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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

LIVROS SOBRE CANGAÇO VOCÊ OS ENCONTRARÁ

Por Francisco Pereira Lima

Indicação Bibliográfica. Alguns livros, entre muitos, que tratam da Genealogia e História do Sertão do Pajeú e adjacências. Em breve irá figurar mais 2 livros importantes dessa área, que estão sendo reeditados: Vila Bela, Os Pereiras é outras Histórias, de Luís Wilson e São José do Belmonte de ValdirJosé Nogueira

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LAMPIÃO NO MUNICÍPIO DE AURORA PARTE 2

Por Amarílio Gonçalves Tavares

Arte de Aldemir Martins

"Fugindo de Mossoró e tendo no encalço as forças volantes do Rio Grande do Norte e Paraíba, totalizando mais de 200 homens, Lampião descamba para a região do Cariri cearense, rumo a Aurora, para o refúgio de Izaias Arruda...Chegando ao lugar Ribeiro..."

A tropa que teve encontro com os bandoleiros foi a do tenente Arruda, em piquetada no sítio Ribeiro, onde aconteceu um fato tão misterioso, quanto engraçado. Não obstante o lugar se achar “ bem guarnecido “, ao clarear a barra , “ O Grupo de Bandoleiros, sem sofrer o menor revés, passou entre as trincheiras, nas quais os soldados dormiam, para só despertarem depois, com cerrada fuzilaria, quando os bandidos não estavam mais ao alcance da pontaria da polícia” O Grupo ocultou-se no vale do Bordão de velho.

Do local onde estava, lampião enviou dois cabras ‘a casa de João Cabral, morador ali perto, convidando-o a vir a sua presença. João Cabral atendeu e Lampião disse-lhe estar com fome e sede, pedindo alimento e água para o grupo, no qual foi atendido. Marchando pelo pé da Serra da Várzea Grande, Lampião chega a fazenda Malhada Funda, onde faz alto, sendo recebido por Gregório Gonçalves, que, após saber com quem estava falando, perguntou a Lampião em eu podia servi-lo.

Amarílio Gonçalves Tavares

Este respondeu “ só quero comida para minha rapaziada. Gregório Mandou matar o boi que estava no curral, e duas ou três ovelhas. Os cangaceiros estavam com tanta fome, que não esperaram. Comendo as carnes sapecadas. Os quartos de Ovelha, eles colocaram nos bornais sobressalentes, junto com farinha e rapadura. Ao retirar-se, Lampião levou João Teófilo como guia. Este saiu montado num burro que o bandoleiro havia tomado de um cidadão que estava comprando rapaduras. O Bando saiu na direção sudeste do município. Lá muito adiante, o guia foi substituído por outro de nome David Silva, tendo Lampião recomendado a João Teófilo pra só voltar quando escurecesse, e que não fosse pelo mesmo caminho.

Continuamos a narrativa, baseada no livro do Major: “Em sua marcha, Lampião procurou a Serra do Coxá, na divisa do município de Aurora com o de Milagres, burlando a vigilância dos policiais, de tal modo que estes se afastavam do ponto em que estavam os bandidos, tomando o rumo de Boa Esperança, serrote do Cachimbo, Riacho dos Cavalos, Ingazeiras e Milagres. Como se Vê, Lampião era um perito em estratégia Militar. Uma de suas táticas consistia em ludibriar a polícia que andava no seu encalço, como fez, quando procurou a Serra do Coxá. Deste modo, tornou-se inócua a providência do Major Moisés, designando o tenente Caminha para colocar piquetes nas estradas, uma vez que, por estas, não passarias o grupo de bandidos.

Enquanto Lampião ficava escondido na Serra do Coxá, O tenente Manoel Firmo seguia para o lado oposto, isto é com a sua tropa, passava de trem por Aurora, em demanda ao cariri, sem dar satisfações ao seu chefe, major Moisés, que naqueles dias se encontrava em nossa cidade, em tratamento de saúde. Com o tenente Manoel Firmo, viajavam os tenentes Luis Leite, Laurentino, Moura Germano, em passeio a Juazeiro e Crato, totalmente despreocupados com os bandidos. Para piorar a situação do “comandante das tropas“ em operações”, chegavam em Aurora o contingente comandado pelo tenente Agripino de Lima, que conduzia trinta e quatro animais de montaria, tomados a fazendeiros de Icó, Pereiro e Jaguaribe.

Virgulino Lampião

Quando o Major pensava que o oficial vinha em seu auxilio, o tenente Agripino comunicava-lhe que resolvera abandonar a campanha e voltar pra o Rio Grande do Norte. Diante disso, o Major Moisés apreendeu os referidos animais, entregando ao sr. Vicente Leite de Macedo, com a recomendação de devolvê-los aos respectivos donos. Além dos animais tomados a sertanejos, o Major Moisés constatou irregularidades na tropa do tenente Agripino, como a venda de munição feita por praças e muitas destas se entregando ‘a embriaguez. A Atitude do tenente Manoel Firmo, viajando para Juazeiro e Crato, arrastando o grosso da tropa e quatro tenentes, deixou o comandante Moisés “num mato sem cachorro“ . O Major viu-se na contingência de pedir ajuda – imagine o leitor a quem _ Ao coronel Isaias Arruda, o mesmo que, tempos atrás, havia acoitado Lampião,mas que, agora, dava uma de perseguidor do bandoleiro, pondo oitenta e sete cabras à disposição do major Moisés.

Se no combate travado com os bandidos, na serra da Macambira, havia cerca de 400 praças, como se explica ter o major Moisés levado para Ipueiras apenas 15 soldados. Descoberto o paradeiro de Lampião no alto da serra do Coxá, destacaram-se elementos de confiança para, aproximando-se do grupo, conhecerem melhor a sua posição, dentre eles Miguel Saraiva, tio de um dos bandoleiros e morador nas proximidades. Foi então que o Major Moisés e Isaías Arruda conceberam um estratagema, que consistia em preparar um almoço para Lampião e seus cabras, na casa de José Cardoso, em Ipueiras, e juntos, abaterem o bandido, e juntos, abaterem o bandido nas hora conveniente.

Miguel Saraiva se faz acompanhar de oito homens que se apresentam a Lampião, fingindo que são perseguidos pela polícia, e para melhor comover o chefe do bandoleiros, lamentam e choram a sua desgraça, tentando com isso, infiltrar-se no bando. “Alguns bandoleiros aceitaram a presença de novos companheiros, mas Lampião logo faz sentir que não acolhia em seu grupo pessoas que lhe fossem estranhas” os oito homens de Miguel Saraiva tinham recebido instruções para atacar os bandido na hora em que o grupo “ descansasse” a armas para almoçar.
Simultaneamente, os soldados e jagunços puseram-se discretamente em volta de casa, prontos para fechar o cerco aos bandidos, no momento oportuno. Mas o ardil fracassou, porque Lampião, sagaz, arisco e desconfiado, chegou e rejeitou o almoço oferecido por Miguel Saraiva. E colocou sua gente em pontos diversos e estratégicos.Eis como o major Moisés descreveu o tiroteio:


Izaias Arruda

“ Conhecido o fracasso do estratagema, fomos impelidos a atacar os bandidos, com ímpeto, de sorte que, em pouco tempo, estavam debaixo de cerrada fuzilaria. A luta teve início pouco mais ou menos ‘as 12 horas do dia 7 de julho, tendo uma duração de mais de três horas, terminou infelizmente, porque os bandido caíram em fuga, e no campo deixaram dois mortos, um queimado, que recebeu vários ferimentos, e outro também morto na ocasião em que fugia”. Essa foi a história narrada pelo major Moisés no citado livro. Entretanto, existe outra versão para o episódio segundo nos contaram Róseo Ferreira e Vicente Ricante que , na época, moravam nas proximidades da fazenda Ipueiras, a coisa aconteceu assim.

O Major Moisés Leite e o Coronel Isaías Arruda combinaram um plano de acabar com Lampião, assim que este chegasse em Ipueiras, pois sabiam que o grupo vinha desmuniciado e bastante desfalcado, em conseqüência da derrota sofrida em Mossoró e das deserções que se seguiram ao frustrado ataque aquela cidade norte riograndense. Lampião ficara na manga com a cabroeira. Convidado pra almoçar na casa de José Cardoso, na citada fazenda Ipueiras, o Rei do Cangaço compareceu com alguns dos seus rapazes. Quando Miguel Saraiva chegou e pôs sobre a mesa o alguidar contendo o almoço envenenado, Lampião tirou do bornal um colher de latão e meteu-a na comida. Quando puxou a colher, o bandido notou mudança de cor e deu alarme.
“ninguém come desta comida. Esta comida está envenenada! Nisso, Lampião e seus cabras conseguem romper o cerco de um cordão de jagunços e soldados a paisana que se formara em volta da casa, e correm pra a manga onde ficara a maior parte da cabroeira, sendo atacados pelo cabras de Isaías e soldados do major Moisés.


Arte de Aldemir Martins

Ao mesmo tempo em que estrugiu a fuzilaria, os atacantes lançaram fogo na manga, por todos os lados do local em que estavam os cangaceiros. Lampião investiu várias vezes contra os atacantes, conseguindo, por fim, escapar por um corredor. Lampião perdeu dois cangaceiros, um queimado e ferido por ocasião do ataque. O Outro, com ferimento no ouvido, ficou em Ipueiras, em tratamento, mas os coiteiros acabaram de mata-lo, tocando fogo no cadáver... Ao escapar do cerco de Ipueiras, lampião tomou o rumo da serra do Góes, perto de São Pedro do Cariri, atual Caririaçu. Veja o leitor o Zig- zag feito por Lampião para confundir a polícia. No dia 7 de julho, saiu de Ipueiras, desceu pelo riacho do Pau Branco, atravessou o rio Salgado no lugar Barro Vermelho, passou pelos sítios Jatobá e Brandão, fazendo “ alto “ em Vazantes.

Na serra dos quintos, fez um refém – o Sitiante Joaquim de Lira – para ensinar o caminho para a serra do Góes, onde chegou, no início da noite. Na manhã do dia 9, Lampião deixou a serra do do Góes e rumou para o município de Milagres, atravessando a via férrea no lugar Morro Dourado. O Major Moisés havia mandado tomar as ladeiras da Serra do Mãozinha e São Felipe, por onde poderia passar o bandoleiro. Mas Lampião, mais uma vez, conseguiu burlar a força policial e penetrou no estado da Paraíba, pela serra de Santa Inês, no rumo de Conceição do Piancó, de onde prosseguiu em fuga para Pernambuco.

Amarílio Gonçalves Tavares
TEXTO RETIRADO NA INTEGRA DO LIVRO AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE, 
AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES P. DE 138 A 146 IOCE, 1993 - CAPÍTULO 15
(Cortesia do Envio: Luiz Domingos de Luna)
FONTE:http://www.icoenoticia.com/2009/05/lampiao-no-municipio-de-aurora.html


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LAMPIÃO NO MUNICÍPIO DE AURORA PARTE 1

Por Amarílio Gonçalves Tavares

Em virtude da amizade com o Coronel Isaias Arruda, na verdade um dos grandes coiteiros de Lampião no Ceará, o rei do cangaço, como era chamado, esteve, mais de uma vez, no município de Aurora. Em suas incursões pelo município sul-cearense, o bandoleiro se acoitava na fazenda Ipueiras, de José Cardoso, cunhado de Isaias. Uma dessas vezes foi nos primeiros dias de junho de 1927. Na fazenda Ipueiras, onde já se encontrava Massilon Leite, que chefiava pequeno grupo de cangaceiros, Lampião foi incentivado a atacar a cidade norte-riograndese de Mossoró – Um plano que o bandoleiro poria em prática no dia 13 do citado mês.


Massilon

Em razão do incentivo, Lampião adquiriu do coronel um alentado lote de munição de fuzil que, de mão beijada, Isaias havia recebido do governo Federal ( Artur Bernardes, quando este promoveu farta distribuição de armas a coronéis para alimentar o combate dos batalhões patrióticos ‘a coluna prestes(54). Presente aquela negociação, que rendeu ao coronel Isaias a considerável quantia de trinta e cinco contos de réis, esteve o cangaceiro Massilon, que teve valiosa influência junto a Lampião, no sentido de atacar Mossoró, cujos preparativos tiveram lugar na fazenda ipueiras. Consta que Massilon Leite – associado a Lampião no sinistro empreendimento – tinha em mente assaltar a agência local do Banco do Brasil e sequestrar uma filha do coronel Rodolfo Fernandes.

O Bando de Lampião que chegou à Aurora era composto de uns cinquenta cangaceiros, dentre os quais Rouxinol, Jararaca e Severiano, os quais já se encontravam, há dias, na aludida fazenda acoitados por José Cardoso. De Aurora, Lampião levou José de Lúcio, José de Roque e José Cocô ( José dos Santos Chumbim), todos naturais da região de Antas, tendo sido incluídos no subgrupo de Massilon. No dia 13 de junho de 1927, Lampião ataca a cidade de Mossoró, a mais importante do interior do Estado potiguar. “ Após quarenta minutos de fogo, já tendo tomado duas ruas, Lampião ordena a retirada. Fracassara o seu maior plano.

Bando de Lampião em Limoeiro

Após o frustrado ataque ‘a cidade norte –riograndense, Lampião bate em retirada, entrando no Ceará pela cidade de Limoeiro, onde não é importunado. Ali fez dois reféns a resgate – pessoas idosas e de destaque social- e teve a petulância de , com seu grupo, posar para uma foto, no dia 16 daquele mês. Ante a ameaça de invasão das cidades da zona Jaguaribana e já havendo um plano de combate ao famigerado bando, juntaram-se contingentes policiais de três estados – Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba – numa quixotesca campanha contra Lampião, tendo sido nomeado “ comandante geral das forças em operações “ o oficial cearense, Moisés Leite de Figueiredo ( Major ).

No dia 16 de junho, a força paraibana havia seguido para Limoeiro, mas ao chegar ali, Lampião já tinha levantado acampamento. Prosseguindo em sua retirada pelo território cearense, com um grupo reduzido a trinta e poucos homens, em virtude da morte de dois dos mais temíveis cangaceiros – Jararaca e colchete – e das deserções que se seguiram ao malogrado ataque, inclusive a de Massilon Leite e seu sub-grupo, Lampião é perseguido por volantes, com as quais tava combates.

Dentre estes, o mais intenso foi o travado no dia 25 de junho, na Serra da Macambira,, município de Riacho do Sangue, no qual Lampião, mais um vez, provou a sua invencibilidade. Enfrentando uma força de mais de trezentas praças, sob o comando exclusivo do tenente Manoel Firmo, este sendo auxiliado por nove tenentes – José Bezerra, Ózimo de Alencar, Luiz David, Veríssimo Alves, Antonio Pereira, Germano Sólon, Gomes de Matos, João Costa e Joaquim Moura, Lampião pôs-se em fuga incólume, deixando quatro soldados mortos. Seguram-se combates menores em cacimbas (Icó), Ribeiro, no vale do Bordão de Velho, e Ipueiras os dois últimos no município de Aurora, com o rei do cangaço levando a melhor.

Izaias Arruda

No dia 28 de junho, Lampião contorna a serra do Pereiro, passando pelas serras vermelhas, Michaela e Bastiões- o Grupo marchava a pé, por veredas e nunca por estradas – tendo a tropa em seu encalço. É ai que Lampião resolve derivar para o lado do cariri e continuar a retirada em direção ao município de Aurora, onde esperava encontrar refúgio no valha Couto do seu “amigo” Isaias Arruda.

Em seu livro “ lampião no Ceará, narra o major Moisés Leite Figuiredo que, no dia 1º de julho de 1927, Lampião cm seu grupo estacionava no alto da serra de Várzea Grande no lugar olho d’água das éguas, e que ali perto, no lugar Ribeiro, já se encontravam as forças do tenente Agripino Lima, José Guedes e Manoel Arruda – o primeiro, da polícia do rio grande do norte, e os dois últimos, da polícia paraibana -, valendo salientar que tais contingentes totalizavam “ cerca de duzentos homens, bem aparelhados, no dizer do major Moisés...

Continua...

Amarílio Gonçalves Tavares
TEXTO RETIRADO NA INTEGRA DO LIVRO AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE, 
AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES P. DE 138 A 146 IOCE, 1993 - CAPÍTULO 15
(Cortesia do Envio: Luiz Domingos de Luna)
FONTE:http://www.icoenoticia.com/2009/05/lampiao-no-municipio-de-aurora.html


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DAMA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.193
 
LADEIRA DO BRITO/MACEÓ. (FOTO: B. CHAGAS).
Estava ali o tabuleiro. Um preto e um branco com feições de ex-policial, diante das pedras. Lembrei-me do meu tempo de damista e me aproximei do jogo. Os homens estavam tão sérios que parecia partida de campeonato. Pensavam mais de que em jogo de xadrez. Passei a vista no tabuleiro e notei o equilíbrio da partida. Fui buscar na memória uma partida de dama realizada em Ouro Branco, alto sertão de Alagoas. Ali, perdi de 2 x 0 mais um empate para um ex-vice-campeão do estado. Quando? Ah!... Três décadas atrás, aproximadamente. Também a há decênios sem mexer mais nesse jogo tão gostoso, nada disse. Dizer o quê? As duas estátuas nem davam ousadia! Balancei a cabeça tal meu antigo professor de Geografia, Alberto Agra e me afastei da Ladeira do Brito.
Lá na frente ainda saí pensando nesse jogo de 4.000 anos quando os faraós se divertiam. Mas foi com o mecânico de automóvel Cícero de Ambrosina e o técnico em geladeiras, Walter Pinto que desenvolvi os jogos firo e dama. Exímios jogadores, ambos já partiram deixando grande vazio no Bairro São Pedro, onde o Walter também era o maior marcador de quadrilha junina. Não surgindo mais adversários, deixei de uma vez por todas o tabuleiro do lazer. Muitas escolas adotam no currículo dama e xadrez para ajudar no desenvolvimento mental dos seus alunos. E como “a corda puxa a caçamba”, lembro-me da visita do, então, campeão de dama de Alagoas, Miguel Cavalcante, ao Ginásio Santana, em Santana do Ipanema, onde ministrou palestra sobre o tema. Eu era um dos estudantes do Curso Secundário ou Ginasial.
Veja o que diz a Gazeta de Alagoas em 2013, íntegra:
“Miguel Cavalcante tem cerca de 57 anos de dedicação ao jogo de damas e, desde 1975, quando passou a residir no Rio de Janeiro, resolveu dedicar-se também ao tabuleiro de 100 casas, conseguindo arrebatar os títulos de campeão carioca (1987 e 1989) e de campeão brasileiro, formando dupla com João Batista Ribeiro (1987), no Espírito Santo. Também sagrou-se tricampeão carioca no tabuleiro menor, compreendendo os anos de 1985, 1986 e 1989, e ostentou o título de campeão brasileiro absoluto de 1987, em Caxambu-MG.
       O damista alagoano voltou a residir em Maceió no dia 5 de outubro de 2000. Ele é o atual campeão alagoano de damas e mestre internacional, título esse outorgado pela Federação Mundial de Jogo de Damas. É considerado, ainda, o maior compositor de jogadas de damas do mundo, pois é autor de cerca de 3.000 composições, dentre as quais, cerca de 1.000 criações inéditas estão expostas em seu novo livro”.
Voltei a perambular pelas ruas de Maceió.


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NENÉM, UMA RECORDAÇÃO

*Rangel Alves da Costa

Eu ainda era meninote quando avistei Neném pela primeira vez. Avistei e achei estranho, pois uma moça pequenina e com aspecto já de mais idade do que realmente tinha, com rugas pela face e voz um tanto grossa e arrastada. Havia nascido assim, com problema genético que lhe fazia parecer já envelhecida ainda jovem. Como ela não saia muito, sempre recolhida em algum canto da casa, então resolvi me aproximar um pouco mais, conhecê-la melhor. E desde então firmei uma amizade que se mostrou duradoura até sua despedida terrena.
Neném nasceu em prole distinta na cidade sergipana e sertaneja de Poço Redondo. Sua mãe Clotilde vinda da raiz dos Feitosa, uma das famílias fundadoras da povoação. Igualmente seu pai, do tronco dos Lucas, originária do Poço de Cima, primeiro arruado que deu origem à atual cidade. Contudo, casal humilde, sobrevivendo dos esforços cotidianos, num tempo onde os sertões eram somente da planta, do bicho e da terra. Quando seu esposo faleceu ainda moço, então Clotilde tomou as rédeas da família e criou sua prole no sacrifício e na luta.
Tempos após, Dona Clotilde deixou a residência na região central da cidade e se mudou para uma casinha um pouco mais distante, num canto de rua. Pela sua condição física e de saúde, Neném seguiu a mãe como uma criança que de um braço não pode desapartar. Assim, sempre sentadinha na sala da frente, num sofá rente à janela lateral, acompanhava a maestria de sua genitora na renda de bilros. Sim, Dona Clotilde até hoje (embora não se entregue mias ao ofício) é conhecida como uma das maiores rendeiras do sertão sergipano. Foi com a renda que, muitas vezes, conseguiu fazer a feira para o sustento familiar.


Neném continuava sempre ao lado da mãe. Ora, não podia sair de seu lado de jeito nenhum, pois somente ali o conforto e o amor que tanto necessitava. Com o calendário avançando, sua feição envelhecida foi deixando ainda mais marcas. E também o corpo se fragilizando ainda mais, pois degenerando pela própria disfunção genética. Fraquejava, mas continuava insistindo em existir. A família e os amigos, contudo, temiam que não suportasse muito tempo aquela fragilidade. E foi definhando, esmorecendo, até não mais suportar. Recebi a notícia de seu falecimento enquanto estava na capital, e muito lamentei não poder estar presente na sua despedida.
O tempo passou. E ela já deu adeus e partiu. Lembro-me ainda do chocolate, que ela primeiro fez cara feia e depois gostou. Recordo-me ainda de sua voz grossa, compassada, e de seu sorriso que despontava ante qualquer palavra. Lembro-me desse cantinho de sofá que é também cantinho da casa, bem juntinho à janela de Dona Clotilde, sua mãe. Neném sempre estava aí. Certa feita, quando levei esse mesmo retrato num quadro de parede, então senti seus olhos brilhando. Estava emocionada, tomada de comoção, quase sem acreditar no que via. O retrato está lá, continua na parede.
O retrato continua na parede, mas Neném apenas na memória e na recordação, no amor deixado e no amor sentido. O tempo passou e ela já deu adeus e partiu.

Escritor
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LAMPIÃO INVADE QUEIMADAS E CHEGA PERTO DE SANTALUZ (BA) - Samuel H. Cunha Macêdo


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O HOMEM QUE CONHECEU LAMPIÃO E MARIA BONITA O CASAL TOP DE CANGACO. SERTÃO


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DUAS PERSONALIDADES DE ALTO NÍVEL O POETA CRISPINIANO NETO E O EX-GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE CORTEZ PEREIRA, O IDEALIZADOR DAS AGRO-VILAS, HOJE, SERRA DO MEL.


Por José Mendes Pereira
Crispiniano Neto

Não me lembro o ano e nem tão pouco dia e mês que certa vez o nosso admirado poeta, político, advogado, professor e escritor Crispiniano Neto foi preso, acusado de ser um dos incentivadores de invasão a um barracão do governo, mas vale lembrar que apenas foi acusado, e as pessoas que lutam pelos direitos do povo não temem à certas agressões de autoridade nenhuma.

Ex-governador do Rio Grande do Norte Cortez Pereira

Em uma das entrevistas que cedeu o ex-governador do Estado do Rio Grande do Norte o Cortez Pereira a uma emissora de Mossoró, e que eu ouvi um repórter perguntando ao ex-governador o seguinte:

- Qual é o seu maior arrependimento no período do seu governo, e que o incomoda muito até hoje, porque ficou gravado em sua mente depois de deixar o governo do Rio Grande do Norte?

E ele respondeu:

- O meu maior arrependimento foi ter mandado prender o Crispiniano Neto, porque ele tinha razão. Isso me incomoda muito. O Crispiniano Neto é meu amigo e eu não respeitei a nossa amizade. Eu tomei essa decisão errada de mandar prender um homem do povo e que luta em favor da população. A minha decisão foi absurda e por isso muito me arrependo até hoje de ter ordenado a sua prisão.

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NOVO LIVRO – PELO BEM DA HUMANIDADE, COMO O TOTALITARISMO LEVOU O MUNDO À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Contatos – Tel: (32) 99128-6442  
A Segunda Guerra Mundial possui inúmeras faces na historiografia, mas poucas são fiéis ao fato histórico. Decorridos 80 anos do início da guerra, a sua nuance primordial continua sendo a menos conhecida: o rosto totalitário.
Apoiado em uma investigação original, este livro oferece respostas a perguntas incômodas e, em regra, ignoradas: por que o povo europeu — o mais erudito da sua época — não impediu o avanço totalitário? Por que nações esclarecidas acreditaram nas falsas promessas de ditadores, permitindo a ruína da democracia? Qual é a real origem da última grande guerra? Como a barbárie subjugou os mais elementares princípios e valores da civilização ocidental? Como foi possível o Holocausto?
Para solucionar essas questões, Pelo Bem da Humanidade esmiúça a trajetória de alguns dos principais personagens envolvidos no último conflito mundial e os eventos-chave que o precederam, revelando um semblante oculto e distinto daqueles geralmente vistos nos compêndios de História.
A obra traz à luz essa fisionomia totalitária, que, em troca da promessa de construção do paraíso terrestre, causou a maior tragédia vivenciada pela humanidade. Conhecer os traços dessa faceta obscura nos permite identificar seus reais genitores e sua prole disseminada na sociedade atual, ao descortinar o ninho dos crescentes antagonismos que assolam o Ocidente há várias décadas.
O AUTOR E SUAS OBRAS
Durval Lourenço Pereira é tenente-coronel R1 do Exército Brasileiro. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (1990), mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1998) e graduado em Cinema, Televisão e Mídia Digital pela Universidade Salgado de Oliveira (2006).
Foi assessor militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
​É membro da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas.
Produziu e dirigiu os documentários O Lapa Azul: os homens do III Batalhão do 11º Regimento de Infantaria na II Guerra Mundial; e Navalha: um batalhão brasileiro na Linha Gótica. É autor do livro Operação Brasil: o ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros
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“LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA” É A MAIS NOVA E IMPECÁVEL CONTRIBUIÇÃO DE SÉRGIO DANTAS


Para adquirir esta obra entre em contato com o professor Francisco Pereira Lima através deste e-mail: 

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