho se aproximou. Era os companheiros de Novo Tempo que estavam chegando ali à procura do cangaceiro. E o Zé Vaqueiro nem consegue levar o dinheiro de Novo Tempo, vai embora. Novo Tempo é encontrado ainda com vida e socorrido pelos companheiros. Depois de recuperado novo tempo conta tudo o que aconteceu e a traição do vaqueiro dos Paus Pretos. Os cangaceiros não perdoam a traição do Zé Vaqueiro e retornam à Fazenda Paus Pretos e levam o infeliz Zé Vaqueiro exatamente para as Pias das Panelas e ali matam o cabra. Seu corpo é jogado ali estendido. Depois os vaqueiros da região encontram o corpo já em estado avançado de decomposição e o enterra ali mesmo nas proximidades das Pias das Panelas.

03 - Preta de Maria das Virges, cruelmente assassinada pelo seu namorado Zé Paulo, filha adotiva de Dona Maria das Virgens do Alto Bonito. Zé Paulo, depois de transar com a namorada várias vezes às escondidas, Preta ficou grávida. Zé Paulo, malandro, para não se comprometer e não casar com a mocinha sertaneja resolve brutalmente com uma pedra assassinar Preta, esmagando a sua cabeça e deixando ali nas Pias das Panelas o seu corpo nu e estirado. Avisa a seus familiares dias depois que poderia ter sido os cangaceiros que mataram Preta. Espalha para os quatro cantos da região que um grupo de cangaceiro havia os encontrado e assassinou a mocinha Preta. Tudo mentira. Zé Baiano soube da história que o Zé Paulo e Dona Maria das Virgens do Alto Bonito estavam colocando na conta dos cangaceiros aquela cruel morte da mocinha Preta. Ficou indignado. Foi lá no Alto Bonito e ferrou Dona Maria das Virgens e os seus dois filhos, um rapaz e uma mocinha. E só não ferrou e calou o malvado e criminoso Zé Paulo porque ele não estava na casa de Dona Maria das Virgens naquele momento.

04 - Lídia de Zé Baiano. A cangaceira mais bonita do Cangaço, segundo dizem alguns pesquisadores. Lídia era a companheira do cangaceiro mais feio de todos, o Zé Baiano. Mas Lídia tinha uma paixão de infância que, tempos de depois de Lídia, também entrou no Cangaço. Era o cangaceiro Ben-te-vi. E Lídia não resistiu. Mesmo convivendo com Zé Baiano, aconteceu os encontros extraconjugal com o Ben-te-ti. Outro cangaceiro que também era louco de paixão por Lídia era o cangaceiro Coqueiro, mas sem nenhuma chance. A paixão mesmo de Lídia era o seu amor de infância, o Ben-te-vi. Coqueiro sabendo daqueles encontros nas moitas, às escondidas, resolveu delatar tudo. Zé Baiano estava viajando para a região de Alagadiço há alguns dias. E quando retornou, no encontro de todos, nas Pias das Panelas, na boca da noite, todos estavam reunidos para a janta, Coqueiro inconformado com as recusas de Lídia relata tudo. Diz a Zé Baiano tudo sobre as traições de Lídia com o Ben-te-vi. Todos silenciam. Aquela conversa de Coqueiro é grave demais. Lampião levanta-se. Fica agoniado, mas calado. Zé Baiano fica paralisado. Olha pra Lampião e pergunta o que fazer.E Lampião sentencia: - "Zé cuida de Lídia. Afiná, Lídia é dele. Os dois cabras, o entregador e o traidor, nós arresolve." E os cangaceiros matam Coqueiro e Ben-te-vi consegue fugir. O corpo de Coqueiro ficou ali estendido, sobre as pedras das Pias das Panelas. Dias depois, um coiteiro morador dos Paus Pretos resolveu enterrar o corpo do infeliz cangaceiro numa sepultura precária ali mesmo.E Zé Baiano amarra Lídia e, na madrugada, antes de o dia clarear mata de cacete de pau pereira a cangaceira mais linda do bando de Lampião. E cava uma cova ali mesmo é enterra Lídia. E com o cacete da morte de Lídia improvisa uma cruz e coloca sobre a cova da sua companheira.

05 - Coqueiro, o cangaceiro delator da traição de Lídia.

No fim do cangaço, depois dessas mortes, alguns caçadores da região evitavam passar pelas proximidades das Pias das Panelas à noite, principalmente nos locais onde estão as covas dos mortos. Alguns afirmavam ter ouvido coisas estranhas ali próximo das pias, como vozes, gemidos ou gritos macabros.


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ANTES DA CHEGADA DE LAMPIÃO ELE FOI APONTADO PELA IMPRENSA DA ÉPOCA COMO O “GOVERNADOR DO SERTÃO”.

Por Geraldo Júnior

Manoel Baptista de Morais o vulgo “Antônio Silvino” foi um dos mais conhecidos cangaceiros do sertão nordestino.

Nasceu na Fazenda Colônia localizada na região de Afogados da Ingazeira, sendo que há quem aponte que a citada fazenda está localizada nos limites do município de Carnaíba, no estado de Pernambuco.


Filho do casal: Francisco Baptista de Morais conhecido como “Batistão” e
Balbina Pereira de Morais.

Entrou para o cangaço no ano de 1896, quando contava com a idade de 21 anos, para vingar a morte do pai, assassinado por pessoas ligadas a família Ramos, residentes na mesma região.

Foi preso no dia 28 de Novembro de 1914, pelo alferes da Polícia de Pernambuco Teófanes Ferraz Torres (delegado do município de Taquaritinga), Zé Alvino (sargento), e outros soldados da volante.

Permaneceu preso durante 23 anos na antiga casa de detenção do Recife, no estado de Pernambuco (Atual Casa da Cultura). Obteve a liberdade no ano de 1937, através do indulto presidencial expedido pelo então presidente Getúlio Dorneles Vargas.

Faleceu no dia 30 de julho de 1944, aos 69 anos de idade, na cidade de Campina Grande na Paraíba, onde morava de favor na casa de uma prima.

Seu corpo está enterrado no Cemitério Nossa Senhora do Carmo (Monte Santo) na supracitada cidade.

Foi sem dúvida alguma um dos mais respeitados e temidos cangaceiros do sertão nordestino de todas as épocas.

Geraldo Antônio De Souza Júnior


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