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quinta-feira, 27 de julho de 2017

“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

SERROTE DO PICO - Cartão Postal da Minha Terra - Por: Cordelista Medeiros Braga Entrada x


SERROTE DO PICO - Cartão Postal da Minha Terra

Velho Serrote do Pico
Guerreiro valente, arisco
Militante de Jesus!...
Quem primeiro na floresta
Contempla as manhãs de festa
Sob teus céus sempre azuis.

Só pode, nos apogeus,
Ter sido coisa de Deus 
Num feito que não se medra!
Sem correr risco de mico
Foi feito um enorme pico
E posta em cima uma pedra.

E mais, por justiça imensa
Deu-lhe Ele a recompensa
De poder no intervalo
Mirar-se, sobre as boninas,
Ante as águas cristalinas
Do açude de São Gonçalo.

Tu és neste pedestal
O eterno cartão postal
Desta terra hospitaleira,
Fazes, com felicidade,
Das cidades, a cidade
Da saudade matadeira.

Eu vejo no teu semblante
Um personagem gigante
Que ali petrificou-se!...
Hércules, Ulisses, Perseu,
Ou o grande Prometeu
Cuja força extrapolou-se!

Tuas trilhas são paixões
As quais enchem gerações
Os seus corações de glória!
Em seu alto patamar
Como sempre hás de brilhar
Para iluminar a história!

E Nazarezinho, a terra
Que toda beleza encerra
Nesse sacro pedestal,
Externa com alegria
Esse misto de poesia
Do teu belo natural.


Medeiros Braga 




Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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ACHAMOS QUE VOCÊ QUER SABER

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.702

Geralmente quando as pessoas são aconselhadas pelo médico a trocar o açúcar pelo adoçante, existe uma enrolação. Muitos deles mastigam o assunto que não sai nada, entra numa perna de pinto e sai numa perna de pato. O cliente deixa o consultório sem nenhuma segurança na informação fajuta.  Portanto, uma explicação convincente é tão rara que resolvemos reproduzir alguns trechos da nutricionista islayne Nogueira, do site Tribuna Hoje, edição de ontem. A citada profissional diz quais são os tipos de adoçantes do mercado: “Assim como o açúcar o adoçante possui classificações. Eles são definidos por artificiais, que são ciclamatos de sódio, sacarina sódica, acessulfame, sucralose e aspartame; e os naturais: estévia (glicosídeos de esteviol), xilitol, maltitol e sorbitol”.
 
ESTÉVIA. Foto (Wikipédia).

Veja a recomendação: “Os adoçantes artificiais devem ser totalmente evitados, porque são constituídos por substâncias que ‘enganam’ o cérebro gerando uma determinada compulsão alimentar, e também possuem um efeito tóxico e cumulativo ao organismo”
Veja ainda: “(...) Os naturais são os únicos recomendáveis, pois conferem sabor doce sem causar uma resposta glicêmica relevante”.
Olhe o adoçante indicado:
“Para a utilização de adoçante em receitas, se houver necessidade pode utilizar o adoçante em receitas no geral. Mas, o único adoçante recomendado para esse fim é o estévia, não haverá nenhuma alteração na sua composição pela mudança de temperatura”.
A nutricionista fala que existem algumas recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes, onde a quantidade recomendada é calculada através do peso do indivíduo. “Porém, o ideal é sempre utilizá-lo em pouca quantidade ao longo do dia”.
Stevia é um pequeno arbusto perene nativo do Brasil e do Paraguai. É mais doce do que o açúcar doméstico, aproximadamente 10-15 vezes. Na sua forma mais comum de pó branco extraído das folhas da planta, chega a ser de 70 a 400 vezes mais doce que o adoçante natural.
Esperamos que essas importantíssimas informações tenham sido útil para a sua saúde e a dos seus familiares.


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SOU FILHO DE ALCINO, SIM SENHOR!

*Rangel Alves da Costa

De repente me esqueço de que sou ainda menino - aquele mesmo menino de banho nu debaixo de chuva e brinquedo de ponta de vaca pelos quintais - e me surpreendo matutando sobre o meu percurso de vida.
Menino sertanejo de Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, arribado pra capital aos onze anos, mas sempre com os pés fincados na aridez da terra e de cordão umbilical ainda preso na raiz mais profunda.
Em meio à reflexão, a recordação de meus pais e o quanto ainda sou daquilo tudo que um dia foram. Minha mãe Dona Peta, moça bonita, filha de Dona Marieta e Seu China do Poço (em cuja residência Lampião um dia dividiu a mesa com o Padre Artur Passos, mas não sem antes quase uma guerra ser declarada entre a cruz e a espada), despediu-se dessa vida sem jamais perder a candura sertaneja, numa docilidade de acalantar espinhos e flores.
Já o meu pai Alcino Alves Costa, igualmente poço-redondense de passo e estrada, e filho de Dona Emeliana e Seu Ermerindo, representou em vida a plena caracterização sertaneja, matuta, caipira, cabocla, ainda que tanto tivesse representado na política, na escrita, no verso, na sabedoria. Estudou somente até a quarta série primária, porém se fez doutor em tudo aquilo que lançou mão com afinco e perseverança.
Nasci junto com mais seis irmãos. E tenho tantos outros irmãos que nem sei a conta. Mas tenho muito mais irmãos. Todo sertanejo de Poço Redondo é meu irmão, e irmão de sangue, de destino e sina, de orgulho e dor. Como se vê, minha família é grande demais para eu ser sozinho.
Não sei se sou diferente dos demais, mas também sei que sou diferente. Explico. Talvez eu tivesse nascido para jamais colocar os pés na capital. Ainda hoje eu caminho sem jeito entre o cimento, o ferro e o asfalto. E daí muito do que meu pai um dia também pensou.
O amor de Alcino por Poço Redondo era tão grande que um dia abdicou da capital para retornar ao sertão. Era estudante no Colégio Manoel Luiz, em Aracaju, quando resolveu que seu mundo era outro: o sertão. Arrumou a mala e quase levanta voo.
Retornou ao sertão, colocou havaianas nos pés e nunca mais saiu. Mas eu não quis fazer assim e nem posso fazer assim. Eu tive que ficar para mais adiante, através do estudo, dignificar a terra que me viu nascer. Não sou egoísta, sempre prefiro oferecer a ter.
Na capital permaneci e me tornei o homem mais rico do mundo. Tenho ouro em mim, tenho tesouros em mim, tenho riquezas infinitas em mim: um sertanejo que aprendeu além dos livros. Aprendeu a ser humilde, aprendeu a pensar, aprendeu a equação exata entre o estudo e a sabedoria: a certeza que sempre se sabe tão pouco.
Não levo anel no dedo por que não preciso. Meu pai merecia muito mais que eu. Se há doutor de sertão ele era um. Mas o anel que carregou foi a havaiana nos pés e a persistência matuta em conhecer cada vez mais de sua terra, de seu povo, de sua história. Conheceu e não ficou pra si mesmo. Seu legado continua cada vez mais vivo.
E é neste passo que o filho de Alcino - que sou eu - se torna ainda mais filho de Alcino. Hoje ainda moro na capital, mas não levanto os pés de Poço Redondo. Pelas suas roupas ando de sapatos e chinelos, mas sempre arrastando as mesmas havaianas que um dia meu pai arrastou. Por quê?
Por que além de filho de Alcino tenho outro Alcino dentro de mim. Por que além de filho de Alcino tenho o mesmo sertão de Alcino dentro de mim. Por que além de filho de Alcino levo comigo as palavras de Alcino: ame seu sertão e faça seu sertão ser amado!
Não sou Alcino. Apenas filho. Mas queria ser o próprio Alcino revestido de vida. E de uma vida tão bela como as craibeiras no seu florescer. Mas a vida é flor de mandacaru. E dura tão pouco a flor do mandacaru.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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"O PASSADO E O PRESENTE UNIDOS EM UM SÓ SENTIMENTO"

Por Narciso Dias 

A garota CECÍLIA DO ACORDEON de apenas, 09 anos de idade, da pequena cidade de Redenção-CE, arrebentou tocando sanfona, como "gente grande", no último Cariri cangaço realizado na cidade de EXU (terra de Gonzagão).


Deixou todos boquiabertos com tamanha desenvoltura, simplicidade, simpatia e, um monte de adjetivos. Essa garota fantástica, vai longe. Só precisa ser lapidada com aulas de canto / música e, encontrar um empresário honesto que queira lhe ajudar. 

À Cecília toda nossa admiração e desejo de sucesso à nível nacional. 
(adendo Voltaseca Volta)

Foto: Narciso Dias

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CORISCO E SÍLVIO

Por Geziel Moura

A história de Sílvio Bulhões, o filho mais velho de Corisco,se confunde a de seu pai na história do cangaço, considero nele e dele um dos movimentos mais importante do Pós Cangaço.


Sílvio está longe de ser defensor apaixonado de cangaceiros, tem a plena ciência dos atos de Corisco, e não se orgulha disto, entretanto, sua visão não está no chefe cangaceiro, ele ocupou/ocupa a posição de filho legitimo de Cristino Gomes da Silva, o homem.



Assim, esta posição que ora refiro-me, proporcionou um caso de amor entre pai e filho, pouco usual, até mesmo naqueles que conviveram de forma presencial com os seus.


Sílvio foi encaminhado por, Corisco e Dadá, com pouco dias de nascido (1935) ao pároco de Santana de Ipanema, padre José Bulhões, com diversas recomendações por meio de cartas, e por encontrar na figura do padre e de sua irmã Liquinha (mãe adotiva), o acolhimento necessário e o amor sem medida, foi bem criado e se tornou um homem de bem e escolarizado.


Atualmente, aposentado como economista, relembrou algumas vezes comigo, os velhos tempos, em que combateu de forma tenaz, para que a cabeça e o braço mumificados de Corisco, que encontrava-se expostos no antigo Museu Nina Rodrigues, em Salvador (BA), desde 1940, fosse devidamente enterrada em local propicio, isto é no cemitério.

Lado direito Padre Bulhões

O certo é que conseguiu, sendo seu desejo realizado em 1969, ano da transferência dos restos mortais de seu pai do museu para o cemitério Quinta dos Lázaros, também em Salvador.


Sílvio Bulhões é um homem incrível no seu pensar, ele me disse assim: "Papai apenas mudou de local, a exposição ainda estava acontecendo" mesmo que não diretamente, o filho de Corisco não estava totalmente satisfeito.

Sílvio Bulhões

A plenitude de sua missão teve seu epílogo em dezembro de 2012, quando ele dirigiu-se a Salvador e mandou exumar e cremar os restos mortais de Corisco, sendo que no dia 26 de maio de 2013 (dia e mês da morte de seu pai), ele lançou as cinzas deste, em mar aberto de Maceió (AL) onde vive, agora sim meu pai está livre de curiosos, falou aliviado um excelente filho.


Faço um pequeno adendo nesta postagem, para que tenhamos cautela quando manifestarmos, nossas opiniões, sobre os atores do cangaço (Cangaceiros, Volantes e Coiteiros), pois estamos lidando com acontecimento recente de nossa história, em que tais atores, produziram filhos, netos, bisnetos e merecem todo nosso respeito, e estão mais próximos que imaginemos, se houveram erros já foram pagos, não precisamos sermos deselegantes e maldosos com seus descendentes.

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CONVITE!


Hoje, às 19h estão todos convidados a assistir ao primeiro episódio desta Minissérie sobre o cangaceiro Volta Seca. 


Comenta "quero assistir" e eu coloco o link assim que entrar no canal.

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A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA EM CORDEL


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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RIMANDO APRENDENDO


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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LAMPIÃO É CONVOCADO PARA COMBATER OS “REVOLTOSOS” Parte I


O Governo Federal, entre os anos de 1922 e 1926, na administração do Presidente Arthur Bernardes, fora marcada pela instabilidade política, herdada da crise econômica e dos conflitos políticos e revoltas armadas, que se intensificaram, mais ainda, neste período. O governo tenta impor o republicanismo oligárquico, o qual foi constantemente ameaçado por movimentos de conspiração civil e militar, então determina o “Estado de Sítio”, dispositivo que ampliava seus poderes no Executivo, reduzindo, ou diminuindo, o direito de liberdade individual.

Essa decisão, tomada por Arthur Bernardes, deixa-o com poderes para conter todo e qualquer movimento dos seus opositores, civis ou militares. Em contra partida, atinge de cheio o setor agrícola e leiteiro, causando descontentamento nos cafeicultores e produtores de leite das Regiões Sudeste e Sul, denominada, na época de “café-com-leite”.


O pessoal sul-rio-grandense afasta-se do governo e dos produtores do sudeste. Aos poucos, as lideranças oposicionistas, começam a recrutar aqueles que faziam parte das Forças Armadas e que estavam descontentes com aquela situação.

“(...) Objetivando obter o apoio dos militares, essas elites dissidentes vão explorar o descontentamento de setores do Exército com o regime republicano oligárquico em vigor. Progressivamente, vão se aproximar do movimento tenentista que mais uma vez eclodiria como uma insurreição armada (...).”( https://educacao.uol.com.br)


De certo, a juventude oficial do Exército brasileiro, o tenentismo, inicia um movimento que mais tarde levaria a Nação a uma guerra civil. Essa classe de oficiais militares, os tenentes, já havia feito um movimento semelhante no governo de Epitácio Pessoa, em julho de 1922, no Rio de Janeiro, Capital do País na ocasião, denominada de a “Revolta do Forte de Copacabana”. Em julho de 1924, já no governo de Arthur Bernardes, eclode na capital paulista novo levante armado, com participação daqueles que organizaram o do Rio de Janeiro, o qual transforma as ruas e avenidas da cidade de São Paulo em um campo de batalha, tanto arrochado fora que o governador do Estado, Carlos de Campos, tem que deixar a cidade às pressas para não ser morto.

“(...) São Paulo se transformou em campo de batalha com a ocorrência de inúmeros combates violentos que levaram o governador do Estado a abandonar a cidade (...).” (St. Ct.)

O governo federal envia tropas para abafar o levante tenentista na Capital Bandeirante. Conseguindo seu intento, obriga os tenentes ‘paulistas’ darem costa e saírem rumo à fronteira boliviana. Sabedores desse levante em terras paulistas, alguns oficiais partem do Rio Grande do Sul, sob o comando do Capitão Luís Carlos Prestes e encontram-se, em Foz do Iguaçu, com os que haviam partido de São Paulo, formando um contingente de mais ou menos 1500 homens. Essa nova tropa fica sob o comando do general Miguel Costa e do capitão Prestes, a qual, com seus movimentos pelo interior do país, transformam-se nos “Revoltosos”, recebendo o nome, o qual se eterniza na História, de “Coluna Prestes”. Entre os anos de 1925 a 1927 a “Coluna Prestes”, percorre cerca de 24 mil quilômetros dentro do território brasileiro, procurando incentivar a população, principalmente rural, se insurgir contra o Governo Federal. O interessante que não havia de fato um conjunto de ideias políticas que dessem sustentáculo a uma revolução.

“(...) O movimento tenentista deste período era portador de uma ideologia política difusa, ou seja, ainda não havia elaborado um conjunto de ideias que sustentasse um programa político revolucionário (...) a falta de uma maior vinculação orgânica com os setores civis urbanos levou o movimento tenentista a adotar uma postura que o afastou das alianças com os movimentos de massa (...) Como militares, os tenentes se consideravam guardiões da pureza das instituições republicanas e responsáveis pela "salvação nacional” (...). “ (Renato Cancian)

Para dar combate a esse movimento nacional, as Forças Legalistas não tinham aparato militar de locomoção nem sabiam combater em uma guerra de movimentos, então o Presidente Arthur Bernardos financia a formação dos ‘Batalhões Patrióticos’. Sobre os “Batalhões Patrióticos”, Arthur Bernardes tinha conhecimento de sobra, pois começou sua vida pública, se assim podemos dizer, alistando-se, em 1897, no “Batalhão Patriótico Bias Fortes” para combater os ‘Rebelados do Povoado de Canudos’, na Bahia.


Arthur Bernardes convoca para que compareça ao Palácio do Catete, sede do governo federal, no Rio de Janeiro, o deputado federal, pelo Ceará, o baiano Floro Bartolomeu. Incumbe o deputado de formar um ‘Batalhão Patriótico’ na cidade do Juazeiro do Norte, para defender o território cearense, para isso fornece-lhe grande soma em dinheiro, armas, munição e fardamento. Nesse momento da história, começamos a notar uma tendência dos governantes. A primeira coisa a chamar atenção é o porquê do presidente da República não ter chamado, convocado, ordenado, municiado e dado condições do governador do Ceará, na época, José Moreira da Rocha, combater a “Coluna Prestes”. Será por ser adversário político o governador na ocasião, ou será que usou o deputado Floro, exatamente por saber que o médico deputado não media esforços para cumprir uma missão? Isso ele demonstrou, muito bem, quando da Sedição de Juazeiro onde, na sequência, sob as ordens do Padre Cícero, conseguem tomar o governo cearense.

Os Batalhões Patrióticos tendo sido criados, dessa vez, para combaterem a Coluna Prestes, isso era prioridade, foram formados, por falta de tempo para darem instruções militares aos homens, por quem da espingarda já vivia, tais como pistoleiros, jagunços e cangaceiros. Além de serem homens que conviviam diariamente com a morte, conheciam o habitat como a palma de suas mãos. 

De posse da metade da soma em dinheiro prometida, mas, com armamento e munição fartos, Floro monta o Batalhão Patriótico da cidade de Juazeiro do Norte, CE, reduto político, econômico religioso do Padre Cícero.


“(...) Ao invés de convocar o governador José Moreira da Rocha para combater a Coluna Prestes, o presidente Artur Bernardes convocou Floro Bartolomeu, pois ele sabia que dando poderes ao deputado, era o mesmo que chamar os jagunços e coronéis do estado para lutar a favor do governo. Pois era de conhecimento de todos, o envolvimento de Floro com os "Coronéis” da região e de sua ligação com Padre Cícero (...).” (Igor Hamesh)

São “convocados” inúmeros combatentes para formação do Batalhão em Juazeiro. No entanto, devido às inúmeras derrotas dos Legalistas no percurso feito pela Coluna desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste, tanto Floro quanto o Padre Cícero, resolvem procurar um chefe cangaceiro que há vários anos demonstra ter conhecimento em estratégias de combate em guerrilhas, em guerras de movimento, mesmo sem nunca ter recebido instrução militar para tal, Virgolino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião” e seu bando. Então entram em contato, primeiramente com João e Ezequiel Ferreira, seus irmãos que estavam em Juazeiro havia já um bom tempo.

Em 1926 Lampião já havia imposto várias derrotas as Forças Públicas de três Estados da Região Nordeste, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Seu nome e sua foto já ‘perambulavam’ de vespertino em vespertino, de periódico a periódico, sem falar na propagação oral onde atingia os moradores nos mais longínquos lugares nas brenhas do sertão, e isto, não só nos estados citados, mas em todo território nacional.


Após a morte de seus pais, Lampião envia seus irmãos pequenos para que ficassem sobre a proteção do coronel Zezé Abílio, de Bom Conselho, PE. As perseguições se intensificam, as fugas e confrontos tornam-se costumeiros e, pensando no bem estar dos irmãos, talvez pelo que tenha acontecido com João Ferreira, seu irmão, que fora preso em Água Branca, mesmo sendo apenas uma criança, Virgolino resolve enviá-los para Juazeiro do norte, no Ceará, para que ficassem sob a proteção das ‘asas’ do Padim Pade Ciço, Padre Cícero Romão Batista. O “Rei do Cangaço” entra em contato com o padre em Juazeiro e este se prontifica em cuidar dos irmãos menores dos Ferreira.


Floro Bartolomeu, ao chegar ao chegar de trem em Juazeiro do Norte, no dia 2 de janeiro de 1926, vindo da Capital do país, vem acompanhado com um contingente de 360 soldados do Exército brasileiro comandados pelo major Polidoro Coelho. Polidoro parte imediatamente a chegada, isso no mesmo dia, rumo à cidade de Campos Sales, no sul do Estado cearense, a fim de formar uma barreira contra os “Revoltosos”. Floro permanece em Juazeiro formando o Batalhão Patriótico. Tendo conseguido formar uma tropa em torno de mil homens, todos jagunços fornecidos pelos ‘coronéis’ cearenses, sete dias depois, no dia 9 de janeiro de 1926, parte para encontrar-se com o major. Ao chegar a Campos Sales, Floro tem um desentendimento com o major Coelho, e esse segue para a capital do Estado, Fortaleza.

O comandante geral do Estado Maior do Batalhão Patriótico do Juazeiro, coronel Pedro Silvino, leva a presença de Floro Bartolomeu dois jovens, sendo um deles, contratado para transportar a munição da tropa, já que eram almocreves.

Esses jovens eram os irmãos João e Ezequiel Ferreira, irmãos mais novos de Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião. Logicamente que Floro interroga o jovem sobre seu irmão. Após um breve interrogatório chega à conclusão que deveria usar a valentia de Virgolino contra a coluna dos Revoltosos. Segundo Magérbio de Lucena em seu “Lampião e o Estado Maior do Cangaço”, “Chegou-se à conclusão que o cangaceiro, cujo nome era legenda de valentia, deveria ser convocado. O posto seria de capitão comissionado e, se bem sucedido na campanha, receberia do Presidente da República o indulto pelos seus crimes.”

O médico escreve a carta onde convocava Virgolino Ferreira para fazer parte do Batalhão Patriótico, recebendo a patente de capitão ali mesmo, em Campos Sales, no sul do Ceará. Advertido, provavelmente por João Ferreira, Floro fica ciente de que, se a missiva chegar às mãos de Lampião só com a sua assinatura, pessoa que ele não conhecia, ele jamais viria, não confiava em muita gente, e uma das poucas em quem confiava era no Padre Cícero. Então, através do rábula José Ferreira de Menezes, o deputado envia a carta/convocação para Juazeiro do Norte para que fosse assinada, também, pelo sacerdote. Após ler o conteúdo, Padre Cícero assina a carta. Essa é...

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A JUREMA É PRA CARVÃO

Por Poetisa Dalinha Catunda

A JUREMA É PRA CARVÃO
*
Não me ofereça estaca
Que não tenho precisão
Quando comprei meu roçado
Eu cerquei foi com mourão
E pra você não pular
Na cerca mandei plantar
Urtiga e cansanção.
*
Aqui na minha fazenda
Tem angico e imburana
Não me falta sabiá
Só não quero pé de cana
Não venha com: ora poxa!
Pois sua jurema roxa
Aqui não é soberana.
*
Para falar a verdade
E acabar a discussão
A sua jurema roxa
Só serve para carvão
Eu não tenho fogareiro
E só uso marmeleiro
É a lenha meu fogão.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda



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O PROFESSOR RUBENS ANTONIO E O SEU TRABALHO DE, OU EM, ARTES: COLORIR DIGITALMENTE.


Sálvio Siqueira
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ZÉ DO BIGODÃO. GENTE DE POMBAL DA DÉCADA DE 1970.

Por Jerdivan Nóbrega Araujo

"Bar de Maria de Biró,
Zuca fabricando móveis
Zuza realizando bingos,
seu Lau fabricando lamparinas,
Bicho no cambista, crediário nas Lojas Paulistas.
Zé do Bigodão a Rua Estreita de saudades ilumina"


Zé do Bigodão era eletricista da prefeitura de Pombal em tempo integral. Morava na rua José Rufino, por trás da casa de Seu Valério (mais acima um pouquinho). Ele era o cara mais abusado que eu já conheci.



Logo que foram instaladas as lâmpadas fluorescentes nas principias ruas de Pombal, era ele o responsável a sair de rua em rua com um grande vara nas maos, de mais de três de comprimento, com a qual acionava a chave que ligava as lâmpadas, voltando a fazer o contrário logo que amanhecia o dia.


Quando eu digo que Zé do Bigodão era eletricista em tempo integral, é por que eu nunca o vi sem que ele estivesse com suas ferramentas de trabalho em um cinto de mil utilidades em sua cintura.


Mas também, além de abusado pra cacete , Zé do Bigodão era um exibicionista. Quando ele estava em cima de um poste fazia de tudo para chamar a atenção.

Era também um grande assobiador: andava pelas ruas da cidade sempre assobiando uma canção, e quando do alto dos postes que passava alguém ele gostava de assobiar para chamar a atenção para si.

Acho que ele esperava as que pessoas se aglomerassem ao pé do poste para poder acionar o acendimento das lâmpadas.

Zé do Bigodão casou já com idade bem avançada e era extremamente ciumento. Acredito que não deixou filhos.

Certa vez Zé do Bigodão passou em um “beco” que liga a José Avelino com a José Rufino entre a casa de Seu Valdemar Severo e as duas casas da SAOB, e viu uma mulher casada( dona Juvina) conversando com um homem que não era seu marido. Na manhã seguinte ele pegou um pincel e com tinta vermelha fez ali a seguinte pichação “BECO DO BOI”.
Esse era Zé do Bigodão.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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