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domingo, 27 de julho de 2025

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS".

 

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Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
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Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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CIRCO DO INTERIOR!

 Por Roberto Amaral


Quando retornava de um show em uma cidade do interior da Paraíba, Luiz avistou, do carro um circo desses bem humildes, que transita de um lugar para o outro, um circo mambembe!

Ele então pediu para o motorista levá-lo mais próximo. Ficou observando do carro a vida daquelas pessoas humildes que por intermédio do circo, faziam as pessoas sorrirem em troca da própria sobrevivência.

Um senhor do circo o viu, veio até o carro e disse:

- o Sr. Não é Luiz Gonzaga?

Ele disse: 

- Sim, sou eu mesmo!,

- E o que o senhor faz por aqui? 
Perguntou o dono do circo, espantado!

Luiz falou: 

- Vim pedir pra você anunciar que, hoje à noite, Luiz Gonzaga, vai tocar neste circo!.

O homem, meio que sem jeito, falou:

- Sr. Luiz, a gente não tem condições de pagar um artista que nem o senhor!

E Luiz respondeu: 

- Anuncie assim mesmo, homi, que Luiz Gonzaga vai tocar aqui esta noite! E tocou o carro pra pista...

À noite, o circo, simples e tão desestruturado que nem cobertura tinha, estava lotado, só com a noticia de que Luiz iria ali estar.

Ele procedeu como combinado e na hora acertada, apareceu, tocou por quase 1 hora!

No final, o dono do circo chegou para Luiz e falou, com toda honestidade de um sertanejo simples:

- Seu Luiz, divida o apurado como o Sr. achar justo!

Luiz olhou para o bolão de dinheiro que ele segurava e falou:

- Este dinheiro é teu, home! Agora, cria vergonha e compra uma lona nova por circo! Se eu passar por aqui de novo, não vou querer cantar ao relento! Esse dinheiro é pra você melhorar seu circo e também a tua vida!

Apertou a mão do novo amigo... e partiu!

Esse era o velho Lua!!!
Contribuição: Roberto Amaral

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O ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ – A HISTÓRIA DO MOTORISTA “GATINHO”.

 Material do blog Tok de História do escritor Rostand Medeiros


Clique no link para ler os acontecimentos completos.

https://tokdehistoria.com.br/2014/12/06/o-ataque-de-lampiao-a-mossoro-a-historia-do-motorista-gatinho/

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A PRIMEIRA PAIXÃO DE LAMPIÃO.

 


Virgulino tinha 19 anos de idade. Rosa, uma morena da Ribeira, foi sua primeira paixão. Imaginava Desposá-la.

No dia 31 de maio era hábito realizar-se, em Nazaré, a festa de encerramento do mês mariano, ou seja, mês de Maria, a mãe de Jesus. Todo pessoal comparecia bem vestido. Virgulino também foi à festa. Vestiu a melhor roupa. Na igreja, correu os olhos pelos bancos e avistou a namorada. A menina tinha 16 anos de idade, olhos castanhos muito vivos, cabelos pretos, atados a uma fita azul. Rezava ajoelhada. Depois do terço eles se olharam. O amor sertanejo naquele tempo eram apenas olhares.

Ficaram algum tempo na calçada. Observaram o céu pontilhado de estrelas. Os foguetes espocavam.

Rosa retirou-se acompanhada da sua família. Encobriu-se na curva da estrada. Virgulino estava apaixonado.

Nessa época era Virgulino o vencedor das famosas vaquejadas de Vila Bela (Serra Talhada) e de Nazaré (distrito de Floresta). As moças vibravam quando ele cavalgava e rodava os dedos uma chibatinha. Após as vitórias, aplaudiam e enfeitavam de fitas o vaqueiro almocreve, artesão e poeta.

Meses depois, tudo findou. O destino estúpido traçou-lhe um paralelo, com caminhos diferentes. Foram raras as oportunidades que os dois enamorados se avistarem. 

Nas horas vagas, Virgulino dedicava à menina, com carinho, versos de sua autoria, que cuidadosamente guardava no alforje:

(transcrevemos dois dos quatro estrofes)

Tive também meus amores,
Cultivei minha paixão,
Amei uma flor mimosa,
Filha lá do meu sertão,
Sonhei de gozar a vida
Bem junto à prenda querida
A quem dei meu coração;

Quando de ti me apartei,
Naquela tarde saudosa,
Não pude mais consolar
A minha alma piedosa,
Rosa aceite um adeus!
Nesta cartinha amorosa

Fonte: Lampião – Cangaço e Nordeste – Aglae Lima de Oliveira
foto: Virgulino com 20 anos de idade.

Segunda Fonte: facebook
Página: Ruy Lima
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1394208990601533&set=gm.1700967100215794&type=3&theater

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CRISTO EM NÓS - SEMPRE.

 Por Elder Heronildes e Zélia Macêdo


Por que não sermos o altar de Jesus Cristo, hoje, amanhã e sempre?

Não somente no Natal, mas permanentemente, com serena e inquebrantável vocação e de grandeza na humildade, mesmo parecendo um paradoxo, sem ser.

Uma palavra em latim, chama a atenção: Christianus alter christus, ou seja: “o cristão é um outro Jesus Cristo.”


Não quer isso afirmar que somos imaculados, divinos, infinitos, embora possamos sê-lo, através de um lento, persistente e caridosamente pelo envolvimento na integralidade do seu amor, numa nova vida.

Somos Nele, por Ele, na vida que a Ele dedicarmos, conduzindo, em todos os instantes e momentos, através do comportamento, da caridade, do amor ao próximo, atendendo os aflitos e pondo amor em todas as nossas ações, todos os dias, não só hoje.

E quanto mais for esse amor, quanto mais pesada forem os nossos deveres cristãos, quanto mais pesada as cruzes carregadas, visando o bem do próximo, com maior contundência, de maneira marcante, será  a sua presença em nós, daí fazer sentido aquelas palavras latinas, pois ele está em cada um que com resignação conduzir em seus ombros, sentir  em suas carnes, material e espiritualmente, o peso das suas cicatrizes, ou feridas abertas pelo esforço desenvolvido.

Poder-se-á dizer, não só no Natal, mas todos os dias, que é chegado o momento propício, para uma passagem de vida interior do ser humano. E isso, é na realidade, quando se concretiza e se pratica o envolvimento integral, uma verdadeira passagem, numa transcendentalidade que vai do finito ao infinito das nossas células mais íntimas, por força da intensidade do amor, nascido de um Ser que, com a sua presença, divinizou o humano, através de um sopro de Luz, que emergiu de um simples berço de palha.

Foi ali o nascimento e o caminho da paz através do amor absoluto, gerador da própria salvação de todos, num só, permitindo, pela bondade infinita, pela entrega total, que aquela Luz não se tornasse estática, mas resplandecente e contínua, pois representativa de um novo amor, de uma nova esperança, de um novo sentimento salvifico que se completará através dos tempos, pela força do espírito, incrustada no ser humano, por obra e graça de um Ser com força Divinal, vindo à lembrança, mais uma vez, àquelas palavras latinas, pois. Jesus Cristo se completa em nós.

Façamos em nós, então, como parte integrativa desse todo escolhido pela força divinal de um menino de Luz, o instrumento concreto do amor, da paz, da harmonia, numa transposição espiritual, sempre em seu nome, do bem presente para o bem futuro, fazendo com que o brilho e as vibrações benéficas emanadas do coração, que se formaram antes, se constituam num caminho de bondade, pelo amor recíproco, inspiração maior daquela Luz, a Luz de um menino, numa manjedoura, que espargindo um brilho incomum deu vida e sentido à própria humanidade.

E dentro dessa atmosfera de iluminação, de nascimento, de amor e de sublimação da vida, que nos foi legada na Cruz por aquele que se fez homem para redimir a todos, com o seu sagrado sangue, é que, olhando um para o outro num simples toque de mãos, expressemos os nossos desejos de que a felicidade natalina, e o ano que se aproxima, não sejam apenas frivolidades festivas, ou uma simples mudança no calendário, mas a representatividade humana da própria vida, iluminada, por Aquele que fez dela o instrumento maior do seu amor.
Mossoró,  dezembro de 2016


Elder Heronildes e Zélia Macêdo

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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VINGANÇA, NÃO: A FATALIDADE HISTÓRICA DERROTADA.

 

cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
Editado em 1960, pela Livraria Freitas Bastos do Rio de Janeiro, "Vingança, não" foi um livro marcante. Recuperava um episódio da história do cangaceirismo por uma ótica duplamente original: pela mensagem de perdão e pelo envolvimento emocional do autor, na sequência dos fatos.

Com a beleza de sua palavra, com a coragem de expor as entranhas de um drama que poucos ousariam passar a limpo, com a severa imparcialidade que se impôs, padre Chico Pereira Nóbrega conquistou o público. Principalmente a juventude estudantil, tanto secundarista quanto universitária, de quem ele se tornou um líder.

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Éramos todos seus leitores e corríamos para ouvi-lo em conferências inesquecíveis. Trazia uma pregação inovadora, questionamentos que vinham ao encontro de nossas inquietações. Não falava de céu, nem de inferno, nem de castigos ameaçadores. Falava da construção do ser, da vida e do amor, tema de sua predileção. E nos ensinava a pensar, a duvidar das verdades sacramentadas, das verdades ditas inquestionáveis.

O sucesso do livro trouxe logo a segunda edição, no ano seguinte ao lançamento. E, depois, as reedições permaneceram suspensas por quase três décadas. Era a consequência de revelações que alteravam substancialmente a história contada pelos vencedores. Por fim, a terceira edição veio em 1989 e a quarta, em 2002, patrocinada pela FUNESC.

O autor segue a clássica distinção aristotélica de que a história narra o que realmente aconteceu em determinado tempo e lugar. A arte, o que poderia ter acontecido, o possível de acontecer em qualquer tempo e lugar. Define seu livro como depoimento e não, romance. Sendo categórico na Introdução: "Poderia escrever em forma de romance, mas não quis. O real constrói mais que o imaginário". É uma declaração de princípio que se completa com outras duas afirmações: "Tomo, agora, a imparcialidade de quem não tem partido. Não é o filho, é o historiador quem fala".


Francisco Pereira Dantas (1900—1928)
Fonte ▪ Lampião Aceso
Ler com atenção o preâmbulo é pré-requisito para a compreensão do livro, na perspectiva do autor: como "trabalho de precisão histórica". Essa precisão ele construiu, recolhendo a pluralidade dos pontos-de-vista através dos quais lhe foi contada a história, ao longo de muitos anos. Retirando da tradição oral a parte lendária. Buscando a confirmação dos fatos, através da pesquisa em processos criminais de seis comarcas, pertencentes a três Estados, e confrontando as versões com os jornais da época.

Também lhe serviu de subsídio um folheto autobiográfico, deixado pelo pai. Além da carta do Tenente Coronel da Reserva da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Genésio Cabral de Lima, relatando a execução de Chico Pereira, da qual ele participou, com outros policiais daquele Estado, em 28 de outubro de 1928, perto de Currais Novos. Espancaram, até a morte, o prisioneiro algemado. Desfiguraram-lhe o rosto. E simularam um acidente de automóvel para esconder O crime.

Esta carta constitui o documento de maior impacto, pela crueldade dos detalhes rememorados e pelo convencimento do Tenente, afirmando-se, ainda, um benfeitor da coletividade. Nele, o filho encontra a resposta para o mistério que envolveu, por mais de trinta anos, o desaparecimento do pai. Pode, enfim, ler o atestado de óbito e visitar a cova. Simbolicamente, consegue sepultar o pai.


Esposa de Chico Pereira e mãe do padre Chico Pereira Nóbrega
Fonte ▪ Mulheres do Cangaço
É o objetivo do depoimento: reconstituir os fatos, preencher lacunas, restaurar a memória que as paixões deformaram. Sem fazer de Chico Pereira um herói.

A heroína é Jarda, a mãe que soube compreender, amar, resistir, perdoar e educar para o perdão. A mulher sábia e forte que se opôs ao que parecia fatalidade histórica, encaminhando os filhos para um outro destino.

Localizado no espaço e no tempo, o relato inclui as pessoas com os nomes próprios. Presidentes, coronéis, juiz, delegados, comerciantes, famílias, cangaceiros, etc., cada um com seu papel no tempo sociológico que o autor metaforiza pela semelhança com a geologia: "A era em que tudo era fogo, larvas devoradoras, explosões contínuas, desagregações. Era dos vulcões vomitando maldições". E logo se impõe a correlação: nas entranhas da sociedade, o sectarismo da política partidária, gerando o arbítrio, promovendo a impunidade e a injustiça, com a mesma força destruidora das explosões, do fogo e das larvas.

Começa a história com o assassinato do Coronel João Pereira, avô do autor, provocado dentro de seu estabelecimento comercial. Era o tempo das obras contra as secas, na Presidência de Epitácio Pessoa. O sertão encontrava, no atendimento aos operários das construções, um mercado consumidor significativo. E foi a disputa de poder político e financeiro, entre os proprietários de dois barracões, que originou o conflito.


Pai de Chico Pereira e avô de Chico Pereira Nóbrega, autor do livro "Vingança, Não"
Fonte ▪ Blog do Mendes
Afirma o autor que "não é imaginação nem exagero". Depois da luta, o sangue "descia o batente, fazendo burburinho de água corrente". O Coronel João Pereira morreu, pedindo aos filhos Chico, Aproniano, Abdias e Abdon que entregassem à Justiça. Vingança, não.

Mas a Polícia, a serviço da política partidária, não prendeu o criminoso, sempre com desculpas evasivas que revelavam a cumplicidade. Então Chico Pereira, num gesto inusitado, pede permissão ao Delegado para trazer Zé Dias. E entrega o assassino do pai à Polícia.

Dentro de uma semana, recebe a notícia de que Zé Dias está em liberdade. Era a deformação do Estado de Direito na provocação insuportável. Chico Pereira passa a não enxergar outra saída, além da vingança. E, meses depois, Zé Dias é achado morto no meio da estrada.

Perseguido pela mesma Polícia que favoreceu o assassino de seu pai, Chico Pereira se fez cangaceiro.

"Vingança, não" reconstitui a trajetória dessa vida que, como tantas outras, as circunstâncias históricas e a injustiça precipitaram no desespero, na loucura da violência extrema.


Fonte ▪ Cariri Cangaço
O filho, padre e escritor, recupera os fatos. Com o poder da linguagem, atualiza episódios, diálogos, gestos que agora se perpetuam para o julgamento da história.

O domínio da linguagem permitiu ao historiador que utilizasse em seu depoimento todos os recursos da narrativa de ficção. Fazer viver os personagens, imprimindo-lhes identidade. Dar força e movimento às ações. Reconstituir a intensidade dramática dos fatos. Recuperar o tempo.

Rachel de Queiroz identificou essa qualidade do livro. E, no prefácio, registra, como ninguém mais poderia, o mérito do autor que escreve história, literariamente. Afirma a grande escritora:


cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
Rachel de Queiroz
"É um depoimento que impressiona pela honestidade. — e se às vezes, como obra de arte que é, se alça às puras alturas da beleza, nunca perde a severa imparcialidade que representa sua marca principal".

Pelos recursos da expressão, se fazem inesquecíveis para o leitor: os tocantes diálogos e monólogos interiores dos personagens; o desassombro dos homens, na violência das lutas; a insólita entrega de Zé Dias à polícia; a invasão de Sousa pelo bando de Lampião; a falta de saída, o isolamento, a desgraça e a resistência do cangaceiro; a deformação do aparato policial do Estado; a reação silenciosa e heróica de Jarda.

E que dizer do cavaleiro misterioso, em seu cavalo branco, aconselhando o perdão e desaparecendo para sempre no pingo do meio-dia? E do grito desesperado da mãe de Chico Pereira, ecoando à noite nos descampados e nas serras,
 
Esposa do coronel João Pereira, mãe de Chico Pereira e avó do padre Chico Pereira Nóbrega
Fonte ▪ Blog do Mendes
chamando pelo filho que ela não sabia já executado e enterrado no Rio Grande do Norte?

Há muito se coloca a impossibilidade do limite entre a realidade e a ficção, sob a forma do questionamento repetido: se é a vida que imita a arte ou a arte que imita a vida. Constatando-se muitas vezes que a realidade vivida se apresenta bem mais fantástica e surpreendente do que a imaginação.

O depoimento do professor Francisco Pereira Nóbrega reitera esta conclusão.

E não é sem motivo que tantos leram essa narrativa, como se fosse um romance, apesar de todas as explicações do historiador e do ponto de vista adotado.

A evidência é que, entre a história e a ficção, os núcleos temáticos se correlacionam. De tal modo que, lendo Vingança, não somos naturalmente impelidos a lembrar Pedra Bonita e Cangaceiros de Zelins. E a constatação é de que a história vivida ratifica, em muitos aspectos, a verdade romanesca.

Comparando Aparício, o cangaceiro criado por Zelins, com Chico Pereira, grandes semelhanças podem ser apontadas entre os dois, desde a entrada no cangaço por imposição das circunstâncias.


cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
Casarão da Fazenda Jacu, em Nazarezinho ▪ Paraíba, onde Chico Pereira nasceu e cresceu / Imagem de 1930 / Local atualmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Fonte ▪ Tok de História
A partir daí, a vida nômade, o isolamento, a solidão, o desespero sem saída. Não existe caminho de volta para o cangaceiro porque o poder de polícia se exerce como vingança e a justiça está morta.

Outro aspecto relevante nos dois enfoques é a humanização do personagem de ficção e do personagem histórico. Uma visível contestação à ideologia que reduz o cangaceiro a um ser monstruoso, a um bandido sanguinário.


Esse livro é único. Em parte reconstitui a tragédia de um cangaceiro, mas não se encontra aí o seu tema. Na verdade, é um livro sobre o perdão. E mais que isso. Sobre a felicidade de perdoar.
A profunda relação com a família é o argumento incontestável. O cangaceiro amoroso, solidário, preocupado com os seus. O que mais é realçado na ascendência da mãe sobre o filho.

O confronto com a polícia reforça essa perspectiva pela descrição da perversidade como são tratados os cangaceiros, deixando sempre para o leitor a indagação: quem é o bandido?

O desassossego que recai sobre a família dos cangaceiros é outro ponto de convergência entre a ficção e a realidade. Ser irmão, filho, parente de cangaceiro é não ter lugar no mundo. É ser proscrito.

Na ficção de Zelins, é pela ótica da mãe de Aparício que esse problema se caracteriza como maldição. Personagem trágica,
 
cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
sinhá Josefina vai do desespero à loucura, matando-se, enforcada, por não poder mudar a sina da família.

Se os dois escritores se assemelham na colocação dos núcleos temáticos, são diametralmente opostos na visão-de-mundo que conduz o tratamento das questões. Zelins, filiando-se à tradição da tragédia grega, submete seus personagens à fatalidade. Ninguém se salva, todos são vítimas do destino impiedoso e absoluto.

O livro do padre Chico Pereira Nóbrega pertence a outra família do espírito. É uma contestação à fatalidade histórica. A comprovação de quanto pode a consciência humana.

É preciso dizer que o subtítulo não corresponde à dimensão do livro. E me perdoe a ilustre prefaciadora que tanto admiro. É uma injustiça classificá-lo de "mais uma história do Nordeste".

Esse livro é único. Em parte reconstitui a tragédia de um cangaceiro, mas não se encontra aí o seu tema. Na verdade, é um livro sobre o perdão. E mais que isso. Sobre a felicidade de perdoar.


Fonte ▪ Cariri Cangaço
Evitando que os filhos se tornem produto do meio violento, Jarda se torna o símbolo de um poder para o qual o mundo ainda não despertou. O poder da mãe na educação dos filhos. O poder da "professora rural de esmolada mensalidade" capaz de evitar a desgraça e mudar o Destino.

No Brasil conflagrado de hoje, quando as grandes cidades se transformaram em "sertões""Vingança, não" ganha atualidade e faz pensar. É, ao mesmo tempo, a palavra que convence e o exemplo que arrasta.

Deveria chegar a todas as escolas e a todos os presídios, patrocinado pelo Estado e pela Igreja.

Postado originalmente no carlosromero.com.br
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LAMPIÃO MANDA EXECUTAR O CANGACEIRO VULCÃO - O DESERTOR.

 

Por No Rastro do Cangaço
https://www.youtube.com/watch?v=6ZFjOgOOowc

O honesto, trabalhador e pacato cidadão Augusto Ribeiro, por ser parente de vários cangaceiros da região de Chorrochó na Bahia, entre eles o malvado Zé Baiano, Zé Sereno, Mané Moreno e outros, se viu em apuros devido à perseguição violenta das Volantes Policiais a ele e sua família, sendo que numa ocasião, juntamente com a esposa, foram cruelmente espancados e humilhados pela Volante do perverso Francisco Moutinho Dourado, o terrível Douradinho, fato este que o fez tomar a decisão de se tornar Cangaceiro e se apresentar ao Bando de Zé Baiano, homem forte de Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o Rei do Cangaço, vindo a receber a alcunha de Meia noite.

Assistam até o final para entender todo enredo desta incrível história do Cangaço Nordestino. Fonte: LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO – Alcino Alves Costa Relacionados: Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota de Angico, Contos do cangaço no sertão, cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. #NoRastroDoCangaço Vejam também:    • LAMPIÃO LIVRA UM MÉDICO DA MORTE      • A MORTE DO CANGACEIRO CIRILO DE ENGRÁCIA, ...      • A MORTE DO CANGACEIRO MANÉ MORENO, LÍDER D...      • LAMPIÃO E A MISTERIOSA MORTE DE SEU IRMÃO ...      • VOLANTE DE ZÉ RUFINO MATA O CANGACEIRO AZU...      • A MORTE DE ANTÔNIO FERREIRA, IRMÃO DE LAMPIÃO      • LAMPIÃO E O TRISTE FIM DO CABO MILITÃO      • LAMPIÃO FUZILA O VAQUEIRO JOVENTINO      • LAMPIÃO SENTENCIOU: QUEM É VALENTE TEM QUE...      • NOVO TEMPO CANGACEIRO DE LAMPIÃO E A TRAIÇ...   UM FORTE ABRAÇO!

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