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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

LUIZ GONZAGA TOCA EM ICHU BAHIA NO ANO DE 1967. UMA PEQUENA CIDADE DO SERTÃO BAIANO, QUE FICA ENTRE OS MUNICIPIOS DE SERRINHA, TANQUINHO E RIACHÃO DO JACUIPE.

 

A consagração do município de Ichu ao Sagrado coração de Jesus e a apresentação de Luz Gonzaga em Ichu.

Há exatamente 50 anos atrás ...

Em 1967 o PAPA Paulo VI através da revista mensageiro do sagrado coração de Jesus fez um apelo ao mundo para se consagrar ao Sagrado Coração de Jesus. O apostolado das oração de Ichu, obedecendo a igreja, lançou a ideia da qual foi aceita por todos. A senhorita Águeda Oliveira Carneiro secretária do Apostolado, foi a coordenadora do evento.

Com a ajuda do Pe. Lucas de Nuzza iniciaram os trabalhos de preparação. Enviaram um ofício ao prefeito Municipal o senhor Renato Cedraz, solicitando o seu apoio. O mesmo enviou a Câmara Municipal de vereadores e o projeto foi aprovado com muito entusiasmo. Eram vereadores da época, Abelardo Cedraz, Oscar Cedraz, Hamilton Ferreira da Silva, José André de Almeida, Rosalvo João Carneiro, Luiz Júlio Carneiro, Edson Ferreira da Silva e Álvaro trabuco de Lázaro.

Uma equipe foi a Feira de Santana convidar o senhor Bispo Dom Jackson Berenguer Prado, para ser o orador oficial e dar a Sua permissão. O prefeito convidou seus colegas das cidades vizinhas. Todos se envolveram nos preparativos, Pe. Lucas passou o novenário em intensa atividade : missas, terço, bênção do Santíssimo Sacramento, palestras etc...

Eis que chegou o grande dia!

As 4 horas da manhã o serviço de Alto falante do Lony Real circo , fez a Alegre alvorada, dando a entender a todos o início de um dia festivo, juntos ao repique dos sinos e muitos fogos! A cidade neste dia apresentava um aspecto todo especial.

As 10 horas da manhã, teve início a missa, que pela primeira vez foi concelebrada no nosso município . Presidiu a celebração Pe. Lucas e concelebrou Pe. Hélio da paróquia de Riachão do Jacuípe e Frei Antônio da paróquia dos Capuchinhos de Feira de Santana.

Após a celebração o prefeito Renato Cedraz ofertou a coroa em nome de todos os Ichuense. Benta a coroa por Pe. Lucas ela foi entregue a dois jovens um representando o papa Paulo VI e o outro o primeiro papa São Pedro. E os mesmos coroaram o Coração de Jesus com estas palavras :

“ Recebeu senhor Jesus, Deus do universo, criador de todas as coisas, a coroa que vossos filhos Ichuense vos oferece. Reinai senhor sobre este município e seus habitantes. Guiai-lhes os governantes para que governem com justiça e paz! Abençoe esta gente que em sua simplicidade, procura fazer a vossa vontade. “

A frase era cortada aos ecos de vozes que acalmava o Cristo Rei.

O show de Luiz Gonzaga

A pequena cidade de Ichu, com apenas 5 anos de Emancipação Política já tinha a honra de receber o Rei do Baião e criador do Forró puro e autêntico Luiz Gonzaga

Seu Antônio de Roque, homem simples e de bom humor é uma das pessoas que sempre conta histórias e guarda ainda na lembrança esses momentos inesquecíveis que estarão sempre presente na memória de todos daqueles "anos dourados da música".

Segundo informações do Sr. Antônio de Roque, Luiz Gonzaga veio se apresentar em um circo chamado Palácio do Riso , tendo como proprietário Supapo e trouxe muita animação para o público cantando e tocando lindas canções que são até hoje imortalizadas na memória dos brasileiros, principalmente dos nordestinos. Este circo muito famoso trouxe como muitas apresentações a exemplo do mágico Ione, a dupla de trapezistas Zezito Lucena e Eva Lúcia e o palhaço Tampinha, e salario mínimo, tudo sem as malícias de hoje, além de atrações musicais, tudo isso conseguia atrair grande público. Seu Antônio aproveita para lembrar ainda de um caso bem engraçado que aconteceu: "a iluminação da cidade ainda era a motor de óleo diesel e eu era o responsável para "abastecer o motor", mas o interessante é que fiquei tão empolgado com a vinda do Rei do Baião que acabei esquecendo de colocar a reserva de óleo na máquina, deixando Gonzaga no escuro, mas felizmente me dei conta do problema a tempo e tudo voltou ao normal"- conta seu Antônio de Roque as gargalhadas. Seu Antônio de Roque julga que a música “ forró no escuro “ foi feita diante de fato.

O senhor Irineu do Barro Vermelho também conta essa história detalhada: "era a Festa da Consagração do Município ao Sagrado Coração de Jesus e desde cedo que o Serviço de Alto Falante já tocava a música Asa Branca, avisando que Gonzaga vinha para Ichu e ao mesmo tempo o locutor convidava o povo para ir para o Show; o interessante é que quando se ouviu a linda música Asa Branca no Serviço de Alto Falante através dos discos de vinil (os famosos bolachões ou Lps) todos mundo dizia: "Olha Luiz Gonzaga já chegou, já chegou vamos lá para ver que ele já está cantando".

Uma moradora do povoado de Casa Nova disse na Semana da Cultura deste ano o seguinte: "Gonzaga era muito humilde e com grande diferença da maioria dos cantores famosos de hoje não tinha orgulho; ainda me lembro que ele passou lá por Casa Nova dirigindo seu carro e me perguntando com toda educação onde era a estrada que ia para Ichu, ele mesmo vinha dirigindo, trazia sua grande sanfona branca no banco do carro também mostrando sua simplicidade, mesmo com sua fama que tinha em todo o Brasil".

Nesta oportunidade sendo festa de Consagração do Município a comunidade ichuense não poderia ter melhor presente artístico como a presença do Rei do Baião Luiz Gonzaga. Gonzagão realizou um grande show no palco do circo e até hoje muitos ichuenses que estiveram na apresentação relembram com saudade.

Temos a certeza que Gonzagão nas nossas lembranças permanece dando show de alegria com suas músicas que serão relembradas nas noites de São João e e de todo o Brasil. Fonte: Iradilson Lúcio Carneiro , Antônio Oliveira Carneiro , Irineu Renato Carneiro, Antônio Gomes Carneiro, Lucineia Gordiano. Vemos duas fotos da festa da consagração e atrás da igreja vemos o circo. Texto publicado na página Hô Sertão! De Edcarlos Almeida.Hô Sertão! N*13

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Do acervo do pesquisador Guilherme Machado.

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NOS TEMPOS DO AÇÚCAR BRUTO

Por Zozimo LIMA*

Recordo com saudade, outubro, início da botada dos engenhos de açúcar bruto. De usina, no meu tempo de menino, só se conhecia a do Topo e a Várzea Grande do Dr. Tomás. O resto, cerca de 60, era movido a vapor, cavalos e força hidráulica.

Eu ficava trepado na almanjarra, rodada a cavalo, do engenho Muquem, de seu Norberto, pai de Zé Ferreira, advogado em Aracaju.

Também fazia o mesmo no engenho Cotia do meu tio Ioiô Barbosa. O açúcar bruto era gostoso e eu o tirava da caixaria onde ficava exposto ao sol.

O cabaú era uma delícia. Às vezes, quando eu tirava, com os moleques, do tanque, encontrava um rato morto. Mas menino não estava ligando a essas porcarias.

Foto ilustrativa

O melado, fervendo, nas seis tachas, tinha cheiro especial. O mestre de açúcar, conhecedor do “ponto”, trazia-o para nosso apetite, cozinhado com pedaços de abóbora ou batata doce. A cana no “picadeiro” era empurrada nas moendas, por mulheres, para trituramento. Saía o bagaço do lado oposto.

E o caldo azedo, em cabaça, arrolhada com capuco de milho, era um regalo para o paladar e um veneno para o fígado de quem o tinha avariado.

O senhor de engenho de chapelão meio desabado, sapato roló, de couro de bode mal curtido, chicote curto à destra, fiscalizava o peso da cana na balança, indo, depois, auxiliar a marcação dos sacos com o nome do engenho e do proprietário. Fui pesador de cana no engenho Campinhos do finado Zé Ferreira, meu padrinho de crisma, quando por Sergipe, andou, em visita, o arcebispo D. Thomé.

Ficava ao lado do engenho o alambique, muito frequentado pelos amantes da “teimosa” e pelos comboieiros portadores de ancoretas camufladas para iludir a fiscalização. Havia comboieiros que vinham comprar mel para o fabrico da cachaça. Traziam borrachas de couro para condução do cabaú.

Era uma festa o início da moagem. Na casa-grande as matronas e sinhazinhas auxiliadas pelas cozinheiras, antigas escravas ou filhas destas, preparavam saborosos doces de todos os feitios para os visitantes, que eram muitos.

Se na casa havia moças bonitas, em idade de casar, os filhos dos vizinhos, senhores de engenho, apareciam constantemente, sempre bem vestidos, montando cavalos arreiados com apuro, de botas russianas, estribos, bridas e esporas de prata.

Era o namoro sem agarramento, à distância, na presença dos pais, tios e primos. A moça, de rosa nos cabelos, olhar magoado das heroínas dos romances de Feuilet, e o rapaz, bem-falante, desembaraçado, pernóstico, com verbos no plural e o sujeito no singular, contava histórias de trocas de cavalo, lobisomens, apojadura de bezerros de vacas leiteiras e projetos de aumentar os partidos de cana.

Bons tempos aqueles em que Sergipe tinha engenhos a cavalo, a vapor e à roda d’água. Nunca mais comi doce de coco, de leite, sequilhos, olhos de sogra e bom bocado fabricados por aquelas delicadas sinhazinhas dos engenhos que precederam a instalação das usinas devastadoras e absorventes.

Gazeta de Sergipe – 22.08.1973

*Jornalista e escritor

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Do acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

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QUANDO CORISCO SE FOI...

 Por Yara Gabrile

Sargento Senna e Zé Rufino após o sepultamento, prestam homenagem a Corisco tirando suas coberturas...

Zé de Rufina ou Zé Rufino à direita... Pelo que percebi, nas fotos, nessa carreira do cangaço, quando ele já estava mais avançado perto de 1940, usava chapéu, não quepe. Quepe... parece que só usava em fotos mais "oficiais", ao lado de superior(es)... e o chapéu ficava para o trabalho de volante em campo.

Mas o que me impressionou e comoveu, de verdade, nesta foto, é o ponto do inimigo-bandido que pode ser também respeitado. Inclusive, conforme depoimento do próprio Zé Rufino, quando um soldado ofendeu a já derrubada Dadá, recebeu a devida bronca e foi afastado às proximidades da mesma.

É uma sepultura providenciada pelos próprios militares, logo após a morte do já então ex-cangaceiro, apenas um foragido. Observe-se o arranjo floral e a cruz...

Pena que os médicos de miguel Calmon BA estragaram esse evento, impondo aos militares a inumação do cangaceiro e a sua decaptação.. além da retirada de um braço.

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NOSSA GENTE DO CANGAÇO

 Por Júnior Almeida

Luiz Ruben, Ana Lúcia, Antonio Vilela, Junior Almeida e Marcos de Carmelita.

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ARISTEIA E AS LEMBRANÇAS DO CANGAÇO

Por Aderbal Nogueira
 https://www.youtube.com/watch?v=f4b0TF96vAo

Aderbal Nogueira - Cangaço

Aristéia fala da sede, da irmã Eleonora e seu filho, e das cabeças dos mortos em Angico.

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NA ANTIGA CADEIA DE POMBAL/PB.

Por Geraldo Júnior

No interior da cela onde o cangaceiro Chico Pereira permaneceu preso após ter sido preso pela polícia na cidade de Cajazeiras/PB. 

Passado algum tempo Chico Pereira foi recambeado para o Estado do Rio Grande do Norte, onde seria julgado por um crime que supostamente cometera. 

Ao ser conduzido para o julgamento os membros da escolta que o conduzia simularam um acidente, causando unicamente a morte de Chico Pereira, tendo saído ilesos todos os ocupantes do veículo.

E dessa forma teve fim a vida do vingador do Jacu.

Histórias que serão exibidas no canal YouTube... CANGAÇOLOGIA.

A todos um forte abraço!

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TIVE A HONRA DE PARTICIPAR DESTE LIVRO "LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE" A CONVITE DO AUTOR DR. ARCHIMEDES MARQUES.

 Por José Mendes Pereira

Sinto-me bastante honrado por ter sido convidado pelo escritor, pesquisador do cangaço e "Delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe" o Dr. Archimedes Marques, colaborando com dois dos meus textos sobre cangaço. 

O livro é composto por um total de 552 páginas e foi impresso nas oficinas da Editora Infographics - Gráfica & Editora em Aracaju - Sergipe. 

Archimedes José Melo Marques nasceu na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais no dia 24 de novembro de 1956. É formado em Direito pela Universidade Tiradentes. É delegado de polícia civil no Estado de Sergipe há mais de trinta anos. 

É cursado em Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Segurança Pública, pela Universidade Federal de Sergipe. É escritor de artigos e contos diversos nas áreas policiais e afins, publicados em sites e jornais escritos, espalhados pelos quatro cantos do Brasil e além fronteiras, com vários textos publicados em livros. “Lampião contra o Mata Sete” sendo a sua primeira obra literária, um livro que contesta ao seu opositor “Lampião, o Mata Sete”. 

O seu segundo trabalho, fruto de quase oito anos de pesquisa, é a coleção “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, composta de cinco volumes (até o momento somente o primeiro volume lançado), uma obra riquíssima em todos os detalhes que traz boas novidades para os amantes do tema e para a própria história do cangaço. (Shirley M. Cavalcante). 

Clique neste link para você ler mais um pouco sobre ele.

https://www.divulgaescritor.com/products/archimedes-marques-entrevistado/

Se você quiser adquiri-lo entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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SANTANA – CULTURA E MUSEUS

 Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.408

Para preservar a nossa história, usos e costumes, foram criado os museus que contarão aos nossos filhos, netos e bisnetos como vivemos hoje e como as nossas bisavós, avós e pais viveram. Em algumas regiões é preciso usar os serviços de arqueologia, sendo muito mais fácil bem equipar, melhorar, evoluir e conservar os nossos museus para o aprendizado dos nossos alunos, povo em geral, pesquisadores diversos e turismo.  Assim, podemos dizer que após altos e baixos no museu único da nossa cidade, hoje ele se encontra nos melhores níveis de grandes cidades brasileiras, graças a dedicação da, então, prefeita Renilde Bulhões. Antes, muita gente recusava entregar suas peças aos cuidados públicos com medo dos constantes desaparecimentos de peças importantes, quando não roubadas, desviadas para museus de outras cidades.

Entre tantas peças importantes naquele casarão, destacamos o primeiro arado do sertão de Alagoas, que tem uma história belíssima e desconhecida até para quem cuida do museu. Uma pedra mó, (15 mil anos antes de Cristo) que nossos antepassados usavam para triturar o milho, fazer xerém e consumir com leite. Consiste em duas pedras grandes, esféricas e polidas uma sobe a outra, ligadas por um veio de madeira e orifício por onde se colocava o milho e acionava o veio manual para rodar a pedra da superfície e triturar o produto. É por isso que estamos (Clerisvaldo e Jorge Santana) querendo entregar ao Museu Darras Noya, duas peças históricas da nossa agricultura. A primeira, descoberta pelo Secretário, Jorge. Trata-se de uma grande peça de um engenho rapadureiro que existiu no sítio Serra dos Bois, município de Santana do Ipanema. Incrível! Um engenho de rapadura em plena caatinga sertaneja. A outra peça será doada pelo nosso amigo ex-bancário, fazendeiro Paulo Décio, do sítio Olho d’Água do Amaro: um vaso de zinco de guardar feijão.

Temos ainda uma peça que almejamos entregar à prefeita Christiane Bulhões, como sendo a PRIMEIRA doação ao futuro museu: MEMORIAL RIO IPANEMA, assegurado por ela. É o livro documentário CANOEIROS DO IPANEMA, episódio santanense resgatado por nós: 40 páginas ilustradas e com prefácio do escritor contista Fábio Campos. Muitas e muitas outras peças já estão em nossas ideias de auxílio ao MEMORIAL como uma canoa de Pão de Açúcar, semelhante às adquiridas ali pelos nossos heróis santanenses do remo. Deus no comando.

PEDRA MÓ E ARADO NO MUSEU (FOTO: B. CHAGAS).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/10/santana-cultura-e-museus-clerisvaldob.html

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O ALEIJAMENTO DO DIABO.

 Por João Filho de Paula Pessoa

Em Outubro de 1939, com Lampião morto, Corisco, o Diabo Loiro, embora com um bando menor e com dificuldades, ainda resistia e estava a caminho da Fazenda Lagoa da Serra/Se para visitar sua filha com Dadá, que lhe seguia fielmente no bando. Ao chegarem próximo de seu destino foram surpreendidos por uma volante que abriu fogo contra os cangaceiros, Guerreiro foi atingido na nuca e caiu, Roxinho abriu fogo bravamente, mas também foi atingido e morreu.

Corisco e Dadá e os outros seguraram o fogo contra as volantes, Dadá guerreou ferozmente até ficar sem balas, continuando na luta jogando pedras nos soldados, Corisco ao tentar recarregar seu fuzil foi atingido por uma rajada de metralhadora que atingiu seus dois braços ao mesmo tempo, dilacerou o osso de seu braço direito que ficou pendurado por fiapos de carne e feriu gravemente seu braço esquerdo que ficou inutilizado, momento em que caiu e gritou por Dadá, mostrando a desgraça em seus braços. 

Os demais cangaceiros ao verem aquilo, fugiram, e Dadá correu para acudir seu companheiro, pegou seu fuzil, recarregou e seguiu lutando contra os soldados até eles debandarem e conseguir fugir resgatando Corisco, aleijado dos braços e fora de combate. 

Dadá reagrupou o bando mais na frente e assumiu a liderança em virtude da impossibilidade de Corisco, tomando as decisões necessárias, no entanto os demais cangaceiros não aceitaram ser liderados por uma mulher e os abandonaram, restando assim, somente Dadá, cuidando de Corisco em todos os sentidos, e em todas as necessidades, e seguindo em frente. 

(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 18/12/2019.

Obs: Nossos Contos também são contados em vídeos no YouTube - Canal Contos do Cangaço.

Assista - https://www.youtube.com/channel/UCAAecwG7geznsIWODlDJBrA

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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CABACEIRAS NA ÉPOCA DO CANGAÇO. LINGUAJAR DO CANGAÇO

 Por NCastro

O uso da linguagem simbólica foi marcante na cultura do Cangaço Nordestino. Ainda mal compreendidas na imaginação de algumas pessoas da contemporaneidade, as palavras simbólicas eram compreensivas na imaginação dos sertanejos. Principalmente positiva para a comunicação entre os cangaceiros.

Com a linguagem das palavras simbólicas no cangaço, muitos personagens passaram do real para o imaginário. Face a esta imaginação compreensiva a cultura nordestina, pode-se assimilar a esta simbologia a própria imagem real de Virgulino Ferreira, a do LAMPIÃO. Mas o que de fato se pensava no cangaço essa troca de personagens reais por outros imaginários?

Foram muitos personagens que trocaram suas faces reais por outras imaginárias. Talvez tenha sido a maior tática do cangaço. Com essa forma de linguagem do cangaço, dificultava a identificação do personagem real do simbólico. CORISCO, AZULÃO, MEIA-NOITE, PAVIO, TEMPESTADE, SABIÁ, JARARACA, COCADA... Foram muitos na simbologia do cangaço.

De certa forma, a de se fazer uma reflexão sobre os personagens simbólicos, marcantes a sobrevivência do cangaço do Nordeste.

As palavras simbólicas mais usadas no dia a dia do linguajar do cangaço nordestinos para se comunicarem nos cenários das caatingas foram importantes para a cultura no Nordeste do Brasil.

NO LINGUAJAR DO CANGAÇO

Letra - A

Aperriado – Preocupado.

Alterado – Nervoso.

Água da vida – Leite.

Abalar a Moça – Desonrar.

Arrupiado – Aborrecido.

Acapanga – Bolso.

Andadas – Andanças.

Letra – B

Bogó – Saco pequeno de couro.

Bernada – Fase ruim (fome).

Botada – Traição.

Batida Seca – Emboscada Boa.

Breguesso – Coisa Estranha.

Brebote – Comida Ruim.

Letra – C

Caçote – Menino Magro.

Caído no Ferro – Caído Morto a Bala.

Cabra de Peia – Covarde.

Cunticido – Fato.

Chorão – Jumento.

Caí no Saco – Cair em Armadilha.

Letra – D

Da mesma Tampa – Da mesma Qualidade.

Dicumê – Comida.

Discaderá – Ficar Coxo

Desaprecatado – Sem Sossego.

Distambocô – Apressou-se.

Deu Jagunçada – Coronel que ajuda Polícia.

Letra – E

Escupeteiro – Rastejador.

Estrovenga – Coisa Difícil.

Embrenhar – entrar no Mato.

Estrupício – Fartura.

Letra – F

Fiança – Confiança.

Falação – Muita Conversa.

Fogança – Arrasta Pé.

Fuzuê – Barulho.

Fazer o Serviço – Matar o Inimigo.

Furar Caatinga – Andar no Mato.

Letra – G

Gargulina – Vertigem.

Geringonça – Máquina de Costura...

Garapa – Bebida Fraca.

Goga – Pabulagem.

Gumitô – Vomitou.

Letra – I

Incelença – Excelência.

Intrago – Depredação.

Imprasto – Atadura.

Imbuiado – Embrulhado.

Inzerço – Exército.

Letra – J

Judiação – Maus Tratos.

Jagunçada – Homens de Confiança de um Coronel.

Letra – L

Liforme – Roupa.

Lilio – Roubo.

Lugá Disprutigido – Lugar Desamparado da Polícia.

Letra – M

Maselha Velha – Crime Antigo.

Muié Muderna – Mulher Maquiada.

Marcha Batida – Apressado.

Moitinho – Arrodeio.

Macacos – Soldados de Polícia.

Letra – N

Nabaca – Caçula.

Nunca Faseô. Nunca Traiu.

Nói – Nós.

Letra – O

Óculo – Óculos.

Óio Abetô. Olho Aberto.

Letra – P

Patetice – Muita Conversa.

Peitudo – Corajoso.

Pressiga – Perseguição.

Pracata – Alpercata.

Letra – Q

Quebrá Mato – É de Paz.

Quebrá as Forças – Esmorecido.

Letra – R

Ruzaro – Rosário.

Rifugando – Assuntando.

Rompido – Furado.

Rossêio – Barulho de Pessoas Andando.

Letra – S

Sombra – Rastro Apagado.

Sai-te – Deixa Disso.

Subiá – assobiar.

Se sossegue – Se Acalme.

Letra – T

Tracação – Relação Sexual.

Trabaiá – Trabalhar.

Terém – Objetos.

Tropo – Volante da Polícia.

Letra – U

Umiá – Humilhar.

Urucubaca – Azar.

Uvido – Escutado.

Letra – V

Vortá a Caiga – Insistir.

Vóismicê – Vossa Excelência.

Vida Instragada – Vida do Cangaço.

Letra – X

Xodó – Namoro.

Letra – Z

Zum-Zum – Barulho.

Zarro – De Palavra.

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MAIS LIVROS SOBRE CANGAÇO

 Por Raquel Nogueira


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