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terça-feira, 30 de abril de 2019

ASSIM ESCREVO

*Rangel Alves da Costa

Escrevo como se orando estivesse. Acendo uma vela no pensamento e vou passando as contas do rosário no meu olhar. Mas nem tudo que escrevo é sagrado. Sou apenas humano!
Escrevo como se sentisse a necessidade de subir a montanha e de lá, do lato mais alto que houver, então gritar em brados o silêncio aprisionado em mim. Mas nunca vou além daqui!
Escrevo como se faltasse somente a escrita do instante para terminar um grande livro. Mas um livro que nunca acaba, pois sempre retorno ao ponto inicial do que já escrevi. Sempre assim!
Escrevo como na pressa de não permitir que o café esfrie de vez. Mas não há café, não há nada. Há, sim, o medo de que não haja café sempre quentinho para me acompanhar na escrita. Imaginário café!
Escrevo como se precisasse calar o barulho do grilo, como se necessitasse afastar o verme rastejante, como se desejasse destruir o monstro escondido em qualquer lugar. Ou eu ou eles. E nunca sei quem vence!
Escrevo como se as palavras estivessem penduradas em varal e a ventania se aproximando. Preciso recolher, preciso acolher, preciso proteger e dar vida ao que desejo escrever.
Escrevo como se tivesse perante uma ventania, uma tempestade, um vendaval. Tudo tão solto e tão disperso, tudo tão entregue à sorte doa caso. As palavras não podem ficar à mercê dos infortúnios!
Escrevo como se somente algumas palavras ainda me restassem. Das muitas que eu já tive, do muito que eu já escrevi, de repente me vejo escasso daquilo que mais aprendi a amar. Por isso a escrita no que ainda me resta!


Escrevo como se catasse grão a grão o que jaz espalhado pelo chão. Escrevo como se colhesse do que na terra vingou, aquilo que ainda sirva como alimento ao espírito e à alma. E aquilo que me venha como alento ante um mundo sem palavras.
Escrevo com sede e com fome. Escrevo faminto e voraz. Escrevo sedento e mortificado pela falta da escrita derramada como salvação. Escrevo com prato e caneca vazios, com boca aberta e estômago fundo e profundo.
Escrevo como o vaga-lume na noite, procurando ser a luz na escuridão. Escrevo como se fosse o pedaço de lua que a nuvem não conseguiu encobrir, e por isso mesmo tenta a todo custo ser a luz maior na pouca luz que ainda há.
Escrevo se estivesse perante o último sopro, perante o último instante, ante o derradeiro agir. Uma pressa medonha que me faz voar, que me faz ser pássaro e horizonte, até que o voo se transforme em pouso forçado.
Escrevo assim. Ou quase assim. Sou levado pelo instante e em determinados momentos escrevo mais. Gosta da escrita na noite, gosto da escrita enquanto chove, gosto da escrita ouvido o silêncio.
E quando não escrevo, então fico me imaginando escrevendo. E é quando escrevo muito mais, pois as ideias surgem de tal forma que eu, acaso tivesse o dom de transportá-las vivas ao papel, não seria somente um escrevinhador, mas sim verdadeiro escritor.
O que verdadeiramente não sou.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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HOMENAGEM AO LIVREIRO CHICO DA UnB, UM OÁSIS DE CULTURA EM BRASÍLIA

Por Luiz Serra

""Ele saiu do Piauí para Brasília em pau de arara. Trabalhou desde criança como vendedor de jornais. Foi lendo as letrinhas miúdas todos os dias que encontrou sua paixão: a literatura. Hoje, o Chico é dono de uma das livrarias mais famosas na cidade. E há 38 anos, conquista fãs na Universidade de Brasília por sua sabedoria e pela vontade de compartilhar conhecimento."

"Começava assim a reportagem que a seis anos ia ao ar no Fantástico - O Show da Vida."

Editor: Livraria do Chico

Muito me contentou a pose do Chiquinho. “A mistura de literatura e história em “O Sertão Anárquico de Lampião”, escrito por Luiz Serra, inspira o leitor a pensar a alma do brasileiro e seus conceitos de violência. Nesta obra, o escritor apresenta sua visão pessoal sobre o sertão de Lampião, "anárquico", considerando as crônicas e os mitos épicos pesquisados.  O Nordeste como foi, e de alguma maneira ainda é. O Sertão Anárquico de Lampião”, de Luiz Serra, você encontra com o Chiquinho.” Registro e comentários da Página da Livraria do Chico.Adquira este livro com o professor Pereira - franpelima@bol.com.br

Um dos mais queridos livreiros e incentivadores da cultura universal, com simplicidade e sabedoria, Chiquinho construiu a sua obra maior: sua livraria.

Excerto para este dia especial:

"Tirai do mundo a mulher e o mundo se transformará em um ermo melancólico. E os deleites, tão-somente, serão o prelúdio do tédio!"
Alexandre Herculano in Eurico, o presbítero.

Nas prateleiras do Chico Borboletas & Lobisomens. Livro fantástico de Hugo Studart, que aborda a história recente do Brasil, com tratativas saídas dos combates na selva entre guerrilheiros do PCdoB e as patrulhas das forças armadas, a dolorosa Guerrilha do Araguaia, até hoje com revelações saídas das sombras do silêncio. Meses antes, Hugo veio-me com amistosa bondade ao me convidar para compor a equipe de revisão histórica de sua extraordinária obra. Em alguns meses de lançado, já na 5a edição pela Francisco Alves. Um best-seller!

Até que um administrador aventou a possibilidade de remover a tradicional Livraria do Chico. Iniciou-se uma mobilização de alunos e professores durante aqueles dias, uma vigília pela manutenção do saber.

No entanto, tal tragédia brasileira acontece em vários pontos do país: Não há terremotos no Brasil, mas há fechamento de livrarias.

Visita ilustre ao Chiquinho. Essa foto foi tirada no dia em que o escritor José Saramago recebeu o título de doutor Honoris Causa pela UnB, em 1997. Marcou ponto no Chiquinho.

Situada no campus da Unb, a pequena e familiar livraria abriga milhares de obras da literatura tanto didáticas quanto clássicas.

O máximo é ir com calma e desbravar todos aqueles milhares de títulos quase escondidos atrás de uma pilastra no ICC Norte.

Jornada de abraço na LIvraria do Chico, nesse dia com a presença do senador Cristovan Buarque.

Cortesia ao Chiquinho de Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio

O tempo passa e sempre na Livraria do Chico respira-se a cultura universal..

“Sempre vale a pena esperar e conferir por que o Chiquinho se destaca como o Livreiro mais querido da UnB.

Mesmo não estando na livraria, pois se ele não está lá com certeza o Nosso Livreiro está procurando um excelente conteúdo literário para apresentar.

Compensa esperar.”
Da fanpage do Chico


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E VOCÊ, ACHA QUE MARIA BONITA CONHECEU TODOS OS IRMÃOS E IRMÃS DE LAMPIÃO?

Por José Mendes Pereira
Colorido pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Livino e Antônio que eram irmãos do capitão Lampião e que participaram do cangaço, Maria Bonita não os conheceu, porque quando ela entrou para ser facínora eles dois já tinham sido assassinados. O Ezequiel Ferreira este sim, ela o conheceu bastante. Apesar dele ter entrado no cangaço muito jovem, mas só foi assassinado após a entrada de Maria Bonita à malta do rei do cangaço Lampião. Por esta razão eu acho que ela o conheceu fisicamente e muito bem psicologicamente.

Escritor João de Sousa Lima 

O escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima disse em: http://cariricangaco.blogspot.com/2009/12/morre-antonio-ferreira-porantonio.html.

Livino Ferreira

"No campo de luta Lampião viu três irmãos morrerem. O primeiro morto em combate foi o Livino Ferreira da Silva no ano de 1925, em um tiroteio acontecido na fazenda baixa do Juá, próximo à cidade de Flores, Pernambuco, com volantes paraibanas comandadas pelos sargentos José Guedes e Cícero de Oliveira. Livino faleceu oito dias após esse tiroteio, com 29 anos de idade.

Antonio Ferreira

O segundo irmão a deixar o mundo dos vivos foi Antonio Ferreira da Silva nascido em 1896 e morto em janeiro de 1927, na fazenda Poço do Ferro, Tacaratu, Pernambuco, propriedade do coronel Ângelo da Jia, 

Coronel Ângelo da Jia

em decorrência de um acidente ocasionado por Luiz Pedro, que disparou sua arma acidentalmente atingindo o próprio amigo.

O cangaceiro Luiz Pedro era do Retiro-Triunfo-PE e era amigo do capitão Lampião desde os tempos da velha guarda

O terceiro e último morto em combate foi Ezequiel Ferreira da Silva o mais jovem irmão, nascido em 1908. Ezequiel passou a acompanhar Lampião em 1927 (após a morte do irmão Antonio), junto com o cunhado Virgínio. Ele tinha o apelido de Ponto Fino, alcunha adquirida pela justeza do seu tiro. 

Sua morte aconteceu em Paulo Afonso, Bahia, no povoado Baixa do Boi, terras pertencentes na época a santo Antonio da Glória do curral dos Bois.


O tenente Arsênio Alves de Souza chegou ás imediações do povoado Riacho com uma volante composta por aproximadamente 20 soldados e tendo como guia os dois irmãos Aurélio e Joví, que eram fugitivos da cadeia de Glória, preso pelo inspetor de quarteirão, o senhor Pedro Gomes de Sá, pai da cangaceira Durvinha. 


A volante chegou ao povoado riacho no dia 23 de abril de 1931, trazendo entre seu aparato bélico uma metralhadora Hotchkiss. O primeiro contato do tenente no lugar foi com Zé Pretinho e o jovem foi forçado a seguir com os policiais. Cruzaram o terreiro de dona generosa Gomes de Sá, coiteira de Lampião e foram armar acampamento na Lagoa do Mel, um tanque construído por Antonio Chiquinho". 

Foto de João Ferreira dos Santos - facebook

No meu entender Maria Bonita teve contato apenas com Ezequiel Ferreira da Silva, mais o João Ferreira dos Santos acho, não comprovo isso sobre o último, mas digo, pelo fato do João Ferreira "o único irmão de Lampião que não fez parte do cangaço", ter morado em Propriá, no Estado de Sergipe, e lá, o capitão Lampião casou e batizou sem desordens. É tanto que, mesmo não tendo feito nada foi pego de surpresa e morto na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe. 

Padre Cícero Romão Batista

É impossível que Maria Bonita tenha conhecido as irmãs do capitão Lampião, porque no tempo em que ela entrou para o cangaço as irmãs do rei residiam na cidade do Juazeiro do Norte, sobre os olhares do padre Cícero Romão Batista. 


Atenção: O que escreveu o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima é mais do que real. Agora, o que eu escrevi e se você acha que não bate com as informações dos escritores e pesquisadores do cangaço não use na literatura lampiônica. São apenas as minhas tentativas de descobertas sobre amizades entre a irmandade de Lampião com a irmandade de Maria Bonita.

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