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domingo, 3 de agosto de 2025

TENENTE JOÃO BEZERRA, O MAÇOM QUE DEU CABO DE LAMPIÃO

Por Alexandre Lopes Fortes


“O Batalhão Tenente João Bezerra da Silva – 3º BPM, relata a passagem de um dos homens que mais marcaram a briosa Polícia Militar do Estado de Alagoas, rendendo-lhe esta justa homenagem, provocada por seu grandioso feito histórico.

Trajetória
 

 
Nasceu no dia 24 de junho de 1898, na Serra da Colônia, Município de Afogados da Ingazeira – Estado de Pernambuco. Seus pais: Henrique Bezerra da Silva e Marcolina Bezerra da Silva, eram pequenos fazendeiros e tiveram sete filhos: João, Cícero, Amaro, Manuel, José, Vitalina e Maria.
Com vontade de aprender a ler, trazia consigo sempre, uma “carta de ABC” (cartilha) e um “ponteiro” (lápis). Aos oito anos, já ajudava seu pai na agricultura e na criação de animais.

Ironicamente, teria aprendido a atirar com Manoel Batista de Morais, popularmente conhecido como Antônio Silvino, “O Rifle de Ouro”, também de Afogados da Ingazeira/PE, que era primo de João Bezerra em segundo grau, tornando-se em um exímio atirador.

Antonio Silvino foi conhecido no sertão como um dos homens mais valentes do Nordeste antes de Lampião, tendo sido ainda testemunha do assassinato do jornalista João Dantas na penitenciária de Recife, que era o assassino do ilustre paraibano João Pessoa, contrariando a versão oficial da época de que dizia ter sido suicídio.

Aos quatorze anos, Bezerra fugiu de casa após ter sido surrado pelo pai, por ter desobedecido à proibição de namorar uma moça, fugindo para o Recife/PE. Já demonstrava uma personalidade marcante, corajosa e propensa à aventura. Um menino sertanejo, desbravando a Capital. A partir daí, foi carregador de carvão de pedra no cais do porto; ajudante de soldado; assentador de dormentes em linha férrea; trabalhador de pedreira e de lavoura. Após um ano, voltou para casa e montou um comércio (uma pequena bodega), onde vendia de tudo.

No tempo em que passou com a família na sua cidade natal, realizou o incrível feito de matar uma onça, que de tão grande assustava a todos do lugar e dizimava as criações das fazendas, o que o tornou já famoso nas imediações onde morava, fazendo-o receber muitos presentes dos proprietários de terra da região.

Tempos depois, foi forçado a sair do seio familiar; indo trabalhar com um dos maiores inimigos de Lampião, o famoso Coronel José Pereira, em Princesa/PB, de onde partiu para Maceió, no Estado das Alagoas para “sentar praça”. Iniciou sua carreira em 1919, na Policia Militar de Alagoas, como policial contratado para integrar as “volantes”, sendo incorporando definitivamente, em 29 de março de 1922, onde permaneceu por 35 anos e 07 meses.

Prestou serviço no 2º Batalhão de Infantaria, deslocado para Santana do Ipanema/AL, para combater o banditismo que assolava a região sertaneja, de onde saiu para o combate de angicos, hoje 3º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Arapiraca/AL.

Foi 2º Sargento em 29 de março de 1922, e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com os bandidos, tendo de uma feita, morto três dos comparsas de Lampião. Sendo considerado oficial valoroso da Polícia Alagoana e de imediata confiança do governo.
Casou-se com Cyra Gomes de Britto, em Piranhas/AL, no ano de 1935, que em entrevista ao Jornal do Bandepe em 1985, confirma a natureza valente e perspicaz de seu marido, que chegava a passar meses no encalço dos cangaceiros, vindo inclusive a ignorar o nascimento de sua primeira filha, por estar em missão na caatinga, tendo em vista ter empenhado sua palavra de capturar Lampião.
Foi Maçom, alcançando o 18° grau na instituição em que participava.

Assentamentos Militares

Foram 19 Nomeações de comando, incluindo o de Comandante da Corporação (Apesar de não estar incluído no histórico de comandantes da Polícia Militar de Alagoas, devendo ter assumido o Comando Geral em algum espaço entre nomeações deixados por algum comandante entre 1950 e 1954);

12 Nomeações para delegado em diversas cidades de Alagoas, designações concedidas após o combate em angicos.

Participação como “Chefe de Volante” por um período de 12 anos, travando 11 combates com os grupos de cangaceiros, entre eles, os chefiados por Luiz Pedro do Retiro, Corisco, Gato, Zé Baiano, Português, Manoel Moreno, Moita Brava e por último com o famoso Lampião, o mais importante desses combates, que foi travado na Grota de Angicos, atual Município de Poço Redondo, estado de Sergipe, no qual ocorreu a morte de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), sua companheira Maria Gomes de Oliveira (Maria Bonita), e dos cangaceiros: Luiz Pedro, Quinta-feira, Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.

Participação em diversas missões fora do Estado, com os contingentes alagoanos, entre elas: Combate à Coluna Prestes, em 1925; Deposição do governo Washington Luís, em 1930 e Revolução Constitucionalista em 1932.

Nomeação como Prefeito Interventor da cidade de Piranhas/AL, no ano de 1933.
Durante a sua vida militar, recebeu diversos elogios por seu desempenho nas missões em que participou, conforme foram publicados nos boletins da Policia Militar de Alagoas. Entre eles:
Elogio do Comandante do 2º Batalhão;

– Louvor do Coronel Lucena comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl., de 17 de dezembro de 1938.

“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontaneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra a horda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinham sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo. Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre

“Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal“.

Elogio do Comandante da Corporação;

“Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou. O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele granjeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

Coronel EB Carlos Eugênio Pires de Azevedo – Comandante da Polícia Militar de Alagoas em 6/12/1970, quando da ocasião de seu sepultamento em Maceió.

Elogio do Interventor Federal;
Elogio do Governador do Estado;
Elogio do General de Exército;
Elogio do Presidente da República.

Tendo sido inclusive recebido no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, no ano de 1938, pelo então Presidente Getúlio Dorneles Vargas, que nutria grande interesse pela campanha contra o cangaço, em virtude do sucesso da missão em Angicos.
Elogio da população de Piranhas/AL

Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, a espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Oferece o povo de Piranhas. ”

Foi para a reserva da Polícia Militar de Alagoas em 04 de novembro de 1955, quando passou a dedicar-se à agricultura e à pecuária.

Faleceu na cidade de Garanhuns/PE, no dia 04 de dezembro de 1970, vitimado por um acidente vascular cerebral, recebendo alusões honrosas pela Câmara Municipal daquela cidade.

Seu corpo foi velado no quartel do Comando Geral da Polícia Militar de Alagoas, e em seguida sepultado com honras militares no mausoléu da maçonaria em Maceió, como última homenagem da Corporação em satisfazer o pedido do próprio João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano. Anos mais tarde seu corpo foi transladado para o Estado de Pernambuco, a pedido de sua família.

João Bezerra foi um perseguidor empenhado em não dar trégua aos cangaceiros, reconhecido pelos seus pares e superiores, ao ponto de ganhar de Lampião o apelido de “Cão Coxo”, coxo em decorrência da redução de 04 centímetros em uma das pernas, causada por um ferimento em combate, e cão, pela valentia e destemor que apresentava nos combates. Em entrevista dada pelo então Capitão Manuel Neto, outro grande oficial das volantes, após a morte de Lampião, referia-se a Bezerra dizendo: – “O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia Alagoana e dos Estados vizinhos”.

Era homem obstinado, desbravador e estrategista. Cidadão honrado, decidido, extremamente observador, perspicaz e de muita fé. Seus passos foram cuidadosamente planejados, prevalecendo sempre a sensatez e a dignidade. Incansável na luta contra o banditismo. Seus contemporâneos sabiam do seu empenho, da sua responsabilidade e do seu valor: Nada em sua vida parecia ter sido por acaso.

Frases de João Bezerra

“Soldado não briga deitado. O que eu encontrar deitado, ou outro qualquer encontrar deitado, atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim também.” (Frase proferida antes do confronto em Angicos).

“Para vencer os ímprobos que nos impunha um vaivém penoso, só Deus sabe o quanto tivemos que lutar! Descrever esses sofrimentos seria dedicar centenas de páginas ao nosso grande martírio que jaz no anonimato, morto nos segredos das caatingas!” (Livro Como dei cabo de Lampião, de 1940).
“Soldados do Brasil! Eu vos admiro! Permiti que eu seja sangue do vosso sangue guerreiro, para felicidade da minha vida toda voltada à Pátria na honrosa carreira das armas”. (Livro Como dei cabo de Lampião, de 1940).

O portal MN parabeniza a todos os militares integrantes do 3º BPM pelos serviços prestados a cidade de Arapiraca e região. Que os bravos e honrosos militares sejam vistos pela sociedade não apenas pelas fardas e patentes, mas como seres humanos que ariscam suas vidas para proteger a cada cidadão, e junto a população, construir uma sociedade mais harmônica.”.

Por Genival Silva. Fonte: Ascom/3º BPM e http://3batalhao.blogspot.com.br/

Cap. João Bezerra era maçom – Grau 18° do R.E.A.A.

Segundo preliminares informações na internet, provas documentais e depoimento do Irmão Paulo Britto, filho de João Bezerra, o Capitão João Bezerra da Silva foi maçom, sendo Grau 18 do R.E.A.A., iniciado em 25 de junho 1949, com 51 anos de idade, na Loja Maçônica Virtude e Bondade N° 0146 – GOB-AL e, inclusive, enterrado no Mausoléu Maçônico Segredo 33, como seu último pedido, posteriormente, a pedido da família, seu corpo foi trasladado para Pernambuco. Este detalhe acena para o crivo legalista do homem militar, que deu cabo a Lampião e seu bando, em 28 de julho de 1938, e do homem maçom, 11 anos após o Combate de Angicos, na luta porfiada nessa história de combates quase “intermináveis”, bárbaros e cruéis, entre volantes e cangaceiros na caatinga nordestina pela ordem e legalidade.
Loja Virtude e Bondade N° 0146 – GOB-AL
REGISTROS FORNECIDOS, FRATERNALMENTE, PELO GRANDE ORIENTE DO BRASIL DE ALAGOAS – GOB-AL
Carteirinha Maçônica
 

O Marco do Fim do Cangaço – A Morte de Lampião

O cangaço, segundo Moacir Assunção, é um fenômeno social característico da sociedade rural brasileira. No nordeste, existiu desde o século XVIII, quando José Gomes, o Cabeleira aterrorizava populações rurais de Pernambuco. O movimento atravessou o século XIX, só terminando em 25 de maio 1940, com a morte de Corisco (1907 – 1940), sucessor de Lampião e seu principal lugar-tenente, pela volante de Zé Rufino (Diário de Pernambuco, 1º de junho de 1940, na sexta coluna).

‘Os homens do cangaço espalhavam fama, violência e aplicavam um conceito muito particular de justiça em sete estados do Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia sofriam não apenas nas mãos desses grupos nômades, mas também com a seca, com a fome e com uma sociedade desigual e injusta, que perpetuava um modelo pérfido de exploração do trabalho.’ (Ângelo Osmiro Barreto in Iconografia do Cangaço, 2012)

Em 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, perto da divisa com o estado de Alagoas, o bando de Lampião foi cercado por uma força volante comandada pelo tenente João Bezerra da Silva (1898 – 1970), pelo aspirante Ferreira Mello e pelo sargento Aniceto da Silva. Além de Lampião, foram mortos sua mulher, Maria Gomes de Oliveira (c. 1911 – 1938), conhecida como Maria Bonita, e os cangaceiros Alecrim, Colchete, Elétrico, Enedina, Luiz Pedro, Macela, Mergulhão, Moeda e Quinta-feira. Estes foram todos decapitados. 

No combate, foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza. João Bezerra e outro militar ficaram feridos (Jornal do Brasil, 30 de julho de 1938, na primeira coluna, Diário de Pernambuco, 30 de julho de 1938). Eram 49 homens da volante e 36 cangaceiros. Os outros 25 cangaceiros presentes naquele dia, no local Grota de Angicos, saíram vivos e conseguiram fugir, mais tarde alguns sendo mortos e outros entregando-se à polícia. Foi o fim do cangaço no sertão, muito embora alguns pesquisadores ainda considerem o fim do cangaço com a captura do cangaceiros Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto, (Água Branca, 10 de agosto de 1907 – Barra do Mendes, 25 de maio de 1940).



“Os onze do Angico”
 
Foto do Soldado Adrião Pedro de Souza, componente da volante do Aspirante Francisco Ferreira de Melo e croqui do mapa do combate de Angicos, feito pelo Ten. João Bezerra, e que se encontra ás fls. 102, do seu livro “Como dei cabo de Lampeão”. 
 
Vê-se, no mapa, que os grupos de Lampião, Zé Sereno e Luís Pedro, foram cercados pelas volantes comandadas por: Ten. João Bezerra, Aspirante Ferreira de Melo, Sgt. Aniceto e por homens comandados por Juvêncio e o Cabo Bertoldo. O cerco, bem planejado, foi quase perfeito e quase não foi dado chance aos cangaceiros. Foram utilizadas 04 metralhadoras, além de um bem planejado cerco e o elemento surpresa que foi decisivo, a topografia do local (serras íngremes), também, foi altamente desfavorável aos cangaceiros, tanto na defesa, como nas correrias da fuga.
Lampião, com seu bando.
Zona de atividade dos cangaceiros – anos [1922] a 1930

Considerações finais

Correspondências enviadas ao Ir. Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra, extraídas de Citações sobre João Bezerra Parte II, por Paulo Britto.


Antonio Amaury Correa de Araújo

Correspondência enviada ao Irmão Paulo Britto, em 06.07.2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:

“… Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, … Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.

… Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, … … seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita…. Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história…

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico. ”.

Gazeta de Alagoas – 06.12.1970 – 1º Caderno, página 3:
“Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares…O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar, conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o Nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas.”

… “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele granjeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.
Ir∴ Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra
Ir∴ Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra, em http://lampiaoaceso.blogspot.com/2011/11/citacoes-sobre-joao-bezerra-por-paulo.html:

“Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçom grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados…”. Coronel Lucena

Louvor do Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia original):
“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo.
Coronel Lucena
Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.”

Fontes:

http://etalasquera.ueuo.com/cangaco/cangtb.htm
http://sociedadeolhodehorus.blogspot.com/2013/03/lampiao-o-fora-da-lei.html
http://3batalhao.blogspot.com/p/historico.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Bezerra_da_Silva
Como dei cabo de Lampião, do Ten. João Bezerra da Silva. 1940
https://canoadetolda.org.br/wp-content/uploads/2018/11/Brasil-Canga%C3%A7o-2011
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/10/citacoes-sobre-joao-bezerra-parte-ii.html
http://3batalhao.blogspot.com/p/ten-joao-bezerra.html
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/joao-bezerra-falou-ao-o-globo-em-26-de.html
http://www.minutonordeste.com.br/noticia/34-aniversario-do-3-bpm-de-arapiraca-encerra-com-homenagens/2930/imprimir
http://brasilianafotografica.bn.br/?p=9527
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/06/angicos-aspectos-geograficos-e.html?m=1
http://cariricangaco.blogspot.com/2012/07/um-olhar-mais-apurado-porpaulo-britto.html

Sobre o autor


Alexandre Lopes Fortes é M∴ I∴, membro da ARLS Irmão Cícero Veloso n
°4543 (GOB-PI). Grau 33 do REAA, grau 33 do Rito Adonhiramita, grau 9 do Rito Moderno e companhiro do Sagrado Arco Real.

https://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Adri%C3%A3o

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VLT

 Clerisvaldo B. Chagas 31 de agosto de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.280



 

Muito bem pensado, o VLT em Arapiraca, cidade que mais cresce. Tem que haver várias opções de mobilidade urbana para uma grande população. Em Santana do Ipanema, o deslocamento coletivo é a pé ou em moto que na cidade tem mais do que gente. Os tradicionais taxistas, sumiram, ônibus não existe e Van, do mesmo jeito. Para quem trabalha no Comércio, tem que voltar para casa para almoçar e voltar de novo, é sofrer com a distância, bairros distantes e ladeirosos para caminhar feito maratonista ou gastar os sofridos reais em garupas de motos. Não existe incentivo de ninguém pela implantação de um sistema coletivo de transporte de qualidade. Moto, moto, somente moto a 8.00 cada viagem. O bolso dos menos favorecidos já não aguenta e ninguém tem esperança de surgir por essas bandas pelo menos o mínimo do coletivo urbano que não seja moto.

Não, ninguém estar pedindo VLT, Santana não comporta. Santana sem sorte desde o projeto do trem que chegaria a Palmeira dos Índios em 1934 e que deveria continuar até Santana do Ipanema, foi desviado pelos espertos e o trem, ao invés de seguir rumo ao Sertão, deu um cavalo-de-pau e rumou para Arapiraca e Porto Real de Colégio. Sem mais ônibus para a capital, bem que um VLT ficaria muito bem Santana – Maceió. Mas quem vai defender essa causa? Duvido muito que apareça alguém. Está mesmo faltando lideranças políticas para o Sertão. Prefeitos, deputados estaduais, vereadores e arrojadas lideranças comunitária, que vão ficando cada vez mais raras e cuidando apenas do próprio umbigo. Que faremos nós, pobres mortais?

Já vimos que para a mobilidade urbana é sem futuro. Mas como no Brasil novamente estar surgindo a moda dos trens, pode até ser que num futuro muito distante, um sujeito qualquer pegue essa ideia para implantar uma via-férrea Sertão – capital, em Alagoas. E nem precisaria ser o trem bala! Por enquanto, o único trem do Sertão, após o único que existia, Jatobá – Piranhas, é a lembrança do escritor Oscar Silva, quando falava de um doido que havia em Santana do Ipanema, chamado “Caipira”. Um doido que tinha um pulmão forte e que ganhava alguns trocados para imitar o apito da maria-fumaça: “Caipira, eu lhe tantos mil reis para você imitar o trem”. E Caipira, segundo o escritor, batia asas como um galo, enchia o peito de ar e apitava igualzinho ao trem. É o que de tudo restou.

O amigo sabe imitar o trem?

VLT



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LAMPIÃO E MARIA BONITA - FILME COMPLETO #lampião.

 Por Black Malle

https://www.youtube.com/watch?v=Sy3X9V6Ptk0&ab_channel=BlackMalle

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DIA QUE LAMPIÃO PENDUROU TONHO CABAÇO PELOS OVOS — E O SERTÃO VIBROU.

 

Por A História do Cangaço
https://www.youtube.com/watch?v=CuZ3fuk7m6Y&ab_channel=AHistoriaDoCanga%C3%A7o

Tonho Cabaço cometeu o erro que nenhum homem do sertão ousaria repetir: desafiou o nome de Lampião em plena feira, diante de todos. Disse que não tinha medo de cangaceiro, que se Lampião aparecesse, ele mesmo cuidava do “Rei do Cangaço”. Só que palavra no sertão tem preço. E quando chegou aos ouvidos do Capitão, não houve perdão… houve exemplo. Numa madrugada silenciosa, Lampião invadiu a vila com seu bando. Encontrou Tonho escondido como rato e decidiu dar a punição mais humilhante já vista. Amarrado pelos ovos e pendurado no umbuzeiro da praça, Tonho Cabaço virou o símbolo vivo do que acontece com quem fala demais. Essa é a história de como uma simples frase virou sentença… e de como Lampião fez o sertão inteiro lembrar que honra não se negocia.

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O CAPITÃO LAMPIÃO VAI CHEGAR!

 

Por José Mendes Pereira

NADA REAL, AMIGOS LEITORES!
 Escrevo as minhas crônicas sobre cangaço, mas tenho o cuidado de dizer que é fictício para não atrapalhar os escritores, pesquisadores e cineastas.

O lugarejo todo já tinha sido informado que o sanguinário e perverso Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião estava para chegar. O cangaceiro não tinha dó de ninguém, e cada indivíduo tomasse um lugarzinho para se proteger dos absurdos que ele praticava. Intimidava o sujeito só com um grito. Enfiava seu punhal com mais de 80 centímetros pela clavícula do marcado para morrer, rasgando todo o intestino, e atirava sem escolher quem, só para ver a queda do infeliz.

https://catequesenordeste3.blogspot.com/2012/07/missa-e-celebracao-da-palavra-com-as.html

O vigário da pequena capela do vilarejo celebrava a missa, mas não temia a sua chegada, porque, Lampião não batia e nem matava padre. O seu medo, era que, além de bater nos fiéis da igrejinha, ele poderia levar todo o dinheiro que arrecadara no momento da missa.

https://www.google.com/search?q=desenho+de+lanchonete&rlz=1C1GCEA_enBR1168BR1168&oq=Desenho+de+lanchonete&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqBwgAEAAYgAQyBwgAEAAYgAQyBwgBEAAYgAQyBwgCEAAYgAQyCAgDEAAYFhgeMggIBBAAGBYYHjIICAUQABgWGB4yCAgGEAAYFhgeMggIBxAAGBYYHjIICAgQABgWGB4yCAgJEAAYFhge0gEIODcxMGowajSoAgiwAgHxBWoNedyeH57b&sourceid=chrome&ie=UTF-8#vhid=pU-aQivIOMstDM&vssid=_kDePaPOuA9nW1sQP747egQw_45

O dono de uma pequeninha lanchonete precisava se ausentar do seu comércio, e ao sair, disse ao seu empregado:

- Eu tenho que resolver algumas coisas na feira, e talvez eu não volto mais hoje. Se você ouvir falar que o capitão Lampião está no lugarejo, dê por encerrado o movimento de fregueses. Cuida logo de baixar as portas, e não se demore, faça fiapo em busca de casa. O capitão Lampião não tem nem um tico de dó de ninguém, e o melhor mesmo é prevenir, para não passar por vexames. O que a gente sabe o que ele faz por aí, não evitará de fazer também aqui no nosso vilarejo.

- Sim senhor! - Respondeu o empregado.

Mas assim que o dono da lanchonete saiu, infelizmente, chegou pelas laterais da lanchonete um homenzarrão usando chapéu de couro, um facão, uma espingarda e um enorme bornal. O suposto cangaceiro parecia o "king Kong", barbudo, braços grossos, de voz assustadora. Chegara montando numa égua brava. Mas ela parecia temê-lo, e ficou quietinha em seu lugar. Nem precisou ser amarrada. E foi aquela correria. Mulheres, meninos, e até os homens estavam nervosos.

https://www.gettyimages.com.br/ilustra%C3%A7%C3%B5es/man-riding-a-horse

E alguém que já corria pelas avenidas com medo, desesperadamente, gritava:

- Pelo amor de Deus, gente! Corra que o capitão Lampião já está no nosso vilarejo! E traz nas mãos, um facão, uma espingarda e um enorme bornal cheio de balas.

Um velho sapateiro que cochilava em uma espreguiçadeira de frente à rua, ao ver o suposto capitão Lampião, ficou morrendo de medo, e ao se levantar, caiu lá embaixo da calçada. E assim que ficou em pé, tentou correr, mas caiu desmaiado.

https://www.pulsarimagens.com.br/foto/Vendedor-ambulante-de-bebidas-na-Praia-da-Enseada---?assunto=Vendedor-ambulante-de-bebidas-na-Praia-da-Enseada---&procurar=refrigerante&codigo-imagem=02ALF499&codigo=442188&pagina=1&posicao=13&ordenar=1&tipo=&direito-imagem=&autorizacao-imagem=&depois-ano=&anterior-ano=&orientacao=&tipo-video=&autor=&pais=&estado=&cidade=&regiao=

Um comerciante ambulante que vendia miudezas em uma bicicleta, ao correr, perdeu todas suas bugigangas, restando-lhe apenas em seu poder, a bicicleta, que logo cuidou de montar, e, rapidamente, mesmo desajeitado, entrou de mata adentro pedalando.

Os homens do vilarejo não esperaram por nada, e não quiseram saber nem um pouco do capitão Lampião, entraram de mata adentro.

O dono de um barzinho de pinga, no alvoroço, querendo se salvar das enormes mãos do cangaceiro, enrolou-se a uma cadeira ginga-ginga, e foi ao chão. E ao levantar a vista, viu o valentão entrando com seus passos longos e desajeitados, e foi logo de encontro a ele, gritando com um assustador vozeirão:

- Me dá uma cachaça aí logo, sua peste!

E lá se veio o homem correndo com a garrafa de cachaça nas mãos. Caso demorasse a servi-lo, poderia pagar caso para ele.

O capitão Lampião não esperou que o empregado abrisse a garrafa. Arrebatou-a das suas mãos, quebrou o gargalho sobre o balcão, e bebeu tudo de uma vez só, nem ligou para pedaços de vidro.

O comerciante já havia dito a Deus que iria devolver o seu espírito, pois diante daquele homenzarrão, já sabia qual seria o seu caminho.

- O senhor quer outra! - perguntou o empregado procurando agradá-lo, já se desmanchando em urina e outras coisas estranhas.

- Não, peste! A que eu tomei já é o suficiente! – Dizia ele com a cara de mal.

O cangaceiro saiu do bar, cuspiu fortemente, pigarreou, pôs uma enorme marca de fumo na boca, sempre observando o espaço prum lado e pro outro, montou-se na sua égua brava, e antes de sair, o comerciante perguntou-lhe:

- O senhor é Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião?

- Por que sua peste me pergunta isto?

- É porque nos jornais de hoje publicaram que o capitão Lampião já entrou no lugarejo, e com certeza, irá decepar muitas cabeças de quem é morador daqui. Peste ruim, ele não deixa um vivo, degola todos! E vem com uma grande quantidade de marginais...

- O que me diz? - perguntou ele com espanto.

- Sim senhor...!

- Eu quero lá saber do capitão Lampião! Deus me livre eu encontrar com aquela peste! Deus me livre!

E sem mais demora o suposto capitão Lampião esporeou a sua égua, e saiu rapidamente do lugarejo, com medo do capitão Lampião. Ao sair do bar, esqueceu de levar o bornal. Verificado o que carregava dentro dele, estava cheio de rolinhas, avoantes, asas-brancas, preás, Inhambus, papagaios,...

O homenzarrão era apenas um veterano caçador, e não fazia mal a ninguém, só tinha tamanho e avantajado corpo. Medroso ao extremo.

Minhas simples histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro. 

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES.

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. Você pode não conduzir arma, mas o outro, poderá ter uma maldita matadora, e ele poderá não perdoa a sua ignorância.

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