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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

 E-mail: 
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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NOTA DE PESAR...


Por José Mendes Pereira

O Relembrando Mossoró toma conhecimento do falecimento que ocorreu hoje no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, do senhor João Firmino da Silva, aos 101 anos de idade, o mais antigo ferroviário da Estrada de Ferro Mossoró-Souza.. Homem de fibra..bom esposo ..bom pai e bom avô.. Bom tuudo.. Um homem de grande exemplo para todos ...Que Deus possa confortar aos familiares e amigos, por esta grande perda.

Seu corpo será velado na SEMPRE, daqui algumas horas e será sepultado amanhã, às 9hs, no Cemitério São Sebastião, nesta cidade.


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A MORTE DE MANÉ MORENO !

Por:Sálvio Siqueira
Cangaceiro Mané Moreno

Em certa época, Mané Moreno com seu pequeno subgrupo, seguem pelos rincões sertanejos e vão com destino à Porto da Folha. Antes, porém, vão a Jaramataia, para descansarem em determinado coito.

O local em que estão é propriedade de Pedro Miguel, senhor que não está nada satisfeito com as aparições desse pequeno grupo de ‘cabras’, pois, já havia chamado a atenção das autoridades. Seo Pedro vai à busca do chefe mor, para comunicar-lhe que Mané Moreno está a abusar da estadia em suas terras. O “Rei dos Cangaceiros” diz para o coiteiro não mais preocupar-se, pois, falaria com o Mané Moreno sobre o caso. Se falou ou não, a verdade é que Mané com seu pequeno grupo, continuam a ‘abusar’ das suas acomodações.

O comandante Odilon Flor, já sabedor das ‘visitas’ que fazem os cangaceiros ao sítio Jaramataia, resolve ir lá e ter uma prosa com o senhor Pedro. Nessa conversa o senhor Pedro revela ao comandante que Mané Moreno e seus ‘cabras’ estão em Poço da Volta.

Havia, naquela noite, um samba, forró, na sede do sítio Palestina. Lá, dançando, bebendo e farreando muito, estavam Mané Moreno, que se divertia bastante com sua companheira, a cangaceira Áurea, e seus cangaceiros.

O comandante Odilon Flor, de longe escuta o toque da sanfona, o bater da zabumba e o repicar do triângulo. Alerta seus homens e vão tomando chegada com cautela... Em pouco tempo, o comandante distribui seus homens e cerca aquela localidade. A volante tem tempo de escolher posição e alvos. E é o que faz. O tiroteio começa e os gritos, palavrões e pedidos de socorro substituem o som da musica tocada. O chefe cangaceiro e sua companheira são os primeiros a tombarem na senda da escuridão eterna.

A coisa fica feia e o reboliço é medonho. Ninguém é de ninguém numa hora dessas. Correm para um lado e para outro, feito barata tonta, enquanto o fogo, tiroteio, toma conta da noite, numa melodia fúnebre.

Algumas literaturas, trazem como sendo o terceiro cangaceiro morto nessa investida, o cabra “Gorgulho”. Há, no entanto, registro que Gorgulho foi baleado, porém, consegue chegar em casa de amigos, um senhor chamado Lisboa, da família Félix. Ficando nessa casa até sua total recuperação. Depois, deixa o cangaço e lasca-se no meio do mundo, até voltar para sua terrinha natal, Salgado do Melão. Também, alguns livros trazem de como sendo o “Fogo do Poço da Volta”, ficando esclarecido que o embate deu-se na fazenda “Palestina”. (“LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO – MENTIRAS E MISTÉRIOS DE ANGICO” – COSTA, Alcino Alves.)

A volante do comandante Odilon Flor teve êxito total nesse embate.

Adentram na casa e deparam-se com três cadáveres, Mané Moreno, Áurea, sua companheira e Cravo Roxo, um de seus asseclas... numa noite escura, em um forró, nas quebradas do Sertão.



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BEM CRIATIVO.



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COMPREENDER A VIDA

*Rangel Alves da Costa

Uma fotografia. Uma capelinha. Um pequeno cemitério ao redor. Eu sentado numa pedra. Túmulos ao redor. Então eu disse em seguida:
Um dia eu sentei aí, tão perto da morte, exatamente para pensar a vida. Eu não estava aí só para visitar ou fotografar, mas para compreender a vida ao redor da morte.
Um dia eu caminhei até o Poço de Cima e adentrei pelos arredores de sua igrejinha, onde túmulos foram sendo abertos desde os primórdios de Poço Redondo, exatamente para estar na presença daquelas partidas e daquelas saudades.


Certamente que eu não cheguei e nesta pedra sentei e logo pedi para ser fotografado. Calmamente caminhei entre as sepulturas, li os epitáfios, identifiquei os nomes e datas grafados nas cruzes, meditei naquele silêncio que era de voz e de grito.
Nada que ecoasse dos túmulos, mas dos meus próprios pensamentos. Um turbilhão de coisas chegando, como se não houvesse coisa mais instigante na vida do que a morte.
Perguntas e respostas, interrogações e espantos, lembranças e relembranças, diálogos com o estranho e desconhecido mundo, enfim.
Aquele silêncio de planície, aquela calma de afastamento da cidade, aquela paisagem bonita e triste. O que é a morte? Perguntei-me. Logo respondi: É a presença na inalcançável distância.
Ora, para grande parte dos humanos, a morte nunca é exatamente fim para o ente que partiu. A morte leva, distancia, mas grande parte fica no luto, na saudade, na contínua presença.
A dor pela perda de alguém é exatamente esta: o distanciamento forçado do ente amado. E quanto mais se quer a presença mais a saudade e a dor retomam o entrelaçamento.


Acaso o esquecimento fosse a consequência mais lógica, certamente não haveria saudade, tristeza, desejo de presença, o contínuo entrelaçamento.
E as cruzes, os epitáfios e as flores dos túmulos, dariam lugar ao reles esquecimento, e a voracidade do tempo logo encobriria os leitos do repouso último.
E perante os túmulos ali espalhados, a minha certeza de estar ainda diante de tantas vidas. Vidas silenciadas, mas vidas. Nomes, sobrenomes, datas, lembranças das feições em vida.
Que sono profundo, que paz no Senhor!

Escritor
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LAMPIÃO CORREU

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.250

27.06.1922. Água Branca (AL). Matinha de Água Branca. Segundo telegrama enviado ao Secretário do Interior, um grupo grande de cangaceiros invadiu Água Branca (AL)  e, em torno de 04 horas da manhã conseguiu entrar na residência da baronesa, arrombando a porta dos fundos (velha viúva de Joaquim Antônio de Siqueira Torres). Invadiram os salões e os quartos, num dos quais dormia a própria baronesa, despertada pela presença dos intrusos. A baronesa e mais duas senhoras que lá moravam foram tratadas com bastante respeito. Do lado de fora do palacete ficaram postados alguns cangaceiros, que mantinham os demais moradores afastados, atirando contra os que tentavam se aproximar.

ÁGUA BRANCA. (IMAGEM WIKIPÉDIA)
Algumas pessoas organizaram a resistência: alguns rapazes do comércio, o delegado Amarílio Batista Vilar e dois ou três soldados.
Alguns cangaceiros haviam se entrincheirado numa casa vazia onde atiravam devidamente protegidos. Ali ficaram enquanto  durou o assalto.
Dentro do palacete foram quebradas as fechaduras e tudo foi revistado. Levaram muitas joias, objetos de valor, inclusive um cordão de ouro de aproximadamente três metros de  comprimento, e dinheiro, muito dinheiro.
Os cangaceiros, quando saíram dali, seguiram rumo ao município pernambucano de Tacaratu.
O povo então cantou:

“Quando Lampião correu
Da cidade de Matinha
Foi no trote americano
No galope almofadinha”.

(Extraído do livro Lampião em Alagoas, págs. 118-119).


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A FÉ QUE ALIMENTA O SERTÃO

Por Rangel Alves da Costa

O sertão é um oratório a céu aberto. E um oratório de céu com feição tão sertaneja que santos são criados pelo desejo do próprio povo. Quem haverá de dizer que Padim Ciço Romão Batista não é santo? Quem haverá de dizer que Frei Damião não conduz a milagres? A fé que anima e move o seu povo é tamanha que tudo na vida passa a depender dos desejos sagrados. E nada se faz sem as bençãos divinas. 
Na concepção da religiosidade sertaneja, nenhum tempo ruim permanecerá se o olhar divino e salvador logo vai abrir a porta e entrar. Daí as dores e os sofrimentos, as angústias e as aflições, serem suportados pela fé que logo tudo cessará. A seca braba esturrica e castiga, faz padecer e chorar, mas Deus logo mandará chuva boa. É assim que se diz. O pecado do homem e a falta de obediência aos ensinamentos trazem a tristeza e o sofrimento. É assim que se diz. 
E há uma certeza tamanha na reversão das angústias, que é como se tudo fosse apenas uma privação ou provação passageira. É assim que, na concepção sertaneja, se concebe o amanhã. Mas para que o amanhã realmente traga um tempo bom, necessário que os rosários de contas caminhem pelas mãos, os joelhos se dobrem frente aos altares e oratórios, as velas sejam acesas, as bocas murmurejem preces, orações, ave-marias. E assim também acontece diuturnamente. 
Os santos são companhias milagrosas ao olhar, o coração se fortalece ante a visão de uma imagem sagrada pendurada na parede, os terços e rosários são como inafastáveis relíquias, as fitas de Juazeiro só saem dos braços pelo desejo do tempo. Logo à entrada da moradia uma escrita anuncia que a família é abençoada por Deus. As flores de plástico são como jardins empoeirados ao lado dos santos. As novenas vão levando de porta em porta o alimenta da fé. Na banquinha com toalha rendada e enfeitada de flores, a imagem devotada alimentando a fé de um povo. Os olhares lacrimejam, os lábios se movem em canções, as mãos se cruzam rente ao peito, então um escudo sagrado vai envolvendo o viver perante as dificuldades da vida. Pelas estradas nuas, secas, esturricadas, debaixo dos sóis, seguem os passos da fé em procissão. 
Encontrar dez, quinze ou vinte pessoas, levando sua fé pelas estradas, pode até causar estranheza ao de hoje. Porém, basta a proximidade para saber e sentir o que move o passo daquele povo. Há um estandarte e um santo, ou mesmo uma imagem sendo levada e passada de mão em mão, mas há algo muito maior: a certeza que, pela fé e devoção, o milagre acontecerá. E qual milagre? A cura, a chuva, a benção ao lar, a proteção sagrada, a demonstração que se vive da fé e pela fé. E que, por isso mesmo, pela força da fé, Deus, os santos e anjos, cuidarão de tornar suas esperanças em conquistas. A chuva, a terra molhada, a planta vingando, o alimento surgindo, e tudo o mais que se deseje. E assim, pelas estradas, vai seguindo a procissão. Lá no alto, a vela do sol a tudo ilumina. E iluminados, os corações encontram seus contentamentos e suas forças para seguir adiante. Pela vida inteira.
Rangel Alves da Costa, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço
Poço Redondo, Sergipe


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O CANGACEIRO ASA BRANCA FAZ PARTE DA HISTÓRIA DE MOSSORÓ FILHOS E VIÚVA DO CANGACEIRO ASA BRANCA

Por José Mendes Pereira

Antonio Luiz Tavares era conhecido no mundo do crime por "Asa Branca" e foi um dos facínoras que esteve aqui em Mossoró no dia 13 de junho de 1927 com o bando do capitão Lampião.

Nasceu no dia 10 de Janeiro de 1902 e faleceu de problemas cardíacos em Mossoró, no dia 02 de Novembro de 1981, sendo que os seus restos mortais repousam no Cemitério São Sebastião em Mossoró, aos fundos do túmulo de José Leite de Santana, o ex-cangaceiro Jararaca.

Quando eu residia no Bom jardim em Mossoró ele morava também no mesmo bairro e próximo da minha residência, e todos os dias eu o via passar, mas nunca tive uma pequena conversa com ele, apenas eu o conhecia de vista e chapéu, vez que naquele tempo todos tinham medo de pessoa que tinha sido ou era fora-da lei.

Antonio Luiz Tavares ficou órfão de pai aos dois meses de vida, quando um sujeito assassinou o seu patriarca. Depois de crescido e de compreender a causa de sua orfandade, já que o assassino era protegido de um chefe político de Cajazeiras do Rio do Peixe, e não fora punido, Asa Branca vingou o crime. Com medo de ser preso ou talvez morto dentro da cadeia, já que ainda não tinha maioridade, e como se defender de abusos por policiais, o jeito foi fugir daquela região, procurando lugar para se ocultar das autoridades militares e judiciais.

Em 1922, Lampião fez uma visita à propriedade em que ele estava recolhido, e lá o encontrou. Ao ver que ele gostava de armas de fogo logo o convidou para participar da sua saga. Não tendo outra solução, foi obrigado a aceitar o convite e entrar no bando, e nele o menino foi apelidado de Asa Branca, cujo o levou para sua cova, deixando o nome de batismo para traz.

O ex-cangaceiro do bando de Lampião passou cinco anos com o grupo, praticando de todos os assaltos que o bando fazia. Participou do assalto a Apodi, e outros e outros, e esteve no ataque a Mossoró, atirando contra a trincheira da Estrada de Ferro.

Logo após a frustrada invasão a Mossoró, Asa Branca foi preso pela polícia do Ceará, e recambiado para Mossoró, quando foi condenado para cumprir uma pena de 10 anos.


O historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros certa noite lá no Hotel Thermas em Mossoró ele me falou e comprovado através de documentos (ele me cedeu uma Xerox, mas não disponho no momento), que Asa Branca iniciou pagar a sua pena em Natal, posteriormente veio para Mossoró.

Segundo o jornalista Tomislav Tomislav R. Femenick, certa vez o ex-cangaceiro foi convidado para participar de uma reunião no Rotary Clube de Mossoró, e lá se encontrou com Abel Freire Coelho, e que acusador e acusado trocaram apertos de mãos, como se nada tivesse acontecido, o acusado mesmo tendo passado tanto tempo por traz das grades, não guardou ódio do seu acusador.

O jornalista Tomislav Femenick ainda diz em um dos seus artigos que Asa Branca era conhecido como um cangaceiro de bons modos e de trato amável. Porém, enquanto permaneceu no bando ele vivenciou todas as peripécias que faziam parte do cotidiano dos cangaceiros: ataques, saques, sequestros, mortes, agruras e, também, fugas.

CASAMENTOS

O cangaceiro Asa Branca fez matrimônio por duas vezes. Ainda na Cadeia Pública de Mossoró casou-se pela primeira vez com dona Sebastiana Venâncio. Ela natural de Mossoró, e com ele teve três filhos, os quais são: José Luiz Tavares, Jeová Luiz Tavares e Dijanete Luiz Tavares. Mas posteriormente o casamento foi de água abaixo, quando os dois resolveram não mais conviverem juntos, e cada um procurou o seu destino.

2º. CASAMENTO

O segundo casamento foi realizado com dona Francisca da Silva Tavares natural de Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba. Ela nasceu no dia 21 de Novembro de 1937, e é filha de Máximo Batista de Araújo e de Dona Severina Guilermina Silva, ambos paraibanos. Mas o casamento com dona Francisca da Silva, só aconteceu dezessete anos depois que ambos já viviam juntos.

Com o ex-cangaceiro de Lampião Dona Francisca teve nove filhos, e destes, apenas três estão vivos, os quais são:

Antonio Esmeraldo Tavares nascido no dia 10 de Novembro de 1957, na cidade de São Bento, no Estado da Paraíba. Este faleceu em 2018 em Mossoró. Tinha como profissão, Motorista.

Francisco Tavares da Silva nascido no dia 14 de abril de 1959, na cidade Caridade, no Estado do Ceará. Este foi assassinado aos 24 anos de idade, por um primo, por coisas banais.

Maria Gorete Tavares Barbosa nascida no dia 1º. de Junho de 1960. Esta exerce a profissão de artesã de Biscuit.

Maria da Conceição Tavares da Silva nascida no dia 25 de Fevereiro de 1963, em Caridade, no Estado do Ceará. Exerce também a profissão de artesã de Biscuit.

Máximo Neto Batista nascido no dia 04 de maio de 1964, em Caridade, no Estado do Ceará. Reside atualmente em São Paulo e exerce a profissão de Motorista.

Os demais filhos do casal não foram citados aqui, porque faleceram ainda criancinhas.

COMO FRANCISCA DA SILVA TAVAREs CONHECEU O "ASA BRANCA".

No ano de 1954 dona Francisca já era casada e mãe de um filho. Mas nesse período ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses sem andar. Procurando recursos para se livrar da maldita que ora a perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama. O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e desconhecida doença.

Com aquele contato de reza vai, reza vem, os dois findaram consumidos de paixões, e dona Francisca passou a desejá-lo. E no ano de 1955 resolveu abandonar o seu marido e um filho de sete meses, fugindo com o curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró.

Mas veja bem leitor, quem era o curador. Antonio Luiz Tavares o ex-cangaceiro "Asa Branca" que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu ex-comandante Virgulino Ferreira da Silva o Lampião.

Pelo que se ver é que dona Francisca da Silva Tavares fez o mesmo papelão que fez a rainha do cangaço a Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silvao Zé de Neném, para acompanhar o afamado Lampião. A única diferença entre as duas é que Maria Bonita tornou-se cangaceira; e Dona Francisca jamais participou de cangaço.

Mas assim que o seu pai o Máximo Batista tomou conhecimento que ela havia fugido com o rezador, isto é, o "Asa Branca", mandou dois dos seus funcionários procurá-la por todos os recantos de Mossoró.

Já fazia três dias da permanência do casal em Mossoró, e assim que Asa Branca soube que estava sendo procurado, resolveu fugir às pressas com a companheira para Fortaleza, capital do Ceará. Lá, desempregado, foi assistido por um médico, o doutor Lobo, que logo solucionou o seu problema, e o empregou em uma mina de ametista.

De Fortaleza, foram morar em Itapipoca, posteriormente para Caridade, e lá, o casal teve quatro filhos, mas sempre trabalhando na agricultura.
Anos depois a família mudou-se para Macaíba, já no Estado do Rio Grande do Norte. Com alguns anos passados, Asa Branca resolveu retornar à Mossoró, onde aqui criou a sua família e viveu os seus últimos dias de vida.

Nos anos 70, o Dr. José Araújo, ex-dentista, e diretor de algumas escolas de Mossoró, juntamente com João Batista Cascudo Rodrigues, conseguiram um emprego na FURRN, atualmente UERN, e Asa Branca trabalhou nela até morrer.

CASAMENTO FEITO ÀS PRESSAS PARA SE EMPREGAR

Como Asa Branca necessitava se empregar e era necessária a sua documentação, para ter direito aos benefícios do INSS, e não querendo retornar à sua terra natal, foi feito um casamento às pressas. Ele resolveu ir à cidade de Porta Alegre, no Estado do Rio Grande do Norte, e lá fez novos documentos.

(Informação importante:

Para quem não sabe, o prefeito Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins que preparou Mossoró para receber Lampião com balas era filho lá da cidade de Portalegre no Alto Oeste do Rio Grande do Norte).

Continuamos:

De documentos em mãos foi feito o seu casamento com dona Francisca da Silva Tavares no dia 14 de Janeiro de 1974, no 4º. Cartório Judiciário em Mossoró, Nº. 6.256, fls. 256, do livro B-16, do Registro Civil de Casamento, assinado pelo tabelião Joca Bruno da Mota.

Quando as pessoas o perguntavam quantos ele havia matado, ele respondia: "- Quem sabe é São Miguel, porque é ele quem pesa as almas".

Nem a sua esposa ele relatou quantos, mas de certeza foram dois: O assassino do seu pai e um carcereiro em Mossoró. É claro que no bando ele matou muito mais, mas jamais revelou o total de mortos pela maldita mira do seu mosquetão.

FAMÍLIA BEM ESTRUTURADA

A família do Asa Branca e dona Francisca é composta de: 04 filhos, 17 netos e 28 bisnetos.

Segundo as pessoas vizinhas dos familiares do ex-cangaceiro Asa Branca, as quais minha filha Adryanna e eu conversamos com elas, todas foram unânimes e disseram que eles cresceram naquele bairro Bom Jardim, amigos de todos, honestos e trabalhadores e dignos de respeito. Nada desabona à família do cangaceiro Asa Branca.
Observação:

Se a população de Mossoró descobrir que o cangaceiro Asa Branca era curandeiro,

com certeza, em vez de ser só um facínora santo em Mossoró, serão dois. Se o cangaceiro Jararaca não rezava nada e é milagroso, o "Asa Branca" rezava muito. Então tem que ser também santificado pela população desta cidade que é Mossoró.

As infomações aqui escritas foram cedidas à minha filha Adryanna e a mim pela viúva do Asa Branca dona Francisca da Silva Tavares em sua residência.

Visitem o meu blog:

MÃE ANDA PELO CENTRO DE CURITIBA HÁ 8 DIAS EM BUSCA DO FILHO DESAPARECIDO


Por Denise Mello e Paulo Sérgio Debski em 28 de janeiro, 2020
Gabriel Lepinski está desaparecido desde o dia 20 de janeiro – Foto: Arquivo família

A mãe não se conforma e pede ajuda para encontrar Gabriel

A mãe de Gabriel Vinicius dos Santos Lepiski, de 12 anos, sai todos os dias de casa, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), para andar pelo centro de Curitiba. Luciana Lepinski tenta encontrar o filho que teria sido visto nesta região vendendo balas em sinaleiros. A mãe não se conforma e pede ajuda para encontrar Gabriel.

“Estou desesperada. Quero meu filho de volta. Quando saiu de casa no dia 20 de janeiro para trabalhar, ele estava bem, tranquilo, e quando voltei a noite meu filho tinha desaparecido. Falaram que viram ele no Centro de Curitiba vendendo balas em sinaleiro. Todos os dias vou até lá e ando por tudo, com a foto dele, mas não o encontro. Não sei mais o que fazer”, diz a mãe desesperada.

Luciana fala que também já foi na casa de amigos, parentes e até hospitais, porém não o encontrou. O menino sumiu da casa em que mora no bairro Alto Pinheiro. A mãe disse que tem medo dele ter sido aliciado por uma mulher para trabalhar para ela. “Já me falaram que ele foi levado por uma mulher para trabalhar pra ela em sinaleiros, mas não sei de mais nada. Estou desesperada”, desabafou a mãe na Banda B. Ela trabalha como coletora de material reciclável.

Luciana já registrou Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento na Delegacia de Almirante Tamandaré. O pai do menino, segundo ela, também está nervoso e passa mal por causa da pressão alta.

Se você tem alguma informação do paradeiro do Gabriel, entre em contato com a mãe pelo fone 41 – 99707 1887 ou na Delegacia de Almirante Tamandaré pelo fone (41) 3874-5100.


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ANDRÉS ZAMBRANO O ESTRANGEIRO QUE PEITOU LAMPIÃO

Imagine-se no início do ano de 1936, andando a pé pela caatinga. A 14 léguas de Águas Belas, em Pernambuco, de repente você é surpreendido por bandoleiros armados. Levado até Lampião, é acusado de ser espião da polícia, mesmo falando castelhano. Após levar uma coronhada no peito, já de pé mas seguro por dois homens, diz na cara do rei do cangaço: “O senhor deve me tratar como eu mereço. Sou um estrangeiro e tenho direito a ser respeitado. O senhor está desrespeitando a sua lei e o seu governo”.

O autor desta suposta resposta, que saiu vivo para contar a história, publicada no Diário de Pernambuco no dia 22 de fevereiro de 1936, chamava-se Andrés Zambrano, um venezuelano de 22 anos, capitão de um grupo de 20 escoteiros que resolveu conhecer toda a costa brasileira, partindo de Caracas no dia 12 de dezembro de 1934.

O Diario apenas reproduziu o relato que Zambrano deu, no Rio de Janeiro, ao Diario da Noite, outro jornal dos Diários Associados. Para a imprensa do Sudeste do país, relatos sobre a brutalidade de Lampião sempre atraíam leitores e a existência de um estrangeiro que conseguiu ser libertado depois de enfrentar o maior dos cangaceiros era mais do que o esperado.

Na verdade, Andrés Zambrano, que apareceu na redação do diário carioca vestido de uniforme cáqui, com galões de capitão e um grande chapéu de feltro, de abas largas, era espalhafatoso demais para descrever o ocorrido da forma como realmente aconteceu.

Segundo a conversa de Andrés Zambrano, os escoteiros estavam merendando à sombra de uma árvore quando foram cercados por 24 cangaceiros. Os venezuelanos receberam ordem de acompanhar o bando, andando cerca de cinco léguas em uma caatinga fechada. Ao chegar no esconderijo, Lampião estava contando dinheiro e perguntou quem eram aqueles rapazes fardados. “Quem é o chefe deste batalhão?”, inquiriu Virgulino. Foi quando Andrés Zambrano se apresentou, afirmando ser da Venezuela e não trabalhar para a polícia.

Depois de ter exigido respeito no tratamento, ele teria ouvido Lampião dizer que a “lei era ele”. Os escoteiros foram todos amarrados depois de ficarem devidamente nus. Morreriam no dia seguinte, como vingança à perda de quatro cangaceiros por causa do último ataque do tenente Manuel Neto.

Lampião não teria ido com a cara do estrangeiro insolente. Mandou servir café salgado para ele e depois água com pimenta. A história só não teve fim ali mesmo porque por volta da meia-noite teria aparecido Maria Bonita. Ela teria se interessado pela confusão e conversado com os escoteiros. Convenceu Lampião a soltá-los, depois dos “visitantes” terem dado sua palavra de honra de que não informariam à polícia o paradeiro do bando.



Aos repórteres do Diário da Noite, Zambrano teria ainda afirmado que Maria Bonita quis saber da sua idade e dito que ele era bem bonitinho, batendo no seu ombro. E ele nu, amarrado na árvore…

No dia seguinte, os venezuelanos foram soltos. Perderam as roupas, uma máquina fotográfica e o equivalente a quatro contos de réis. Da turma toda, somente Zambrano resolveu continuar suas andanças pelo Brasil. Foi assim que ele apareceu, vivinho da silva, na redação do jornal carioca. Contando uma história que Lampião não iria gostar nem um pouco.

Pesquei no Diário de Pernambuco