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sexta-feira, 1 de junho de 2018

DOIS LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM

Autor Luiz Ruben Bonfim

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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CRISTO INICIA O MÊS

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.913
ILUSTRAÇÃO (DIVULGAÇÃO). 
O Corpo de Cristo é um evento celebrado 60 dias depois da Páscoa, sempre na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade (domingo seguinte ao Domingo de Pentecostes), normalmente com procissões em vias públicas. É considerado uma das festas mais importantes para a Igreja Católica, pois celebra o mistério da eucaristia, ou seja, o sacramento do sangue e corpo de Jesus o Cristo. A partir de 1.269, a Igreja Católica viu a necessidade das pessoas sentirem a presença real de Cristo, tendo iniciada essa tradição.
De acordo com a história, um sacerdote chamado Pedro de Praga vivia angustiado pelas dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena, na Itália, enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre. A hóstia branca transformou-se em carne viva.
O Papa Urbano IV pediu para que os objetos fossem levados para Oviedo em uma grande procissão, e foi nesse momento que a festa de Corpus Christi foi decretada.
Assim o Corpo de Cristo abre o mês de junho de tantas tradições, principalmente para a nação nordestina. Além da chave sagrada do mês, junho também começa, pelo menos em Alagoas, com as chuvas benfeitoras e tão aguardadas pelo homem do campo. Portanto, as comemorações religiosas de ontem, prolonga-se na fé sertaneja por um inverno abençoado onde a fartura possa ultrapassar todos os limites da imaginação.
Tanto as ferramentas de trabalho sulcam a terra, quanto às organizações sociais movem-se em torno dos festejos, clamando e louvando Santo Antônio, São João e São Pedro, pela milharada que virá. Quadrilhas, coco de roda e arrasta-pé já estão no gatilho desde o finado mês de maio, aguardando a hora do fazer bonito. Para o nordestino, chegou junho, chegou tudo.
Não vemos a hora de um pratarraz de canjica. Ah, égua!
 
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ROTEIRO HISTÓRICO E ANOTAÇÕES DO CARIRI CANGAÇO POÇO REDONDO


Há poucos instantes recebi uma mensagem do amigo Rangel Alves da Costa a informando que os exemplares do livro "Roteiro Histórico e Anotações do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018" já estão prontos. Sairam da gráfica hoje. E, nesta quinta-feira dia 31 de Maio os exemplares já estarão em Poço Redondo.
O que era para ser um folheto como estes de cordel ou uma cartilha, teve que virar livro devido a riqueza do conteúdo. O livro trata dos lugares históricos de Curralinho em Poço Redondo, a Rua Velha na Serra Negra onde acontecerão as palestras e visitas técnicas no Cariri Cangaço Poço Redondo 2018.
A partir de amanhã os exemplares do livro "Roteiro Histórico e Anotações do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018" de autoria de Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino estarão no Memorial Alcino Alves Costa e também durante o Cariri Cangaço Poço Redondo, de 14 à 17 de junho, até lá.

Manoel Belarmino, 30 de Maio de 2018
Pesquisador e Escritor
Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Poço Redondo

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NO TEMPO DE TROPEIRO BREVE CONTENDA ENTRE OS FERREIRA E OS BEZERRAS DE SÃO JOSÉ DE PRINCESA

Por: Charles Bezerra Cabral

Segundo depoimentos do saudoso Joaquim Bezerra Leite (Joaquim de Santo Bezerra), (*10/05/1910 - +05/12/2005), pegos pelo autor desse blog, seu neto, o mesmo contava que os Bezerras e os Ferreiras, Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e seus irmãos, eram almocreves tangendo tropas de burros nas mesmas rotas comerciais no início do século 20.

Viajavam com frequência para as cidades de Campina Grande na paraíba, Rio Branco, hoje Arcoverde em Pernambuco, Araripina no Pernambuco, Juazeiro no Ceará, entre outras cidades desses mesmos estados. 

Numa dessas viagens entre 1915 e 1917, ele não sabia precisar o ano, num acampamento de estrada para tropeiros que existiam as margens das estradas dessas rotas, houve uma contenda entre os Bezerras, Antonio Bezerra Leite o Patriarca e seus filhos com os Ferreiras, Virgolino Ferreira da Silva (Lampião) e seus irmãos.

No calor da contenda um dos irmãos de Virgulino ameaçou puxar da cintura uma pistola semi automática da época de fabricação americana que davam o nome de "FN". Entretanto os Bezerras não se amedrontaram e da mesma forma os filhos do Patriarca Antonio Bezerra Leite, e seus funcionários que também andavam armados com pistolas semelhantes, também foram aos cabos das suas respectivas pistolas. 

Mas com a interveniência do Patriarca Antonio Bezerra Leite e de Virgolino Ferreira da Silva, os ânimos foram acalmados e a contenda que poderia ter tido um final sangrento teve um final ameno. Algum tempo depois, Virgolino por razões que todos conhecem entrou para o cangaço em 1920, e os Bezerras por essa razão, sempre que sabiam que Lampião se encontrava numa determinada rota, evitavam viajar naquela direção, a fim de não dar de encontro com aquele que havia se tornado o terror do nordeste.

Anos mais tarde em meados da década de 20, numa determinada festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição em 8 de dezembro, ao final da tarde com os festejos acontecendo em frente da igreja de São José, o velho Patriarca Antonio Bezerra, se encontrava na sua residência no alto dos Bezerras. Quando de repente chegaram Lampião e doze homens fortemente armados, na sua porta. Não tendo nada mais a dizer ou fazer, o velho patriarca os cumprimentou e os convidou a entrar na sua casa. 

Lampião entrou sozinho e deixou os cabras no terreiro em frente a casa. Dentro de casa e acomodados, o velho patriarca temeroso, indagou a Lampião o motivo da sua visita e ainda, se o fosse acertar aquela contenda de então que ocorrera no acampamento de almocreve, ele nada podia fazer, a não ser dizer a ele que os seus filhos se encontravam nos festejos em frente da igreja e se o seu intento fosse esse, poderia descer aos festejos e ali concretizar o que ele havia ido fazer ali. Pois o velho Patriarca achava que Lampião havia ido a São José para matar os seus filhos. 

Lampião imediatamente tratou de desfazer essa ideia na cabeça do velho Patriarca e finalizou que aquilo que havia acontecido tinha ficado no passado e que o motivo da sua estada ali era pra fazer uma visita a um velho amigo das estradas empoeiradas.

Assim sendo, naquele dia acabou o temor do velho Patriarca e seus filhos em relação a Virgolino. 

Do blog: Charles Cabral

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EM TEMPOS DE PAZ. ANTÔNIO IGNÁCIO DA SILVA "MORENO II" OU "MORENAGEM".

Por Geraldo Júnior
Antônio Ignácio da Silva "Moreno II" ou "Morenagem".

Autor de uma grande quantidade de assassinatos. Alguns antes e outros já quando estava ingresso nas hostes de Lampião.

Procurado pelas policias de vários estados da região Nordeste, sem contar a enorme rede de inimigos que buscavam a todo preço a sua cabeça. Há quem afirme que em determinado momento da história mais de mil pessoas o procuravam para matar.

Porém... matar essa fera não era tarefa das mais fáceis e muito menos para qualquer um. Muitos se aventuraram e terminaram mortos e irrigando com o sangue de suas veias as terras secas do sertão. Apesar da extrema crueldade com que tratava seus desafetos é inegável a coragem e a valentia desse cangaceiro. Sua história reforça esse argumento.

Apontado como um dos mais perigosos cangaceiros da chamada segunda fase do cangaço lampiônico e um dos homens encarregados de fazer os serviços “pesados”, como afirma Frederico Pernambucano de Melo, a mando de Lampião.

Seu destemor e sua constante vigilância foram alguns dos fatores que fizeram com quê atravessasse todo o período em que esteve presente no cangaço sem levar um único tiro sequer.

Antônio Ignácio da Silva o Moreno II ou "Morenagem", como costumava se identificar, nasceu na cidade de Tacaratu/PE no dia 01 de novembro de 1909 e faleceu em Belo Horizonte/MG no dia 06 de setembro de 2010, aos 100 anos de idade. Onde residia com sua família.

Um personagem de destaque da história cangaceira. Fruto de uma terra sem lei em uma época em que imperava no sertão nordestino a lei do mais forte. Os desmandos dos poderosos. A seca, a fome e a miséria, onde a justiça era concretizada através da vingança, a lei era a da bala e a sentença... a morte.

Nas quebradas do Sertão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://cangacologia.blogspot.com/2018/05/em-tempos-de-paz.html?spref=fb

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O QUE DISSERAM OS JORNAIS “DIÁRIO DE PERNAMBUCO”, “A PROVÍNCIA”, “A NOITE” E O “JORNAL DO BRASIL” SOBRE OS CANGACEIROS LUIZ PADRE E SEBASTIÃO (SINHÔ) PEREIRA 3ª PARTE

Por Antonio Corrêa Sobrinho
Informação: estamos sem condições de inserir fotos nos trabalhos

OS CANGACEIROS NA PARAÍBA
As autoridades de Cajazeiras Ameaçadas
Fazendas Incendiadas – Roubos e Assassinatos
PARAÍBA, 7 (A) – Telegramas recebidos do Dr. Victor Jurema, juiz de direito de Cajazeiras, e do coronel Sabino Rolim, prefeito local, noticiam que aquela cidade está preste a ser atacada por um grupo de 170 cangaceiros, procedentes do sertão do Ceará e capitaneados pelo célebre bandido Luiz Padre. Os bandoleiros que se acham a cerca de duas léguas distantes da cidade, atacaram e incendiaram as fazendas do coronel Osório Bezerra, estimado agricultor residente naquele município, destruindo-as quase que totalmente, sendo a mulher do coronel Osório sequestrada pelos bandidos que açoitaram também os filhos daquele coronel, tendo um cunhado deste sido desvirilizado, após duros castigos.
O coronel Osório conseguiu escapar milagrosamente.
O presidente do Estado, Dr. Camilo de Holanda, tem tomado todas as providências no sentido de garantir à mesma cidade, sendo dadas ordens para convergirem para Cajazeiras, todas as forças destacadas nas localidades próximas que deverão auxiliar a guarnição local que se compõe apenas de treze praças.
Novas informações dali procedentes noticiam estar lavrando o pânico na população de Cajazeiras, em face da intimação ameaçadora ali recebida do chefe dos bandidos que declarou que iria saquear a cidade, cujos habitantes abastados, inclusive o juiz de direito, já se acham resolvidos a abandoná-la.
O de que, porém, parece estão carecendo os sertões desses Estados é de uma intervenção militar federal bem estudada, no sentido de acabar de vez com esses agrupamentos de bandidos, que o policiamento das pequeninas localidades não pode extirpar, e a política aproveita em benefício das suas aspirações estreitas.
As missões militares enviadas algumas vezes para reprimir esses abusos não têm produzido os efeitos necessários, pela deficiência na escolha dos seus elementos, inconveniente que esta vez poderia ser evitado.
“Jornal do Brasil” 08.08.1919
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RIO, 7. – Telegrafam do Ceará que na região de Cajazeiras o bando de Luiz Padre assalta, rouba e mata.
No sítio do Cipó foi saqueada a propriedade de Osório Bezerra, cuja esposa foi raptada e morto e mutilado um cunhado. Depois os bandidos incendiaram tudo.
No Cariri, a viúva de Domingos Furtado foi roubada em cerca de 300 contos.
“Diário de Pernambuco” - 08.08.1919
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OS CANGACEIROS DE VILA BELA
RECIFE, 8 (A) – Voltam os cangaceiros, chefiados por Luiz Pedro e Sebastião Pereira a praticar depredações no município de Vila Bela, ponto preferido constantemente pelos facínoras.
Quando praticam saques e incêndios os criminosos afastam-se de Vila Bela temporariamente, parecendo tentar desviar as diligencias das autoridades que os perseguem.
O grupo chefiado por Luiz Padre assaltou a fazenda Santa Rita, próxima dos limites do Estado da Paraíba, saqueando e roubando o que lá encontraram.
Comunicando o ocorrido ao capitão Teófanes Torres, este, à frente da força policial de que dispunha, seguiu para a fazenda assaltada em perseguição dos facínoras, que não foram encontrados.
Os cangaceiros ameaçam agora atacar também a fazenda Jardim.
Ontem o chefe de polícia desta capital recebeu telegrama do delegado de Vila Bela narrando as ocorrências ali havidas, determinando várias providências urgentes.
“Jornal do Brasil” - 09.08.1919
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A SITUAÇÃO EM VILA BELA
Voltam a figurar no noticiário dos jornais informações intranquilizadoras, no tocante à situação de Vila Bela, localidade que ora está ameaçada de ataque pelos grupos de cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira. Há dias que os facínoras projetam levar a efeito um ataque à cidade, concorrendo este fato para a normalização da ordem ali.
O capitão Teófanes Torres, comandante da 8ª região policial do Estado, com sede naquele município, telegrafou ao senhor desembargador chefe de polícia informando-o de que, em face daquela ameaça, havia seguido com destino à referida cidade, a fim de promover a defesa da população, tendo nesse sentido solicitado a remessa de força de Triunfo, e outros lugares. Adiantava o capitão Teófanes no mencionado despacho que após guarnecer a cidade no intuito de evitar o ataque, sairia em perseguição aos criminosos, referindo que, no cerco aos facínoras, na fazenda Santa Rita, tinham sido apreendidos vários animais então ali roubados.
Somente o grupo capitaneado por Luiz Pedro é composto de 50 homens, afora o de Sebastião Pereira.
Durante o dia e a noite de ontem, o desembargador chefe de polícia não havia recebido nenhum telegrama de Vila Bela, quanto ao que teria ali ocorrido – o que é para se presumir reine a calma na cidade.
“Diário de Pernambuco” - 11.08.1919
O REQUINTE DE BANDITISMO NO NORTE
Um telegrama do governador do Ceará
O deputado Moreira da Rocha recebeu do Dr. João Tomé, presidente do Ceará, o seguinte telegrama: “Conteste as inverdades que estão sendo publicadas aí, a respeito do último atentado de Luiz Padre contra Osório Bezerra, cuja propriedade foi incendiada, raptada a esposa e assassinado um cunhado, depois de desvirilizado. O horroroso crime foi praticado na fazenda Cipó, no estado da Paraíba, perto de Cajazeiras, e é atribuído à vindita do bandido contra o cunhado de Osório, que há tempo lhe seduzira a amásia. Como a população de Cajazeiras receasse ataque de Luiz Padre, pus imediatamente à disposição das autoridades daquela cidade paraibana a nossa força de polícia, que estava em Lavras, sob o comando do capitão Carneiro.
Este é o fato verdadeiro, em torno do qual tecem uma série de mentiras, prendendo-o ao roubo de Dr. Praxedes, ocorrido há muitos meses, e que agora está sendo explorado por aqueles que procuram envolver José Ignácio em mais este crime de Luiz Padre, quando a vítima Osório Bezerra é pessoa de José Ignácio, padrinho da esposa raptada.”
“A Noite” - 11.08.1919
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O BANDITISMO NO INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO
Teriam mesmo os bandoleiros desistido de atacar Vila Bela?
RECIFE, 12 (A.A.) – Um longo despacho recebido pelo desembargador Antonio Guimarães, chefe de polícia, do capitão Teófanes Torres, comandante do 8º regimento policial, confirma as notícias aqui recebidas sobre o banditismo no interior e adiante que a cidade de Vila Bela está com as suas defesas preparadas, parecendo, porém, que os bandidos desistiram de atacar aquela cidade. É do teor seguinte o telegrama referido:
“Cientifico V. Exa. Aqui cheguei diligência 2 horas madrugada a fim defender cidade contra esperado ataque numeroso grupo chefiado bandidos Luiz Padre e Sebastião Pereira, conforme chamado urgente que recebera. Parece bandidos desistiram audacioso plano absolutamente não levariam efeito com êxito. Grupo consta cinquenta celerados passou ontem tardinha no lugar Carnaúba, distante daqui três léguas, vindo município Princesa, não se sabendo rumo tomou. População cidade está revestida melhor ânimo disposta reagir, espera notícias paradeiro grupo vinda força requisitei Triunfo, com urgência, a fim deixar garantida cidade seguir encalço cangaceiros que dizem não se retirarão mais Pajeú. Tendo seguido perseguição grupo, após tiroteio travado Santa Rita, limites município com Conceição Piancó, apreendi duas éguas, um poltro e um burro, pertencentes ao coronel Antonio Alves, iam sendo roubados bandidos. Cidade Conceição reside indivíduo João Pereira, aqui pronunciado. Coronel José Pereira telegrafou coronel Mario Lira dizendo bandidos nenhum apoio encontraram município Princesa. Saudações. – (a) Capitão Teófanes Torres”.
“A Noite” - 12.08.1919
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“O longínquo município de Cajazeiras, preso de terror pânico às primeiras notícias dos indescritíveis delitos praticados pelo terrível bandido Luiz Padre, a estas horas deve estar algo tranquilizado com as medidas que o governo determinou.
Para a cidade, ameaçada de invasão pelo celerado, seguiram as praças que compunham os destacamentos das localidades vizinhas, formando assim, com os soldados que lá se achavam, uma guarnição regular.
Sob o comando do 1º tenente Manuel Faustino Viegas, auxiliado pelo 2º tenente Cícero Corrêa, seguiu com destino à referida cidade um contingente de vinte praças ao qual serão incorporados soldados das inspetorias militares do interior.
É provável que fique Cajazeiras defendida por uma coluna de cerca de 60 praças, e, dado o convênio estabelecido entre Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, as forças paraibanas ali estenderão as suas diligências, em perseguição a Luiz Padre e seus sequazes, por quaisquer pontos dos Estados limítrofes.”
“Diário de Pernambuco” - 12.08.1919
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FAÇANHAS DO BANDIDO LUIZ PADRE
FORTALEZA, 10 (A) (Retardado) - O “Estado do Ceará” narra do seguinte modo o fato ocorrido no sul do Estado e que a oposição tem explorado deturpando: “Cerca de dois meses, o bandido Luiz Padre vivia em luta com os seus inimigos no município de Vila Bela, Pernambuco, onde nasceu e sempre residiu.
Por esse motivo sua amásia foi residir temporariamente em Cajazeiras, Paraíba.
Ali um cunhado de Osório Bezerra seduziu-a e abandonando a esposa, conduziu-a a um lugar distante daquele sertão. Essa mulher mais tarde deixou a companhia do sedutor, que voltou a seu domicílio. Luiz Padre, ao regressar do campo de sua ação sinistra, em busca de repouso, no estado da Paraíba, foi ter ao sítio Barro no município de Milagres, no Ceará, pertencente ao major José Ignácio.
Intimado a retirar-se, no auge do desespero, incendiou de viagem a casa do morador do mesmo sítio, que supunha ter concorrido à sedução da sua amásia, dirigindo-se para o sítio de Osório Bezerra, acompanhado de oito ou dez capangas, onde assassinou seu rival, incendiou sua propriedade, raptou a esposa de Osório Bezerra, que é irmã da vítima.
Dali seguiu Luiz Padre para o município do estado da Paraíba, onde se homiziou sob a proteção de um chefe local. Apenas o senhor João Tomé presidente do Estado, foi informado do fato, tomou, de acordo com a autoridade de Cajazeiras, com o major José Ignácio e outras pessoas do município de Milagres, enérgicas providências, fazendo seguir o capitão Carneiro, com regular contingente de polícia, em auxílio daquela cidade do estado vizinho. Além desse nenhum outro fato ocorreu no interior do Ceará, onde reina absoluta calma.
“Jornal do Brasil” - 12.08.1919
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A SITUAÇÃO EM VILA BELA
Assalto e incêndio de uma fazenda – Forte tiroteio entre os cangaceiros e a polícia – Fuga dos criminosos
Volta bandidos chefiados pelos criminosos Luiz Padre e Sebastião Pereira a cometer depredações no município de Vila Bela, onde centralizaram a sua ação depredadora, praticando assaltos, roubos, incêndios de propriedade.
Ontem o senhor desembargador chefe de polícia recebeu do capitão da Força policial, Antonio Caetana, comandante da força volante com sede em Belmonte, o seguinte telegrama:
“Comunico a Vossa Excelência que ao passar em diligência, no dia 11 do corrente, pela fazenda Santa Rita, situada no município de Vila Bela, encontrei um grupo de cangaceiros de Sebastião Pereira, composto de 30 homens sob a chefia do bandido conhecido por “Chiquito”, o qual havia assaltado uma fazenda de propriedade do senhor Manoel Ignácio de Oliveira, subdelegado local, incendiando-a. Os criminosos fizeram fogo contra a força que reagiu, travando-se forte tiroteio. Cessado este os criminosos fugiram precipitadamente, com a covardia de sempre, para o estado da Paraíba que dista apenas 2 léguas da citada fazenda. Persegui os cangaceiros não os alcançando. A força sob o meu comando acha-se em paz. Ignoro se saiu algum bandido ferido”.
“Diário de Pernambuco” - 17.08.1919
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OS CANGACEIROS DE VILA BELA
Recife, 17 (A) – Chegam notícias do interior do Estado, comunicando que os bandoleiros, chefiados pelos bandidos Luiz Padre e Sebastião Pereira, cometeram depredações na cidade de Vila Bela, onde penetraram de surpresa.
Naquela cidade os bandidos roubaram e incendiaram propriedades.
A polícia local foi impotente para resistir ao inopinado do ataque.
“Jornal do Brasil” - 18.08.1919
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Paraíba, 21 de agosto de 1919 (Do correspondente)
O banditismo, cuja ação nefasta atinge ao auge na região sertaneja, continua a impressionar dolorosamente a população desta cidade. O governo do Estado tem deixado de agir à altura das necessidades de defesa do povo do sertão, que se acha à mercê dos bandoleiros e salteadores.
A seguinte entrevista transcrita pelo “O Norte”, folha aliás afeiçoada ao senhor presidente do Estado, diz bem a situação da zona acima aludida. Eis a entrevista:
“Esteve nesta redação o nosso ilustre amigo Dr. Otacílio Pinto, auxiliar técnico da estrada de rodagem de Cajazeiras a Lavras, o qual nos relatou os crimes escandalosos que se têm registrado na zona do Cariri, nestes últimos tempos, a que a imprensa local se tem referido.
Teve ocasião de ver a última vítima de Luiz Padre, em Cajazeiras, onde falecera dois dias após haver sido castrado e apunhalado pelas facínoras.
Contou-nos que Luiz Padre, acompanhado de oito capangas, atacou a residência de Osório Bezerra, às 2 horas da madrugada, roubando várias cargas de algodão e incendiando os depósitos.
Osório Bezerra foi atacado de surpresa, não podendo por isso reagir. Fugiu, deixando em poder dos bandidos a esposa e filhos.
Os criminosos raptaram a esposa de Osório e transportaram-na para o Ceará, ao que se diz.
Depois de cometerem o crime, comunicaram para Cajazeiras que iram tomar a cidade com 12 homens e que preparasse a população doze moças das mais bonitas para os atacantes.
A população da cidade paraibana, “dispondo apenas de 5 praças da polícia” teve que armar-se de rifle para organizar a defesa.
O vigário de Cajazeiras telegrafou ao Dr. Epitácio Pessoa, presidente da República, pedindo providências a fim de evitar a incursão dos facínoras do Ceará no território paraibano. Nesse despacho o vigário dizia que as autoridades do Ceará nenhuma medida têm tomado para reprimir o banditismo.
Os capangas de Luiz Padre, diz-nos o Dr. Otacílio Pinto, são em grande número e é voz corrente no interior do Estado que agem de acordo com José Ignácio, de Milagres, o qual propala contar com o apoio do governo e dispor de mais de 500 homens armados.
“Ninguém no interior”, acrescentou o Dr. Otacílio, “acredita na ação do governo do Estado”. “Contam-se inúmeros crimes que têm ficado impunes”.
A população começa a dirigir-se ao presidente da República pedindo garantias, uma vez que o governo do Estado parece indiferente ante os atentados postos em prática pelos bandidos.
“Em toda a zona do Cariri, disse-nos o Dr. Otacílio, a população ordeira vive sobressaltada”.
No próprio serviço da estrada de rodagem, os engenheiros sentem-se coagidos “ante as exigências dos chefes locais” que chegam ao extremo de propalar boatos de violência contra os encarregados da construção, a fim de obterem colocações para os seus apaniguados.
Mais de uma vez, indivíduos armados de punhal dirigiram-se, com ameaças, a auxiliares da construção, exigindo emprego.
Os encarregados do serviço não se sentem garantidos porque não têm a quem recorrer, pois as pessoas de influência em lavras, por exemplo, são as primeiras a cometer violências.
O senhor Raimundo Augusto, filho do coronel Gustavo Lima, ainda há poucos dias, armado de rifle, punhal e revólver, e acompanhado de capangas, tentou agredir o senhor José Leite Filho, na casa de residência deste. Isso se fez em pleno dia, sem que a polícia tomasse qualquer providência.”
“Diário de Pernambuco” - 24.08.1919
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NÃO BASTAVA O FLAGELO DAS SECAS!
Luiz Padre é novo terror dos sertões do Nordeste Brasileiro
Há quem responsabilize, por tantos e tamanhos crimes, o governo cearense
CRATO (Ceará), 24 (serviço especial da A NOITE) – Infelizmente, está confirmada a notícia da tragédia na fazenda Cipó, no município de Cajazeiras, na Paraíba, Luiz Padre, o celebérrimo facínora, chefiando onze cangaceiros, atacou Cipó, propriedade de Osório Bezerra, praticando, ali, uma verdadeira carnificina. Queimou cercados e casas de depósito de algodão, espancou os moradores, inutilizou as funções genitais de Osório, carregando consigo, arrastada, a mulher da vítima, fatos estes ocorridos em 31 de julho e que proclamam a inaptidão dos governos em castigar os culpados.
Em tempo houve oportunidade para o governo do Ceará de se interessar pela paz dos sertões, evitando antecipadamente o desenrolar de tragédias desta natureza mas preferiu, porém, o nosso governo acreditar nas informações tendenciosas que lhe ministravam os protetores do banditismo no sul do Estado, deixando os governados à mercê dos maus e sanguinários cangaceiros.
Luiz Padre esteve muito tempo homiziado no sítio do Barro, propriedade de José Ignácio, distante da sede do município de Milagres, onde permaneciam trezentas praças, a alguns quilômetros, sem que o governo resolvesse mandar arrancar o bandido do seu esconderijo perigoso.
Não podendo suportar mais o peso dos crimes do bandido, o Dr. Floro da Costa resolveu retirar-lhe a sua proteção, o que fez revoltar o celerado que ameaça agredir José Ignácio.
A “Gazeta do Cariri”, noticiando os fatos, termina assim: “A responsabilidade é tanto mais acentuada para o nosso governo, quando esse mesmo governo tem estado mais diretamente em amistoso contato com protetores do bandido, deixando-se guiar pelas informações desonestas dos mesmos.”
FORTALEZA, 24 (Serviço especial da A NOITE) – Foram
praticados novos crimes pelos bandidos, na zona do Cariri. O governo, atendendo ao pedido do padre Cícero, retirou 40 praças da cidade de Milagres para Juazeiro, ficando aquela cidade sem garantias. Todos os jornais, inclusive o governista “Correio do Ceará”, clamam providências.
O comércio da região está paralisado com receio dos bandidos.
O deputado Dr. Aurélio Lavor tem pronunciado vários discursos na Assembleia, pedindo providências ao governo.
PACATUBA (Ceará), 24 (Serviço especial da A NOITE) – O governo, embora convencido de que há exploração política em volta do falado banditismo, no sul do Estado, enviou destacamentos policiais com ordens terminantes de acabar com os cangaceiros. O Ceará tem agido, de pleno acordo com o governo paraibano, que telegrafou ao Dr. João Tomé, agradecendo a sua proveitosa coadjuvação.
“A Noite” - 24.08.1919
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OS CANGACEIROS NO INTERIOR DA PARAÍBA E PERNAMUCO
Um telegrama ao Sr. Ministro da Justiça
A propósito da incursão de cangaceiros no estado da Paraíba, o Sr. Ministro da Justiça recebeu hoje, do presidente daquele Estado, o seguinte telegrama:
“Paraíba – Tenho a satisfação de comunicar que o bandido Luiz Padre não chegou a aproximar-se de Bonito, povoado próximo de Cajazeiras, tendo o referido grupo se dissolvido, internando-se os bandidos no estado de Pernambuco, perseguidos pela força de polícia deste Estado. Saudações. – Camillo de Holanda, presidente.”
“A Noite” - 25.08.1919
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É REALMENTE UMA CALAMIDADE!
Novos e Terríveis Crimes de Luiz Padre
Com a proteção de políticos paraibanos?
VILA BELA (Pernambuco), 28 (Serviço especial da A NOITE) – O grupo de Luiz Padre atacou esta semana um comboio, na fazenda de Abóboras, próximo desta cidade. Incendiou tudo e roubou seus animais, seguindo para o município de Princesa, onde está homiziado.
Receia-se novo ataque, devido á pequena distância dos limites da Paraíba.
Consta que os mesmos bandidos assassinaram um popular, no município de Conceição a fim de o roubarem.
Os ladrões, divididos em três grupos, operam desassombradamente, confiados na proteção de políticos paraibanos, notoriamente a do coronel Jaime Ramalho e outros.
“A Noite” - 28.08.1919
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A SITUAÇÃO EM VILA BELA
Cangaceiros em ação – Fazenda assaltada – Tiroteio e depredações
O senhor desembargador chefe de polícia recebeu ontem, à tare, do capitão José Caetana, comandante da força volante atualmente em Vila Bela, o telegrama do teor seguinte:
“Comunico a vossa excelência que desde dia 24 do corrente, ando com a força de que disponho, em perseguição aos cangaceiros que atacaram no dia 27 do mês findo, a fazenda Santa Rita, situada neste município e onde cheguei no dia imediato. Em seguida saí no encalço do grupo chefiado por Luiz Padre, Sebastião Pereira, Chiquito e Luiz Nunes, o qual se compõe de mais de 35 homens.
Os facínoras, ontem, no lugar Silveira, roubaram 24 rezes e um burro pertencentes à família Timóteo, aqui residente, matando-os em seguida. Ontem pernoitei na fazenda Lagoinha, a fim de seguir hoje em perseguição aos cangaceiros. À 1 hora, porém, da madrugada, fui despertado por forte tiroteio nas imediações desta cidade. Saí imediatamente, chegando aqui às 4 horas. O grupo referido incendiou 3 casas e diversos cercados situados próximos desta cidade, e, em seguida, travou tiroteio com a força sob o comando do tenente Manoel Gomes que aqui chegara esta noite a fim de comprar mantimentos.
A minha força juntamente com a daqui está de sobreaviso.
Os bandidos hoje pela manhã cortaram fios telegráficos entre Salgueiro e Belmonte. O capitão Teófanes Torres está em diligência no município de Floresta.
Receio que seja atacado o povoado Bom Nome, para onde sigo hoje a fim de evitar o ataque e garantir a população que se acha aterrorizada.”
“Diário de Pernambuco” - 31.08.1919
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LUIZ PADRE E SEBASTIÃO PEREIRA!
Esses, os mais terríveis cangaceiros no Nordeste!
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Os bandidos, praticados os seus ignominiosos crimes, refugiam-se na Paraíba
VILA BELA (Pernambuco), 28 (Serviço especial da A NOITE) – Anteontem, às 9 horas, o grupo de Luiz Padre e Sebastião Pereira, composto de 35 cangaceiros, no lugar de Silveira, deste município, apoderou-se de 21 rezes pertencentes à família Timóteo, matando-as todas.
Consta que incendiaram todas as pastagens existentes na mesma fazenda, que dista três léguas da cidade.
Hoje, pela madrugada, o referido grupo se aproximou da cidade, queimando três casas e alguns cercados que ficam a menos de um quilômetro. Foram repelidos pela força pública e recuaram auxiliados pela noite.
Os fios telegráficos na direção de Belmonte e de Salgueiros foram cortados.
Está averiguado ser plano dos bandidos um ataque a esta cidade, não o levando a efeito devido à chegada do tenente Manoel Gomes, cerca de 9 horas da noite, que se encontrava em diligência.
Reina grande pânico na população, que por todos os meios procura defender-se da sanha dos bandidos, que chegando a invadir a cidade cometeram as mais horríveis perversidades.
São incalculáveis os prejuízos, não sendo possível já fixar o número de fazendas incendiadas.
A população, desabrigada, procura arranchar-se nesta cidade. Já lhes faltam pão e as roupas que lhe foram devoradas pelo fogo dos constantes incêndios em virtude de tão grandes horrores e semelhante calamidade.
Pedimos para chamar a atenção do governo federal, já que insuficientes se tornam as providências do governo do Estado. Os cangaceiros zombam da perseguição da polícia.
VILA BELA (Pernambuco), 28 (Serviço especial da A NOITE) – Um grupo dos Pereiras, vindo do estado da Paraíba, cercou a fazenda de Santa Rita, deste município, havendo cerrado tiroteio. Pelas notícias recebidas sabe-se que morreu um dos que estavam em casa, continuando o fogo até ao meio dia. Ignora-se o resultado final.
São inúmeras as séries de depredações praticadas pelo referido grupo, que depois de praticá-las se refugia no vizinho estado da Paraíba, no lugar do Poço do Cachorro, onde tem as malas e animais do coronel Osório, de Cajazeiras, que há poucos dias teve a fazenda devastada e sua mulher conduzida pelos bandidos.
A referida senhora foi restituída à família devido à intervenção de D. Adauto, que conseguiu isso com grande sacrifício.
“A Noite" - 31.08.1919
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OS CANGACEIROS DOS SERTÕES DA PARAÍBA E PERNAMBUCO
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Tiroteio com a polícia pernambucana
RECIFE (A.A.) (Retardado) – Sob o comando do tenente-coronel Antonio Batista Corrêa, nomeado delegado do município de Triunfo, seguiu ontem, pela manhã, em trem especial, com destino a Rio Branco, de onde se transportará para aquele município, um contingente de 80 praças do 3º batalhão da Força Policial. Em Triunfo, encontram-se estacionadas, diversas companhias do mesmo batalhão, por motivo da grande dificuldade para a remessa das tropas para o interior, ainda pelas constantes incursões dos cangaceiros nos municípios de Belmonte e Vila Bela.
O Dr. Manoel Borba, governador do Estado, determinou que o município de Triunfo ficasse sendo a sede do 3º Batalhão. Ao embarque do tenente-coronel Antonio Batista Corrêa compareceram os primeiros tenentes Eulino de Mendonça e Alfredo Dacostini, representando, respectivamente, o chefe de polícia e o comandante da Força Policial, além de outras pessoas do contingente.
RECIFE, 31 (A.A.) (Retardado) – O desembargador chefe de polícia recebeu ontem à tarde, do capitão José Caetano, comandante da Força Volante, atualmente em Vila Bela, o seguinte telegrama;
“Comunico, desde dia 24 corrente, ando com força que disponho, perseguição cangaceiros que atacaram dia 27 mês findo fazenda Santa Rita, situada município, onde cheguei dia imediato. Seguida, saí encalço grupo chefiado Luiz Padre Sebastião Pereira, Chiquito e Luiz Nunes, o qual se compõe de mais de 35 homens. Facínoras ontem lugar Silveira roubaram 24 rezes, burros pertencentes família Timóteo, aqui residente, matando seguida. Ontem pernoitei fazenda Lagoinha fim seguir hoje perseguição cangaceiros. À 1 hora, porém, madrugada, fui despertado forte tiroteio imediações cidade. Saí imediatamente, chegando ali 4 horas da madrugada. Grupo referido incendiou 3 casas diversos cercados situados próximos desta cidade. Seguida, travam tiroteio força sob comando tenente Manoel Gomes, que aqui chegara esta noite a fim de comprar mantimentos. Minha força, juntamente com daqui, está sobreaviso. Bandidos, hoje manhã, cortaram fios telegráficos entre Salgueiros e Belmonte. Capitão está diligência município Floresta. Receio seja atacado povoado Bom Nome, par onde sigo hoje fim evitar ataque garantir população acha-se aterrorizada. – (a) José Caetano, comandante Força Volante.”
“A Noite” - 02.09.1919
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A SITUAÇÃO EM VILA BELA
Ataque ao povoado Bom Nome – Incêndio e depredações
Ameaçado por mais de uma vez, veio finalmente a ser atacado pelos grupos de cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira anteontem, pela manhã, o povoado de Bom Nome, no município de Belmonte.
Há quatro dias os facínoras incendiaram diversas fazendas em Vila Bela, travando, então, tiroteio com a polícia.
Em seguida fugiram com destino a Bom Nome, ameaçando atacar esta localidade o que foi levado a efeito.
A força que se achava ali ofereceu resistência aos bandidos resultando forte tiroteio, cujos resultados ainda são ignorados.
Anteontem, mesmo, à noite, o senhor desembargador chefe de polícia recebeu do capitão Teófanes Torres, atualmente em Vila Bela, o seguinte telegrama:
“Comunico a vossa excelência que o povoado Bom Nome acaba de ser atacado pelos grupos chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira. O capitão José Caetana, à frente da força, defende o povoado e oferece resistência aos bandidos. Sigo agora mesmo para Bom Nome.”
De posse desse despacho o senhor desembargador chefe de polícia telegrafou ao tenente-coronel Antonio Batista Correa, que se acha em Rio Branco com uma força de 80 praças que se destina a Triunfo, município que acaba de ser designado para sede do 3º batalhão da força policial, ordenando que o mesmo seguisse com urgência para Vila Bela, a fim de enviar forças para o povoado atacado. O tenente-coronel Antonio Batista deveria ter seguido ontem, à tarde, em automóvel, para Vila Bela.
Até ontem à noite o senhor desembargador chefe de polícia não tinha recebido nenhum pormenor sobre a situação daquele município.
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Ainda sobre as depredações praticadas pelos cangaceiros acima referidos, o senhor chefe de polícia, recebeu o seguinte telegrama, do capitão Manoel de Holanda Cavalcanti, delegado de Triunfo:
“Comunico a vossa excelência que fiz seguir hoje para Vila Bela, à requisição do tenente Manoel Gomes, 15 praças, a fim de perseguirem os bandidos Luiz Padre e Sebastião Pereira, os quais incendiaram há dias várias propriedades situadas a 1 quilômetro de Vila Bela. Depois da saída da força fui informado pelo senhor João Simplício de que esta madrugada os cangaceiros tentaram assassiná-lo, e, não o conseguindo, incendiaram uma propriedade do mesmo e outras situadas no lugar Malhada Cortada. O grupo tem invadido diversos lugares deste município, saqueando e roubando.
A força daqui é insuficiente para garantir a população.”
“Diário de Pernambuco” - 03.09.1919
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Os leitores estão apreciando, certamente, a bravura dos nossos carabineiros, comandados aqui pelo tenente do Exército, José Novaes, e às voltas, lá pelo sertão, com os famosos “cangaceiros” de Luiz Padre.
Era o que nós tínhamos escrito: as forças se haviam já recolhido à Vila Bela, quando, a uma légua de distância, apenas, os tais cangaceiros voltaram e incendiaram a fazenda de Francisco Ramos.
É o que mandou dizer o capitão José Caetano, o qual ainda acrescenta no mesmo telegrama estas duas coisas curiosas:
“Eu tinha chegado aqui no dia anterior e logo que tive notícia, segui para o local indicado, onde não encontrei mais os cangaceiros.
Estes estavam ocultos e viram, sem dúvida, a minha passagem.”
E mais esta:
- “Voltando aqui, tiroteei os bandidos, na ocasião em que procuravam incendiar o resto do povoado”.
Disseram-nos que o senhor desembargador chefe de polícia, ao receber esse despacho, telegrafara também:
- “Oh, homem de Deus, se você viu que os homens procuravam incendiar o resto do povoado, por que não os prendeu?”
Ao que o comandante da tropa respondeu:
- “O diabo é quem vai lá! Aí, num meeting, com o povo inerme, é uma coisa. Aqui é outra!”
“A Província” - 07.09.1919
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Já três dias sem uma notícia do exército policial que anda pelo sertão a oferecer resistência aos cangaceiros de Luiz Padre.
Até o presente, os comandantes dessa grande força se limitavam a dar notícias dos lugares onde se encontravam os tais cangaceiros.
As notícias cessaram. É que a polícia do senhor Manoel Borba preferiu deixar os cangaceiros em paz e recolher-se a quarteis.
É mais seguro e menos perigoso...
“A Província” - 09.09.1919
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O BANDITISMO EM PERNAMBUCO
Luiz Padre e seus companheiros saqueiam, assassinam e roubam
VILA BELA (Pernambuco), 12 (Serviço especial da A NOITE) – O grupo de Luiz Padre dividiu-se em quatro, operando em lugares diferentes.
Ontem atacaram a propriedade de Manoel Evangelista Santos Lima, no município de Triunfo; roubaram tudo que encontraram, assassinaram Cícero Campos, no lugar de Carnaubinha, no município de Flores.
Hoje atacaram a propriedade do coronel João Leônidas, no município de Salgueiros, praticando roubos.
Causou indignação aqui o telegrama publicado no “Jornal do Comércio”, no qual o Dr. Camilo de Holanda comunicara ao ministro do Interior terem terminado as depredações do grupo de bandidos de Luiz Padre, quando o mesmo tem feito ultimamente repetidos assaltos neste município, homiziando-se em seguida, no estado da Paraíba.
“A Noite” - 12.09.1919
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PERSEGUIÇÃO A LUIZ PADRE
A luta com a polícia em Poço do Cachorro
FORTALEZA, 13 (A.A.) (Retardado) – O correspondente do “Estado do Ceará” na cidade do Crato telegrafa noticiando que o facínora Luiz Padre foi atacado no lugar nominado Poço do Cachorro, no estado da Paraíba, pelas forças deste Estado, travando-se luta, havendo de lado a lado diversas mortes, inclusive a de um tenente de polícia. Luiz Padre conseguiu fugir, deixando em campo grande quantidade de munições.
As forças do Ceará, sob o comando do tenente Dourado, atravessaram a fronteira da Paraíba, a fim de auxiliar a perseguição dos bandoleiros e evitar que os mesmos penetrem no Ceará.
“A Noite” - 15.09.1919

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LAMPIÃO, O PADRE E O 'DOUTOR'

Por Sálvio Siqueira
                          Lampião - foto 'pescada', recortada, do filme de Benjamin Abrahão
                             Lampião,  estando nada satisfeito com a perda de dois de seus melhores homens, na malfadada tentativa do ataque à cidade de Mossoró – RN, Colchete e Jararaca, resolve deixar as terras norte rio-grandense por um caminho totalmente diferente daquele que o levou aquele Estado.

                       Várias eram as razões para tal decisão como as atrocidades por onde a horda passou, deixando um rastro de sangue, dor, lágrimas, sofrimentos e mortes...
Depois do ataque feito a Sousa, cidade paraibana, pela turba de Lampião, mesmo ele não estando presente, o coronel José Pereira da cidade de Princesa, PB, ordenou aos seus jagunços, a captura ou morte do chefe Mor.

                              Sabedor do poderio dos homens em armas do coronel, Lampião, com sua sempre ativa precaução, resolve acessar a terra de Iracema, “A Virgem dos Lábios de Mel, em primeiro plano de fuga, para depois voltar ao seu torrão natal.

                             Chega com seu bando a uma fazenda na localidade Lagoa da Rocha, sendo propriedade de um conhecido seu, o Sr. Anízio Batista. Após breve relato dos últimos acontecimentos, o chefe manda que o amigo torne-se um intermediário entre ele e as autoridades da cidade de Limoeiro do Norte, CE. A autoridade maior, o Prefeito, na ocasião ocupava o cargo o coronel Felipe Santiago de Lima (lampiãoaceso.blogspot.com), estando ausente, quem entra em contato com o “Rei Vesgo’, é o senhor Custódio Menezes, o qual exerce as funções de juiz de paz da comarca, e o padre Vital Gurgel.

                         Lampião entra na cidade com todo o bando, depois de receber garantias das autoridades locais, na ocasião, de que não encontraria resistência da força policial presente, que aliás, tinha um diminuto contingente, sendo impossível conter, em combate, todos os bandoleiros.
A horda está faminta. É providenciado um banquete para todos, mas, antes de alimentarem-se, Lampião, muito desconfiado e precavido, manda que alguns dos cidadãos locais comam da comida antes deles.

                               Na fazenda Maçarico, propriedade do padre Ancelino Viana Arrais, é chegada a notícia de que Lampião encontra-se na cidade. O padre parte para onde se encontra o chefe dos cangaceiros a fim de fazer-lhe uma proposta, no mínimo, muito curiosa.
O padre é fã do Rei, e, ao estar diante dele, refere que quer entrar para o bando e fazer parte do seu grupo. Pedindo para entrar, o sacerdote diz:

" - Lampião, eu tenho coragem de acompanhar-lhes na vida do cangaço." (blog citado)

                                                 lampiaoaceso.blgspot.com

                                     Lampião olha para o padre, cubando-o de cima a baixo... Analisando sua proposta, responde:

" Seu vigário, homem barrigudo, não pode participar dessa vida, porque além de dura, nós se arrasta como cobra pru mode atirar nos macacos. Hômi da barriga grande não dá para isto. "(blog citado)

                                    Como igual a maioria dos sacerdotes, o padre Ancelino era gordinho. Dono de vários quilogramas além de um peso que deixasse seu corpo ágio, para os movimentos necessários na dura vida de um cangaceiro.

                                    Após recusar o pedido do vigário, Lampião sai a procura do médico local, para que o mesmo cuide dos ferimentos dos cabras que foram atingidos no fraquejado combate anterior.

                                    O médico procurar cuidar dos feridos e notando, muito atento, o olhar do chefe deles. Ao término do trabalho do médico, Lampião quer pagar pelo serviço prestado, mas, o ‘doutor’ recusa-se a receber. Então o ‘Rei Vesgo’ presenteia o médico com um punhal de cabo muito especial, pois nele contém  anéis de ouro e o mesmo é feito de chifre de algum animal.

Fonte da pesquisa:  http://lampiaoaceso.blogspot.com.br

http://oficiodasespingardas.blogspot.com/2015/10/lampiao-o-padre-e-o-doutor-por-salvio.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RECADO PARA OS CANGACEIRÓLOGOS DE TERESINA...

Por Kiko Monteiro
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Vera Ferreira promove palestra e lançamento no 'Salipi 2018'


O Salão do Livro do Piauí – SALIPI, realizado anualmente desde 2003, é o principal evento da Fundação Quixote e integra o circuito cultural das principais Feiras e Bienais de Livros do Brasil. O evento acontece sempre no mês de junho em Teresina e tem duração de uma semana.

O SALIPI iniciou como um experimento de alguns professores que resolveram juntar-se e organizar um evento literário, mesmo sem a menor experiência em organização de eventos de qualquer tipo. O sucesso foi retumbante, e desde então vem apenas aumentado de ano a ano.

O evento será realizado no Espaço Rosa dos Ventos – UFPI em Teresina – Piauí, de hoje, dia 1º, a 10 de Junho de 2018.

Dentro da vasta programação tem o Bate-Papo Literário, mediado pelo professor Luiz Romero e pela Prof.ª Laís Romero, que contam ainda com entrevistadores convidados. 

É a vitrine do Salão do Livro do Piauí. Trata-se do espaço destinado aos lançamentos de livros e aos bate-papos com escritores consagrados e principiantes, que falam de suas produções e de cultura em geral. É no espaço do Bate-Papo Literário que acontecem os saraus, recitais, debates culturais, os “Diálogos Poéticos” e shows musicais intimistas com artistas da terra. Toda a programação é transmitida pela Rádio Antares e outros meios de comunicação.

No dia 08 de junho as 19 horas a jornalista sergipana Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria, estará proferindo a Palestra: 80 anos de Angico: massacre ou batalha? E promovendo o lançamento do seu livro em parceria com Germana Araújo, Bonita Maria do Capitão!

Com apoio cultural do cumpadi Wilson Seraine e a Hora do Rei do Baião

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