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segunda-feira, 16 de junho de 2014

IRRECONHECÍVEL SERTÃO

 Por Rangel Alves da Costa*

Sendo a vida um percurso e a existência um caminho de um ponto a outro, logicamente que as transformações serão inevitáveis. A feição de ontem já ganhará outra forma amanhã, o que é de um jeito mais adiante não será mais, eis que tudo se modificando para se desenvolver.

Desse modo, não seria de se esperar que hoje se pudesse dispor do mesmo sertão de antigamente. Aquele sertão de viventes nas distâncias áridas, de vaqueiros enveredando nas imensidões das matarias em busca de boi brabo, quase não existe mais. Difícil encontrar os autênticos sertanejos em suas casas singelas, sob a luz do candeeiro e a paz reinando no seu dia a dia.

Foi-se o tempo da panela de barro, do fogão de lenha, do aió, do embornal, da apracata de couro cru. Foi-se o tempo do leilão e da quermesse, das vizinhas nas calçadas, da carne de bode fresquinha sendo comprada no pé de pau. Sumiram as velhas rezadeiras, as negras parteiras, as lavadeiras passando com suas trouxas na cabeça. De tudo isso ainda existe, mas não com a pujança de antigamente.


Mas ninguém jamais pretendeu que o sertão estancasse no tempo e eternamente vivesse com aquela feição de porteira e curral, de chapéu de couro e embornal, de lama no pote e pingo d’água na moringa. Um dia o sertanejo haveria de abdicar do carro de bois, dar descanso ao seu burro ou jumento de carga, apagar a luz do candeeiro. E assim aconteceu pelos chamados do desenvolvimento, ainda que sem o progresso.

Contudo, as mudanças não deveriam ser tão rápidas, tão medonhas, verdadeiramente assustadoras. Pode-se afirmar com segurança que num confronto entre o passado e o presente, o sertão está irreconhecível. E assim porque isto que se tem por sertão, somente lhe resta o conceito geográfico e alguns resquícios da vegetação nativa. O resto não faz nem sombra ao que de bom e verdadeiro existia.

Será preciso saber que fim levou o autêntico forró, o legítimo chinelado pé-de-serra com sanfona, triângulo e zabumba. Será preciso saber por onde andam as cavalhadas matutas, os pega-de-boi na mataria fechada, as mãos calejadas moldando no barro o pote, o tacho, a moringa, os velhos ferreiros e sapateiros nos seus ofícios tão importantes. E também alguém poderia dizer por onde anda a paz sertaneja, o velho e amigueiro sertanejo, o nobre e humilde povo que nunca esmorecia debaixo das inclemências.

Antigamente, de canto a outro todo mundo conhecia todo mundo. Sabia por quem os sinos dobravam, choravam nas sentinelas noites adentro. Um tempo de vizinhos que se serviam e se ajudavam, de amigos proseando debaixo dos pés de pau, de amigas se refrescando nas cadeiras espalhadas pelas calçadas. Menino correndo nu rua acima e rua abaixo em época de chuvarada era a coisa mais normal do mundo.

O remédio estava no quintal, na planta medicinal tão conhecida por todos; quintais com árvores frutíferas, galinhas ciscando pelos monturos e ovos garantidos para a mistura com o toucinho e o cuscuz de milho ralado. Ainda hoje recordo da festa no apetite e do aroma que tomava as ruas sertanejas quando Dona Lídia levantava a tampa da chaleira com café batido em pilão e depois transformado num negrume oleoso dos deuses. E logo as filas se formavam para experimentar um tiquinho.

Disso tudo, quase não há mais no sertão. Mas como afirmado, teria que ser assim mesmo em obediência aos novos tempos que surgem. Contudo, são outros aspectos que acabaram transformando totalmente a região e tornando o sertão apenas num lugar qualquer, e com as consequências nefastas das novidades, dos modismos e dos comportamentos absurdamente corrompidos.


Perante a abundância de ontem, hoje praticamente não existe mais mata fechada nem os troncos desnudos das grandes árvores tipicamente sertanejas. A fauna nativa, desde o preá à codorna, desde muito que rumou apressada para outras distâncias. As estradas e veredas não mais recebem os bichos de montaria e seus viajantes, mas apenas os roncos e as velocidades mortais das motocicletas.

Sim, o sertão sempre foi violento, mas de uma violência de valentia e não de covardia. Houve um tempo de confrontos sangrentos, verdadeiramente insidiosos, mas não nessa brutalidade gratuita e motivada apenas pelo prazer da ilicitude e da transgressão à lei. E também houve um tempo que o sertão era do sertanejo e não desses forasteiros que chegam invadindo tudo e transformando a terra sagrada num lugar de ninguém.

Por isso é preciso muito cuidado ao dizer que vai ao sertão, que está ou vive no sertão. De tudo só resta a ideia e o conceito. O sertanejo existe sim, mas o sertão só é encontrado através da recordação daquilo que um dia existiu.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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“GAZETA DO POVO” (JORNAL SERGIPANO) – 30/12/1926 - UMA CURIOSA CARTA DE LAMPIÃO


“NÃO TENHO MÁ VONTADE PARA COM O CEARÁ, DECLARA”

E no final acrescenta:

“NÃO SOU MOLEQUE PARA ANDAR COM HISTÓRIAS ERRADAS”

Do “Correio do Ceará”, de 11 do corrente, trasladamos para as nossas colunas a seguinte interessante carta de Lampião dirigida a certo senhor, de Mauriti:

“Major Pedro Augusto.

Boas saudações.

Hoje mesmo estive com um rapaz seu. Apois veja como um homem faz. Este disse que vinha para me auxiliar. Apois inda outro dia conversei com um filho do delegado e dei todas minhas opiniões: que não tenho má vontade para este Estado, como tenho provado. Não acho direito é vocês estarem armados e juntando gente. Isto não está direito. Preciso dar passagem deste lugar e não quero alarme no Ceará. Bem. Quero ser amigo dos senhores e mais nada. Não sou moleque para andar com histórias erradas.

(a) Virgulino Ferreira, vulgo Lampião.”

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho.

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SBEC 21 anos

Por Kydelmir Dantas

Prezados sócios e pesquisadores... 

A SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço completou a 13 de junho deste ano sua maioridade...

São 21 anos dedicados a cumprir com o seus ESTATUTOS que rezam:

Estudar, pesquisar e trabalhar temas ligados ao Nordeste brasileiro como: cangaceirismo (Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Antonio Silvino, Lampião, etc); coronelismo (Delmiro Gouveia, Chico Heráclito, etc.); literatura de cordel (Leandro Gomes de Barros, João Martins de Atahyde, Patativa do Assaré, etc); misticismo (Antônio Conselheiro, Zé Lourenço e outros); religião (Padre Cícero, Padre Ibiapina, Frei Damião);artesanato (Barro, madeira e palha); revoluções brasileiras (Revolução de 30, Coluna Prestes, etc.); Música Popular Nordestina (Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale, etc); meio ambiente (Migrações, ecologia, secas, etc.)


Desde aquele 13 de junho - data da fundação que contempla a Resistência de Mossoró ao ataque dos cangaceiros de Lampião - que a SBEC expandiu seu campo de atuação e conquistou novos sócios, admiradores e pesquisadores dos temas que aos seus estatutos estão relacionados, em todo o Brasil e até no mundo.


Foto do fórum que reuniu pesquisadores do RN e dos seus sócios fundadores - identificados pelos círculos - , com a presença de alunos do curso de História da UERN.

Desejamos vida longa à SBEC e sucesso a nova Diretoria.

Kydelmir Dantas
MOSSORÓ - RN
Fone: (0xx - 84) - 3323 2307

Enviado pelo poeta, escritor, ex-presidente da SBEC, pesquisador do cangaço e gonzaguena Kydelmir Dantas


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Comentário do pesquisador Sérgio Dantas sobre a morte do cangaceiro Vinte e Cinco

Por Sérgio Dantas
Pesquisador Sérgio Dantas e o cangaceiro Vinte e Cinco

Ficam aqui as nossas condolências aos familiares do sr. José Alves de Matos, o 'Vinte e Cinco'. Estivemos com ele em apenas duas oportunidades: 2007 e 2008 - em conversas agradáveis, que nos renderam pouco mais de duas horas de entrevista (em áudio, somente).

Infelizmente, não o encontrei mais nos anos seguintes, devido ao sempre complicado estado de saúde deste. Preocupada com frequentes acessos de tosse e crises de asma, de fato, a sua família passou a limitar as visitas de terceiros.

Se vai, hoje, um arquivo vivo daquele tempo sombrio de nossa História. Possivelmente, este seria o último cangaceiro de Lampião (salvo se ainda exista algum resguardado pelo anonimato..).


Das mulheres cangaceiras, nos resta Dulce; apenas.

Que o sr. José Alves de Matos, o 'Vinte e Cinco', possa descansar em paz!!

Saudações
Sérgio Dantas.'.
NATAL

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2014/06/adeus-vinte-e-cinco.html
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Zé Baiano - a Pantera Negra dos Sertões"


Zé Baiano o a Pantera Negra foi um cangaceiro que integrou o bando de Lampião. Conhecido por sua crueldade tinha o costume de marcar com um ferro em brasa as iniciais "JB" no rosto ou no púbis de mulheres de cabelo curto ou por estarem usando vestidos cujo comprimento ele considerava inconveniente, passando a ser conhecido por isso como o "ferrador de gente". 


Devido a cor de sua pele, foi apelidado também de "pantera negra dos sertões". Liderou seu próprio bando, em companhia do qual foi morto em 1936 após uma emboscada em Alagadiço, povoado do município de Frei Paulo.


Lampião e seu bando invadiram Alagadiço pela primeira vez em 1930, arrombando casas e roubando pertences dos moradores. Pelo povoado estar em uma posição estrategicamente privilegiada, e por não contar com destacamento reforçado de polícia, os cangaceiros transitavam livremente pela região. 

Lampião voltou mais três vezes à Alagadiço; na segunda ocasião, procurou o coiteiro Antônio de Chiquinho, querendo informações sobre um destacamento policial que perseguia seu bando.


A última visita de Lampião ao povoado foi em 1934, quando deixou Zé Baiano no comando da região. Acompanhado de seus comparsas Demudado, Chico Peste e Acelino, ele aterrorizou a localidade, cometendo atrocidades, saqueando e impondo sua própria lei em Frei Paulo e vizinhanças. O bando costumava esconder-se da polícia nas casas de fazendeiros, ou então na mata, mas foi o coiteiro Antônio de Chiquinho que acabou pondo um fim ao reinado de criminalidade de Zé Baiano.


Cansado de ser perseguido pelos policiais devido ao envolvimento com o cangaço, o comerciante armou uma emboscada aos criminosos.

Durante uma entrega de alimentos em 7 de julho de 1936, acompanhado dos conterrâneos Pedro Sebastião de Oliveira (Pedro Guedes), Pedro Francisco (Pedro de Nica), Antônio de Souza Passos (Toinho), José Francisco Pereira (Dedé) e José Francisco de Souza (Biridin), Antônio deu fim a Zé Baiano e seu bando. Manteve segredo do fato durante quinze dias, temendo represálias de Lampião. O cangaceiro, contudo, decidiu não se vingar após ser convencido por Maria Bonita que o empreendimento poderia ser perigoso, pois o povoado contava com a presença de um canhão.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Baiano

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Dominguinhos O Neném de Garanhuns


Para adquiri-lo entre em contato com o autor Antonio Vilela de Sousa pelo e-mail:

incrivelmundo@hotmail.com

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APÓS ALTA, SCHUMACHER DÁ ENTRADA EM HOSPITAL SUÍÇO


Lausanne (AE) – Horas depois de receber alta e deixar o hospital em que estava internado na França, nesta segunda-feira, o heptacampeão de Fórmula 1 Michael Schumacher deu entrada em um outro hospital, da Universidade de Lausanne, na Suíça. A informação foi confirmada pelo porta-voz do local, Darcy Christen, que, no entanto, não deu maiores informações sobre o estado de saúde do ex-piloto alemão.

Schumacher estava internado na cidade de Grenoble desde o dia 29 de dezembro do ano passado, quando sofreu um grave acidente de esqui. Nesta segunda-feira, no entanto, a representante do alemão, Sabine Kehm, surpreendeu ao anunciar que ele havia saído do coma e recebido alta do hospital francês.

A notícia gerou euforia no mundo do automobilismo e na Alemanha. Última equipe defendida por Schumacher, a Mercedes usou as redes sociais para se manifestar. “Notícias alentadoras esta manhã. Não podíamos pedir um melhor começo de semana. Siga lutando, Michael”, escreveu em sua página no Twitter.

O ex-piloto, de 45 anos de idade, foi internado com graves lesões na cabeça poucas horas depois do acidente que sofreu nos Alpes franceses, na estação de esqui de Meribel, onde o capacete que usava chegou a rachar por causa do forte impacto que teve com uma rocha no momento da queda.

Com o alemão em estado grave, os médicos optaram por colocá-lo em coma induzido, para que seu cérebro pudesse repousar e que a inflamação e inchaço no local fossem reduzidas. Ele também foi operado para eliminação de coágulos de sangue, mas alguns deles estavam muito profundos. Por isso, ainda é uma incógnita a sua situação neurológica.

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ALTO SERTÃO QUASE MATA ESCRITORES

Por Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2014 - Crônica Nº 1.210
Marcello e Clerisvaldo no Cava Ouro

Tudo aconteceu no último sábado (14), no bioma caatinga do alto sertão alagoano. O cenário do verde exuberante ao pé da serra do Talhado e a paisagem de fundo com a famosa serra do Taborda formaram um quadro perfeito para um dia triunfal da cultura nordestina. 

Cangaceiro Marcello e seu cachorro Guarani

Ali, no sítio Cava Ouro, lugar acostumado a eventos de amor a terra, foram homenageados os escritores “lampiônicos”, Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, autores do livro “Lampião em Alagoas”.


Numa iniciativa do fazendeiro Edson Vieira, diretor de escola e, seu filho Edson Vieira Júnior, professor, essa fazenda do Sítio Cava Ouro, município de Senador Rui Palmeira, lançou o livro citado acima, quando dezenas de exemplares foram vendidos  e autografados pelos autores santanenses. Logo cedo teve início os festejos com muita música pelos convidados cantores Ferreirinha e Manezinho, o “Imperador do Forró”. Familiares, parentes e amigos do senhor Edson Vieira, demonstraram que a área rural do município de Senador Rui Palmeira está completamente integrada à cultura e aos diversos movimentos sociais que mobilizam a região.

 Após o lançamento do livro “Lampião em Alagoas” e saboroso almoço com cardápio típico regional, a festa prolongou-se pelo dia inteiro com viola, triângulo, pandeiro e zabumba zoando pelo raso de caatinga, lembrando as paradas festivas do cangaço.

Entre os presentes estava o senhor Edimário Rodrigues, secretário da Agricultura do município que antes se chamava Riacho Grande.

Secretário da Agricultura, Edimário Rodrigues entre os escritores.
Autores em dia de autógrafos.

O livro apreciado por todos, também descreve um episódio acontecido quando o povoado Riacho Grande pertencia a Santana do Ipanema. A investida do bandoleiro Virgulino Ferreira, o Lampião, sobre a família Wanderley que habitava o povoado, a fuga dessa família e o assassinato por Lampião do vaqueiro Pedro Breba.

No mês de agosto os escritores também lançarão livros na própria cidade de Senador Rui Palmeira, capitaneados por Edimário Rodrigues, o secretário de Agricultura.

Diante da impagável recepção dos Vieira, elogios, páginas musicais e sinceridade por um dia completo, o alto sertão de Alagoas quase mata os escritores de carinho e emoções.

Durante o retorno, à boquinha da noite, somente muito tempo depois de cruzarmos o Riacho Grande ─ ribeira criativa irmã do nosso rio Ipanema ─ foi que a ficha caiu.

O sítio Cava Ouro sai na vanguarda rural da realidade literária.

* Fotos: Edson Vieira.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/06/alto-sertao-quase-mata-escritores.html

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Morreu o ex-cangaceiro Vinte e Cinco


Morreu neste domingo (15), José Alves de Matos, de 97 anos, tido como o último cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Ele era conhecido como “Vinte e Cinco” e faleceu em um hospital particular de Maceió, em decorrência de problemas de saúde causados pela idade avançada, segundo seu neto, Cleiton Matos. O local e o horário do seu enterro ainda não foram divulgados pela família.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Vinte e Cinco vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs e depois que seu pai casou novamente nasceram outros cinco homens e três mulheres. Nascido em Paripiranga, na Bahia, Matos ficou conhecido como Vinte e Cinco por ter entrado no bando de Lampião no dia 25 de dezembro de 1933. Segundo os pesquisadores, ele foi um dos poucos a escapar do massacre no cangaço.

Quando acabou o período do cangaço ele se entregou para a polícia e ficou preso em Sergipe por quatro anos. Na cadeia, o ex-cangaceiro estudou e conseguiu entrar na Guarda Civil da Bahia.

Cangaço

O cangaço foi um dos últimos movimentos do nosso país de luta armada e de classe pobre que dominou por um longo período de tempo o nordeste brasileiro. Virgulino Ferreira conhecido como Lampião foi um dos maiores líderes da história dos movimentos armados independentes do Brasil.

Em julho de 1938, chegava ao fim a trajetória do líder cangaceiro mais polêmico e influente no cangaço. A versão oficial conta que Lampião e a maior parte de seus grupos estavam acampados em Sergipe, na fazenda Angicos, quando foram surpreendidos. Ao todo foram 11 cangaceiros mortos, entre eles Lampião e Maria Bonita, sua esposa. As cabeças deles ficaram expostas nas escadarias da Prefeitura de Piranhas, interior de Alagoas. (G1 AL)

Fonte: facebook
Página: Paulo George

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O Ccoroné e a partida de futibó. (cel. Chico Heráclio)


Autor: Sanderson Negreiros
fonte: Tribuna do Norte..edição 06-4-14
(* ) veja a matéria completa na parte dos comentários

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Final

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta


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A Colher de Prata de Lampião

Por Geziel Moura
Narciso Dias, Geziel Moura, Jorge Remigio e Jair Tavares em dia de Cariri Cangaço

Há muito que as peripécias de Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampião tem sido onipresentes no imaginário de várias gerações de escritores, poetas, repentistas, músicos, sertanejos, e estudiosos que militavam/militam na área da pesquisa cangaceirista, como elemento demarcador de sua onipotência. Essa imagem que compôs o cenário de minha trajetória como leitor da temática lampiônica vem sendo amplamente ratificada e/ou citada por vários autores.

Ainda na perspectiva do que se criam/creem, sobre os feitos extraordinário e até mesmo sobre-humano de Lampião, pretendo por meio deste ensaio, fazer tessituras que poderiam ajudar a pensar sobre tais feitos, muitas das vezes, transcendentais daquele cangaceiro. Contudo, não me detive ao longo deste estudo, na formulação de juízos de valores dos métodos historiográficos utilizados por pesquisadores da área, se eram eficazes ou não, se estavam certos ou errados. Minha intenção foi confrontar as manifestações literárias daqueles autores, com o que a ciência aponta sobre o tema elencado.

Colher de prata da época do cangaço, acervo João de Sousa Lima

Nesse sentido, muitos textos lampiônicos, atribuem a Virgolino Ferreira da Silva, a rotineira análise toxicológica em alimentos, sólido e/ou líquido, oferecidos por pseudos-coiteiros, supostamente contaminados por venenos, sendo que a detecção de tal substância mortífera era realizada, pela mudança de coloração assumida por uma colher de prata, que entrava em contato com tal alimento.Sobre aquela mudança de coloração ocorrida na colher “especial” de Lampião, Mota (1976, p.09) diz:

"No sertão pernambucano, uma mulher pretendeu envenená-lo. Lampião convidou-a a beber da cachaça em primeiro lugar. Ela desculpou-se, alegando que estava purgada. Virgolino tirou do embornal uma colher de prata e meteu-a no copo. A colher enegrece. Lampião percebe a cilada, agarra pelos cabelos a ousada sertaneja, amarra-a ao tronco de uma árvore, embebe-lhe de querosene as vestes e queima-a viva, desfechando-lhe, por fim, um tiro de misericórdia no seio estorricado” (grifo nosso).


Por essa manifestação, podemos inferir que o tempo para que a colher de prata mude de cor, ou seja, ocorra reação de oxidação é reduzido e quase que instantâneo ao contato com o alimento envenenado. Entretanto, o escurecimento da prata ocorre ao longo de tempo razoável, em decorrência do contato deste metal com o oxigênio, presente no ar e com compostos contendo enxofre, produzindo uma camada de Sulfeto de prata (Ag2S), de matiz azulada, e que torná-se escura ao longo de reação lenta.Geralmente os compostos sulfurados, estão presentes em ambientes, cuja poluição do ar encontrá-se em nível elevado.

Por outro lado, quero analisar formas de detecção da presença de possíveis venenos, usualmente utilizados naquela época, e para isso elegemos os seguintes: Estricnina, Arsênico e Cianureto.Ressalto que poderia existir outros tipos de venenos, sendo esses os mais comuns.

Geziel Moura
Pesquisador

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