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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

QUADRO "LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO"


Por Snides Caldas

Especificidade: Réplica do chapéu de Lampião, de 1938; moedas do período; fundo azul de tecido, típico das vestes usadas pelos cangaceiros; trabalho em couro representando os bornais.

Peça do artesão Roosevelt Fernandes, acervo do ateliê Gibão de Cor, localizado na Vila do Artesão, chalé 76, em Campina Grande.


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O CANGACEIRO VINTE E CINCO


Por Biafra Rocha Ribeiro

José Alves de Matos mais conhecido por Vinte e Cinco nasceu em Paripiranga, BA, na Fazenda Alagoinha. Teve vários primos e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: Santa Cruz, Pavão, Chumbinho, Ventania e Azulão. 

José Alves vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs, e depois seu pai casou novamente e nasceram mais cinco homens e três mulheres. 

Antes de se destacar no bando montado por Virgulino Ferreira da Silva o Lampião, José Alves de Matos tinha, de acordo com sua filha, feito estágio no bando de Corisco, alcunha de Cristino Gomes da Silva Cleto. 

No dia que entrou para o bando de Corisco o seu sobrinho Santa Cruz entrou no grupo de Mariano. Por conta de uma discussão com a cangaceira Dadá saiu do grupo de Corisco.

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O alcunha dado ao cangaceiro José Alves de Matos de Vinte e Cinco foi apelidado pelo cangaceiro  Cristino Gomes da Silva Cleto o Corisco, por ele ter entrado no cangaço em uma data que marcava Vinte e Cinco, mas não se tem o mês desta ocorrência.


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QUASE 100 ANOS DEPOIS...


Por Snildes Valdas

Há um século o avô dessa mulher e o pai desse homem mediam suas forças no extenso território da caatinga nordestina. Um, entitulado ‘governador do Sertão’, comandava seus cabras com valentia e destemor – era Virgulino Ferreira, o maior cangaceiro que o Brasil já viu; o outro era o coronel João Bezerra, um intrépido comandante de volante, que perseguia o primeiro e seu bando. Exemplos da dureza daqueles tempos, eles foram dois homens de fibra, um buscando a justiça ao seu modo e fazendo do cangaço um modo de vida; outro incumbido pela lei de por um fim no cangaço.

Atualmente, a escritora e pesquisadora Verra Ferreira e o também pesquisador Paulo Brito se encontram em bancadas de debate para levar ao público, que ainda se encanta com o cangaço, as verdades que formataram uma das histórias mais lidas, vasculhadas e polemizadas do mundo.

Hoje eles se abraçam para buscar e contar a verdade, coisa inimaginável no universo vivido por Lampião e João Bezerra.


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LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.226


No auge da sua carreira criminosa, Lampião, desapontado com o engodo militar em Juazeiro do Norte, voltou furioso a Pernambuco e penetrou em Alagoas. Saiu fazendo suas estripulias no Alto Sertão alagoano dirigindo-se à região de Santana do Ipanema, no comando da caterva de 102 cangaceiros. Os avisos chegavam através de vaqueiros que adiantavam as notícias e por famílias rurais em fuga. Certo dia apareceu na urbe o vaqueiro Catingueira montado numa égua em osso, paletó sem camisa, chapéu de couro repuxado para trás espalhando o medo: “Eu estava dentro do mato quando passou Virgulino e uma legião de demônios; ou vem para Santana ou para Olho d’Água das Flores”. A notícia brusca agitou a cidade.
Santana do Ipanema não estava preparada para rechaçar tamanha ameaça. O prefeito estava doente e uma esquiva policial não chegava a nada. Foi aí que um grupo de homens resolutos, resolveu tomar a iniciativa. Foi convocado o Tiro-de-Guerra com 25 atiradores; vários policiais e civis. O próprio padre Bulhões requisitou bastantes rifles da população e barricadas foram feitas na Rua da Poeira, entrada oeste da cidade. 1926. O inverno gelado na região não arrefecia os futuros combatentes. Anoiteceu, mas o frio não afastou os homens da trincheira durante a noite inteira. O dia amanheceu com o Sol dourando as montanhas e a fome bateu.   Alguém foi à padaria e abasteceu os convocados com pães e bolachas. Nada de Lampião.
Enquanto isso algumas famílias se retiraram rumo a Palmeira dos Índios, no Agreste. Entre elas, o menino Breno Accioly, futuro contista brasileiro (atualmente a Biblioteca Pública leva o seu nome). Ao restante da população, somente restava aguardar o combate. Entretanto, Lampião, guiado por Gato Bravo – cangaceiro santanense – preferiu assaltar a zona rural e rumar para o distrito de Olho d’Água das Flores, onde permaneceu o dia como senhor da situação. Apesar dos absurdos praticados, não morreu ninguém em Olho d’Água. Mas, no dia seguinte, o bandido assassinou um cidadão no povoado Caboclo.
Bem, passado o susto em Santana do Ipanema, o povo voltou a sorrir sem o resultado do jogo (tiroteio).
O batalhão de polícia para combater os meliantes, só chegou ao Sertão em 1936, dez anos após o caso.
Dois anos depois, 1938, aí sim, Lampião entrava em Santana do Ipanema com Maria Bonita e mais nove demônios, mas só as cabeças.
                                                                                  

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ESCREVI UM SALMO

*Rangel Alves da Costa

Não escrevi apenas um, mas vários Salmos. Contudo, mesmo que eu os tivesse escrito completamente, a seguir seguem apenas as partes iniciais, vez que minha intenção é que o leitor seja também salmista e complete o sentido, segundo sua fé e seus desejos.
Escrevi um Salmo: “Senhor do Silêncio, não deixai que o pensamento venha como grito de dor e saudade. Não deixai que a dor e a saudade silenciem as belezas que eu tenho a pensar...”.
Salmo: “Ao subir a montanha, e lá no alto erguer os braços e levantar a voz em direção ao sagrado, certamente não avistará a face daquele que a tudo ouve e sente. Mas ele descerá junto a ti para glorificar tua prece...”.
Salmo: “Que das colheitas dos campos as flores sejam separadas para o amor, os frutos para o convívio familiar e os grãos para a semeadura na próxima estação. E que depois da colheita a fé seja também semeada para que frutifique a paz...”.
Salmo: “Que se faça o silêncio para a voz de Deus ser ouvida. Não precisa que calem as bocas nem cinjam os lábios e os dentes. A voz de Deus se faz ouvida noutro silêncio. O coração silencioso grita e clama por ouvir mais...”,
Salmo: “O verdadeiro amigo traz os frutos bons da colheita. Ele estende a mão e tudo oferta em nome da amizade. Mas a boa amizade é como um campo onde se sequer semear. Há de se cultivar e cativar...”.
Salmo: “Vaga-lumes vagueiam na ausência de luz, do brilho da lua e do cintilar das estrelas. Para tudo na vida há uma chama acesa, uma luz a guiar. Que o homem não chame para si a escuridão ainda que não deseje ser vaga-lume...”.
Salmo: “A ventania passa e leva restos de tudo. Vão as folhagens secas, as folhas mortas, o que já perdeu sua força de permanência. E também levará aquele que, por falta de fé, se deixar abater pelos outonos da vida...”.
Salmo: “Uma roupa velha será uma nova roupa para aquele que não tiver roupa nova. Veste-se para a vida e não para o luxo. Um bom coração não precisa de brilho, um corpo honrado não precisa de luxo, o ser nunca precisa ser diferente daquilo que é...”.
Salmo: “As pedras falam, possuem sentimentos, sentem o mundo ao redor. As plantas e os bichos conversam, possuem sentimentos, sentem o que acontece ao seu redor. Ao homem foi dado tudo, desde a voz à razão, mas o mesmo insiste em possuir menos sensibilidade que as pedras, as plantas e os bichos...”.
Salmo: “O rio passa segundo as águas vão caminhando. As águas passadas não voltam mais. Contudo, das águas que passam movem os moinhos d’água e geram transformação. E o homem, à beira do rio, não dá um passo sequer para se transformar...”.
Salmo: “Ao descer a montanha, Jesus encontrou uma multidão e com ela foi caminhando. Mais adiante já havia menos seguidores. Não demorou muito e somente uma pequena quantidade de pessoas seguiam seus passos. E depois ficou sozinho...”.
Salmo: “O que torna o amor em beleza não é a beleza do amor em si. Toda a beleza do amor reside na busca de seu aprimoramento, de seu crescimento e fortalecimento. Quem ama nunca se contenta com o amor que tem. Quem ama procura o princípio, de modo que o seu conhecimento não permita o fim...”.

Escritor
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QUANDO O DOIDO JUVÊNCIO FOI ACONSELHAR O ENTÃO CANDIDATO EDSON OLEGÁRIO.


Por José Mendes Pereira

Quando da vez que o saudoso Edson Olegário, então prefeito de MV decidiu ser candidato a deputado estadual, a notícia logo se espalhou por toda cidade, na época pequena e provinciana.

De tal maneira que, desde então, ali não se falava noutra coisa, da urbe a zona rural. A boca pequena se comentava, da igreja às bodegas, dos cafés da rua do comércio às esquinas, às calçadas das casas. Das praças e as barbearias ao cabaré de Cesário e a pedra da estação.

Seu Edson, o prefeito agora seria eleito fácil deputado. Todos diziam numa só voz.

Porém, quando a tal notícia chegou enfim, aos ouvidos do doido Juvêncio, que por sinal não gostava muito de política. Ele sempre dizia, que política era uma brincadeira inventada pelo cão. A arte do Demo, segundo ele, com a qual os homens maus, sempre enganavam os bons e os abestados da nação.

- Vou pedir para seu Edson não ir não! Mas, caso ele insistir há de ter uma condição, disse Juvêncio a plenos pulmões bem no portão do antigo mercado.

E assim rumou um tanto apressado para a residência do candidato.

Ao chegar à porta foi logo exclamando:

- Seu Edson, seu Edson! O sr. bem sabe que sou parente e um lascado devoto do Padim Ciço Romão. E que falei com ele na madrugadinha de hoje e tb aos sábado lá debaixo do pontilhão da linha e às vezes na capelinha dos Três Desterrados.

Emendou Juvêncio: 
- Portanto, vi lhe trazer um bom recado do homi santo do Juazeiro. Ele mandou dizer que, se o sr. quiser mesmo ser eleito deputado, terá que fazer sem demora um pequeno sacrifício. O sr. tem que vender logo todo o seu gado, as terras de cana, de milho e algodão. Os engenhos, os cabritos... Ficar pobre de Jó, feio, magro e malamaiado, igual a eu, São Sebastião e São Francisco. Se o sr. não fizer desse jeito vai perder a eleição até para um burrico.

Explicou ainda: - Mas tenha calma seu Edson. Porque Padim Ciço Romão também disse que o sr. se assim desejar e for do seu agrado pode me deixar no seu lugar de prefeito. Quanto a isso não tenha tanta cerimônia assim comigo... Pra lhe ajudar eu aceito o cargo. De bom grado.

E disse mais: - Eu mesmo vou colaborar com o sr. quando for distribuir todo o seu dinheiro pra nossa população. Num vamos dar nada aos ricos, porque assim seria um grande desperdício... Os ricos daqui seu Edson, num valem um penico furado, nem um vintém nem um tostão. Cuidado, seu Edson, num vá perder seu dinheiro e tb a eleição por causa dessas mazelas desses Judas dos seicentos diabos.

Continuou: - Do patamar da matriz, de cima da ponte do trem, na frente do chafariz, na pedra da estação e dentro do mercado foi onde já escolhi pra gente jogar o seu dinheiro, que aliás, sei que não é pouco.

E com o dinheiro que o Sr. vai me agraciar eu vou é lhe comprar esta casa, a praça do Cristo-rei, a prefeitura, o sítio Santana, o jipe, a carroça e o cine São Luiz.

E para encerrar o assunto, Juvêncio ainda arrematou: - Afinal de contas, água deu, água levou, né mesmo seu Edson?!

Não sei ao certo como este diálogo terminou. O que sei é que Edson Olegário de Santana fora eleito deputado, por sinal, com uma considerável votação.

Mas esta certamente, é uma outra história...


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ENCONTRO DE EXPEDITA, VERA, ANILDOMÁ E CANDEEIRO

Por Anildomá Willans

Eu, ladeado por Espedita Ferreira e Vera Ferreira - filha e neta de Lampião e María Bonita, juntamente com o ex-cangaceiro Candeeiro, no início dos anos noventa, aqui em Serra Talhada.


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LAMPIÃO E SEUS CABRAS MATAVAM GENTE PARA QUEIMAR E RETIRAR GORDURA, PARA LUBRIFICAREM AS ARMAS!

Por Geraldo Júnior
https://www.youtube.com/watch?v=VqVCg38IfhY&feature=share&fbclid=IwAR1PaP9EzTEaxZpW2yT0aWd8qOZZlg-0TTosUvvxVemq5DayTGrGobb9cX0


No decorrer dos anos muitas histórias foram criadas pelo imaginário popular em torno da figura polêmica de Lampião. Algumas dessas histórias sangrentas, outras romanceadas e tantas outras com teores cômicos ou sarcásticos. A verdade é uma só e todos nós sabemos que a história do cangaço e em especial a história do cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva “Lampião”, foi escrita com muito sangue, suor e sofrimento. Um período de luto para o sertão e para o sertanejo nordestino. Muitas histórias de crimes monstruosos, que foram cometidos tanto por parte dos cangaceiros, quanto de grande parte das Volantes que os perseguiam, se perderam com o passar do tempo, mas uma grande e importante fatia dessas histórias foram salvas através da memória popular e de documentos que ainda nos tempos atuais podemos ter acesso. Com o intuito de preservar e divulgar a história cangaceira selecionamos algumas dessas histórias e a partir de agora as apresentaremos em capítulos, onde especialistas e estudiosos do assunto falarão a respeito dos fatos acontecidos, cada um dentro da sua especialidade. Tenho a plena convicção que através dessas histórias teremos um maior conhecimento e compreensão sobre os fatos e acontecimentos desse período negro da nossa história chamado cangaço. 

Geraldo Antônio de Souza Júnior
Categoria

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O CANGACEIRO CHICO PEREIRA

Por José Mendes Pereira
O cangaceiro Chico Pereira
Colorido pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Diz o pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira   que o coronel João Pereira, pai do cangaceiro Chico Pereira, morava em Nazarezinho, no Estado da Paraíba. Casara-se com dona Maria Egilda, e era proprietário de um sítio que ele mesmo o nomeou de fazenda Jacu. E além deste, era dono de um barracão onde vendia produtos alimentícios à vizinhança.
              
Do casal nasceram sete filhos, três mulheres e quatro homens, sendo os homens: Aproniano, Abdon, Abidias (faleceu em 2004 com 1003 anos), e o Francisco Pereira Dantas, o Chico Pereira. Como o coronel tinha mania de permanecer em seu comércio, mesmo depois do dia, nessa noite, o patenteado João Pereira ainda se encontrava de portas abertas, mas prestes a fechá-las. E sem menos esperar, recebeu a visita de três homens armados. Ao atendê-los, como sendo autoridade do lugar, sem usar autoritarismo, amigavelmente chamou a atenção deles, explicando-lhes que o uso de armas estava sendo proibido por uma lei municipal, aprovada em assembléia, que não permitia mais as pessoas perambularem armadas pelas ruas do lugar. Como o município havia criado essa lei, ele achava que os homens deveriam obedecê-la.
            
E sem imaginar que o seu conselho lhe custaria a vida, causou uma discussão acirrada, seguida de tiroteio dentro do seu barracão. No momento, a bagunça foi desastrosa, onde facadas, pancadarias e gritaria aconteceram no local, deixando alguns mortos e outros feridos. Inclusive o coronel João Pereira que tendo sido atingido por balas, foi conduzido às pressas para ser socorrido em sua residência, na fazenda Jacu, numa distância de mais ou menos cinco quilômetros. Como o socorro demorou, devido à distância entre o lugar onde ocorreu o crime e a sua residência, em consequência dos graves ferimentos, veio a falecer diante de sua família. Mas antes do último suspiro, ele fez um pedido aos filhos: que não fizessem vingança. Entregassem o caso às mãos de Deus. Estas foram as suas últimas palavras.   
                 
E já que ele estava caminhando para a eternidade, e não teria mais volta ao mundo, todos os seus filhos perdoassem o erro do seu agressor. Com certeza, o medo e a intenção do patriarca era que os seus filhos não sofressem nas mãos da polícia, se caso tentasse vingar a sua morte.                     
            
Após o enterro, como o coronel tinha boas amizades, a população revoltou-se contra o assassino do patenteado, e passou a exigir justiça urgente.                                                           

A polícia tomara conhecimento do assassinato, mas não se interessou de trancafiar o criminoso, chamado Zé Dias. Sentindo-se pressionado pela população, pedindo-lhe justiça, Chico Pereira que nessa época, ainda não era cangaceiro, sendo ele o filho mais velho do coronel, de vinte e dois anos de idade, deu início à procura de Zé Dias.            
            
O criminoso temendo ser justiçado pela morte que fizera procurou se ocultar nas serras. Mas depois de muita procura, dentro dos cerrados, finalmente Chico Pereira o encontrou. Prendeu-o e o levou à presença da polícia. Com essa façanha, ele foi considerado pelo povo do município como herói, que era o desejo de todos verem Zé Dias entre as grades para pagar o que fizera com o coronel João Pereira. Mas para a tristeza da população e o desgosto de Chico Pereira, por ter levado o criminoso à presença das autoridades para puni-lo, e não sendo justiçado, dias depois, o assassino já se encontrava em total liberdade, passeando livremente pelas ruas de Nazarezinho.                                 
            
A população que não se conformara com a atitude da justiça, colocando o criminoso em liberdade, iniciou um protesto, uma espécie de cobrança, e passou a exigir que o próprio Chico Pereira, como sendo ele o filho mais velho do coronel, com urgência, fizesse a vingança, assassinando àquele que havia exterminado a vida do seu pai.                  
            
Este, sentindo-se exigido pela população, e sem outra opção, se viu obrigado a não cumprir o pedido do pai. E partiu para fazer o contrário de João Pereira, a vingança, como era costume na época, honra familiar do sertão.                                 
            
Passado alguns dias, o criminoso Zé Dias foi encontrado morto nas terras paraibanas. Infelizmente, Maria Egilda ouviu do seu próprio filho, uma frase que mãe nenhuma deseja ouvir: "Mamãe, fizeram-me criminoso”.        
            
Ivanildo diz em seu texto que: Chico Pereira após ter feito a vingança, temendo ser preso, com agilidade, fugiu para as caatingas do nordeste, passando a viver embrenhado às matas da região.                                                            
Como não queria pagar pela sua vingança que para ele era além de justa, foi astucioso: pensou e  criou um bando de cangaceiros, e o pôs em prática, para se tornar fortalecido diante daquelas perigosas feras, o que na época, era um dos movimentos que os jovens muito se interessavam, praticando assaltos, mortes por onde passavam.            

Chico Pereira antes, talvez, não sei, não tivesse vontade de se tornar assassino. Mas depois que mataram o seu pai, no ano de 1922 (período em que Lampião recebeu das mãos do Sinhô Pereira o seu afamado bando), deu início a sua vida de bandoleiro, que segurou por seis anos, que dominava os sertões e fugia da polícia. No dia 27 de Julho de 1924, juntou-se a Lampião para atacar a cidade de Sousa, dando continuidade até o ano de 1928, quando foi assassinado.

Chico Pereira não usava chapéu quebrado na testa, nem gibão,... Seu jeito de ser, diz Ivanildo Silveira, é provável que tenha se espelhado em Tom Mix, em revistas norte-americanas que vez por outra chegavam às caatingas.  
            
Segundo o saudoso José Romero Cardoso o Jornal do Recife de 22 de novembro de 1927, citado por Frederico Pernambucano de Mello, disse que Chico Pereira não usava cabacinha d'água, chapéu de couro, preferindo um traje assim a herói do Far West, usando chapéu de massa, de abas largas, lenço vermelho ao pescoço, pesadas cartucheiras, calças colote e clássico punhal nortista traspassado à cinta. E que muito exigiu que seu código de honra fosse respeitado e conservado. Quando qualquer indivíduo tentava desrespeitar, com certeza, estava assinando uma sentença de morte.
            
Mas Chico Pereira tinha algo para cumprir. Apesar de já estar com mais de vinte anos de idade, mesmo diante de tantas decepções na vida e perseguições por parte das volantes, por ele ter matado o assassino do seu pai, estava uma moça chamada Jardelina de Nóbrega, com apenas doze anos de idade. E aos quatorze anos, já muito apaixonada, jardelina de Nóbrega noivara-se com o bandido.                       
            
Como Chico Pereira não podia estar presente à recepção matrimonial devido às perseguições da polícia, que não lhe dava trégua, o seu casamento foi realizado na igreja católica, através de procuração, autorizada em cartório local. Apesar de ser  cangaceiro, vivendo exclusivamente dentro das caatingas nordestinas, livrando-se da polícia, Chico Pereira ainda deu de presente à Jardelina de Nóbrega, três filhos, os quais não chegaram a conhecê-lo, pois Jarda, como era carinhosamente chamada pela população, viuvara no dia 28 de outubro de 1928, com apenas dezessete anos de idade, quando o seu esposo foi barbaramente assassinado, no Rio Grande do Norte pelos próprios policiais que os recambiaram para o Fórum de Currais Novos.            
            
Chico Pereira iria ser julgado em Acari e um dia antes de sua morte, a escolta já estava pronta para recambiá-lo até Currais Novos. E mais ou menos no início dos primeiros minutos do dia 28, as autoridades partiram da capital, levando o criminoso para ser julgado naquela comarca.   
            
Café Filho que na época era o seu advogado (este, posteriormente chegou a ser vice-presidente da república, e com a morte de Getúlio Vargas, assumiu a presidência do Brasil), percebera que o seu cliente poderia ser morto, por suspeitar que o tenente Moura, chefe da escolta que transportava o preso, poderia arquitetar algo contra ele, resolveu acompanhá-lo em seu carro próprio. Mas um dos seus amigos o aconselhou que desistisse, pois onde eles matassem Chico Pereira, ele também seria morto como queima de arquivo. Temendo o que lhe dissera o amigo, Café Filho desistiu da viagem, só viajando no dia seguinte. Assim que o dia surgiu, Café Filho preparou os seus documentos, isto é, material que seria usado na hora do julgamento, e quando já estava pronto para partir até o Fórum de Currais Novos, foi informado através de um telegrama, que o seu cliente havia falecido num desastre automobilístico, no mesmo carro que o levava para o fórum municipal, lá de Currais Novos. 
                                                                            
O começo da injusta morte do cangaceiro Chico Pereira, deu-se quando entre o ano de 1926 (ou possivelmente no ano de 1927), uma fazenda de nome “Rajada”, localizada nas adjacências de Currais Novos, patrimônio que pertencia a um dos mais renomados coronéis da região, um senhor chamado Joaquim Paulino de Medeiros, conhecido nas redondezas por “Quincó da Ramada”, esta tendo sido invadida e assaltada por um grupo de vândalos. Como a polícia há meses que andava nos rastros de Chico Pereira, não tinha dúvida que o assalto tinha sido praticado por ele.  Mas o não feito pelo cangaceiro, foi confirmado pela esposa do próprio coronel assaltado, afirmando aos homens da lei, que aquele homem que se achava preso (o Chico Pereira), nunca estivera em sua fazenda. Ainda lhes disse que o mais justo, seria libertar o rapaz do castigo.                                                                                                 
Mas   os justiceiros não aceitaram a sua confirmação, reafirmando que a invasão tinha sido feita mesmo pelo cangaceiro. Como não aceitaram as palavras da esposa do coronel, foi o suficiente para deixarem-no entre as grades.           
            
O cangaceiro em depoimento às autoridades dissera que as acusações contra a sua pessoa eram falsas, pois em toda sua vida, inclusive a de bandoleiro, jamais tivera colocado os seus pés naquele município.  E também não conhecia as terras de Currais Novos, e não tinha amizades com pessoas daquele lugar. Mas infelizmente, o Chico Pereira foi deixar a sua amada e gostosa vida naquelas terras que o condenara como invasor da Fazenda Rajada. 
             
Quando a notícia chegou ao conhecimento do advogado Café Filho e posteriormente aos ouvidos da população, não acreditaram, e imaginaram logo que a morte do cangaceiro Chico Pereira havia sido premeditada.
            
A noite do dia 27 de outubro de 1928, já havia ido embora e o sol mandava os seus primeiros raios para iluminarem a terra. O vivente que logo perderia a sua amada vida, não desconfiava que poderia ser alvo de uma traição. Ao chegar ao local, cuidadosamente observou o abismo, que lá seria a sua última instância na terra. A sua morte antecipada estava para acontecer naquele momento. Ninguém o evitaria conhecer o outro lado da vida. Nem o próprio Deus, que lá de cima, assistia tudo, mas não se manifestou em seu favor.

Finalmente chegou o momento do seu sofrimento.  Nunca tinha pensado em passar por coisa tão horrorosa assim. Por uma estrada cheia de altos e baixos, que em nenhum momento ela mostrou-se adversária aos homens do carrasco. Além da estrada de barro, tinha a outra, que não tem regresso. Chico Pereira a ganhou de presente.           

Infelizmente, viajou para o outro mundo, aos 28 anos de idade, deixando para trás, mãe, irmãos, esposa, filhos, parentes e aderentes, euma história marcada de angústia, dores e vontade de viver ao lado dos que muito o amavam.                                                                       

O cangaceiro jamais fora atingido por bala, faca, nem mesmo no momento em que estava pronto para morrer, porque o crime foi premeditado em virada de carro.
                                                                
Depois ainda, por brutalidade e vingança, viraram o carro por cima. O rosto ficou esmagado, que mesmo os próprios justiceiros, não o reconheceram após a chacina, pois havia ficado totalmente irreconhecível. A cabeça e a parte tórax ficaram estraçalhadas.

O cineasta Volney Liberato diz que o motorista de nome Genésio Cabral de Lima, tenente coronel da reserva da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, vazou pela primeira vez, o segredo que há anos escondia deste horroroso crime.                                                     

Disse o depoente ao escritor, que em 1928 ele era sargento da Polícia Militar, e ainda gozava da juventude, quando foi designado para seguir até a cidade de Acari, conduzindo o Chico Pereira. Ele viu o criminoso pela primeira vez, no momento da chacina. Não tinha lembrança da fisionomia do facínora, mas disse que o criminoso era de estatura mediana. Da escolta, além da sua pessoa, participaram os seguintes policiais: o tenente Joaquim de Moura, responsável pela escolta. O sargento Luís Auspício e ainda Feliciano Tertulino, mas os subordinados policiais.        

Enquanto caminhavam, Joaquim de Moura perguntou-lhe se conhecia bem a estrada que percorria. O patenteado, isto é, o motorista, respondeu-lhe que sim. Em seguida, pediu que ao chegar a um aterro bem alto, parasse o carro, no que foi atendido. Ao chegarem a um lugar chamado “Ligação”, aproximadamente três léguas separando da cidade de Currais Novos, o motorista obedecendo à solicitação do tenente, parou o carro bem próximo de um aterro. E lá, todos foram ordenados para descerem do automóvel. Assim que saíram do carro, o tenente Joaquim de Moura fez algumas perguntas ao bandido, relacionadas com as suas aventuras vividas no cangaço. 

O depoente disse que Chico Pereira foi respondendo uma por uma, ao que lhe deu a entender que o rapaz se orgulhava das suas bravuras, e era um criminoso de sangue frio, e despreocupado com o bem estar de qualquer ser humano, ou mesmo dele. Após as suas respostas, orgulhosamente, e não imaginando de outra atitude, por parte dos patenteados, foi o bastante para começarem a execução do que estava preparada.  

A primeira pancada aplicada na vítima o depoente não se lembrou quem na verdade principiou a chacina. Mas mesmo assim, optou que teria sido Feliciano Tertuliano, ou o sargento Luiz Auspício, deixando o preso desnorteado e cambaleando no meio do nada. O criminoso só morreu quando o carro foi virado por cima do seu cadáver. E não havia mais dúvida. Finalmente o Chico Pereira deixou de brilhar nos sertões nordestinos. 

Não querendo ser o único responsável pela chacina o tenente Joaquim de Moura pediu que cada um aplicasse-lhe uma pancada de coice de carabina, para que o crime ficasse distribuído em igualdade. Assim que fizeram essa tamanha maldade contra o cangaceiro, para completar mais ainda a brutalidade, Chico Pereira foi jogado dentro do carro, e em seguida, determinaram que virasse o automóvel no abismo. O motorista informou ao cineasta que foi a sua maior tarefa, isto é, no abismo, tangeu o carro com o criminoso dentro. 

Concluída a primeira maldade contra o cangaceiro o tenente Joaquim de Moura disse que ninguém iria ficar sã, pois todos os participantes da chacina teriam que ferirem a si mesmos, propositalmente, para justificar o desastre e impressionarem as autoridades.  

Esse maldoso trabalho foi feito com as próprias mãos dos agentes. Cada um deles aplicou golpes terríveis ao seu corpo, pancada na cabeça com pedras de gumes afiadíssimas e fazendo escoriações pelo corpo.

Agora, sim, parece que deu certa a trama dos agentes. Todos sangravam muito, já que haviam feito cortes nos seus corpos. Terminada a trama da virada do carro sobre o corpo de Chico Pereira, os patenteados se apressaram em comunicar o desastre para Currais Novos. E com um tempo depois, chegou o socorro para conduzir todas as vítimas do desastre para a cidade. Inclusive o corpo do bandido.

Em Currais Novos, instauraram o inquérito para apurarem a causa da virada do carro sobre o bandoleiro. Mas os demais culpados foram absorvidos. 

O corpo de Chico Pereira foi levado para a Cadeia, na Rua do Rosário (diz Volney Liberato que hoje é Vivaldo Pereira), onde permaneceu exposto para o público ver pela primeira e última vez o delinquente cangaceiro, permanecendo até a hora do seu sepultamento que ocorreu lá pelas nove horas da noite, no Cemitério Público de Santana. E diz ainda o cineasta que: o facínora foi enterrado em cova, que nos dias de hoje, não se tem idéia onde os seus restos mortais se encontram. Mas a verdade é que quando se deve a Deus, não ficará impune, principalmente quando se sabe que é devedor.  

O justiceiro de Chico Pereira o tenente Joaquim de Moura que se sentindo o dono da verdade, lá nas terras de Currais Novos, por ironia do destino, já nos anos 40, foi participar de uma festa numa fazenda avizinhada à cidade. Lá, havia deixado um amor proibido, sendo a amante, casada, de uma família considerada notável. Como o patenteado, havia se apaixonado pela mulher, foi reativar o seu amor, que mesmo não sendo a sua esposa, enciumado, ameaçou de morte o marido da amante, caso ela não o quisesse. Nesse dia, ao entardecer, Joaquim de Moura sentiu-se mal, a causa, ataque cardíaco, que sem demora, faleceu. 

Chico Pereira e o tenente Joaquim de Moura tiveram os mesmos caminhos da eternidade, e talvez os mesmos destinos, em terras currais-novenses, em anos diferentes, que os dois, jamais tiveram antes do ano de 1928. 

Meses depois, o único que foi penalizado foi o coronel Genésio Cabral de Lima, depoente desta entrevista, cedido ao cineasta Volney Liberato, por crime culposo. Mas, posteriormente foi absolvido pelo Tribunal.

Diz Ivanildo Alves Silveira que Chico Pereira foi um dos homens mais destemido do sertão paraibano, que fez justiça com as próprias mãos e tornando-se cangaceiro. Quando foi julgado pela morte do assassino do seu pai foi absolvido em júri popular, no Estado da Paraíba, sua terra natal. Mas, para sua infelocidade, foi acusado pelas autoridades de um crime que não cometeu, e em especial, no Rio Grande do Norte, que jamais havia colocado os seus pés. 

Apesar de sempre cair em falha contra as autoridades e geralmente apadrinhado pelo governador da Paraíba, através de um irmão deste, infelizmente foi trazido para o nosso Estado, e aqui, impiedosamente, foi entregue à justiça para ser julgado, coisa que não chegou a acontecer.  

No período em que Chico Pereira foi morto já havia completado vinte e oito anos de idade. Dona Maria Egilda sua mãe, não teve pelo menos o desprazer de enterrar o seu filho, tendo recebido orientação do advogado da família, Doutor João Café Filho, fazendo grande alerta aos familiares do marginal, que não fossem pisar em terras do Estado do Rio Grande do Norte, para ser apanhado como vingança por parte das autoridades que chacinaram Chico Pereira. 

Conta  Ivanildo Silveira que a tragédia continuou com o assassinato inesperado do irmão de Chico Pereira, o Aproniano. (Não encontrei a causa da morte deste irmão de Chico Pereira). E a morte do outro irmão, Abdon, que estudava medicina no Rio de Janeiro. (Este foi visitado pela tuberculose, faleceu nos braços de sua amada e sofrida mãe, Dona Maria Egilda, na fazenda Jacu, propriedade da família).  

Conversas entre os dentes diziam que os mandantes da morte do coronel João Pereira o pai de Chico Pereira, eram pessoas importantes da sociedade de Sousa. Um deles, um senhor que era destacado cidadão de nome Otávio Mariz.    

Dos quatro filhos do coronel João Pereira o único que sobreviveu e viveu muito, foi o Abdias, que veio a falecer no dia 28 de julho de 2004, com cento e três anos de idade.

Observação – Eu não sei o porquê das minhas discordâncias. Se analisarmos cuidadosamente, é provável e óbvio que Café Filho não participou da tragédia de Chico Pereira, mas com certeza, muito antes deste dia, ele já sabia da trama, e tinha razão de não ficar contrário às autoridades policiais.  

Mas surgem as minhas perguntas:
                                                                   
1 - Se Café Filho achava que o seu cliente poderia ser morto naquele dia como tomou conhecimento se ele não era detetive, psicólogo ou outra coisa parecida?  

2 - Se ele iria em  seu carro  atrás da escolta para acompanhar o seu cliente, por que lhe causaria medo? Foi criada uma história como desculpa que era queima de arquivo se ele acompanhasse a escolta e fosse assassinado.

3 - Qual o motivo da Dona Maria Egilda a mãe de Chico Pereira ser alvo dos militares, se ela tivesse ido apanhar o cadáver do seu filho, já que o verdadeiro marginal era o filho e não ela? 

Desculpa-me Café Filho, mas o senhor conhecia bem o malabarismo dos policiais. No meu entender, o senhor estava envolvido nessa trama. Essa é que é a verdade. E sendo o senhor advogado, saiu-se muito bem obrigado!

Fonte de Pesquisa: No texto de Ivanildo Alves da Silveira, Volney Liberato e José Romero Cardoso de Araújo.

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A MORTE DE CALAIS Fontes: Teófilo Pires (ex-volante) e João de Sousa Lima


Do acervo do Marcos Santos

Calais, um cabra bem famoso por se "envultar" com o poder das rezas, cabra cujo a volante tinha raiva por ele escapar em meio aos tiroteios e sumir.

o soldado Teófilo Pires estava em companhia de outros três soldados (Gregório Silvino do Nascimento, João Crisipa e Raimundo Soares) no ano de 1937, adentraram o Raso da Catarina, perto da fazenda Marruá.

Teófilo escutou um barulho, e achou parecido com o barulho de alguém cavando batata de umbuzeiro, e avisou aos companheiros.

Gregório que estava no comando não deu ouvidos, mas Teófilo voltou para o local seguindo os rastros, e viu o cangaceiro Calais cavando com uma espécie de lajota. O soldado então se aproveitou do barulho para se aproximar, quando estava a onze passos, Calais limpou a terra que estava em suas pernas e pegou o mosquetão e atirou em um soldado que se aproximava.

Teófilo então dispara um tiro na cabeça de Calais, e ele agoniza; o soldado percebe então um patuá, e tira o patuá, então Calais morre.

Teófilo ainda disse que tinha seis mil reis com Calais, além de ouro e prata.


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MEUS AMIGOS, BOM DIA!!! NOTA DE FALECIMENTO


Por Júnior Almeida

Aqueles que fazem o grupo "Ofício das Espingardas", infelizmente, têm a dolorosa missão de divulgar o falecimento da nossa membro e amiga Mabel Nogueira ocorrido na manhã deste domingo, 08 de dezembro de 2019, na capital pernambucana, cidade do Recife.



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SUBISTE À MORADA ETERNA COMO UMA ESTRELA...


Por Verluce Ferraz

Subiste à morada eterna como uma estrela para, junto a Deus ajudar a realização teu sonho e dos Nazarenos de Pernambuco - erguendo o Museu da Terra Santa Terra abençoada agora tem uma estrela chamada Mabel - terás a permissão do Pai para glorificar a Terra dos Nazarenos de Pernambuco. 

Terra abençoada por Deus. Vai brilhar!


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MINHA GRATIDÃO!

Por Luiz Serra

Minha gratidão pela cordial análise de nosso modesto ensaio ao emérito escritor e crítico catarinense, Enéas Athanazio, membro da Associação Nacional dos Escritores - DF.

O SERTÃO EM CHAMAS
Enéas Athanazio / e.atha@terra.com.br

O cangaço foi um fenômeno brasileiro sem similar na história ou no mundo. Salteadores de estrada e assaltantes de vilas existiram em toda parte, e ainda existem hoje, mas jamais com as características do cangaço. O cangaço teve início no Século XIX e se estendeu até 1938, considerado o ano de sua extinção. Muitos chefes de bandos cangaceiros se notabilizaram ao longo do tempo, desde o Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Sinhô Pereira, Antônio Silvino e, mais ainda, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. (...)

Publicação de origem a cidade de Camboriú, Santa Catarina.

Apesar do tempo decorrido, o cangaço continua instigando os pesquisadores e a bibliografia a respeito não cessa de crescer. Entre os mais recentes lançamentos está o extraordinário livro “O sertão anárquico de Lampião”, de autoria de Luiz Serra (Outubro Edições – Belo Horizonte – 2016). Escrito em linguagem elegante e contendo interessantes fotos, o autor faz uma abordagem histórica e sociológica do fenômeno, mostrando como o meio anárquico e a ausência do poder estatal permitiram o surgimento e a sobrevivência do cangaço por tanto tempo, mesmo perseguido sem cansaço pelas forças policiais de todos os Estados nordestinos. Segundo revela, desde longa data, o sertão fervilhava de combatentes engajados em variados movimentos sediciosos. Entre eles, recorda a Guerra de Canudos, a chamada sedição de Juazeiro, em que o Padre Cícero Romão Batista chegou a derrubar o governador do Estado, a Coluna Prestes, que ameaçava o poder dos “coronéis”, a chamada República de Princesa, em que o “coronel” José Pereira Lima declarou a independência de seu município, desafiando o poder estadual e, por fim, o assassinato de João Pessoa, em Recife, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, fato que teria sido o estopim para a deflagração da Revolução de 1930.

Também um gratíssimo apoio do estimado cineasta Vladimir Carvalho, paraibano de Itabaiana, que nos fez também gentil alusão ao nosso modesto ensaio histórico cultural.

Esses acontecimentos, contemporâneos ou em sequência, contribuíram para a formação do cadinho revolucionário que permitiu a criação de bandos cangaceiros que agiram por longos anos. Só a carreira de Lampião durou vinte anos.

Querido amigo livreiro por excelência, um exemplo de cultura e difusão do saber, estimado Chico da UnB.

Todos esses aspectos são estudados em minúcia, com base em extensa pesquisa, inclusive in loco, entrevistando testemunhas e conhecedores do assunto, de maneira a transmitir ao leitor um painel rico e completo sobre o curioso fenômeno. O livro de Luiz Serra se integra a partir de agora entre as obras indispensáveis ao perfeito conhecimento do tema.


Feliz pela gentil proposta nos ofertada e o contrato de venda e distribuição direta pela Livraria Polo Books, Portal de Vendas, capitaneada pelo estimado editor Ivo Donayre, com sede em São Paulo. 

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