Seguidores

terça-feira, 1 de julho de 2025

SINHÔ PEREIRA -

  Por Napoleão Tavares Neves

Vivia-se a segunda metade do ano de 1918. Obedientes ao Padre Cícero Romão Batista, Sinhô Pereira e Luiz Padre decidiram deixar o Nordeste para o norte de Goiás. Eram muito jovens e tinham toda a vida pela frente. Todos aconselhavam a viagem. Só assim a família Pereira poderia levantar a cabeça e recuperar o seu prestígio social, político e econômico seriamente abalado por tantas lutas e tanto sangue derramado em vão!


Manoel Pereira Lins, “Né da Carnaúba”, promoveu vários encontros de família em sua fazenda estruturando a saída dos primos do cenário nordestino conflagrado pelas lutas de famílias, sobretudo pelas lutas entre Pereiras e Carvalhos. Depois de marchas e contra-marchas, a viagem foi decidida. O roteiro foi traçado, segundo orientação do Padre Cícero Romão Batista que certa vez recebeu Luiz Padre e o aconselhou a abandonar a luta por uma vida de paz no Brasil Central onde ninguém soubesse da vida pregressa dos dois vingadores da família Pereira. Segundo foi planejado, os dois Pereiras deixariam o sertão, beirando o sopé da Chapada do Araripe, lados de Pernambuco, buscando o Piauí de onde deveriam demandar o norte de Goiás.

Atravessar os sertões de Pernambuco era uma temeridade para eles que seriam impiedosamente perseguidos. Naquele tempo cada polícia só perseguia cangaceiros até a fronteira do seu Estado! Atravessar os limites de um Estado para outro era considerado agressão! Assim, entrando no Piauí, seria mais fácil para Sinhô Pereira e Luiz Padre fazerem a difícil travessia sem obstáculos.

Por isto os dois primos deixaram o Nordeste com o seguinte roteiro: Fazenda do major Zé Inácio, no Barro, Ceará. Fazenda Olho d’Água do Araripe, lados de Pernambuco até o Piauí, pelos municípios de Serrita, Exu e Araripina. Simões, de Jaicós, no Piauí. Foi esta a primeira etapa da viagem feita por Sinhô Pereira e Luiz Padre, a cavalo e levando seis cabras de confiança escolhidos a dedo. Iam armados de revólveres e com as carabinas desmontadas nas pequenas malas. Em Simões, já distante do Pajeú, decidiram se separar para despistar possíveis perseguidores, marcando um reencontro no sul do Piauí, em Correntes, próximo à fronteira com Goiás. Luiz Padre, com dois cabras, tomou o rumo de Uruçu, mais para o centro do Piauí, pelo Vale do Gurguéia.

Napoleão Tavares ao lado de Severo e Paulo Brito
.
Sinhô Pereira, com quatro cabras, seguiu na direção de Correntes por São Raimundo Nonato, em roteiro paralelo à fronteira de Pernambuco. Com ele iam os homens de confiança: Cacheado, Coqueiro, Raimundo Morais e Gato. O trajeto planejado evitava a travessia do Rio São Francisco que ainda não tinha pontes e a perseguição policial de Pernambuco. A meta de ambos era uma só: sul do Piauí e daí, norte de Goiás, por caminhos diferentes. Luiz Padre ia mais pela direita e Sinhô Pereira mais pela esquerda, não muito distante um do outro, de tal modo que não fosse tão difícil o reencontro planejado no sul do Piauí. Ambos levavam cartas de recomendação para famílias amigas do Piauí: família do Barão de Paranaguá, do Marquês de Santa Filomena e Marquês de Paraíso, já que Luiz Padre era neto do Barão do Pajeú, coronel Andrelino Pereira da Silva. Os barões sempre se entendiam muito bem. A viagem ia sendo feita com marcha de 6 a 10 léguas por dia, mais durante as noites para serem menos percebidos.

Ao atingir Nova Lapa, município piauiense de Gilbués, Luiz Padre soubera que Sinhô Pereira fora cercado pela polícia do Piauí nas proximidades da cidade de Caracol. É que as autoridades do Piauí receberam precatória contra os dois e o tenente Zeca Rubens ia no encalço de Sinhô Pereira com 20 homens, sendo três soldados e os demais civis, jagunços a serviço da polícia! A casa em que Sinhô Pereira e seus homens dormiam foi cercada pelo pessoal do tenente Zeca Rubens. As carabinas de Sinhô Pereira estavam desmontadas, mas depois de um tiroteio de uma hora, Sinhô Pereira e o seu pessoal fugiram, deixando dois soldados feridos levemente e carregando Cacheado quase nos braços, gravemente ferido. Sinhô Pereira nunca abandonou cabra ferido, sendo muito solidário a seus homens!

Sinhô Pereira ficou visivelmente irritado com a perseguição. Seus inimigos do Pajeú não queriam que ele encontrasse a paz em Goiás e o perseguiam tenazmente! Luiz Padre resolveu prosseguir a viagem e perdeu por completo o contato com Sinhô Pereira que ficou por quatro dias na Fazenda Mulungú, com Cacheado muito ferido, até que o tenente Zeca Rubens, através de um seu irmão mandou lhe dizer que não o perseguiria enquanto ele tivesse tratando do cabra ferido! Foi um gesto muito nobre, indiscutivelmente.

Cangaceiro - Aquarela por,  CARYBÉ, Hector (1911 - 1997)
.
Somente em março de 1919 Luiz Padre chegou no Duro. Sinhô Pereira ficou por 57 dias, quase dois meses, tratando de Cacheado para além de Caracol. Não abandonaria o ferido, custasse o que custasse, disse ele, de viva voz, ao escritor Nertan Macedo e ao pesquisador Luíz Lorena, de Serra Talhada, seu primo. Cacheado não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu. Sinhô Pereira reiniciou a viagem, mas em Jurema, encontrou o cabra que ferira Cacheado, João de Bola, que foi morto por um dos seus homens. A partir deste episódio a perseguição policial recrudesceu, com o tenente Zeca Rubens à frente de 40 soldados seguindo as pegadas de Sinhô Pereira que ia trocando de animais cansados substituindo por animais tomados ao longo das fazendas percorridas. Novamente cercado pela polícia quando dormia 40 léguas para além de Caracol, Sinhô Pereira e seus homens conseguiram furar o cerco policial, mais uma vez, depois de meia hora de tiroteio, morrendo um soldado e saindo ferido um rapaz da casa onde estavam arranchados. Em Tocoatiara Paulista, perderam os animais: um cavalo e três burros. Em Sete Lagoas tomaram novos animais que foram trocados novamente em Barra de São Pedro. Foi aí que Sinhô Pereira decidiu voltar ao Pajeú e lutar com os seus inimigos até um dia, já que não o deixaram buscar a paz e o esquecimento em terras distantes, como era o seu desejo.

Foi uma decisão nervosa, mais em oito dias Sinhô Pereira estava novamente nas barrancas do Pajeú até 1922 quando conseguiu deixar o Nordeste, desta vez em definitivo, saindo da Fazenda Preá, Serrita propriedade do coronel Napoleão Franco da Cruz Neves, casado com Ana Pereira Neves, prima de Sinhô Pereira e Luiz Padre, além de madrinha de batismo deste último.Com a volta de Sinhô Pereira, de Caracol (PI), foi que Lampião, passou a integrar o seu bando. Por outro lado, a segunda e definitiva viagem de Sinhô Pereira para Goiás, será objeto de outro trabalho oportunamente. Só em março de 1922 foi que ele pôde chegar ao Duro!

Napoleão Tavares Neves
Médico, escritor,sócio da SBEC. 
FONTE: lentescangaceiras.blogspot.com

https://cariricangaco.blogspot.com/2011/03/sinho-pereira-pornapoleao-tavares-neves.html

VÍTOR

 Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.258

É meu irmão, já apreciamos muitas coisas em Santana do Ipanema. Mas. hoje, ao assistir jogo da copa de clubes, vi um cidadão muito parecido com um doido da minha infância. Sim, um maluco já imortalizado por um antigo escritor santanense chamado Oscar Silva. O escritor foi embora de Santana, mas deixou registrada uma referência ao homem, exatamente como o conheci muitas décadas depois: branco, alto, olhos azuis, perscrutadores e uma permanente gravata no pescoço. O escritor dizia que tudo indicava que Vítor seria de família abastada. Não mexia com ninguém, viera ninguém sabe de onde e sua distração era passar o dia no Comércio, em determinada casa comercial que talvez tenha sido a “Casa O Ferrageiro” mais a “Farmácia Confiança”.   

Vítor era pacato e de olhar doce. Andava devagar como se tivesse medo de cair. Neste exato momento, lembrei-me também que era apelidado de “Charuto”, isto porque, se não me engano gostava de fumar charuto. E como muitos outros em condições mentais difíceis, “Charuto” desapareceu tão misteriosamente como chegara a Santana. Escritor palmeirense também registrou que nunca havia visto tanto doido como tinha em Santana do Ipanema. Ora, O único doido em condições perenes de rua, genuinamente santanense que eu conheci, foi o Justino, o qual ganhou o apelido de “Maceió”, porém, fora Justino todos os outros malucos que apareciam no Comércio e nas ruas da cidade eram de fora, gostavam daqui e aqui iam ficando.

Alcancei outros malucos bem populares que também se tornaram queridos pelo povo de Santana. Propício “Peru Baixeiro”; Felipe; Luís; Teresão; Oliveira, fora os filhos da florista dona Hermínia: Poni, Agissé, Bibi, mas esses não eram de rua. Propicio foi o mais simpático, pacato e querido do povo.  Felipe assemelhava-se ao Jeca Tatu e só andava enrolado numa estopa. Luís era muito novo e babava muito, só vivia cantando o forró sucesso do momento: “Aproveite o Rela-Bucho” Teresão era uma mulher alta bonita, gostava de fumar e gritava alegre: Viva os noivos, Senhor!” Oliveira era um senhor que dava toda qualidade de discurso na porta da Matriz de Senhora Santana, quando estava com fome. Ainda faltou Maria Raimunda, desbocada e que só andava com um cassetete na mão. Agradecer a Deus por sermos sadios, não é isso?

SANTANA DO IPANEMA. FEIRA CAMPONESA (FOTO: B. CHAGAS).


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

HOJE TEM

 Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.257

 

Mais uma vez estarei a conceder entre vista na Casa da Cultura. Na Casa da Cultura, porque acho o lugar mais adequado para se fomentar e distribuir conhecimentos. O tema para trabalho acadêmico da UNEAL, será sobre a História de Santana, tão profundamente apresentada em nosso livro “O Boi, a Bota e a Batina; história completa de Santana do Ipanema”. É lógico que não tenho restrições e o momento reflexivo poderá cair em mote outro, mas que em nada atrapalha o miolo dos registros. Afinal, tudo faz parte mesmo da nossa bravia trajetória. É de se entender que Santana do Ipanema era o maior município de Alagoas, antes de perder território para oito povoados que se emanciparam: Olho d’Água das Flores, Carneiros, Poço das Trincheira, Maravilha, Ouro Branco, Senador Rui Palmeira Dois Riachos e Olivença.

Mas é bom repassar dados da nossa história para pessoas mais jovens, notadamente universitários. Quem sabe, no meio de inúmeros alunos fazendo pesquisas, surge a esperança de pelo menos um se empolgar e partir de vez para o mundo da literatura da terra e se tornar exímio escritor. Precisamos muito de escritores/pesquisadores, altamente curiosos e com amor ao lugar onde nasceram. É por isso que valorizamos um Tadeu Rocha, um Oscar Silva. Um nascido em berço de ouro, outro fugindo da fome, porém, ambos com um compromisso íntimo em desvendar segredos e mistérios de Santana do Ipanema para o mundo. Basta lermos as suas obras e iremos compreendendo que é o amor ao torrão eu ilumina os trabalhos.

Portanto, estaremos na Casa da Cultura às quinze horas, para mais uma entrevista aos nossos jovens. Ali encontramos um ambiente acolhedor, dirigidos pelo Departamento de Cultura nas pessoas da professora Gilcélia Gomes e o escritor professor, coordenador do Departamento, Marcello Fausto. Ambos, ex-colegas de Geo-história e pessoas de fino trato. A Casa da Cultura estar localizada na Avenida Coronel Lucena, hoje, em pleno Comércio, perto de tudo e de todos. Fica quase defronte à prefeitura e seu prédio já foi residência de família tradicional e Fórum da cidade. Por coincidência foi na sua calçada para onde muita gente correu no Século passado, quando o cine-Glória quis incendia a tela durante o filme Aída, cine quase defronte a hoje Casa da Cultura. Estar registrada a cena no livro O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema.  


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SINHÔ PEREIRA E VIRGULINO | CNL | 574.

 Por O Cangaço na Literatura

https://www.youtube.com/watch?v=RqHjaY1WYkQ&t=154s

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO E SEUS IRMÃOS INGRESSAM NO BANDO DE SINHÔ PEREIRA - SURGE O FUTURO REI DO CANGAÇO.

 No Rastro do Cangaço


https://www.youtube.com/watch?v=yHFoKEchFW4

Lampião, o rei do cangaço, em 1921, quando ainda era apenas o jovem Virgulino Ferreira, juntamente com seus irmãos, aderiu ao bando de Sinhô Pereira, um dos cangaceiros de maior expressão no Nordeste. Nesse bando, ele prosperou como cangaceiro, tornando-se o mais famoso e temido do Brasil. Ficou conhecido como Lampião porque sua capacidade de atirar rapidamente fazia com que ele iluminasse a noite. Temas relacionados: Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota do Angico, Contos do cangaço no sertão, Cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, Lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, Lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. #NoRastroDoCangaço Vejam também:    • LAMPIÃO EXECUTA 5 SOLDADOS NA CHACINA DE B...      • LAMPIÃO BALEADO ESCAPA DA MORTE NO TIROTEI...      • LAMPIÃO CRUEL E VINGATIVO - A TERRÍVEL VIN...      • A MORTE DOS CANGACEIROS SERRA BRANCA, ELEO...      • LAMPIÃO IMPÕE TERRÍVEL CASTIGO AO FAZENDEI...      • A MONSTRUOSIDADE DE ZÉ BAIANO CABRA DE LAM...      • LAMPIÃO  -  DAVÍ JURUBEBA DESAFIA O REI DO...   UM FORTE ABRAÇO!

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A HISTÓRIA DE SINHÔ PEREIRA ANTIGO CHEFE E MESTRE DE LAMPIÃO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=7MyZjy5v8_w&pp=0gcJCf0Ao7VqN5tD

A biografia de um dos cangaceiros mais afamados de todo o sertão nordestino e que foi chefe de Lampião antes desse assumir o bando cangaceiro por ele deixado, sendo assim um dos responsáveis diretos pela trajetória de Lampião como chefe de bando cangaceiro. O típico cangaceiro vingador que buscava pura e simplesmente a vingança contra inimigos mortais. Conheçam a história desse importante personagem da nossa história. CONHEÇAM A NOSSA LOJA: https://www.lojaodonordeste.com/ Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Colaborem com o crescimento e com as melhorias do canal. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço! Atenciosamente: Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia, Cangaceirismo e cultura nordestina e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / cangaçologia  

http://blogdomendesemendes.blogspót.com

QUEM NÃO LEU, VAI LER, E QUEM JÁ LEU, VAI LER DE NOVO.

Por: Renato Cassimiroro


Caro Severo,
Você me pede uma opinião sobre o excelente depoimento de Nirez, com respeito à participação de Ademar Bezerra Albuquerque na realização do filme com Lampião. A rigor, não ouvi ali nada do que não seja o restabelecimento da verdade. Nirez tem a seu favor um zelo muito grande por tudo que lhe cerca, seja na fotografia, na música e em todas as suas manifestações de grande memorialista.
Não há dúvida que o seu depoimento procura esclarecer a verdade sobre aquilo que, historicamente, se aceitou como sendo uma ação de Benjamim Abraão.
É perfeitamente factível que as atenções de Ademar Bezerra Albuquerque para não perder a oportunidade de realizar o trabalho, através de Benjamim, sejam verdadeiras e incontestáveis. E nisto o Nirez juntou detalhes fornecidos pelo Chico Albuquerque com grande propriedade para firmar a veracidade das afirmativas. Procurando imagens do Juazeiro antigo, não encontrei em muitos anos uma só que pudesse ser referida ao “fotógrafo” Benjamim. E olhe que ele tinha tudo para fazê-lo, pois no período em que foi secretário do Pe. Cícero, Juazeiro se viu descoberto por uma quantidade enorme de visitantes ilustrados e o dia-a-dia da casa do padre era muito favorável a isto.
Efetivamente, este período de Juazeiro e do Pe. Cícero (época em que Benjamim servia à casa do padre) é muito rico em imagens fotográficas e filmes. A propósito destes filmes, reproduzo o texto que apresentei em nosso então jornal eletrônico Juazeiro on line, na sua edição de 18.01.2009, numa coluna denominada Juazeiro, por aí, que ainda pode ser encontrado disponível em http://www.juaonline.info/.
FILMOGRAFIA(I)...
Numa consulta à Cinemateca Brasileira (Secretaria do Audiovisual/Minc), São Paulo, localizei dados sobre os filmes realizados pelo sr. Lauro Reis Vidal, durante sua visita a Juazeiro, em 1925. Foram três películas: um filme original, de 1925, e dois outros montados nos anos 1939 e 1955.
FILMOGRAFIA(II)...
O JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO (Infelizmente, a Cinemateca Brasileira não possui este filme), é um documentário inscrito na categoria de curta-metragem/silencioso/não-ficção. O material original foi em 35mm, BP, 16q. Produção de 1925, em Fortaleza, onde foi lançado em 08.12.1925, no Cine Moderno. A produtora foi a Aba Film, de Adhemar Albuquerque, que fez a direção. Sinopses: "Surpreendente filme natural apresentando magníficos aspectos da região do Cariri em que se vêem: Joazeiro, Crato, Barbalha e outros lugares, assim como Missão Velha, Lavras, Quixadá, Ingazeiras, Fortaleza, etc. Impressionante vista do grande açude do Cedro". (Jornal do Comércio, 28.11.1926). "Trata-se de uma bela reportagem cinematográfica do Cariri, zona em que o padre Cícero exerce a sua infatigável atividade e o seu grande prestígio. O Joazeiro, a cidade do padre Cícero, é apresentada em seus diversos aspectos, mostrando o seu progresso, o seu povo, enfim tudo o que ali existe de importante. Além do Joazeiro, o público aprecia outros bonitos pontos do sertão cearense, destacando-se o Crato, Barbalha, Missão Velha e o colossal açude do Cedro, obra grandiosa da engenharia brasileira. De Fortaleza há algumas, como sejam o porto, o passeio Público e o Parque da Liberdade. Há também belos trechos da estrada de ferro e fotografias de Lampião e seu grupo. É um filme digno de ser apreciado. Não fatiga o espectador. Ao contrário, torna-se atraente pela variedade de cenas, que desenrola. Além disto satisfaz uma curiosidade: mostra o maior domador de homens dos sertões, o padre Cícero Romão Baptista, que se apresenta em diferentes cenas, entre o povo que o aclama, em sua residencia trabalhando, abençoando afilhados e romeiros, discursando, enfim de diversas maneiras é ele visto na tela". (Jornal do Comércio, 02.12.1926)
FILMOGRAFIA(III)...
O JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO, o segundo documentário, foi realizado em 1939, na categoria de curta-metragem/sonoro/não-ficção, a partir de um material original anterior, em 35mm, BP, com duração de 8min, 220m, 24q. A produção foi de Lauro Reis Vidal, no Rio de Janeiro.
FILMOGRAFIA(IV)...
PADRE CÍCERO, O PATRIARCA DO JUAZEIRO, o terceiro documentário, foi realizado em 1955, na categoria de curta-metragem/sonoro/não-ficção, a partir do material original em 35mm, BP, com duração de 11min, 300m, 24q. A produtora foi a Filmes Artísticos Nacionais, do Rio de Janeiro, e a co-produção foi de Lauro Reis Vidal, tendo como direção Alexandre Wulfes. Por exigência da época, o documentário passou pela censura em 19.01.1955, com o certificado 31942, válido até 19 de janeiro de 1960.
 FILMOGRAFIA(V)...
Comentários: Observe que fotos de Lampião são referidas em período anterior à sua visita a Juazeiro, em 1926. Algumas das cenas destes documentários podem ser vistas em outras produções recentes, tanto para cinema como para tv. Na ilustração da coluna de hoje, o arquivo do Juaonline apresenta algumas delas, em fotos que foram obtidas por Raymundo Gomes de Figueiredo (anos 50), a partir de fotogramas destas películas. Especialmente sobre esta primeira película, encontro um registro cartorial firmado pelo Pe. Cícero nos seguintes termos:
1931, 13 de novembro - DOCUMENTO DO PADRE CÍCERO CONCEDENDO AUTORIZAÇÃO EXCLUSIVA, AO SR. LAURO DOS REIS VIDAL, PARA EXIBIÇÃO DO FILME" JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO E ASPECTOS DO CEARÁ. "ÍNTEGRA: " Amigo e Sr. Laudo Reis Vidal. Saudações. Consoante os seus desejos, pela presente, dou a V.S. a exclusividade absoluta para exibição e representação cinematográfica em "qualquer parte do país e fora dele" de filme que diz respeito a aspectos deste município ou fora dele, nos quais figure a minha pessoa. Assim autorizado poderá V.S. fazer a exibição de qualquer película authentica que tenha obtido, ou que possa obter, conforme melhormente consulte as suas conveniencias e as aspirações gerais do povo, a exemplo da que já é de sua propriedade. Joazeiro, 13, de outubro de 1931. Ass. Padre Cícero Romão Baptista.(Lo. B-l, N° de Ordem 10, p. 18)

No dia seguinte, o Pe. Cícero faz constar no mesmo livro do primeiro tabelionato uma outra comunicação, reafirmando a concessão do dia anterior e ampliando suas prerrogativas: 1931, 14 de novembro - DOCUMENTO DO PADRE CÍCERO CONCEDENDO AUTORIZAÇÃO EXCLUSIVA AO SR. LAURO REIS VIDAL, PARA IXIBIÇÃO DO FILME "JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO E ASPECTOS DO CEARÁ. "Integra: "Amigo e Sr. Lauro Reis Vidal. Local. Reportando-me a minha carta passada onde lhe concedo a exclusividade de minha exibição cinematográfica ficando V.S. com plena autorização por ser o único habilitado a propagar o município de Joazeiro e minha pessoa, através da mesma exclusividade, em todos os tempos, como proprietário do filme "Joazeiro, do Padre Cícero e Aspectos do Ceará" ou outro qualquer filme que possa obter; sirvo-me da presente para juntar as fotografias e documentos que solicitou, em relação separada e por mim assignada, como elementos precisos para a via de propaganda acima citada. Encerrando, cumpre-me, de já, agradecer a sua manifesta boa vontade para comigo, os meus amigos e as coisas do Joazeiro. Saudações. Joazeiro, 14 de novembro de 1931. Ass. Padre Cícero Romão Baptista.( Lo.B-l, N° de Ordem 12, p. 19/20).
O ano de 1925 foi pródigo para filmagens em Juazeiro. Conhecemos a película realizada em 11 de janeiro, quando da inauguração da estátua ao Pe. Cícero, na Praça Alm. Alexandrino de Alencar; conhecemos a película realizada em setembro, quando da visita da comitiva do presidente Moreira da Rocha; conhecemos a que foi realizada por Ademar Albuquerque/Reis Vidal; mas não conhecemos uma que teria sido realizada por iniciativa do então deputado estadual Godofredo de Castro, neste mesmo ano.
É muito mais provável que Ademar esteja como realizador em todas estas películas e este relacionamento teria servido para oferecer um treinamento mínimo para o que viria anos depois com o filme de Lampião, pois é neste ponto que o testemunho de Chico Albuquerque a Nirez é importante.
Não tenho dúvida em aceitar que Ademar e Benjamim tornaram-se parceiros, sendo este cliente daquele e a quem poderia realizar pelo motivo apresentado por Chico Albuquerque e Nirez, o da confiança de alguém que não o punha, e a seu grupo, em apuros com a repressão policial.
Embora tenha feito isto, publicamente, em depoimento durante uma edição do Cine Ceará, anos atrás, aproveito a oportunidade para relatar brevemente o que me foi ensejado conhecer desta atividade cinematográfica de Benjamim. No início dos anos 80, eu e Daniel Walker adquirimos uma coleção de fotografias antigas de Juazeiro e alguns pequenos pedaços destas películas que o seu proprietário, Raymundo Gomes de Figueiredo, cidadão juazeirense, mantinha como acervo e no qual se incluíam livros e jornais, e a que deu o nome de Arquivo Benjamim Abraão.

Quando adquirimos e isto foi divulgado pelo Diário do Nordeste, o fato foi relevado como se tivéssemos adquirido o Arquivo “de” Benjamim Abraão. A família de Benjamim, através de seu filho, então residente em Niteroi e comerciante no Rio de Janeiro, Atalah Abraão, instruído por Eusélio Oliveira, resolveu mover uma ação contra nós dois e a levou adiante nas instâncias de Juazeiro do Norte e Fortaleza. Vencemos nas duas e o material nos foi devolvido, anos depois. Mais adiante, numa conversa com o ex-senador da república, José Reginaldo Duarte, cuja família criou nos arredores de Juazeiro, o filho de Benjamim, o sr. Atalah, nos chamou para uma conversa onde algumas coisas foram faladas a respeito da frustração que aquele ato determinou para nós e para a família, sobretudo porque ficou demonstrado que nós não havíamos comprado nenhum roubo, portanto, não éramos receptadores de um acervo, até então procurado.

O sr. Reginaldo Duarte nos lembrou, inclusive, que por vários anos, encontrando-se diversos rolos de filmes pertencentes a Benjamim (não se sabe se apenas outros que não o relativo a Lampião) num canto da casa, na localidade de Brejo Seco, proximidades do atual Aeroporto Regional do Cariri, guardados em latas...
...a garotada do sítio tomava aqueles rolos e os queimavam durante as festas juninas. Certamente que por conta do material cinematográfico de então, sua queima se assemelhava a uma chuva de prata, coisa que fazia a garotada delirar.
Este é o fim trágico, pelo qual, inclusive tivemos que pagar duramente por uma suspeita descabida, a partir da ignorância e má vontade do então, meu amigo, Eusélio Oliveira, que não se permitiu aceitar o convite para conhecer de perto o que tínhamos comprado. A grande indagação que ficou, como moral da história foi mais uma grande dúvida sobre o que teria feito ou não Benjamim Abraão, como fotógrafo e cinegrafista, aluno de Ademar.
Em tudo o que mencionei antes e do que ouvi, destaco: Sem querer por fogo na fornalha e já pondo, enfatizo o que registra a ficha da Cinemateca, mencionada: Há também belos trechos da estrada de ferro e fotografias de Lampião e seu grupo. Não é interessante que haja estas fotografias tomadas em data(s) anterior(es) a 1926. Observar que no filme com Lampião, Benjamim aparece usando um bornal com a inscrição Aba Film. Nunca houve omissão de que a produtora foi a Aba Film, de Adhemar Bezerra Albuquerque, que (também) deve ter feito a direção, à distância. Por isto, o depoimento de Nirez corrobora com as indicações anteriores de que ele era, efetivamente, produtor, diretor e fotógrafo destas películas em torno de 1925. Entre 1925 e 1936, quando filma Lampião, certamente Benjamim já teria apreendido objetivas e eficientes lições para manejar a máquina. Em mais de 10 anos de relação profissional com Ademar, Benjamim só teria feito isto? A resposta se foi, desgraçadamente, no fogo ingênuo das crianças, em noitadas de São João, nos arredores de Juazeiro do Norte.

Renato Casimiro
Extraído do blog: Cariri Cangaço

LUIS PEDRO EM DEBATE NO CARIRI CANGAÇO

 Por: Alcino Alves Costa

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA08bGt1_oRJNkr_77uRxK6Q4x3HVQl1DCABHtZoJFLxxeecL8ApxmBlgrIVqbBHX-WwYO0Q_TnssLYUsuYkkYUC3Ksrp7qLx0rhQFHpC2qcJYocDJRdn_U_jTvpciAaPyGLDFvPVRuw/s1600/HOTEL+(27).JPG

O cangaceiro Luís Pedro era pernambucano do Triunfo, precisamente do lugar denominado Retiro.  

Nenem, seu companheiro Luis Pedro e Maria Bonita

Este cangaceiro, ao lado de Ezequiel (Ponto Fino); Virgínio (Moderno); Mariano e Mergulhão estavam com o grande chefe Lampião no instante da célebre travessia pelas águas do Velho Chico, naquele dia 21 de agosto de 1928.  Oportunidade em que deixando a sua terra natal se destinava as brenhas do vasto Raso da Catarina, na aridez das terras baianas. 
A historiografia do cangaço jamais colocou Luís Pedro no lugar de destaque que ele fez por merecer durante toda a sua trajetória no cangaço. 
Homem leal e grato a Lampião o acompanhou até os instantes finais da Grota de Angico. A sua gratidão deveu-se, segundo registros amplamente divulgados em vários livros dos mais diferentes e acreditados autores, ao perdão que recebeu de Lampião por ocasião de um trágico acidente. Aquele em que a sua arma disparou e atingiu gravemente o coração de Antônio Ferreira, um dos manos de Lampião que teve morte instantânea. Funesto acontecimento que se deu nas terras da fazenda Poço do Ferro, do coronel Ângelo da Jia.
Eis que, após tantos anos de sua morte na Grota de Angico, o nome Luís Pedro alcança uma incomum notoriedade em todo Brasil. Tudo por causa do juiz aposentado, Pedro Moraes. Este antigo magistrado, em um instante de pura infelicidade, se decidiu por atacar Lampião e Maria Bonita. Em suas descabidas afirmações disse ser o rei dos cangaceiros homossexual e sua Santinha adúltera, conforme entrevista ao jornal CINFORM de Aracaju, colocando o cangaceiro do Retiro como o principal parceiro, o parceiro ativo daquele triângulo amoroso.
 Aderbal Nogueira, Leandro Fernandes, Antônio Amaury, Paulo Britto e Alcino Costa em noite de Cariri Cangaç
E assim, Luís Pedro foi atacado em sua honra masculina. Acusado injustamente de ser também homossexual, uma vez que no dicionário está explícito “Homossexual – diz-se do indivíduo que pratica o ato sexual com pessoa do mesmo sexo”. Mesmo formando o triângulo amoroso com Lampião e Maria Bonita e sendo o ativo Luís Pedro, segundo a afirmativa horrorosa e sem nenhum sentido do juiz de Sergipe, era também homossexual. Mas, meus queridos vaqueiros da história, além da distorção que estão fazendo com Lampião, nós que vivemos a rastejar a história cangaceira;
nós, os que lutamos para pelos menos nos aproximar da verdade da história, temos que tentar extinguir de nosso meio e da própria história essas verdadeiras anomalias. 
Não é só e apenas do cangaço e de Lampião, mas de nosso sertão, de nosso povo. Portanto, não podemos aceitar as loucuras que estão sendo colocadas em livros, mentiras que se tornam verdades, e o que é lamentável, muitos acreditam.
Mesmo sendo um cangaceiro, Luís Pedro era um homem de bem. Carregava em seu sentimento caboclo a chama da honestidade, da lealdade e da gratidão. Talvez os que querem desmoralizar a sua conduta e o seu proceder não saibam que  ele tinha uma companheira; cabocla sertaneja, apelidada carinhosamente de Neném, a Neném de Luís Pedro, nascida no Raso da Catarina, no mesmo lugar de nascimento de Lídia de Zé Baiano e Naninha de Gavião, o Salgadinho, portanto na mesma região de Maria Bonita. Eu fico a me perguntar? 
Como seria possível, naqueles tempos de tantos tabus, um homem viver afundado em um triângulo amoroso, e sua esposa, ou se quiserem companheira, não perceber nada, e ainda todos os cangaceiros e cangaceiras que sobreviveram a Angico, jamais em tempo algum,
comentaram esse fato?
Acho até que poderíamos discutir as muitas versões duvidosas que cercam o cangaço, como por exemplo, o chamamento de Maria Bonita no instante do tiroteio. Existe a versão que ela gritou para Luís Pedro voltar e cumprir a palavra empenhada a Lampião que no local onde ele morresse o mesmo também morreria. É evidente que isto não aconteceu. Mas pode ser discutido. A outra versão dando conta que Luís Pedro estava retornando para se apossar do dinheiro e bens que estavam com Lampião, não passa de um delírio de alguns historiadores. Não aconteceu nada disso. Não aconteceu porque é inteiramente impossível Maria ser baleada com dois tiros e ainda “se lembrar” e ter tempo de gritar por Luís Pedro para ele vir morrer junto com Lampião.  
Alcino Alves Costa e caravana Cariri Cangaço-GECC em visita a Casa de Maria Bonita 
A segunda versão também é fantasiosa porque jamais Luís Pedro, ou cangaceiro algum, debaixo de uma chuva de balas, com o seu  notável chefe já morto, “se lembrar” de retornar para aquele inferno atrás de dinheiro ou qualquer outra coisa. A verdade, pura e cristalina, é que Luís Pedro foi um cangaceiro notável. Um dos maiores da história do cangaço. Além disso, um homem íntegro que teve a infelicidade de pertencer a uma época que o fenômeno cangaço dominava o nordeste e em especial os sertões de Pernambuco. 
O que os estudiosos deviam fazer era pesquisar com cuidado e perseverança o viver desse cangaceiro. Valente sertanejo que mesmo após tantos anos de sua morte a sua conduta é aviltada por uma versão desastrada que está maculando o seu nome. Espalhar pelo Brasil a fora ser ele um homossexual ativo, sendo aquele que satisfazia os desejos sexuais de Lampião e Maria Bonita, formando um triângulo amoroso que enfeitava as caatingas sertanejas, é aberração monstruosa. Injusta afirmativa que, não tenho dúvidas, deixa os verdadeiros vaqueiros da história tristes e desiludidos. Vamos lutar com todas as nossas forças contra tantas medonhas atitudes daqueles que não carregam em seus sentimentos o mais simples amor e consideração pela nossa história; a história de nosso povo.
Meus companheiros e confrades! Vamos aprofundarmos ainda mais sobre a história desse grande cangaceiro. Saudações cangaceiras.
Alcino Alves Costa
O Decano, Caipira de Poço Redondo

Extraído do blog: Cariri Cangaço

A SAGA DE SINHÔ PEREIRA E LUIZ PADRE E O TRÁGICO FIM DO MAJOR ZÉ INÁCIO DO BARRO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=rmXqh0eqFjA

A epopéia de Sinhô Pereira e Luiz Padre pós-cangaço e o fim trágico do Major Zé Inácio do Barro - Ceará. Um depoimento importantíssimo que coletamos do escritor e pesquisador Sousa Neto (Barro - Ceará), considerado um dos grandes especialistas ao que se refere aos estudos e pesquisas sobre o cangaceirismo no estado do Ceará e em especial aquele ocorrido na região de Barro (Ceará), sua terra natal. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / cangaçologia  

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CANGAÇO...

 Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=wMAmr5BvnVk

To participate in the Rota do Cangaço Expedition, contact us by email: narotadocangaco@gmail.com Become a member of this channel and get benefits:    / @cangacoaderbalnogueira   Partnerships: narotadocangaco@gmail.com #warriorsofthesun #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros

http://blogdomendesemendes.blogspot.com