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quarta-feira, 9 de abril de 2025

O FOGO DO COITÉ

 Por Geziel MouraIgreja do Coité e Padre Lacerda

A história do cangaço é muito fascinante, e nem sempre cangaceiros, volantes e civis, que foram às armas. Em janeiro de 1922, quem pegou nelas foi o representante da igreja, o Padre Lacerda. Esse acontecimento se deu, na época que Lampião e seus irmãos, eram simples cabras de Sinhô Pereira, e atuavam na região do Cariri Cearense, a história é mais ou menos assim:
Após a morte do Coronel Domingos Leite Furtado, poderoso chefe político em Milagres (CE), no ano de 1918, o seu braço armado, o Major José Inácio de Sousa, fazendeiro abastado no município do Barro (CE), conhecido como Zé Inácio do Barro, passou a assediar a família do falecido, reclamando que o Coronel Domingos Furtado devia certa quantia a ele, por serviços prestados, o que produziu inimizades entre as família Furtado e Zé Inácio do Barro.
Major Zé Inácio do Barro
Antonio Vilela, Sousa Neto, Dr Leandro Cardoso, Jorge Remígio, Manoel Severo e Ivanildo Silveira na visita do Cariri Cangaço a 
Fazenda Nazaré do cel. Domingos Leite Furtado

Cabe, neste momento, uma explicação: Zé Inácio era conhecido protetor de cangaceiros, assim como outros coronéis no Cariri cearense, inclusive, Sinhô Pereira e seu bando, estavam na folha de pagamento daquele Major, tendo, ainda, seu filho, Tiburtino Inácio de Souza, vulgo Gavião, no bando de Pereira, isto denuncia, que nem sempre a constituição de um cangaceiro, era por conta da pobreza.
Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena nos conta, em sua obra "Lampião e o Estado Maior do Cangaço", que o Sítio Nazaré, da viúva do Coronel, D. Praxedes de Lacerda foi assaltado, em Janeiro de 1919, por grupo de cangaceiros, comandado por Gavião, filho do Major Zé Inácio do Barro.
Assim, após ser denunciado como mandante do assalto, Zé Inácio, não esconde o feito, mas diz que aquele dinheiro era dele, por anos de serviços prestados ao Coronel Domingos Furtado, e ainda o chamou de ladrão, pronto estava aberta a questão entre as famílias, principalmente na figura do Padre José Furtado de Lacerda, ou simplesmente, o Padre Lacerda, pároco da Vila de Coité, pertencente ao município de Mauriti (CE).

 Caravana Cariri Cangaço e a visita ao Coité de Padre Lacerda em Setembro de 2013
Manoel Severo, Sousa Neto, Antônio Amaury e Dr Leandro em conferência sobre o Fogo do Coité na própria igreja local
Luitgarde Barros, Daniel Apolinário e Dr Lamartine Lima na 
Conferencia do Cariri Cangaço no Coité
Insultos vão, insultos veem, entre o Padre Lacerda e o Major Inácio do Barro e o certo é que no dia 20 de janeiro de 1922, a pequena Coité é invadida pelo grupo de Sinhô Pereira, à frente com setenta cangaceiros. Entretanto, o Padre Lacerda, não usava somente a Bíblia e terços em seus ofícios, era possuidor de rifle e um bom contingente de homens, bem armados e municiados.
Segundo, o escritor Sousa Neto, que biografou o major Zé Inácio do Barro a resistência vinha da casa do Padre Lacerda, e sustentou o fogo por seis horas, forçando uma retirada dos cangaceiro, ao chegar soldados da policia de Mauriti e Milagres.
Ainda, segundo aquele autor, o bando de Sinhô Pereira fora atacado no dia seguinte, na Fazenda Queimadas, por aquelas volantes, sendo necessário dividir o grupo em três, um grupo com Lampião, outro com Baliza e o resto com o chefe Sinhô Pereira, desta forma conseguiram furar o cerco, e seguir para o coito, no Barro. O saldo do Fogo do Coité, foram três homens do Major, e diversos cangaceiros feridos, inclusive Antônio Ferreira. Padre Lacerda não era fácil.
Geziel Moura , Pesquisador
24 de novembro de 2017
http://cariricangaco.blogspot.com/2017/
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LAMPIÃO: A RAPOSA DAS CAATINGAS – IMPRESCINDÍVEL E INDISPENSÁVEL PARA QUEM ESTUDA O NORDESTE BRASILEIRO

 Pelo o saudoso José Romero de Araújo Cardoso


Finalmente atrevi-me terminar de ler o extraordinário livro de autoria do renomado escritor e pesquisador José Bezerra Lima Irmão, intitulado Lampião: A Raposa das Caatingas, pois denso, riquíssimo em informações e bem estruturado em suas abordagens sobre o personagem principal e sobre o nordeste de uma época, perfazendo mais de setecentas páginas bem escritas, setecentas e trinta e seis, para ser mais preciso, consiste-se em verdadeiro desafio concluir sua leitura, tendo em vista a forma envolvente como prende o leitor às minúcias de uma pesquisa séria e compenetrada que levou onze anos para ser concluída, a qual, utilizando metodologia eclética e bem selecionada, tem garantido lugar de destaque entre os grandes clássicos escritos sobre o Lampião, o cangaço e o Nordeste em todos os tempos. 

Concordo, em parte, com o autor quando este defende que a história do nordeste brasileiro resume-se basicamente às figuras de Lampião, Padre Cícero e Antônio Conselheiro. Na minha humilde opinião, creio que faltou inserir o nome do grande evangelizador dos sertões nordestinos – “Coronel” Delmiro Augusto Gouveia Farias da Cruz, para quem trabalharam, exercendo o ofício de almocreve, Lampião e familiares, transportando, assim como diversos anônimos, algodão e outros produtos regionais a fim de contribuir para movimentar a produção da sofisticada fábrica de linhas Estrela da Villa da Pedra, em Alagoas. Esses personagens destacaram-se, no espaço e no tempo, fomentando expressivos momentos da história nacional nos quais suas atuações notabilizaram-se pela atenção despertada além divisas regionais e fronteiras pátrias. 
Manoel Severo e José Bezerra Lima Irmão

A objetividade que embasa o trabalho de fôlego de José Bezerra Lima Irmão é um dos pontos altos da imensa contribuição efetivada pelo responsável escritor e pesquisador, pois conclama que os leitores tirem suas conclusões sobre os assuntos abordados, tornando-os figuras de destaque na leitura da obra. A estrutura didática sobre a qual ergue-se Lampião: A Raposa das Caatingas, em segunda edição, publicada em Salvador (Estado da Bahia) pela JM Gráfica & Editora, no ano de 2014, destaca duzentos e quarenta capítulos, iniciando com A figura de Lampião emoldurada no contexto histórico e no ambiente em que viveu, sendo concluída com importante abordagem sobre a sombra de Lampião, por título Corisco, o último cangaceiro.  

O autor faz questão de frisar que o Lampião enfocado em sua obra não seja visualizado nem como herói e nem como bandido e sim como produto de sua época, um cangaceiro, pois “O Nordeste até quase o meado do século XX era uma terra de cangaceiro. Ser cangaceiro era moda” (LIMA IRMÃO, 2014, p. 17). Um dos grandes momentos da obra, conforme constatei, é a própria valorização do nordeste em seus fundamentos humanos, pois o autor conseguiu compreender a região em seus aspectos mais incisivos, a exemplo da defesa referente à ortopéia popular, ou seja, o linguajar rude do matuto, o qual assinala a forma de falar do povo do sertão, tendo em vista que Lampião e seus cangaceiros falavam e se expressavam como a gente simples da qual faziam parte. 

Kydelmir Dantas, Mucio Procópio, Manoel Severo, Romero Cardoso e Antonio Vilela

Mesmo tendo se passado mais de setenta anos de sua possível morte na grota de Angico, ao lado de dez cangaceiros e um praça volante, Lampião suscita polêmicas, dúvidas e incertezas, as quais são analisadas de forma inteligente e bem articuladas por José Bezerra Lima Irmão. Virgulino Ferrreira da Silva integrou um nordeste marcado pela violência, pelo desejo de vingança, tornando-se arquétipo de uma raça altiva e forte, vem sendo estudado há décadas por autores nacionais e por brasilianistas, mas a forma ímpar como foi inserido como personagem principal na pesquisa metódica e compenetrada de José Bezerra Lima Irmão destaca sua importância incontestável na história regional.

*José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

http://cariricangaco.blogspot.com/2016/07/lampiao-raposa-das-caatingas.html

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LAMPIÃO DOS PÉS À CABEÇA...

 Por José Mendes Pereira

Se você quer conhecer dos pés á cabeça o rei do cangaço "o CAPITÃO  LAMPIÃO", adquira com urgência este maravilhoso livro, "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS".

José Bezerra Lima Irmão

Este livro foi organizado durante 11 anos, pelo escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão. 

Adquira-o através deste endereço eletrônico do professor Pereira, lá de Cajazeiras no estado da Paraíba: 

franpelima@bol.com.br

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LAMPIÃO E O VELHO MACUMBEIRO – A PRAGA QUASE ACABOU COM O BANDO.

 Por Histórias do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=o4IdRsjk4Ck

Durante uma passagem silenciosa por uma vila esquecida no sertão, Lampião se depara com um crucifixo virado de cabeça pra baixo. A partir desse dia, nada mais foi como antes. O bando começa a sofrer perdas, visões, doenças e uma sequência de infortúnios inexplicáveis.

Corisco vê vultos, Maria Bonita sonha com rezas escuras, e Lampião sente na pele que há algo maior que bala perseguindo seus homens.

Com a ajuda de um velho padre, ele descobre a origem da maldição: um homem expulso da fé, escondido no mato, alimentando as sombras do sertão.

Esta é a história da noite em que Lampião não enfrentou soldados… mas sim as trevas invisíveis que rastejam entre as veredas do nordeste. ⚠️ Baseada em causos reais e lendas do cangaço. 🎥 Inscreva-se no canal para mais histórias como essa. ✝️ Fé, coragem e mistério no sertão.

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SE DOM PEDRO II VOLTASSE AO PLANETA...

 Por José Mendes Pereira

Dom Pedro II

Se Dom Pedro II voltasse a viver novamente aqui conosco viria que as nações mundiais se desenvolveram muito durante a sua ausência no globo, principalmente a sua amada terra Brasil, que fez o homem voar, fazendo piruetas sobre os ares... 

https://telasguara.com.br/cases-de-sucesso/obras-publicas-st/ponte-rio-niteroi-rj/

Viria a Ponte do Rio Niterói construída sobre o mar, com 13,29 Km. Os Estados Unidos destruindo cidades inteiras com malditas bombas. Navios de grande porte, viadutos, enormes estátuas, a conquista do homem à lua, no ano de 1969, quando nela pousou. 

https://www.youtube.com/watch?v=-W8BXeG-tNg

Gigantescos telescópios captando o universo. O celular sem fio, a televisão, metrôs, bancos com caixas eletrônicos, computadores, instrumentos musicais afinados eletronicamente... Dom Pedro II viria uma porção de inventos, que apesar de ter sido rico e poderoso, não teve o prazer de possuir um desses ou vê-lo.

O desenvolvimento é assustador. Mas, ao sair para ver como anda a educação, com certeza encontraria falhas, não por parte do educador, mas por não ter havido mudança dentro de sala de aula.

Viria que as escolas ganharam: vice-diretor, supervisor, coordenador, professor de educação física, de vídeo, mas na verdade, biblioteca mais modernas, mas dentro da sala de aula, a educação continua do mesmo jeito. Os alunos sentados, o professor continua em pé, falando, falando, falando e os alunos escutando, escutando, escutando...

SALA DE AULA

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2019/10/15/interna-educacaobasica-2019,797557/dia-do-professor-estudantes-e-docentes-do-eja-vivem-rotina-de-superac.shtml

Vendo que na sala de aula as aulas continuam com o mesmo método do seu tempo, com certeza, Dom Pedro II viria que não houve quase nada de mudança na educação, e sem pestanejar, diria:

"Meus queridos irmãos brasileiros e amados mestres:

A educação do meu inesquecível Brasil continua atrasada. É preciso mudar esse sistema arcaico e criar um novo método de lecionar. Não há desenvolvimento sem bons métodos educacionais para se repassar aos nossos queridos alunos, mesmo fora de sala de aula. Crie um novo método, talvez lecionando ao ar livre, ao caminhar, nos passeios, nas praias, nas grotas, nos piqueniques, nos museus, pedalando em bicicletas e sempre observando a natureza. Assim o aluno se tornará interessado e será seu grande amigo. Dentro da sala de aula o aluno se considera subordinado. Caminhando ele se sentirá livre e do tamanho do mestre e do meu querido Brasil".

Minhas fantásticas histórias

Se você não gostou da minha historinha, não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.

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