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sábado, 2 de dezembro de 2017

LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE

Autor Archimedes Marques

Esta obra foi escrita pelo pesquisador do cangaço Dr. Archimedes Marques e se você, leitor, deseja adquiri-la, entre em contato com o autor através deste e-mail: archimedes-marques@bol.com.br

Dr Archimedes Marques também é o autor do livro: 

"Lampião Contra o Mata Sete"

Adquira também este através dos e-mails: 

archimedes-marques@bol.com.br
 e franpelima@bol.com.br

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“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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MAIS MATERIAL DO PESQUISADOR DO CANGAÇO CHARLES GARRIDO


Prezados, saudações.

Deixemos a análise das imagens após à leitura, por gentileza.

Hoje, trago aos queridos leitores, um dos momentos mais marcantes de nossa pesquisa, quando conseguimos colher uma entrevista histórica com aquele que acompanhou todo o combate da Grota do Angico, do início ao final, incluindo as onze decapitações. No caso, o Sr. Durval Rosa, irmão do coiteiro Pedro de Cândido.

Ele não era muito dado à entrevistas, mas tínhamos um trunfo, Jairo Luiz (o guia), cujo qual, muito nos ajudou, era casado com uma sobrinha do nosso personagem, o que supostamente facilitaria nosso tento. Partimos do município alagoano de Piranhas, indo até à cidade sergipana de Poço Redondo, onde ele havia sido prefeito em alguns mandatos e, mesmo com seus oitenta e três anos (à época) ainda era um homem influente em sua região.

Para nossa "infelicidade", a tarde estava chuvosa e, ainda por cima, era o dia de um festejo religioso, o que supunha ser algo imperdível para um sertanejo envolvido com a política. Foi quando um de nossos colegas pesquisadores, falou:

- Está tudo perdido, ele não irá nos receber

Mesmo assim, decidimos seguir em frente. 

Paramos os carros na praça, enquanto Jairo Luiz seguiu até à porta e adentrou à residência.

Alguns minutos depois ele voltou, fazendo mais suspense do que um juiz de direito ao ler a sentença de um réu a ser condenado.

- Ele irá receber vocês, mas sejam breves, pois hoje está havendo festa na igreja.

O primeiro passo estava dado, ficamos tímidos, pois éramos oito, no total.

Entramos.

Ele e sua família receberam-nos da melhor maneira possível. Entretanto, percebíamos que não parava de olhar para a igreja, que era exatamente em frente à sua casa. Tudo estava contra nós, até mesmo os santos.

Começamos nossa conversa. 

Até então, não tratávamos sobre o tema cangaço, porém; surpreendentemente ele falou:

- Como eu já imagino o que vocês querem saber, podem começar.

As perguntas começaram a surgir, mas, nada de gravações, pois deixamos as câmeras dentro dos veículos, receosos que isso pudesse assustar o senhor em questão.

Depois de quinze ou vinte minutos de conversa, eu pensei:

- Meu Deus! O homem vai falar tudo e ninguém vai gravar nada.

Ninguém tinha coragem de pedir permissão a ele, pois diziam que nos últimos tempos, estava meio arredio. Até que em um certo momento, tomei a iniciativa e o solicitei:

- Sr. Durval, será que poderíamos gravar o seu depoimento?

- Pois não, meu filho (disse ele)

Meus amigos, quando ele falou isso, meu coração disparou, eu fiquei parecendo uma criança pequena, quando volta a energia depois de um "blackout".

Fomos correndo pegar os equipamentos para a gravação.

Relatemos agora alguns trechos da entrevista do Sr. Durval Rosa, sem nenhum tipo de interferência ou modificações.

Para uma melhor compreensão por parte de nossos confrades:

DR = Durval Rosa.

EQP = Equipe (pois as perguntas, foram feitas por todos nós, pesquisadores presentes).

Sigamos, senhores:

EQP - O senhor poderia esclarecer uma dúvida, qual o correto, Grota do Angico, ou Gruta de Anjicos ?

DR - o nome correto é Grota do Angico, eu nasci e me criei ali, sei até o local de todas as pedras que existem lá.

EQP - O nome do seu irmão, era Pedro de Cândido, ou Pedro de Cândida?

DR - Pedro de Cândido, pois era uma referência ao nosso pai, que se chamava Cândido.

EQP - O Angico, já era um coito antigo? O senhor era coiteiro?

DR - Eu nunca fui coiteiro, pois ainda era um menino. Já o meu irmão sim, pois era mais velho. E o Angico, já era frequentado pelo capitão, pois tinha muita água, e muita comida por perto, já que naquela época, tínhamos muita criação.

EQP - O senhor teve muitos encontros com Lampião?

DR - Tive. Inclusive, dois dias antes dele morrer, conversamos e perguntei o porquê dele continuar naquela vida de cão, ele respondeu que tinha que permanecer para vingar a morte do pai.

EQP - Seu irmão era um homem de confiança de Lampião?

DR - Sim, o capitão confiava muito nele.

EQP - O senhor poderia nos relatar o que aconteceu naquela noite do dia 27, para a madrugada do dia 28 de julho de 1938?

DR - A volante do tenente João Bezerra saiu de Piranhas, à noite, vindo em direção às nossas terras. Ele mandou dois soldados irem até a casa do meu irmão, que na ocasião disse que não iria, pois sua esposa estava grávida e poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Os soldados voltaram sem ele, e o oficial ficou bravo, mandando que eles voltassem de imediato, e o trouxessem a qualquer custo. Não teve jeito, ele teve que vir
Quando meu irmão chegou até à volante, João Bezerra perguntou:

- Pedro, cadê o homem? (Tenente João Bezerra).

- Sei não seu tenente (Pedro).

- Sabe sim. Só tem uma coisa a fazer contigo, ou você fala, ou morre. (Tenente João Bezerra).

- Sei não, senhor (Pedro).

- “Peraí...me dá um punhal pra eu sangrar essa peste aqui sem ter que atirar pra não espantar os bandidos. (Tenente João Bezerra).

- Calma, tenente, eu vou falar... o homem taí... ele e a cabroeira toda do bando. Estão lá na subida da serra. Mas quem pode dar mais informações ao senhor, é o meu irmão Durval, pois antes de ontem, ele foi lá e levou uma máquina de costura da minha mãe, para eles fazerem um “bornal” pra um sobrinho de Lampião, que havia entrado no bando há pouco tempo. (Pedro).

- Pois vamos agora até o seu irmão. (Tenente João Bezerra).

DR - Aí, já era madrugada, eu sem sono, mesmo porque, naquela época ninguém dormia, ainda mais sabendo que Lampião, estava no meu quintal. 

Quando dei por mim, ouvi Pedro bater na porta:

- Durval...Durval...Durval (Pedro).

Quando fui atender, pensei:

Vixe, Nossa Senhora!

Tinha uns quarenta soldados na calçada. 

Aí meu irmão disse:

- Durval, o que você souber diga, pois eu já estou aqui todo furado, e se a gente não falar, eles me matam. (Pedro).

DR – O meu irmão vinha andando e sendo espetado pelos soldados a pontas de punhais.
´
Aí eu desci a calçada, quando pisei no chão, o aspirante Chico Ferreira, totalmente embriagado me empurrou, eu caí, ele colocou a metralhadora na minha cabeça e disse:

- Coiteiro, cabra safado! (Chico Ferreira).

A minha sorte foi que o tenente estava sóbrio, tomou a frente e falou:

Compadre, tenha calma, eu preciso conversar com esse rapaz, ele irá trabalhar por nós.

- Durval, não minta, cadê Lampião? (Tenente João Bezerra).

- Sei não, tenente!

- Sabe sim, e diga logo senão eu mato você e seu irmão. (Tenente João Bezerra).

Aí, eu não tinha mais como negar:

- Tenente, os cangaceiros estão aqui perto. Mas eu não posso garantir ao senhor que eles ainda estejam no local. Pois o capitão pediu pra eu ir lá hoje por volta das cinco horas da manhã, pra devolver a máquina da minha mãe, e me pagar umas cabras que eles mataram pra comer.

- Pois ainda dá tempo. Vamos lá agora, e quando chegar no local, se abaixe, pois irá morrer muita gente. (Tenente João Bezerra).

DR - Seguimos subindo a serra, ninguém dava um pio, sempre com cuidado, pra não espantar os cangaceiros. Quando a gente estava se aproximando, ouvimos um barulho, aí eu pensei:

Valha-me nossa senhora, já estão acordados.

O tenente ouviu também, e me perguntou:

- O que foi isso? (Tenente João Bezerra).

- Tenente, cangaceiro não dorme.

Quando a gente foi chegando perto, eu parei e falei:

- Pronto, tenente, aqui ta bom ... (ora mais, eu queria era correr).

- Negativo, vamos continuar. (Tenente João Bezerra).

Aí, eu disse a mim mesmo: o pau quebra já, e vão nos matar. Mas não tinha o que fazer, a não ser, seguir as ordens da volante.

Eu já sabia que estávamos a poucos metros do local, foi quando João Bezerra parou a tropa e perguntou de novo:

- Durval, Lampião está aí mesmo? (Tenente João Bezerra).

- Está, tenente. Não só ele, mas também toda a tropa. E fique certo que o negócio aí vai ser duro.

O tenente dividiu os soldados, e deu as últimas instruções. Já eram umas quatro e meia da manhã... chuvinha fina... quando pensei que não... ouvi foi o estrondo:

“taaaaaaaaaaaaaa” (o primeiro tiro de fuzil).

Nunca vi tanta bala na minha vida. E eram uns xingado os outros:

- Macaco, traga sua mãe, seu filho da puta (vozes dos cangaceiros).

Nessa hora, eu vi Lampião sair da barraca, e levar um tiro à altura do pescoço, já caindo morto. Ele não deu um tiro sequer, e se duvidar, nem percebeu que morreu. Logo depois, notei que já havia uns sete ou oito corpos ao chão. Nesse momento, vi o tenente que estava do meu lado, colocar a mão na perna. Aí pensei: ele está baleado.

- O que foi tenente?

- Nada, apenas escorreguei aqui numa pedra. (Tenente).

Porém, vi o sangue jorrando e percebi que realmente ele havia sido atingido. Mas, como era o comandante, não poderia fraquejar, e assim esmorecer os soldados. Foi quando levantou-se e falou:

- Avança tropa... quero Lampião pegado à mão... quero Lampião pegado à mão. Não se dá um tiro perdido... não se dá um tiro perdido. (Tenente).

Aí eu vi o mundo se acabar. Mas, também não demorou muito, foi coisa rápida, mais ou menos de quinze a vinte minutos.

E já no finalzinho, eu ouvi o grito de Maria Bonita:

- Chega Luiz Pedro, acuda que mataram Lampião. (Maria Bonita).

Logo em seguida ela foi morta também. E só se ouviam os últimos tiros.
Começaram a cortar as cabeças a golpes de facão.

Até o momento havia dez mortos, já decapitados. As cabeças todas em fila, uma ao lado das outras. Jamais esquecerei aquela cena horrível.

Mas, um dos soldados percebeu que ainda havia um cangaceiro baleado, agonizando. Eu já sabia que o apelido dele era Elétrico, mas como não me perguntaram seu nome, fiquei calado.

O tenente foi até onde ele estava caído, e perguntou:

- Bandido, qual o seu nome? (Tenente).

- Pergunte à sua mãe, pois eu dormi com ela essa noite. (Elétrico).

- É rapaz, pena que você não presta mais, senão eu ia lhe levar, pois um homem valente assim, não se mata. (Tenente).

- Não mata o quê? Me deixe vivo... Me deixe vivo, que vou lhe buscar debaixo da sua cama, seu filho da puta. (Elétrico).

- Atirem nesse homem aí (Tenente).

O soldado atirou nele, e acabou de matar.

Quando o tenente deu as costas, os outros meteram a faca no homem já morto.

Aquilo me doeu, pois ele não era bicho.

O tenente viu, e ficou enfurecido com aquela cena, porém, não tinha mais jeito. 

Como os outros dez, já estavam decapitados, João Bezerra falou:

- Corta a cabeça dele também (Tenente).

Aí eu virei o rosto... não quis ver.

Quando acabou tudo, eu pensei numa maneira de fugir, pois sabia que eles podiam querer me matar, e já não estava mais vendo meu irmão, achava até que ele já estivesse morto também.

Foi quando o soldado Bida, que era meu primo, me chamou e disse:

- Durval, está na hora de você correr. Veja se consegue escapar de algum bandido que fugiu, pois todos aqui têm raiva de ti, e de seu irmão. Daqui a pouco, vai haver briga de soldado contra soldado, pra saber quem fica com o ouro e o dinheiro dos cangaceiros.

Quando eu percebi que ia começar a discussão pela disputa dos pertences... fui saindo... saindo... saindo... aí corri mesmo... como nunca havia corrido em toda na minha vida.

E escapei, graças a Deus!

Fim do depoimento.

Vamos analisar as fotografias:

1 - Durval e eu, na ocasião da entrevista, no dia 05 de fevereiro de 1999.


2 - Dia 02 de agosto de 1938, os irmãos Durval e Pedro (marcados por setas) levam curiosos ao local. Notem um corpo decapitado, já em estado putrefato ao chão.
Meus amigos, são muitos relatos.
Quanta alegria eu sinto em dividir com vocês, esses momentos marcantes.
Muito obrigado pelo carinho e respeito que tanto demonstram para com minhas modestas publicações.
Continuem valorizando o trabalho dos colegas pesquisadores, pois eles merecem todo o nosso reconhecimento.

Charles Garrido.
Pesquisador.
Fortaleza-CE.

Informação: Devido alguns problemas na Net não foi possível colocar a fonte publicada, por eu ter perdido antes da publicação, mas assim que eu consegui-la colocarei o grupo que foi postado este trabalho do Charles Garrido. Desculpa-me pesquisador Charles Garrido, não é a minha intenção deixar trabalhos sem fontes.

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O DRAMA VENEZUELANO

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.792

Enquanto prossegue os absurdos na Venezuela, população de vários recantos daquele país tenta escapar da fome, da violência e do desemprego. Muitos batem às portas do Brasil e em outras nações vizinhas, numa fuga em massa das suas origens. Na cidade de Pacaraima, em Roraima, 240 índios são abrigados e alimentados pela organização Fraternidade e Agência da ONU para refugiados. Mas enquanto instituições particulares sociais tentam fazer alguma coisa pelos nossos vizinhos irmãos, o governo brasileiro parece ignorar o drama também em território brasileiro.  E lá em Pacaraima, por exemplo, o lugar planejado para 200 índios, é ocupado por 240. 

FOTO: (G1/VALÉRIA OLIVEIRA).
Fluxos de refugiados vão chegando por vários lugares do Norte e ficam perambulando pelas ruas como mendigos, pois nem todas as cidades e lugarejos estão preparados para recebê-los. Dizem que Roraima recebeu mais de 11.000 pedidos de refúgios o que compreendemos como pedidos provisórios. Ninguém quer ser refugiado eternamente. Mas é preciso, pela irmandade do mundo, uma condição mínima em receber aqueles tangidos pela adversidade. Os que chegam trazem a família com filhos menores, situação que agrava a imigração. A estimativa é que 30.000 mil venezuelanos já entraram em Roraima. Lá mesmo na cidade de Pacaraima, os 240 índios serão enviados para Manaus e o lugar ficará vago para receber outros imigrantes.
A Venezuela, oficialmente República Bolivariana da Venezuela, é um país da América localizado na parte norte da América do Sul, constituída por um continente e um grande número de pequenas ilhas no Mar do Caribe. Sua maior aglomeração urbana é a cidade de Caracas, onde conflitos internos acontecem todos os dias. A sede ditatorial de Maduro não assegura a ordem em seu território e os seus cidadãos se dividem em resistência, fugas ou acomodamento. E quando as forças armadas resolvem apoiar um ditador, o país permanece com futuro incerto.
Esperamos mais compreensão do governo brasileiro em relação aos refugiados, para recebê-los dignamente e encaminhá-los para o trabalho com uma assistência decente e latina. Aliás, a fraternidade entre os povos parece ser um dos objetivos das inúmeras religiões do mundo.


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VIVER, APENAS...

Por Rangel Alves da Costa

Já não sei se quero ilhas ou quero multidões. Também não sei se quero distâncias ou proximidades, convívio ou desolação. Talvez bastasse estar em paz em qualquer lugar. Mas em qual lugar?
Prefiro os silêncios às vozes, aos barulhos, aos murmúrios. Porém sei que é impossível calar o mundo. Sempre haverá um grito por todo lugar. À noite, quando mais desejo a calma silenciosa, eis que os gatos ecoam seus gemidos de dor e prazer.
Tomo um café forte, quente, sem açúcar, pelo simples prazer da bebida. Não apenas um, mas muitos cafés desde o acordar ainda antes do cantar do galo. Depois acendo um cigarro e fico meditando sobre as dores do mundo.
Nietzsche tinha razão. Schopenhauer também. Tudo é ilusão. Não há, no viver, nada além de uma tábua de faquir e de um braseiro lanhando de fogo a pele. Daí que não há profeta ou filósofo que não chore à beira do rio.
Mas refletir muito atormenta a alma já transtornada até mesmo pelas simplicidades. Nada mais parece causar prazer, contentamento, a paz merecida. Em tudo, apenas o medo, a agonia, a angústia, a ficção. Um mundo acorrentado e sem saída.
Gosto quando chove na madrugada por que o seu som toma a voz de todos os outros sons. Mas também pela sua feição melancólica a cada pingo. Certamente que são lágrimas desprendidas de qualquer face oculta. Que pode ser a minha ou de qualquer um.
Queria pegar o sol com a mão e sentir seu calor. Talvez seja frio demais se espalhado na mão. Já a lua eu sei que é quente, chamejante, ardente demais. E sei por que não há luar que não traga na sua luz uma nostalgia profundamente angustiante.
Delírios, insanidades, distúrbios, enlouquecimento? Não. Ou sim. Ora, a razão se perdeu e em seu lugar permaneceu apenas a conveniência. E não há como ter sanidade se ao redor tudo enlouquece e em pesadelo se transforma.
Ainda assim eu gosto de meditar. Os pombos e as folhas mortas da amendoeira sabem bem disso. Logo ao amanhecer, mas principalmente ao entardecer, sento-me no velho banco defronte aquilo que um dia já foi um jardim.
As horas passam que nem sinto. Os pombos me chegam e contam segredos. As folhas mortas me recobrem como se desejassem esconder os meus olhos molhados. Em instantes assim, talvez até eu converse sozinho, dialogue comigo mesmo, mas nunca me perguntei sobre o que tanto falo.
Então vem a ventania e deixa tudo ainda mais entristecido. As folhas são levadas como se fossem apenas restos. E realmente são. Os outonos são enfermidades que abrem túmulos e provocam tristezas e dores. Pelos arredores, uivos e murmúrios de outras folhagens e dos ocultos que permanecem como almas encantadas.
Além da tristeza mais triste, muito triste é conviver com jardins desolados, ressequidos, sem flores. Pelos canteiros apenas as recordações, as saudades, as relembranças. Talvez seja por isso que a janela adiante não é mais aberta. Não há mais borboletas, pássaros, gafanhotos. Nada. Somente o entristecimento da solidão.
Talvez um dia eu escreva alguma coisa sobre o nada no ser. O livro do nada contando tudo sobre o absolutamente nada. Mas nem tudo vazio assim. Certamente que numa página estará escrito que à frente havia uma porta esperando ser aberta. Noutra página, dizendo sobre uma estrada adiante. E noutra mais sobre a distância de tudo.
Mas não há folha de papel onde vivo e as folhas da amendoeira já foram levadas ao vento. Nada posso guardar no olhar. Tudo se molha, tudo escorre, tudo se vai. Nada posso guardar em mim ou dentro de mim. A solidão tomou todos os espaços.
E assim a vida vai. Um viver, apenas... Ou não.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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"O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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O "ROCKY LANE" DE ARCOVERDE

Por Ruy Lima

O filme "Uma Balada para Rocky Lane", média metragem do meu amigo de Alagoinhas/PE, e arcoverdense do coração, Djalma Galindo, será exibido no cinema São Luiz, no Recife, na próxima segunda-feira, dia 04/12/2017, às 19h, no 19º FestCine - Festival de Curtas de Pernambuco.

Pense num filme arretado, contando a história do nosso "Rocky Lane", José Leite Duarte, figura folclórica do Cinema Bandeirante, "o Gigante da Praça da Bandeira".

"Uma balada para Rocky Lane" foi considerado o melhor filme pelo júri popular do Festival de Cinema de Penedo.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1739974502691645&set=gm.930663283764455&type=3&theater&ifg=1

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DO POETA, ESCRITOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO KYDELMIR DANTAS


JÁ FAZ TEMPO QUE NÃO OUÇO,
O ABOIO DE UM VAQUEIRO.
NEM A LUZ D’UM VAGALUME,
ENFEITANDO MEU TERREIRO.
E O TETÉU PELOS BAIXIOS,
A CANTAR O DIA INTEIRO.

JÁ FAZ TEMPO QUE NÃO OUÇO
A SANFONA DE LUIZ.
NEM O TOQUE À TARDINHA,
LA DO SINO DA MATRIZ.
JÁ FAZ TEMPO, QUE O TEMPO
ME ESQUECEU DE SER FELIZ.

JÁ FAZ TEMPO QUE DOU TEMPO,
PRA VER O QUE O TEMPO DIZ.
E VOU GASTANDO MEU TEMPO,
COMO O TEMPO ASSIM QUIS.
ENTRE ALTOS, BAIXOS, QUEDA
EU DIGO AO TEMPO: ARREDA.

NESTE TEMPO SOU FELIZ!
(Kydelmir Dantas - Dezembro/2017)



Imagens:

1 - Vaqueiro do Nordeste, 1941, bico de pena de Percy Lau.
2 - Luiz no vôo da Asa Branca - desenho de Jo Oliveira
3 - Kydelmir - Cariri Cangaço em PiranhasÁL, 2016.


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FOTOS DA GUERRA DO CANGAÇO REVELAM LADO DESCONHECIDO DE LAMPIÃO

ELISE JASMIN - tradução ANDRÉ TELLES

RESUMO O trecho nesta página faz parte do artigo "A guerra das imagens: Lampião descobre a fotografia", que integra o livro "Conflitos: Fotografia e Violência Política no Brasil 1889-1964", com organização de Heloisa Espada e Angela Alonso, a ser lançado em dezembro pelo Instituto Moreira Salles.
*
Perseguidos sem trégua durante aproximadamente 20 anos pelas forças da ordem, Lampião e seu bando de cangaceiros atravessaram, devastaram e saquearam o sertão do Nordeste. Desafiaram não só as autoridades policiais e políticas da região, como também o poder central do Brasil.

Guerreiros valentes para uns, brutos sanguinários para outros, os cangaceiros sob o comando de Lampião atuaram de 1922 a 1938, data em que as forças da ordem puseram fim a seu reinado de terror.

Surpreendidos numa emboscada, Lampião, sua mulher e nove de seus companheiros encontraram a morte em 28 de julho de 1938, na grota do Angico, no Estado de Sergipe. Foram todos decapitados.

Suas cabeças foram levadas de cidade em cidade e expostas em praças públicas com uma mise-en-scène estudada. Em seguida, foram examinadas por médicos-legistas, que nelas tentaram detectar estigmas de monstruosidade, e depois exibidas no museu ligado ao Instituto Nina Rodrigues, da Bahia, até 1969, quando grandes multidões se deslocavam para vê-las. [...]

Nascido em 1898 no sertão de Pernambuco, na região do Pajeú, que foi o berço do cangaço e de onde saíram seus ilustres predecessores —Cabeleira, Antônio Silvino, Sinhô Pereira, Casimiro Honório—, Lampião, a princípio, é fruto de uma sociedade marcada pela violência, na qual é forte a tradição do banditismo de honra.

Lampião, em 1922, toma a frente de um movimento que, sob muitos aspectos, ele revolucionará. Chefe de bando, instituíra rituais, valores e um estilo de vida bem específico no seio do grupo.

Fez do cangaço um modo de vida, até mesmo uma profissão; percorreu, dominou e devastou um imenso território à frente de um grupo que contou até cem homens, fragilizando o equilíbrio político e econômico do Nordeste brasileiro e colocando em perigo a autoridade e a legitimidade do poder de Estado no sertão.

À frente de seu bando de cangaceiros, Lampião atacava e arrasava propriedades e vilarejos, extorquia parte da população, introduzindo o rapto em seus métodos crapulosos e jogando sutilmente com os antagonismos de clã entre os potentados locais.

O recurso a uma violência sem limites, à castração, às mutilações, à marcação com ferro em brasa permitiu a Lampião aterrorizar os sertanejos que não o apoiavam e consolidar sua reputação de crueldade. [...]

LAMPIÃO EM FILME

Enquanto as forças da ordem não conseguiam agarrar o Rei do Cangaço em seu antro, este último teve o topete de aceitar a oferta do fotógrafo e cameraman Benjamin Abrahão para fazer um filme sobre a atividade de seu bando. [...]

[Nas cenas], os cangaceiros aparecem nas mais diversas atividades, dançando, rindo, Lampião costurando, lendo um livro de Edgar Wallace, sendo penteado por Maria Bonita, dando ordens, exibindo com orgulho o armamento do grupo e demonstrando sua capacidade militar, acariciando dois cães, escrevendo uma carta com uma pena, passando em revista seu estado-maior. [...]

Nessa época de sua vida, Lampião não tem mais como única ambição ser um chefe guerreiro; exerce também outras funções no seio do grupo: introduziu a leitura do ofício religioso, é encarregado das relações com os potentados locais e os ricos fazendeiros a quem recebe em audiência, como um monarca; arbitra os litígios no âmbito do grupo, lê, para seus companheiros, poemas de cordel e artigos de jornais, sobretudo os que lhe concernem. [...]

Lampião insistia em ser fotografado com um livro ou uma revista na mão, lendo artigos sobre si próprio. Para um homem com pouca instrução, mas que alcançara grande notoriedade, emulava os notáveis e políticos importantes do sertão, conquistara um território e falava de igual para igual com as autoridades governamentais do Nordeste, era de extrema importância mostrar que sabia ler e escrever.

Lampião lia muito; escrevia em média três cartas por dia, a maioria pedidos de resgate, cartas de ameaça ou desafios aos inimigos.

A escrita de Lampião era quase fonética e evocava o sotaque nordestino, confinando-o à sua região e à sua classe social, o que fazia a alegria dos jornalistas e escritores da época. Totalmente consciente do fosso existente entre sua escrita e a dos livros ou jornais, nunca sentiu vergonha por isso e continuou a se comunicar por escrito. [...]

Publicadas na imprensa, as fotografias de Lampião e seus cangaceiros constituíam uma verdadeira provocação e foram certamente percebidas pelas autoridades policiais e governamentais como um desafio ao qual era preciso reagir.

BATALHA DE IMAGENS

Às fotografias ilustrando os sucessos, a riqueza e a invencibilidade de Lampião cumpria então opor imagens eficazes, indicando nitidamente onde estavam o poder e a ordem. Ao espetáculo de um bandido invulnerável, a despeito de perseguido durante duas décadas, respondiam imagens traduzindo uma vontade férrea e uma autoridade implacável.

Ao lermos os jornais do litoral nordestino, fica claro que a fotografia desempenhou um papel não desprezível na instalação dessa relação de forças entre Lampião e seus adversários.

Ao mito de Lampião irão opor um contramito: o do oficial e soldado das volantes disposto a destruir uma das formas mais espetaculares de barbárie do sertão. Depois de mais de 20 anos no cangaço, Lampião podia se gabar de ter se tornado um personagem público.

No fim dos anos 1930, não sobrevivia mais graças a seus feitos guerreiros, e sim porque tinha conseguido tecer toda uma rede de relações de clientela e corrupção no interior do Nordeste. Parecia quase evidente que as forças policiais acomodavam-se a esse estado de fato.

Essa rede, todavia, não foi capaz de resistir ao sistema autoritário imposto pelo Estado Novo a partir de 1937. Para o regime de Getúlio Vargas, com efeito, era inadmissível que Lampião pudesse continuar a desafiar não só as autoridades policiais, como todo o sistema político centralizador sobre o qual repousava a ditadura recém-instaurada.

A pretexto de impedir qualquer manifestação de desordem no território nacional, o Estado Novo, em 1937, incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria dos "extremistas". A sentença não demorou a sair: a ordem era matá-los.

ESPETÁCULO DA MORTE

Em 28 de julho de 1938, Lampião e parte de sua tropa foram surpreendidos pela volante do tenente João Bezerra, em consequência da traição de um de seus coiteiros. Uma vez "terminado o massacre", a força volante decapitou os cadáveres e partiu com as cabeças em direção à cidade de Piranhas (AL), onde o povo pôde finalmente "regozijar-se" com o fim de Lampião, "a própria encarnação da morte".

Numa espécie de resposta à alegação de onipotência e invulnerabilidade do célebre cangaceiro, exibiram as cabeças como troféus, a fim de mostrar aos olhos do mundo que aquele corpo fechado, impermeável às balas e ao facão, podia ser fragmentado.

A morte de Lampião foi encenada, e seus adversários recorreram a todo tipo de simbólica religiosa: transportaram as cabeças de Lampião e de seus companheiros de cidade em cidade, de vila em vila, numa espécie de procissão macabra, misturando tradições solenes e manifestações de júbilo popular, o sagrado e o profano.

Na cidade de Piranhas, festas, desfiles, manifestações de um entusiasmo mais ou menos espontâneo, fogos de artifício e banda de música acompanharam o cortejo macabro.

Uma das primeiras preocupações dos organizadores e jornalistas presentes foi fotografar os diferentes momentos daquela cenografia sinistra e repassar as imagens para a imprensa.

Uma das mais célebres, ilustrando a tragédia final, é incontestavelmente a que mostra as cabeças de Lampião e de seus companheiros dispostas no adro da igreja de Sant'Ana do Ipanema: essa fotografia é produto de uma mise-en-scène bastante elaborada.

As cabeças dos 11 cangaceiros foram dispostas num pano branco estendido sobre os degraus da igreja. Em volta de todas essas cabeças foram distribuídos, com grande esmero na simetria, as armas, cartucheiras, embornais e chapéus dos cangaceiros, bem como duas máquinas de costura.

A disposição das cabeças não foi aleatória: a de Lampião, o chefe, o instigador, o arquiteto, o "Rei do Cangaço", foi isolada das dos outros, está no primeiro plano, na base da composição. Os símbolos da riqueza e da força guerreira dos cangaceiros estão ali, moldura e ao mesmo tempo cenário de uma espécie de natureza-morta macabra.

Esses vestígios —bordados, ornamentos, moedas de ouro— de um brilho que nos dizem estar definitivamente perdido contrastam violentamente com as cabeças cortadas, remetendo infalivelmente aquele que observa ao ato de decapitação e profanação do cadáver.

Entretanto, a despeito da vontade de perenizar a morte física e a destruição de Lampião mediante imagens irrefutáveis, o mito da imortalidade desse herói persiste, expandindo-se ainda nos dias de hoje: mesmo diante das cabeças dos cangaceiros mortos, alguns sertanejos não acreditaram na morte de Lampião.

Não acreditaram no que lhes era apresentado como uma evidência: nenhuma imagem-prova, nenhum suporte visual, seja qual for, pode resistir à força da crença.

ELISE JASMIN, historiadora, é autora de "Lampião, Senhor do Sertão: Vidas e Mortes de um Cangaceiro" (Edusp) e "Cangaceiros" (Terceiro Nome).

ANDRÉ TELLES é tradutor.

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