Seguidores

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

CARIRI CANGAÇO...MAIS QUE UM EVENTO, UM SENTIMENTO !

Por Cangaceiros Cariri
Kydelmir Dantas, ..., Manoel Severo e ...

..., ... e Amtonio Vilela

Manoel Severo, ... Wescley Rodrigues, ... e ...

Kydelmir Dantas

?????


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

"MULHERES DA TERRA" EXIBE A HISTORIA DE DONA ZEFA NA SERRA DA GUIA

Dona Zéfa da Guia

O documentário "Mulheres da Terra" é o resultado de um projeto idealizado pela então estudante de obstetrícia Mayara Boarreto e foi exibido na noite de ontem, dia 16, na comunidade Quilombola da Serra da Guia. Há 8 anos, Mayara busca por parteiras tradicionais no Brasil, o que acabou se tornando uma jornada de aprendizados e encontros pelo mundo. Hoje, Mayara Boarreto é aprendiz de parteira tradicional e formada em obstetrícia pela Universidade de São Paulo.

O documentário Mulheres da Terra é o resultado de um projeto que busca dar visibilidade para as histórias de mulheres que desenvolvem papéis sociais importantes em suas comunidades. Muitos são seus nomes, elas são parteiras, benzedeiras, raizeiras, xamãs e líderes sociais. Histórias de mulheres da terra aparecem no documentário, como: Suely Carvalho, professora e parteira tradicional; Maria d'Ajuda, parteira e pajé indígena; Mamãe Zezé, parteira e líder comunitária; e Zefa da Guia, parteira, benzedeira e líder quilombola.

Conselheiros Cariri Cangaço, Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino
Mayara Boarreto

Os quilombolas da Serra da Guia se aglomeraram na frente da tela, ou melhor, na frente da parede caiada da igreja da comunidade que serviu de tela para a exibição do documentário Mulheres da Terra. Homens, mulheres, meninos e meninas, quilombolas, de olhos arregalados para ver as imagens da comunidade Serra da Guia e as histórias de Dona Zefa da Guia e das outras mulheres da terra. O pátio da capelinha da Nossa Senhora da Guia transformou-se, na noite de ontem, num cinema a céu aberto. Eu , Rose Sousa, Rangel Alves da Costa, Binho do Mercadinho e Ricardo, estivemos presentes para prestigiar Dona Zefa da Guia, Sandro, o povo da comunidade e a equipe do documentário Mulheres da Terra coordenada pela parteira obstetrícia Mayara Boarreto.

Por ocasião de nossa grande Edição do Cariri Cangaço Poço Redondo em 14 de junho de 2018, o Conselho Alcino Alves Costa concedeu solenemente Diplomas de Honra ao Mérito a várias "personalidades de destaque da vida sertaneja". Na noite de abertura do Cariri Cangaço, dona Zefa da Guia recebeu seu diploma das mãos do 
Conselheiro Cariri Cangaço Ivanildo Silveira. 


Manoel Belarmino, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço - Poço Redondo, SE


Quilombo Serra da Guia...
O Quilombo Serra da Guia está localizado no município de Poço Redondo, na região chamada Sertão do São Francisco, no estado de Sergipe. Cerca de 200 famílias ocupam historicamente um território localizado entre o povoado de Santa Rosa do Ermínio, em Poço Redondo, Sergipe, e o município de Pedro Alexandre, na Bahia. A Serra da Guia, que dá nome à comunidade, faz parte do complexo da Serra Negra, cadeia de morros situada na divisa entre os estados de Sergipe e Bahia. O direito sobre o seu território de 9.013,18 hectares foi validado por decreto de desapropriação publicado em 22 de novembro de 2012. Quem é do Quilombo Serra da Guia reconhece que seu nome faz referência ao passado de resistência à escravidão. A Serra é chamada “da Guia” porque foi usada pelos escravizados como marcação de uma rota de fuga. “Da Guia” também serve para identificar o grupo, adjetivando os nomes dos moradores ou daqueles originários do Quilombo, como no caso de D. Zefa da Guia. As atividades cotidianas são divididas entre dois espaços do território: o Alto e o Pé da Serra da Guia. Na Serra estão localizados as fontes de água, as áreas agrícolas e o cemitério da comunidade. No Alto da Serra também são realizadas as festas mais importantes, em homenagem à Santa Cruz e a N. Sra. da Imaculada Conceição: “A novena é a tradição dos escravos aqui”, diz D. Zefa. “Também fazem um samba de coco. Samba de roda.” O povoamento colonial da região do Sertão do São Francisco começou no século 17, quando as primeiras sesmarias foram distribuídas na margem direita do Rio São Francisco. A Freguesia de São Pedro do Porto da Folha, região onde Poço Redondo está situado, surgiu no século 18 e seus limites chegaram a abranger a maior parte do Sertão do São Francisco.

Fonte: Coleção Terras de Quilombo
Sergipe


ENCONTRO DOS POETAS DA CHUVA...


Acontecerá neste sábado, 11, em Quixadá, no Sertão Central, a 24ª edição do Encontro dos Profetas da Chuva, evento que se tornou tradição e acontece sempre no segundo sábado de janeiro, e que atrai profetas e participantes de diversas regiões do Estado. 

Com realização do Instituto de Violas e Poesia do Sertão Central, este ano, pela segunda vez consecutiva, o encontro ocorrerá no auditório da Faculdade Cisne. As atividades terão início na sexta-feira, 10, na Praça da Cultura, onde ocorrerá XIV Encanta Quixadá – Festival de Violeiros, a partir das 20h.

No sábado, o encontro na Faculdade Cisne ocorrerá a partir das 9h. Todos os anos, o momento é um dos mais aguardados pelos cearenses, que esperam dos estudiosos da natureza, previsões animadoras de chuvas para o sertão.
Dia dos Profetas...
A Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE) aprovou em junho do ano passado o Projeto de Lei nº 29/19, que institui o Dia Estadual dos Profetas da Chuva. Com a aprovação, ficou instituído que o dia deve ser comemorado, anualmente, no segundo sábado do mês de janeiro.
Repórter Ceará



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

GENTE FEIA E GENTE BONITA

*Rangel Alves da Costa

Há gente feia e há gente bonita. Mas a beleza aqui tratada não diz respeito a dotes físicos, a feições mais ou menos simpáticas, a beleza ou imperfeição corporal, mas sim do se expressa no ser e torna a pessoa feia ou bonita.
Algo assim como expressões de simpatia ou antipatia, de humildade ou de soberba, de singeleza ou de arrogância. Dependendo de como a pessoa seja, logo se terá sua beleza ou sua feiura.
Gente feia não tem amigos. E não os tem pela falsidade, pelo gosto pela mentira, pela aleivosia, pelo desfazimento do outro, pela rede de intrigas que a todo instante procura tecer. Uma gente que age assim é sempre feia.
Gente bonita procura fazer amizades, estende a mão sem orgulho ou hipocrisia, abraça um abraço apertado e verdadeiro, dialoga em igualdade com o próximo, não leva consigo nem a vaidade nem o egoísmo. Uma gente assim sempre se mostra agradável e de boa companhia.
Gente feia coloca defeito em tudo. Nada está bom para uma pessoa assim. Tudo do outro se torna objeto de críticas, de ciúmes, de olho grosso, de descabidos julgamentos. Sempre encontra um motivo para criticar, para dizer que o do outro não presta.
Gente bonita sabe ouvir, sabe falar, sabe silenciar. Gente bonita dá importância ao outro, ouve atentamente o que diz e, mesmo discordando, contesta educadamente. Não procura provocar, não se diz dona da verdade e até volta atrás quando reconhece que errou por algum motivo.
Gente feia passa como se fosse um trator, por cima de tudo e de todos. Possui olhar que mais parece uma metralhadora de guerra. Mira o outro como se estivesse perante um inimigo que precisa dizimar naquele mesmo instante. É uma gente recalcada, de mal com a vida e com o mundo.
Gente bonita abre a janela ao amanhecer, caminha pelos canteiros, alegra-se perante as flores e borboletas, conversa com passarinhos e presta atenção em cada detalhe da natureza. Canta canções ao vento, risca poesia na areia, avista sonhos nas nuvens, possui um fácil e belo sorriso na face.


Gente feia não dá bom dia nem boa noite. Torce para que o outro pise em casca de banana e caia. Sempre torce para que nada dê certo na vida do próximo. Festeja por dentro quando algum conhecido não consegue aquilo tanto almejado. Olha pelas frestas na esperança que todos estejam infelizes.
Gente bonita possui coração bondoso. Convida para uma visita, abre a porte e recebe com satisfação, possui diálogo positivo e faz com que o outro se sinta confortável e bem. Nada do que faz é forçado ou forjado. Demonstra com a verdade o que sente, e até na verdade do sentimento, a pessoa se mostra amável.
Gente feia não tem sentimentos. Tanto faz como tanto fez que morra uma pessoa de sua comunidade. Menos um, é o que logo diz. Não derrama uma lágrima sequer, não demonstra qualquer comoção, petrifica-se pela maldade no coração.
Gente bonita é logo reconhecível. O rosto de gente bonita é bonito, independente que tenha beleza física ou não. O sorriso de gente bonita é bonito, pois suave, espontâneo, terno, meigo e carinhoso. Até a proximidade com gente bonita é bonito. Faz o outro se sentir sempre bem.
Gente feia faz do olhar uma arma. Puxa a escada para o outro cair, puxa a cadeira para o outro desabar, torce sempre pelo pior. O outro nunca presta. O outro só faz coisas erradas. E só ela vive na perfeição. Que coisa mais feia uma gente assim!
Gente bonita é poeta sem escrever poesia. Sabe amar, sabe compreender, sabe sentir o sentimento do outro. Não finge a lágrima, não finge a tristeza, nada finge. Por isso que é tão bonito compartilhar a vida com gente bonita assim!

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO NO RASO DA CATARINA


Região dos índios Pankararé, cheia de mistérios, lendas e sob a proteção dos guardiões “encantados”, onde Lampião encontrou o seu refúgio ideal, uma espécie de santuário guerrilheiro, no qual descansava de suas idas e vindas, cansado das léguas tiranas do sertão. Um aspecto deve ser ressaltado: 

Lampião não invadiu o território dos índios Pankararé, não impôs o seu estilo de vida e nem desorganizou os costumes ancestrais da tribo. Ao contrário. Os índios Pankararé convidaram-no e ao seu grupo de cangaceiros para que transformassem o Raso da Catarina num abrigo seguro contra as perseguições policiais. O convite feito pelos índios e aceito por Lampião, demonstra que houve uma perfeita identidade cultural entre as duas partes. 


A correspondência cultural e o nível de confiança entre os Pankararé e Lampião tornaram possível que o Raso da Catarina, mais precisamente onde está localizado o desfiladeiro de Trindade, se transformasse numa retaguarda segura e num ponto de apoio logístico de extrema importância para o chefe guerrilheiro. Durante quase uma década , Lampião e seu bando tiveram a proteção, o apoio e a inabalável lealdade dos Pankararé. 

Dadá, viúva de Corisco e uma das sobreviventes do ciclo do cangaço, declarou que o melhor período de sua agitada vida no cangaço foi passado no Raso da Catarina. Disse ela: “Aquilo é que foi uma maravilha ... Não faltava nada. Todo dia tinha caça para comer, era cutia, tatu, peba, caititu. Do mato eles traziam as plantas para a gente fazer remédio e comer ... Hoje, quando ouço falar que o povo por lá passa fome, não acredito. Naquele tempo, no Raso, ninguém morria de fome. Só de tiro.”
Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência
De: Jovenildo Pinheiro de Souza


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O ESTUPRO DO SABIÁ E O JUSTIÇAMENTO DO CAPITÃO.


Por João Filho de Paula Pessoa

Em 1930, Lampião foi convidado pelo coiteiro Chico Gordo para comer um peru em sua casa, com isto deixou seu bando na casa de outro coiteiro chamado Silvestre, em Lagoa do Rancho/Ba, e foi atender ao convite. Ao retornar à casa de Silvestre deparou-se com uma cena horrível, a filha de seu amigo, de 13 anos, estava estuprada, em estado lastimável de agressão, aos prantos de choro e seus pais em sofrimento, impotentes e revoltados, e se queixaram dolorosamente à Lampião, que imediatamente perguntou à seus cabras quem tinha feito aquilo, sendo informado que tinha sido Sabiá e que este tinha fugido e encontrava-se entrincheirado ali próximo. 

Lampião mandou Volta Seca e Gavião buscá-lo e pouco tempo depois, estes retornam sem Sabiá e informam que o encontraram e lhe disseram que o Capitão queria lhe falar, mas ele se negou a acompanha-los, ameaçou atirar nos dois e disse:

- Pois eu não vou e vocês não se aproximem! Se o Capitão quer falar comigo que ele mesmo venha me buscar!. 

Lampião ao ouvir isso, reinou de raiva e rapidamente seguiu em direção à Sabiá, furioso, feito um touro raivoso. Ao chegar perto de Sabiá este aponta seu rifle para Lampião e grita:

- Pare Capitão, senão eu atiro, ninguém vai me pegar!

Lampião seguiu andando em direção à Sabiá, inabalavelmente e gritando:

- Atira Cachorro, atira Cachorro!

Sabiá não atirou e foi desmontado por uma coronhada de fuzil de Lampíão, que arrebentou-lhe a boca e quebrou-lhe os dentes e mandou seus cabras, que assistiam a tudo admirados, levassem Sabiá de volta à fazenda, seguindo à frente em passos vexados, largos e firmes. 

Ao chegarem mostrou o agressor ao pai da jovem violentada, mandou dois empregados da fazenda cavarem uma cova e levou Sabiá para lá e disse-lhe:

- Vai morrer porque não prestas, cão! E por causa dessas coisas que falam mal da gente por aí! Mas eu te dou um exemplo pra todos saberem que o bando de Lampião tem vergonha!

Em seguida deu um tiro na cara de Sabiá e mais uns quinze tiros seguidos, gritando:

- Vai-te pros infernos, cão!", grito característico seu. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 30/12/2019.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CANGACEIRO 97 - ÓTIMO FILME NACIONAL


MARY CINE

Um bando de cangaceiros espalha medo e terror saqueando cidades do Nordeste. Após sequestrarem Olívia, a sobrinha do prefeito, eles são duramente perseguidos pelas volantes policiais com intensos tiroteios, onde os policiais são mortos e decapitados gerando uma guerra maior. 

O bando é liderado pelo Capitão Galdino e sua mulher Maria Bonita, ela é apaixonado por Teodoro que por sua vez se apaixona por Olivia. Esse quarteto amoroso acaba em tragédia. O filme é fictício, uma mistura de aventura, drama e romance com a ação violenta do cangaço no nordeste. 

O cantor Dominguinhos participa do filme cantando e alegrando o cangaço. 

• Direção: Anibal Massaini Neto • Elenco: Paulo Gorgulho ... Galdino Alexandre Paternost ... Teodoro Luíza Tomé ... Maria Bonita Ingra Liberato ... Olívia Otávio Augusto ... Coronel Aniceto Jece Valadão ...Joca Leitão Joffre Soares ... Tico velho Othon Bastos ... Raimundo Aldo Bueno ... Zé Macaco Jonas Mello ... diretor do presídio Dominguinhos ... Zé Domingues Cláudio Mamberti ... padre Paulo Borges ... Labareda João Ferreira ... Quirino Nilza Monteiro ... filha de Quirino Tom do Cajueiro ....Tico jovem ...

Aviso
Categoria

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

OS ÚLTIMOS CANGACEIROS


https://www.youtube.com/watch?v=EzK-RcnkGg8&fbclid=IwAR0OyGFcHhfXHqWf1njn6uA7NzLV1YYhehFMr1p8M4y3GPGeA5WRxBcEGK4


Fonte: TV DOC-ANIMEFULL Os Últimos Cangaceiros, Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto são dois senhores que levam uma vida bem comum pelos últimos 50 anos. O que ninguém sabe, incluindo seus filhos, é que estes nomes são falsos. A dupla, na verdade, é conhecida como Durvinha e Moreno. Eles integraram o bando de Lampião, o mais controverso e famoso líder do cangaço. A verdade só vem à tona quando Moreno, aos 95 anos, resolveu compartilhar suas lembranças com os filhos, além de sair a procura de seu parentes vivos, incluindo seu primeiro filho.

Categoria

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORTE NO MOCAMBO


Por Sálvio Siqueira

No dia 9 de novembro de 1936, alguns cangaceiros tomam chegada na casa de um coiteiro, nas terras conhecida como Algodãozinho, próximo ao povoado Mocambo. Esse povoado localizava-se na estrada condutora as cidades de Itabaiana e Carirra, no Estado Sergipano. Os ‘cabras’ estavam na comemoração da mais nova cangaceira, Cila, que tinha como companheiro o cangaceiro Zé Sereno. Estavam juntos, os ‘cabras’ de dois dos subgrupos do “Rei”. Os subgrupos de Zé Sereno e Luiz Pedro. Durante o dia, aja farra... comida e bebida a vontade pra todo mundo... além disso tudo, ainda tinha um forrozinho. O dia passa sem maiores contratempos. Quando a penumbra da noite encobre aquela localidade, trás em seu manto negro o perigo... Os chefes dos subgrupos não descuidam da segurança e colocam vigias. 


O sargento Deluz, pernambucano, comandante de uma volante de outro Estado, tido como um dos maiores assassinos da região na época... ele, por diversas vezes, amarrou as mãos e os pés de prisioneiros e, colocando-os em uma canoa ou barco, amarrava a outra ponta da corta uma pedra, e, ao chegarem no meio do rio, lançava-os sobre as águas, onde afundavam e morriam afogados...

Manhosamente a volante, por ordens de seu comandante, chega de mansinho, mas, uma das sentinelas dá o alarma.

Neném do Ouro e seu companheiro Luiz Pedro

A pipoqueira começa numa trovoada de estampidos ensurdecedores. A fumaça, levada pelo vento, leva o cheiro de pólvora queimada pra longe... nos dois grupos só estavam duas mulheres, Cila, companheira de Zé Sereno e Neném, companheira de Luiz Pedro. Volantes atacam, cangaceiros defendem-se. Neném, com mais tempo no cangaço, pega Cila pela mão e corre para um curral que existia no oitão da casa, a fim de protegerem-se. Para que a fuga desce certa, os ‘cabras’ seguram o fogo, e outros começam a transpor uma cerca de arame farpado, para adentrarem na mata. De repente escuta-se um baque surdo, algo grande cai por terra. O irmão da cangaceira novata, Gumercindo, grita avisando a Luiz Pedro que sua companheira fora baleada. Luiz, ao ouvir que seu amor estaria ferida, trinca os dentes e volta para socorrê-la... nesse momento um de seus companheiro o derruba e começa a arrastá-lo para dentro do mato... Luiz tenta soltar-se, a coisa tornasse uma briga a parte, Luiz tentando ir onde sua companheira estava e seu companheiro, sabendo que ela estava morta, tentava evitar que ele fosse ferido... Luiz grita com todas as forças que há em suas cordas vocais: “-Fios da puta! Mato tudo, um pur um, raça disgraçada!” (“Lampião – A Raposa das Caatingas”- IRMÃO, Bezerra Lima Irmão. 2ª edição, pg 520. JM Gráfica & Editora LTDA. Salvador – BA, 2014).

Os cabra conseguem evadirem-se do ataque e vão procurar refúgio nas terras da fazenda Lagoa Comprida, cujo proprietário é o coiteiro Napoleão Emídio.

Dentro do cercado, curral onde estava estirado o corpo inerte da cangaceira Neném do Ouro, companheira de Luiz Pedro... Os soldados profanam seu corpo, fazendo sexo nele e, achando pouco, ainda colocam um cão para que faça o mesmo.

Luiz Pedro, como um alucinado, esperneia, chora e grita, pela dor da separação pela morte da sua amada.

Os cangaceiros começam a retirada de onde estão, pois, tem pressa de afastarem-se da Força Policial. Seguem em direção às terras da Pedra D’água, pois era lá na casa de Rosalvo Marinho que se encontrava Lampião.

Fonte Ob Ct.
Foto Benjamin Abrahão
Lampião - o Cangaço seus Segredos - BASSETTI, José Sabino. pg 141. 1ª edição. Nova Consciência. Editora EME. Salto , SP, 2015


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CERTAMENTE SEU PROFESSOR DE HISTÓRIA NÃO TE ENSINOU ISSO NA ESCOLA


Por Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

✔ Santos Dumont almoçava 3 vezes por semana na casa da Princesa Isabel em Paris.

✔ A ideia do Cristo na montanha do Corcovado partiu da Princesa Isabel.

✔ A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos os imóveis da família. 

✔ D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.

D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.

✔ A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.

✔ D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.

✔ D. Pedro Augusto Saxe-Coburgo era fã assumido de Chiquinha Gonzaga.

 Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.

 Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.

✔ Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista.

✔ D. Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para a eleição Presidencial, devido sua popularidade, na época os eleitores podiam votar em qualquer pessoa nas eleições.

✔ 
Uma senhora milionária do sul, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil, ele respondeu literalmente com dois “Never!” bem enfáticos.

 Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica.

• Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.

Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo a educação, a construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.

• A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).

• (1880) O Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.

• (1860-1889) A média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.

• (1880) Eram 14 impostos, atualmente são 98.

• (1850-1889) A média da inflação foi de 1,08% ao ano.

• (1880) A moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.

• (1880) O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra.

• (1860-1889) O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.

• (1880) O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.

• A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do nosso Imperador.

"Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros" conta o historiador José Murilo de Carvalho. 
Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura. "Imprensa se combate com imprensa", dizia.

• O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.

• Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.

• Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.

• A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

• D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.

Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

OS ‘CABRAS’ DO “GUERREIRO TOGADO”


Por Sálvio Siqueira

Augusto Santa Cruz personagem maior do livro “Guerreiro Tocado” do saudoso Pedro Nunes Filho, 1ª edição 1997, pela Editora Universitária da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – nos presenteia com Fatos Históricos de Alagoa do Monteiro, numa biografia altamente meticulosa, nos idos do ocaso do século XIX e aurora do século XX.

Por motivos políticos o latifundiário, ‘coronel’ e advogado Augusto Santa Cruz rebela-se contra autoridades da, hoje, cidade de Monteiro – PB, no cariri paraibano, que se junta ao Dr° Franklin Dantas, da cidade do Teixeira – PB, pai de João Dantas que seria o assassino de João Pessoa e em seguida assassinado, sangrado, mais o cunhado dentro da Casa de Detenção da Cidade do Recife, e, com seus jagunços partem, da cidade de Patos - PB em direção a capital do Estado deixando um rastro de sangue pelo caminho. Suas jornadas foram até São João do Cariri – PB, aonde cientes de que o Governo Federal havia enviado tropas de Campina Grande – PB para combatê-los, encerram as agressividades, dispersão alguns de seus chefiados e, aquele, segue para a ‘Meca’ nordestina a fim de proteger-se pelo sacerdote de Juazeiro do Norte – CE, o que lhe rendeu grande resultado, e este retorna ao seu centro de comando no Teixeira – PB.

Alguns dos homens que Santa Cruz tinha como jagunços foram cangaceiros, pistoleiros, assassinos e outras profissões da espingarda. A família, não só o advogado Santa Cruz, seus dois irmãos também eram formados em Direito, era dona de vasto território divido em distintas propriedades, aonde esse ‘cabras’ eram distribuídos. Mas, bastava um recado, um chamado, que todos vinham correndo.

Abaixo, tendo como fonte a obra do amigo e saudoso “Pedrinho Nunes” (Pedro Nunes Filho), procuraremos descrever quem era cada jagunço que lutou ao lado do Guerreiro de Toga.

Depois de um de seus ‘homens’ ter sido preso e sua prisão ter sido decretada, Augusto Santa Cruz sente-se desmoralizado e passa a planejar uma maneira de dar uma resposta a altura em seus adversários políticos. “- Tenho que encontrar uma forma de me vingar dessa traição! Isso não pode fincar assim. Essa gente tem que me pagar caro – remoía solitário, sem perder de vista a idéia de vindita.” (PN. Pg 130, 1997)

Na manhã do dia seguinte, já com as ideias claras e um plano bolado, Santa Cruz chama o seu mais chegado capanga: Vicente Preto, que também era conhecido por “Vicente do Areal”. Areal é o nome da fazenda de Augusto.

Além daqueles que moravam nas fazendas dos familiares, havia aqueles que faziam parte, porém, moravam em outras localidades como nos municípios de Prata e de São Tomé, hoje Sumé, ambas na Paraíba. O patrão dá a seguinte ordem a Vicente do Areal: “Reúna os meus rapazes que eu quero dar ordens para um serviço que pretendo executar.” (PN. Pg 130, 1997)

O comandante de toda ‘operação’ que veio em seguida foi exatamente o negro Vinte Preto. Vicente possuía o dom, coisa nata, naturalmente a natureza lhe doou a concepção de guerrilheiro, portanto, era um mestre em ‘Guerra de Movimentos’.

Vicente Preto: natural de Sumé, chamada antigamente de São Thomé, PB. Depois da refrega toda e os ânimos acalmarem-se, por volta de 1912, Vicente ainda permaneceu escondido até o ano seguinte, 1913, ano em que seu patrão e chefe, o advogado augusto Santa Cruz foi submetido a júri popular e ter saído livre e solto. Depois Vicente segue para outra terras. Fica seus pés e passa a fornecer seus serviços para o coronel Francisco Martins de Albuquerque, pai do coronel e coiteiro de Lampião Audálio Tenório.

Vicente era dono de ‘um porte atlético, tinha uma maneira firme de apoioar-se no rifle e traços psicológicos indecifrávei, era racatado e sempre espreitava os visitantes de longe’. Talvez por isso que, aa década de 1920, o famoso chefe cangaceiros, Virgolino Ferreira, vulgo Lampião, ao fazer uma ‘visita’ ao coronel Audálio, conheceu e agradou-se de Vicente Preto. O chefe cangaceiro filho de Vila Bela, PE, avaliou Vicente dos pés a cabeça e, agradou-se tanto, que convidou ele para que fizesse parte de seu bando. “Gostei daquele cabra, Coronel... quem é ele? Perguntou Lampião interessado no porte de guerreiro do mais famoso cabra de Santa Cruz.” (PN. Pg 131, 1997)

O coronel Audálio chama Vicente e o apresenta ao cangaceiro mor. Lampião conhecia a história de Augusto Santa Cruz através do boca – a – boca e dos versos nos folhetos de cordéis, e não deixou de elogiá-lo diante de seu comandante. Vicente Preto não aceitou o convite e não passou a fazer parte do bando de Lampião.

“Antônio Garcez: negro muito valente e perverso (...). Em 1913, quando o Dr. Augusto levou os cabras a júri, Antônio Garces recebeu dinheiro para ganhar o mundo porque pesavam trinta e tantas homicídios em sua cacunda era um dos que não tinha condições de se livrar.”

Augusto Santa Cruz, depois que foi inocentado de seus crimes, juntou seus homens e, aqueles que tinham condições de serem julgados, segundo sua avaliação, e solto, ele defendeu um por um. No entanto, aqueles que ele sabia não haver possibilidade de inocentá-los, livra-los da prisão, dava uma boa soma em dinheiro e mandava que fosse embora da região.

Mestre Felizardo Garcez: irmão de Antônio Garcez, foi cangaceiro e mestre-escola- ‘professor’, no povoado da Prata.

Manoel Garcez: era irmão de Antônio e Felizardo. O trio de irmão sempre andavam juntos aos irmãos cangaceiros “Manoel e Antônio Rodrigues”.

“Vicente Padre: Era um homenzinho alvo e baixo. Morava no Juá. Veio das bandas de Livramento esconder-se por causa de mal feitos que lá fizera.”

“Antônio Virício, sujeito perigoso e bem mandado, tinha como principal característica cantar toadas com provocações na hora dos tiroteios, o que era um costume trazido do cangaço”.

João Cicero: fez uma morte no Pajeú, micro região pernambucana, e migrou para esconder-se no Cariri paraibano.

Manoel Chapeuzinho: outro que havia praticado crime sabe-se lá onde e vindo pedir proteção teve na fazenda Areal. Sobre esse jagunço, há outro detalhe, ele tinha uma filha e essa se torna uma amante do Dr Augusto. ”Tinha uma filha chamada Hosana (...). Hosana era a rapariga mais bonita do doutor.” (PN. Pg 136, 1997)

Manoel do Mato: “(...) dizia-se com o corpo fechado, razão por que andava sempre com um rosário de contas azuis pendurado ao pescoço, expunha-se aos maiores perigos, sendo merecedor de uma admiração especial do chefe que não lhe poupava elogios, por ser um homem religioso, valente e dotado de um excelente caráter.”

Hymno de Tal: “...acudia pela alcunha simplificada de Sei Hino, sujeito alto, de pele clara, olhos azuis e muito ligeiro no gatilho, era natura do sítio do Melo, localidade situada nas proximidades do povoado da Prata. Depois de Vicente Preto, era o cabra mais destacado do bando.”

Horácio Patriota: “Era primo de Zezé Patriota, comparsa de Manuel Rodrigues, cangaceiros atuantes na região de São José do Egito, PE, Teixeira, PB e outras localidades limítrofes, bem adequadas à ação de bandidos que se protegiam simplesmente cruzando (os limites) entre Pernambuco e Paraíba, para fugir da volantes que só atuavam no Estado onde destacavam.

“Horácio nasceu para ser cangaceiro sem nunca ter resvalado para o banditismo. Valente, corajoso, perverso, costumava encarar as pessoas olhando de baixo para cima. Ara alto, corpulento, pele clara, olhos azuis, um homem disposto tanto para trabalhar quanto para brigar. Ele e os Ribinga ficaram frustrados quando souberam que Lampião havia mudado de rota e desistido de atacar a Fazenda boa vista, onde s encontravam entrincheirados em serrotes estratégicos ao longo dos caminhos, doidos para um confronto com o famoso bandido. Além de homem afeito às armas, Horácio era também mestre de fornalha em engenhos de rapadura.”

“Moço, esquentado, um dia desentendeu-se com um soldado de nome Luiz Ferreira no meio da feira de Boi Velho (Ouro Velho – PB), matando-o a golpes de faca.”

“Orgulhava-se de haver participado dos incidentes do Bacharel Santa Cruz.”

“Uma das características de Horácio era a solidariedade com o grupo familiar. Ninguém podei tocar num parente seu que tomava as dores. Mesmo se não gostasse de algum familiar, respeitava-o como membro do grupo, pessoa do mesmo sangue. Costumava dizer: “Parente se assa, mas não se come!”

Germano: “o cabra Germano era pessoa destacada no grupo de Santa Cruz, chegando a comandar o bando algumas vezes. Quando esteve no Juazeiro (do Norte – CE), fez amizades por lá, para onde se mudou e constituiu família, depois da derrota do bando em 1912.”

Manoel Nunes: “O mais perigoso dos cabras de Santa cruz, era um executor.”

Júlio Salgado: “Parente de Santa Cruz, era outro cabra de sua confiança.”

Francisco Félix da silva: “16 anos de idade, analfabeto, natural de Garanhuns, Pernambuco, contou em depoimento dado num processo-crime que se achava no Juazeiro, Estado do Ceará, quando ali chegou Dr Augusto Santa Cruz , com uma força de cabras entre os quais fez amizade com um tal de Severininho e Epaminondas. Vulgo Mindô. Incorporou-se as grupo, tendo acompanhado os amigos quando retornaram à Paraíba, arranjando serviço na Fazenda Lapa, pertencente a Manoel Ramos.

José Gabriel: “Fazia parte do corpo de guarda aos reféns aprisionados na Fazenda Areal. Segundo relato da própria vítima, ele pegava na artéria do pescoço do Promotor Inojosa Varejão com uma mão e segurando o punhal com a outra dizia: -Veia boa para se sangrar. Sangue azul de doutor branco(...)”

Cabo Severiano Benício: “Desertou da Polícia paraibana e incorporou-se às forças de Santa Cruz.” Seu valor para Santa Cruz era por saber e passar táticas e estratégias usadas pela PMPB.

Antônio Sabiá e Manoel Rouxinol: “Eram dois cabras de muita confiança de Dr Augusto. Eles faziam parte do corpo de guarda aos reféns durante o período de 12 dias que passaram na Fazenda areal.”

Lulu Conserva: “Morava em Acauã. Era chefe do piquete do Sitio do Melo, enquanto José Alves comandava o piquete da Lapa e José Bernardo, o piquete localizado por trás da casa-grande.”

João de Mello e José Clementino: “guarneciam as trincheiras protegidas pelos piquetes.”

Luiz Preto: “Irmão do negro Vicente Preto, não tinha a fama de seu irmão, mas era respeitado e admirado pelos comparsas por causa de seus requintes de perversidade.”

Quirino, o Borboleta: “Natural do sítio do Melo, gostava de brincadeiras, trejeitos e ginga, movimentava o corpo para dar golpes ofensivos e defensivos, iludir e desnortear o adversário; por isso recebeu o codinome Borboleta.”

João Sabino: “Morava no Sítio São Francisco. Foi trazido para o grupo por seu irmão Antônio Sabiá, profissional veterano no gatilho.”

Antônio Pereira: “Era um cabra idoso e dotado de grade experiência. Apesar de seus 68 anos de idade, vivia pelo mundo afora pintando miséria, armado de rifle e vestido de surrão de couro”.

Batista de Vitalino: “Como a maioria deles, não tinha profissão definida.”

José Clementino: “Tinha como missão vigiar os movimentos das tropas. A função era de alto risco, tanto que assim que lhe valeu a prisão pelas forças paraibanas que estavam vasculhando a área.”

Sinhozinho Quincas e Santino: “Integravam o grupo porque pertenciam à parentela de Santa Cruz e sentiam-se na obrigação de com ele serem solidários.”

Moleque Chico: “Ferido nas costas no fogo do Areal, era o mensageiro que levava comida, munição, ordens e recados do Estado Maior para os piquetes e trincheiras.”

Antônio Batista Gonçalves e João de Mello: “Receberam propina do Capitão Albino e de Victor Antunes. Na hora do tiroteio, facilitaram a fuga daqueles reféns.”

Sexta-Feira: “Incorporou-se ao grupo no Juazeiro. Participou da emboscada ao destacamento comandado pelo Capitão Augusto de Lima no boqueirão da serra que dava acesso ao povoado de São Thomé, fato ocorrido no dia 27 de dezembro de 1911. Foi ele que quis arrancar, de dentro da casa do Coronel Adolfo Mayer, um soldado ferido no incidente, a fim de sangrá-lo no meio do povoado.”

Segundo o autor, além dos escritos, fizeram parte do grupo comandado pelo Bacharel: “Epaminondas Cypriano, José da Banda, Manoel Rouxinol, José Bernardo, João de Melo, Godê, Mãezinha, João Cassimiro, Manoel Torto, Cobrinha, Capuxu, Pilão Deitado, João Trezena, Belmiro, Santo Catingueira, Manoelzão de Antonião, Zé de Zuza, Pelado de Umbulindo, João Coco, Cipriano, Antônio Rodrigues, Manoel Clementino, Morumba, José Bisaco, João Cabral, Manoel Salvino, Quinta Feira, do Olho d’Água do Neto, Cobra Preta, do Piancó, Caninana, Generino, João Viana, Zé Francisco, Raul da Lapa, Francisquinho, Xexéu, Manoel Mulatinho, Manoel Jordão, Zé Umbuzeiro, Manoel Galdino, Aristides Rodrigues, Severo, Chico Vidal, Capiba, João, Aprígio, Honório, Hermírio, Medalha, cobra-Verde, Chico severo, Sibino, Boca de Fogo, João guedes, Budim e um negro do Urubu chamado Suçuarana.”

Esse pessoal, ao serem “convocados”, fiaram perfilados, amontoados na caçada e no terreiro da casa-grande. Augusto Santa Cruz contou-lhes o que havia acontecido, a prisão do cabra Peba pelas autoridade que estavam mancomunadas com seus adversários políticos... Daí pra frente o mundo fechou-se. Mas, essa parte da história contarei em outra oportunidade.

Fonte “Guerreiro Togado – Fatos Históricos de Alagoa do Monteiro” – FILHO, Pedro Nunes. 1ª edição. Editora Universitária da UFPE. Recife, 1997

Fotos O.C.
R. E. Ofício das Espingardas

Para ver todas as fotos acesse o link: 



http://blogdomendesemendes.blogspot.com