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sábado, 22 de outubro de 2022

LIVRO

  

Recentemente, o escritor paraibano radicado no Rio Grande do Norte Epitácio de Andrade Filho publicou um livro chamado A Saga dos Limões:  Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante. Na obra, Andrade Filho tece considerações sobre a relação entre a identidade negra da família dos Limões e sua importância no combate ao Cançaço no Rio Grande do Norte.

Em  um trecho do livro, o autor menciona Chico Mota e sua importância na reconstituição histórica do conflito entre as famílias Brilhante e Limão (p. 18):

O poeta paraibano Gil Hollanda, ouvindo o cancioneiro octogenário Chico Mota, conterrâneo catoleense de Alicio Barreto, apresentar nos versos da viola passagens do conflito dos brilhantes com os limões, retratados em Solos de Avena, consolidou algumas estrofes do seu cordel sobre Jesuíno e a família Limão: “Eram sete os irmãos/Da família dos Limões,/Ousados por natureza./Todos eram valentões,/Protegidos por políticos/Lá e outras regiões. E na estrofe seguinte passa a tratar de outro episódio do conflito: Além do furto, os Limões/Chico e Honorato Limão/Deram uma forte surra/Em Lucas Alves, irmão/De Jesuíno, na festa/Da Vila de Conceição.

Referência
ANDRADE FILHO, Epitácio de. A Saga dos Limões:  Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante. Natal: 2011.

ADENDO -  EPITÁCIO ANDRADE

Amigos José Mendes Pereira, William Felix Andrade, Luiz Dutra Borges Galego Vovô Aluísio Dutra de Oliveira, Geraldo Júnior, na foto, o registro da entrevista que consegui do senhor José Firmo Limão, aos 99 anos, no sítio São Francisco, zona rural de Catolé do Rocha/PB. 


Essa entrevista me ajudou a compreender que o cangaço dos brilhantes com os limões foi uma disputa pelo controle do incipiente comércio no Sertão. Essa história de Jesuíno saquear comboios para dar aos pobres é conversa da carochinha.

Para adquirir este livro entre em contato com o autor através deste endereço no facebook: https://www.facebook.com/epitacio.andrade.5

Fonte: http://chicomota.com
http://romulogondim.com.br

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LIVRO

 Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...

Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

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SÓ COMO ARQUIVO - MINHA SEPARAÇÃO ME DEIXOU TÃO TRISTE!

Por José Mendes Pereira

Foto feita pelo meu vizinho Tatá, funcionário do DNER, já falecido.

Meus manos e amigos dos anos vividos entre a Casa de Menores Mário Negócio e a Editora Comercial S.A. Jorge Braz, Manoel Flor, Pedro do Nascimento, Railton Melo, Antonio Galdino da Costa, Eraldo Xaxa e outros tantos:

Certa vez, um amigo meu me segredou que a coisa pior que já passou em toda sua vida, foi quando se separou do seu cônjuge. Vários dias e noites ele caminhou sem rumo, na espera de aceitar o porquê daquele sofrimento tão presente e incomodador, e, não sabia se estava vivendo ou vegetando naquele momento. O seu amor tinha decidido diante de uma missa de corpos presentes, que não mais faria parte daquele relacionamento tão sofrido, assim achava ela, retornaria com urgência à casa dos seus pais, de malas e um chapéu de palha atufado em sua cabeça.

A cada dia que se passava, a dor e a saudade do cônjuge mais doía em sua mente. Quando via o seu quarto sem a presença dela, era como se o mundo todo estivesse contra ele. Sentia uma solidão tão profunda que só Deus e ele sabiam. As noites eram tão longas, que algumas vezes, imaginou que duravam uma porção de dias para findar. Não comia e nem bebia direito, só ingerindo álcool e fumando, como se os dois vícios fizessem ele esquecer aquela mulher. Mas que na verdade, com a continuação do tempo, percebeu que, um homem só esquece uma mulher, quando põe outra em sua vida.

Assim também, se passou comigo no dia em que eu me separei da minha companheira de todas as horas, foi um fim de mundo. Quebrado o nosso acordo, que tínhamos começado o romance, quando em uma tarde nós nos encontramos em Mossoró, na Avenida Presidente Dutra, em uma loja à beira do rio, e foi amor à primeira vista. Ela estava tão elegante, porque, tinha tomado um banho de loja, e que não resisti de tentar um amor sincero, e ali fiquei, não demorou muito para que ela caísse em meus braços.

Não observei se ela fez pranto quando embora foi, e se fora satisfeita para ser comandada por um outro que fizesse merecer o que ela por mim fazia, e quem sabe, talvez, um outro indivíduo mais desalmado do que eu. Mas o único culpado fui eu, por não aceitar a sua presença na minha vida, na minha companhia, e a entreguei ao seu novo cônjuge de espontânea vontade, na bandeja, de mãos para mãos, sem saber o compromisso de zelar por quem por alguns anos me fez feliz, sorrir e rir ao mesmo tempo. Entreguei também todas as suas roupas que ali eram guardadas com cuidado, e que nada fosse se destruindo com o passar dos tempos. Seus calçados de borrachas sempre estavam em seus pés, alguns usados, que não mais aproveitavam, também ficaram bem acomodados num quarto de despejo.

Ela não falava porque era surda, e o surdo só não fala porque não ouve o que se ensina, mas entendia tudo o que eu dizia. Não comia, só bebia para não causar tantas despesas, e eu batia palmas quando fazia economia, porque ela sabia dos meus pensamentos e das minhas dificuldades. E quando nós saíamos à rua, ela mesma me guiava. Tinha uma visão extraordinária, e tanto fazia de dia ou de noite, ao longe avistava o perigo que na frente estava. Era fogosa até demais, mas também pudera, ainda não havia feito a sua festa "debutante", e eu já com duas vezes a sua idade, não tinha condições de aproveitar o seu fogo, na hora do vamos lá

Nunca conheci seus pais e nem mais ninguém da sua família, mas me parece que eram descendentes da Itália. Desisti dela, porque eu precisava tentar ir mais além, mas com muita tristeza, por não puder cuidar dela. E assim que ela foi embora, o meu coração bateu forte, como se quisesse parar ali mesmo. Arrependi-me, mas o que fazer? Era uma decisão minha e não dela, até que um dia, não sei, eu poderia encontrá-la novamente e negociar com o novo companheiro, o seu retorno para o meu comando e para os meus braços.

Quando nós nos casamos, eu a batizei de "Mariola" e até os meus amigos não a chamavam pelo seu verdadeiro nome, e sim, "Mariola". Já era um nome registrado no meio de todos os meus conhecidos e amigos.

Ao me verem, assim me perguntavam:

- Como está a sua querida "Mariola"?

E eu com orgulho, respondia-lhes:

- Muito bem!

Um dia vi na sua Certidão de Nascimento, expedida pela Itália, com letras bem legíveis, o seu verdadeiro nome. “LAMBRETA”.

Fiquei sem a minha companheira, porque eu precisava ampliar uma oficina de esquadrias metálicas, e assim, fui obrigado vendê-la. Nunca mais a vi. Por onde anda a minha inesquecível lambreta? Será que foi parar no ferro velho?

Desculpem-me: Este meu simples trabalho, não tinha sido corrigido. Tinha uma porção de palavras sem correção.

Aqui está o texto na página que não foi corrigido, porque, eu vou escrevendo rápido, para não perder o meu raciocínio. No final é que eu faço a correção. Isso não aconteceu.

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NOTA DE VENDA DE LIVRO

 Por Volta Seca

Levo ao conhecimento de todos, que estamos lançando no início do próximo més, a venda do livro MEMORIA DE UM SOLDADO DE VOLANTE, escrito pelo o ex Volante João Gomes de Lira, natural de Nazaré do Pico/Floresta/PE, segunda moradia de Virgolino Ferreira (Lampião). 

Entre em contato com Rubelvan Lira pelo o zap 87 999932070 para maiores esclarecimentos.

Desde já obrigado por sua preferência

Rubelvan Amaral De Lira Lira

 https://www.facebook.com/photo/?fbid=2014350122100285&set=gm.2034791370063130&idorvanity=179428208932798

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GETÚLIO MOURA E O PROFESSOR PEREIRA

 Por Getúlio Moura


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O TERRÍVEL CANGACEIRO MOITA BRAVA

 Por Cangaço Eterno

https://www.youtube.com/watch?v=TUHraQs6F_Q&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Saiu novo vídeo do canal Cangaço Eterno no YouTube. Neste apresentamos uma bela biografia sobre cangaceiro Moita Brava que foi cabra dos principais bandos da era lampionica, entre eles Ângelo Roque, Corisco e Lampião.

Segue o link do vídeo acima.

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HISTÓRIA DE TUCANO

 Volta Seca compartilhou


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HISTÓRIA DE TUCANO

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NA TRILHA DO CANGAÇO EM BOM NOME: CENÁRIO CARIRI CANGAÇO SERRA TALHADA

Por Manoel Severo

 

O Cariri Cangaço Serra Talhada - Calumbi - Bom Nome , se aproxima. Uma agenda intensa de visitas técnicas nos proporcionarão conhecer uma gênese importante do coronelismo e cangaço de nosso nordeste. O tradicional e emblemático distrito de Bom Nome no município de São José de Belmonte será nossa terceira Visita Técnica; em grande estilo; no dia 12 de novembro no final da manhã ; Bom Nome escreve sua historia com a força de sua tradição e de seu povo e recebe pesquisadores de todo o Brasil em mais uma grande festa do Cariri Cangaço. 

Quem nos conta é o Conselheiro Cariri Cangaço, Valdir Nogueira: "Surgido em 1902, com a primitiva denominação de “Malhada do Bom Nome”, impulsionado com uma concorridíssima feira, dada a sua excelente localização, Bom Nome, 2º Distrito do município de São José do Belmonte, tem suas preliminares originadas no século XIX, surgido na antiga fazenda Sabonete, de propriedade de José Carlos Rodrigues, remanescente da Casa da Torre da Bahia, e onde foi estabelecido um dos grandes currais pertencente aos membros da família Pereira do Pajeú. Todavia, além dessa família, no início, seu principal contingente humano também se constituiu dos Rodrigues do Nascimento, Ferreira da Cunha, Bezerra,  Gomes e Barbosa Leal, Ribeiro de Freitas, Araújo, dentre tantas outras.

Ora, quando foi criado o município de Belmonte em 02 de outubro de 1890, emancipado do município de Vila Bela, através de lei, o novo município foi dividido em três distritos com as respectivas denominações:1º Distrito: Belmonte (Sede); 2º Distrito: Boqueirão;3º Distrito: Santa Maria. Por portaria de 22 de dezembro de 1902, o 2° distrito de Boqueirão teve sua sede transferida para a fazenda Carnaúba, dada a influência política do seu proprietário o coronel Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba). No entanto, por portaria de 3 de julho de 1919,  o povoado de Bom Nome se tornou então nesta data sede do 2º Distrito de São José do Belmonte.

coronel Manoel Pereira Lins, o Né da Carnaúba, sentado à direita

A história é uma colcha de retalho onde cada pedaço se completa e dar novo espaço e nova tonalidade para aquilo que se quer construir. Pois bem, a história de Bom Nome está intrinsecamente ligada a lendária fazenda Carnaúba do coronel Manoel Pereira Linz, que também foi um dos doadores no ano de 1918 do Patrimônio de Santo Antônio de Bom Nome. Prefeito de Belmonte, figura importante no sertão do Pajeú, grande liderança política, este senhor vivenciou todo período do cangaço lampiônico e a última fase da luta entre os dois tradicionais clãs Pereira e Carvalho que por muitos anos se digladiaram no sertão do Pajeú, tendo participação ativamente nos eventos de defesa e ataque da sua família Pereira contra os Carvalhos. E foi justamente nesse momento agudo da questão Pereira e Carvalho que no distrito de Bom Nome foi instalado um comando com reforço de praças numa ferrenha perseguição a Sinhô Pereira e Luiz Padre, primos do coronel Né da Carnaúba, onde se destacaram nomes como o capitão José Caetano e o capitão Theófhanes Torres.  A partir de então Bom Nome começou a fazer parte constante nos noticiários de jornais.

Theophanes Ferraz Torres

Na vila de Bom Nome, dentro da cronologia do cangaço alguns eventos importantes merecem serem lembrados: Em Bom Nome em 28 de janeiro de 1917 foi assassinado por forças policiais o cangaceiro Pedro Santa Fé, vulgo “Pedro Braquió”, do grupo de Manoel Pereira da Silva Filho (Né Dadu). Pedro Santa Fé foi um dos assassinos de Eustáquio de Carvalho, morto em 1907. 

No dia 2 de setembro de 1919, por volta das 4 horas da tarde, depois de várias ameaças, o povoado de Bom Nome foi atacado pelo grupo de Sinhô Pereira e Luiz Padre. Após incendiar a propriedade do coronel Francisco Ramos Nogueira (avô de José Ramos, ex-governador de Pernambuco), da família Carvalho, o grupo atacou Bom Nome, havendo tiroteio com as praças que ali se achavam, chegando logo depois o capitão José Caetano com sua força, tiroteando com o referido grupo que conseguiu romper o cerco em que fora envolvido pela polícia.

Cilene Pereira recebe Conselheiros do Cariri Cangaço nos preparativos do grande encontro em Bom Nome no dia 12 de novembro de 2022

Em Bom Nome foi assassinado José Gomes de Sá, primeiro nazareno vítima do banditismo. Primogênito do Sr. Manoel Gomes de Sá Ferraz, florestano e primo do Coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, José Gomes de Sá, do sítio Caneta onde residia, no dia 7 de novembro de 1920 se dirigiu para a feira de Bom Nome, onde foi vender uma carga de algodão e resolver outras questões atinentes aos seus negócios comerciais, todavia ao retornar para a sua residência foi cruelmente atacado próximo aquele vilarejo por cangaceiros do bando de Sinhô Pereira, que saquearam a carga de alimentos que trazia nos animais além de todo o dinheiro que foi levado. Seu corpo, varado por tiros e punhaladas foi ali abandonado.

Sinhô Pereira e Luiz Padre

Em 29 de julho de 1921 Bom Nome sofreu outro ataque por parte de cangaceiros do grupo de Sinhô Pereira. Mesmo com a resistência do capitão José Caetano, os bandidos conseguiram ainda incendiar uma bolandeira, de propriedade do comerciante Cícero Bezerra e cortaram também o fio telegráfico. Na tarde de 24 de agosto de 1921, depois de uma peleja na fazenda Carnaúba com a força do capitão José Caetano, onde travou-se renhido tiroteio que resultou na morte do bandido Luiz Macário, cabra de total confiança de Sinhô Pereira, seguiu este com seu grupo em direção a Bom Nome, porém no caminho, bem próximo à vila encontraram com o Sr. João Bezerra do Nascimento, no entanto, na ira em que estava possuído, em decorrência da morte de Luís Macário, desfechou Sebastião Pereira um tiro naquele inocente homem e o matou.

Em princípios de novembro de 1921, nas proximidade de Bom Nome a polícia travou mais um tiroteio com o grupo de Sinhô Pereira. O delegado de Belmonte, acompanhado de uma força policial, depois de minuciosas indagações, conseguiu descobrir o roteiro do grupo de cangaceiros chefiado por Sebastião Pereira. Tratou de emboscá-lo, o que, com efeito, realizou. Em seguida, rompeu fogo contra o grupo sendo correspondido. Com a força policial participou gente dos Carvalhos: o destemido Antônio Alves de Carvalho (Antônio Cipriano), Mariano Mendes de Moura (esse participou do assassinato de Padre Pereira) e Miguel Umbuzeiro. O tiroteio durou mais de uma hora, terminando com a debandada da polícia, em face do grupo ter se livrado da emboscada. Nesse fogo morreram dois policiais e dois outros saíram gravemente feridos. Outros desapareceram. Consta que os componentes do grupo de cangaceiros nada sofreram. O delegado de Belmonte temendo a derrota do resto da força, diante da audácia dos bandidos, recuou para o povoado de Bom Nome, onde ficou aguando o auxílio do capitão José Caetano, que ali chegou de Vila Bela acompanhado de um contingente de 60 praças.

Vista panorâmica do distrito de Bom Nome, São José do Belmonte, a partir do Monte de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

De Bom Nome também saiu o famoso cangaceiro, o negro Vicente de Marina. Sua fama de bom atirador chegou aos ouvidos de Sebastião Pereira que o convidou a entrar no seu bando vingador. Vicente se tornou o homem de melhor pontaria do bando de Sinhô. Em Bom Nome ainda reside familiares seus. Contar a história do distrito do Bom Nome sem falar no pequeno santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é impossível. Bem próximo da Vila, está localizado numa elevação, que por sinal, é a mais alta da redondeza, um bucólico morro conhecido como Monte de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que ao mais descuidado observador denota a devoção e a simplicidade do seu povo. É voz corrente no lugar que o bandoleiro Lampião sempre que por Bom Nome passava, subia o monte para rezar para sua madrinha e protetora Nossa Senhora. O Distrito de Bom Nome no município de São José de Belmonte é Cenário do Cariri Cangaço Serra Talhada 2022.

Valdir Nogueira, pesquisador e escritor, Conselheiro Cariri Cangaço
Cenários Cariri Cangaço Serra Talhada ; 22 de Outubro de 2022

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FAZENDA CARNAÚBA: CENÁRIO CARIRI CANGAÇO SERRA TALHADA

Por Manoel Severo

 

Né da Carnaúba em tradicional foto da Família Pereira

O Cariri Cangaço Serra Talhada - Calumbi - Bom Nome , se aproxima. Uma agenda intensa de visitas técnicas nos proporcionarão conhecer uma gênese importante do coronelismo e cangaço de nosso nordeste. A Fazenda Carnaúba será nossa segunda Visita Técnica; no dia 12 de novembro pela manhã ; sem dúvidas outro dos cenários mais emblemáticos de todo o Pajeú, a Fazenda Carnaúba do lendário Né da Carnauba, foi palco de alguns dos mais significativos e simbólicos episódios do começo do século XX na Pajeú.

O Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor, Valdir Nogueira é quem nos fala: "ao se casar com José Pereira da Silva, a senhorita Jacinta Océria de Santo Antônio recebeu de seu pai, José Carlos Rodrigues, como dote de casamento, a Fazenda Carnaúba, que se tornou berço da tradicional família Pereira do Pajeú. A sede data dos princípios do século XIX, época do Brasil Imperial, e era uma das mais prósperas fazendas de gado de toda a região do Pajeú. Cenário de embates entre Pereira e Carvalho, e do cangaço, cada detalhe dessa lendária fazenda exala história."

Casa sede da Fazenda Carnaúba

A Fazenda Carnaúba atualmente pertence a Francisca  Conrado (dona Santinha) e as filhas Lilianne e Norma, por herança do esposo e pai Vanildo Pereira, este filho do tantas vezes Deputado  Argemiro Pereira e neto de Né da Carnaúba. Quem nos conta é o pesquisador Joaquim Pereira da Silva, "a interação entre as duas sedes; Pitombeira e Carnaúba; sempre foi muito normal, fosse a cavalo ou a pés, nas veredas de ligação entre as duas sedes tinha alguém levando ou trazendo notícias/recados. Coincidentemente, nossas visitas no Cariri Cangaço agora de novembro, a comitiva fara o mesmo trajeto que era feito pelo pequeno grupo em número de sete, dos irmãos Ferreiras (Antônio, Livino e Virgolino), Antônio Rosa, Primo, Meia Noite e João Mariano indo da Pitombeira para Carnaúba para se juntar ao bando de Sinhô Pereira em agosto de 1920"

E continua Joaquim Pereira: "...acontece que eles se apresentaram a Isidoro Conrado , na Pitombeira, inclusive, na ocasião gerou um certo alvoroço pois quando vistos não sabia se cangaceiros ou volantes (para os Pereiras não fazia diferença, ambos causavam medo/terror na época); o próprio Isidoro foi chamado e ao observar disse: tenham calma, estão se aproximando de forma ordeira, ou seja, em fila indiana e mão nas bandoleiras dos seus rifles 44 ou de suas armas. Chegaram, se apresentaram e disseram o motivo, daí foi enviado à campo um vaqueiro de confiança para localizar o bando de Sinhô e foi fácil, ali próximo na Fazenda Carnaúba o encontrou e resto da história todos nós sabemos; nascia logo em seguida o Mito Lampião, assim também foram as duas últimas visitas da Pitombeira para a Carnaúba".

Capela e cemitério da Carnaúba

Foi também na Fazenda Carnaúba que a famosa carta convocando Lampião para formar junto aos Batalhões Patrióticos em 1926; hipoteticamente escrita por Padre Cícero, veio parar; é Luiz Ferraz Filho que nos conta, "ora, Né da Carnaúba já havia hospedado Padre Cícero aqui na fazenda Carnaúba, então Lampião quando recebeu a carta convocando para o Juazeiro em 26, trouxe a carta aqui para autenticar a veracidade da mesma, pois Né da Carnauba conhecia a letra do padre Cícero".

Né da Carnaúba

Manoel Pereira Lins, conhecido por Né da Fazenda Carnaúba, nasceu no dia 23 de junho de 1868, foi Coronel da Guarda Nacional, filho de Joaquim Pereira da Silva (Joaquim da Carnaúba), exerceu grande liderança no seio da Família Pereira, renomado fazendeiro, foi Prefeito de São José do Belmonte entre os anos de 1902 a 1904, também Vereador em Serra Talhada por três legislaturas, quando precisou nos momentos mais críticos do século passado envolvendo a Família Pereira, também segurou armas. Ao lado do Coronel Antônio Pereira financiou vários gastos nas contendas, faleceu em 1964. Seu Né da Carnaúba foi um dos parentes que aconselhou Sinhô Pereira e Luiz Padre a encostar armas e ir para o planalto central.

Na oportunidade da agenda Cariri Cangaço em Serra Talhada, o Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço concederá à Fazenda Carnaúba a Comenda "Lugar de Memória Para Perpetuação das Tradições do Sertão". Quem explica é o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "neste Cariri Cangaço Serra Talhada inovamos e instituímos a concessão da Comenda "Lugar de Memória Para Perpetuação das Tradições do Sertão", relevando a decisiva importância de cenários preciosos e decisivos para a perpetuação da memória do sertão e a Fazenda Carnaúba será um dos cenários a receber esta comenda". 

Cenário de Serra Talhada, 19 de outubro de 2022
Redação Cariri Cangaço 

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