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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O GATO NO CANGAÇO / GATO E SUA MULHER INACINHA

 https://www.youtube.com/watch?v=vwJgBCZ8xBU&ab_channel=Hist%C3%B3riasDoNordeste

Olá pessoal... Mais um Vídeo!!! Obrigado por nos acompanhar e curtir nossos conteúdos. Não esqueça de inscrever-se. ............................................................... Música Enquanto Houver Saudade / Orlando Silva https://youtu.be/UbrsdYtqIZY ............................................................... " O seu José é um estudioso e admirador do cangaço. Nesse canal você irá aprender muitas coisas sobre o nordeste em especial sobre os cangaceiros. Irá ouvir as opiniões e análises que meu avô faz com tanto brilho e descrição sobre todos os assuntos por ele escolhidos e por vocês pedidos. " Douglas A. Nascimento.

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MARIA BONITA | SHOW DA HISTÓRIA

Por Canal Futura 

https://www.youtube.com/watch?v=l748yrN67u8&ab_channel=CanalFutura

A convidada do episódio de hoje foi a primeira mulher a se juntar a um grupo de cangaceiros, foge de um casamento infeliz para se juntar ao Rei do Cangaço, Lampião. Ela é Maria Bonita. Conteúdos do Canal Futura na íntegra estão no Futura Play, acesse aqui: https://goo.gl/Quh7m5 Saiba tudo sobre o Canal Futura: https://goo.gl/qauKIZ Siga nosso Twitter: https://twitter.com/canalfutura Curta nossa página no Facebook: www.facebook.com/canalfuturaoficial Assista na sua TV: SKY – Canal 434 (HD) ou Canal 34 NET e CLARO TV – Canal 534 (HD) ou 34 VIVO – Canal 68 (HD) (e também na fibra ótica no canal 24) OI TV – Canal 35

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“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”

 


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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O VELHO DO GATO

 Clerisvaldo B. Chagas, 28/29 de dezembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.440

 





O homem de avançada idade morava na serra do Gugi, no município de Santana do Ipanema, segundo crônica do saudoso escritor santanense Oscar Silva. Aos sábados, dia de feira semanal, o matuto da serra hospedava-se na casa da avó de Silva, flandreleira Josefina, cuja residência ficava defronte a casa dos meus pais. As conversas do homem sempre giravam em torno das suas proezas sexuais. Uns acreditavam outros não. Estamos falando das décadas de 20 ou 30, narradas por Oscar. Certo dia o pessoal que o ouvia teve a prova dos noves. Surpresa! O matuto da serra iria se casar. Casou. Todos ficaram atentos ao desenrolar dos fatos. Em menos de quinze dias, a idosa com quem se casara abandonou a casa. Os curiosos procuraram o motivo e a própria ex-esposa contou tudo.

Segundo ela, o vigor do velho era impressionante e como o casamento parecia brincadeira, ela correra de casa por conta do velho tarado. “Vá procurar as bestas das grotas para as suas safadezas, seu velho sem-vergonha!”. Contara a frustrada velhinha. O zunzunzum foi grande desde à serra do Gugi às feiras dos sábados de Santana.

Já na minha adolescência surgiu um velho também da serra do Gugi que eu o apelidei de Velho do Gato, nem me lembro mais o motivo. O velho do gato andava sempre com um saco às costas, tinha a cara toda enrugada, um bom humor incrível e uma agilidade comprovada.  Comprava retalhos em nossa loja para vender na serra e em outros lugares.  Vez em quando pulava rápido como quem estava se defendendo de algum ataque e colocava a mão sob a camisa, num gesto de defesa ao puxar uma faca inexistente.

Pois o velho do gato, lembrava exatamente o personagem da crônica de Oscar. Foi não foi, puxava conversa sobre seu vigor sexual e falava de paixão por um tal Gedalva que vivia a paquerar. Impressionava-me a coincidência em ser ambos os idosos da serra do Gugi, a maior altitude do município. Seriam os ares da serra que contribuiriam para a longevidade sexual dos seus habitantes? Tá aí uma teoria para quem gosta de pesquisar nesses caminhos. Nesse caso, nunca vim a saber se o velho do gato chegou a casar com a sua Gedalva. Nunca mais soube de nada sobre ele, nem se procurava as bestas das grotas como mandara a esposa do primeiro.

A serra do Gugi continua lá a 12 quilômetros da cidade. Entretanto nem sei informar se ainda fornece velhotes assanhados para o município de Santana do Ipanema. (FOTO: B. Chagas).



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VÍDEO..!

https://www.youtube.com/watch?v=XIlMRr6Vzmc&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

O cemitério da Serra Vermelha..!

Nele, estão enterrados, o inimigo nº. 1 de Lampião, o senhor. Zé Saturnino e outros personagens, inclusive, o grande rastejador BATOQUE.

Fonte: Cangaçologia/Youtube

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UM ADVOGADO RECÉM-FORMADO

Por José Mendes Pereira

Óbvio que o ser humano é cheio de suas macaquices, uns mais, outros menos, mas tudo isso dentro das suas possibilidades, nunca além.

Como as faculdades têm formados muitos advogados e todos os anos eles são jogados ao mercado de trabalho, isto é, na sua área, se andar pelas ruas de Mossoró uma casa outra não tem um advogado. Mas se você voltar pela mesma rua, todas as casas têm um advogado. Como em todas as atividades Mossoró tem advogados de sobras, e bons, não menosprezando as demais cidades.

Um advogado de Mossoró assim que terminou a sua faculdade de direito cuidou de abrir o seu gabinete de advocacia tão desejado. Tudo prontinho, tudo certinho e nos seus devidos lugares, sala bem arejada, birô do mais sofisticado para a época, caneta folheada a ouro, filtro do mais moderno, porque na época ainda não existia o gelágua (bebedouro), mas servia a água gelada, bureal (escrivaninha) para a secretária, cuja, era uma verdadeira beleza, linda, que ao entrar em seu gabinete, o cliente ao se deparar com ela, não queria mais sair do seu escritório.

Nesse dia, o futuro famoso advogado recebeu o primeiro cliente em seu tão sonhado gabinete. E quem o encaminhou à sua presença foi a bela secretária.

- Sente-se, senhor. Ele atenderá já - disse ela apontando com o dedo o sofá para que ele se acomodasse.

- Muito obrigado, jovem!

O futuro advogado estava no telefone (ainda era telefone convencional) em ligação não sei com quem, e vez por outra, ele espalmava uma das mãos em direção ao seu primeiro cliente, dizendo que esperasse um pouquinho, logo o atenderia.

Terminado a sua ligação, perguntou ao cliente:

- Pode dizer meu querido amigo, qual é a questão que o senhor está querendo que eu a resolva?

- Não senhor, eu não tenho causa para ser resolvida na justiça...

- E o que o trouxe até aqui no meu gabinete, amigão? - perguntou o advogado.

- Eu trabalho para a Telern, Doutor. Eu vim ligar o seu telefone.

O grande advogado não sabia que aquele senhor era um funcionário da Telern e estava ali para ligar o seu telefone através dos fios dos postes No momento ele estava querendo se mostrar, como se o telefone estivesse já ligado. Que coisa engraçada, hein! Mas isso faz parte do ser humano. Cada um como Deus ou a natureza o fez.

Na época, o serviço telefônico era prestado pela "Telern" e posteriormente a empresa mudou de razão social para "Telemar".

Fotos

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SEM MEDO

 *Rangel Alves da Costa

Perdoa-me, mundo, perdoa-me, mas o que venho aqui confessar será em teu nome, roubando de ti as palavras e os sentimentos, porém de modo a dizer verdades que jamais tiveste coragem de dizer, ainda que tudo isso tivesse vindo, nos passos do tempo, afligindo o teu coração e tuas entranhas. De início, confesso que te compreendo. Sim, eu compreendo o temor em expressar a verdade. Sei muito bem o quanto é perigoso e temerário apontar o dedo e dizer: Você errou, você está errado! Contudo, em teu nome confessarei, e começando por instintos meus - e que são de todos -, que me alegram por dentro e por fora ganham, por conveniência social, uma feição de asco e ojeriza. Sou mentiroso. Somos mentirosos. Desdenhamos de tudo que não nos traga proveito. O preconceito e a discriminação são tão nossos que deitam e acordam no nosso leito. “Você é pobre, é preto, é vagabundo”. “E por ser preto e pobre, você não passa de um marginal!”. Estarei mentindo quando, silenciosamente, dizemos isto por dentro? Estou mentindo sim, pois também digo isso por fora. Quando não falamos, nossos olhares tomam as palavras para negar o outro, para sentir medo e nojo, para se distanciar, para não querer nem chegar perto. Estarei mentindo quando eu vejo em cada olhar uma balança de julgamento, um punhal afiado pronto para sagrar, uma fogueira ardente para sobre ela derramar todo aquele que julgamos a nós inferiores e, portanto, desprezíveis?

Enquanto mundo, o mundo cala, aceita, consente. Contudo, é a omissão na verdade que faz com que o imprestável prospere e o mal tenha garantida semeadura. Mas tomei tuas palavras sem medo, e para expressar realidades que se ocultam nos cortinados sociais e nas máscaras da aceitação por conveniência. Creio que se tivesse coragem diria a verdade sobre a justiça, sobre os juízes, sobre o direito, sobre o aparato judicial. Que vergonha tudo isso! Sentenças compradas, sentenças vendidas, julgamentos infames, decisões baseadas em leis inexistentes, liminares protegendo o crime e os criminosos, togas enlameadas, órgãos julgadores putrefatos e endeusados bandidos. Ora, mas não é a justiça que condena o ladrão de galinha e deixa em liberdade o ladrão de milhões? Ora, não é a justiça que rasga as leis no instinto de proteger os protegidos e endinheirados? É esta mesma justiça que encarecera e depois esquece o pobre, do preto, do mero acusado, mas deixa solto o bandido do alto escalão. A justiça que é uma fábrica de marginais, de reclusos apinhados em lixões, mas que depois supõem uma ressocialização. Ademais, a lei só é rigidamente aplicada quando é para condenar o pobre, o preto, o já condenado pelo próprio mundo. Diferente ocorre no julgamento do poderoso. Então todo um vergonhoso aparato começa a surgir. Surge a hermenêutica, a analogia, a discricionariedade da lei, a jurisprudência forjada, o livre convencimento do julgador, etc., etc. E tudo para encontrar brechas para dizer que o crime não foi crime. E principalmente para dizer que o acusado até santo é.

Então, mundo, são coisas assim que não costumo engolir, ainda que eu saiba que são poucos os que pensam iguais a mim. Mas são poucos os que encaram a realidade com os olhos e a voz da verdade. A muitos, ao invés da verdade, o que lhes alimenta parece ser somente a omissão, a ideologia barata, a mentira, o fanatismo. Um povo que gosta de ser cuspido não é povo, mas uma escória. Uma gente que gosta de apanhar na cara não é gente, mas massa de manobra. Uma sociedade que elege o modismo, a safadeza e o imprestável, como modo de condução de suas vidas, não é sociedade, e sim um deplorável bordel. Diógenes, o filósofo que vivia procurando um honesto com uma lanterna, jamais encontraria seu objetivo. Por outro lado, demasiado fácil encontrar os antros de roubalheira, de corrupção, de desonestidade. Entanto isso, os humilhados continuam aplaudindo seus algozes.

 
Escritor
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ANTÔNIO DA PIÇARRA E O CANGAÇO - O CANGAÇO NA LITERATURA - #293

https://www.youtube.com/watch?v=IBN5Cnoukj8&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura 

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CEARÁ FOI O REFÚGIO SEGURO DE LAMPIÃO

 

Perseguido intensamente em Pernambuco, Alagoas e Bahia, o cangaceiro desfrutava de abrigo em território cearense. Resultado da omissão de políticos, da conivência de policiais e de rede de apoios que ia de vaqueiros a fazendeiros, passando pelo clero

Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi a maior cidade atacada por Virgolino Ferreira da Silva. Sua ação mais ousada - e sua maior derrota. O bando de Lampião encontrou feroz resistência e, após cerca de uma hora e meia de combate, bateu em retirada. Na fuga, dirigiram-se ao Ceará. Em 15 de junho de 1927, chegaram a Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, Ceará, dois dias após deixarem de Mossoró. Lampião enviou mensageiro para avisar de sua chegada. A polícia, então, deixou a cidade. O bando entrou em Limoeiro dando vivas ao governador José Moreira da Rocha e ao padre Cícero Romão Batista, de quem Virgolino era devoto. Os chefes políticos mataram um boi para recepcionar os bandidos. O bando comeu, fez orações. A contribuição em dinheiro foi acertada com os líderes locais. Após o pagamento, o bando de Lampião se retirou.

De todos os Estados nos quais esteve, o Ceará foi, de longe, o que menos sofreu com a violência imposta por Lampião. Ele dizia textualmente que preservava o território. O motivo principal era o padre Cícero. Além disso, tinha boas relações com políticos e a polícia local não costumava importuná-lo. Possuia também importantes aliados. Diante dessa equação, praticamente não há registro de episódios de violência relevantes provocados por Virgolino no Estado.

Na época do ataque a Mossoró, estava em curso em Pernambuco a maior e mais eficaz campanha jamais realizada contra o cangaço. A perseguição em Alagoas também havia se intensificado. Antes da maior cidade do interior potiguar, Lampião atacou o norte da Paraíba, onde nunca havia atuado. Buscava territórios onde tivesse circulação mais fácil. Esse foi o contexto que o levou a Mossoró, em 13 de junho de 1927. Foi a cidade mais ao norte que atacou em toda sua trajetória. Diante da resistência encontrada no Rio Grande do Norte, fugiu para o Ceará.

Visitou frequentemente o Estado quando procurava descanso ou a perseguição crescia em outros lugares. Em outubro de 1925, por exemplo, o bando foi visto em Mauriti, onde fizeram compras na feira e pagaram tudo que consumiram. Como as passagens eram pacíficas, é provável que tenha visitado o Ceará em muitas ocasiões sem que se tenha tido notícia - eram os episódios de violência que faziam com que circulassem as notícias de sua presença.

Padre Cícero

No Ceará, em geral, isso só ocorria quando havia passagens marcantes. Caso de março de 1926, quando chegou a Juazeiro do Norte. Havia recebido convite do deputado federal cearense Floro Bartolomeu para integrar os Batalhões Patrióticos, formados para combater a Coluna Prestes. Foi recebido pelo padre Cícero, no encontro que reuniu duas das personalidades mais emblemáticas da história dos sertões. A pedido do sacerdote, Pedro de Albuquerque Uchôa, inspetor agrônomo do Ministério da Agricultura e única autoridade federal em quilômetros, assinou numa folha de papel almaço documento dando a Virgolino a patente de capitão dos Batalhões Patrióticos. Os cangaceiros desfrutaram da estada e foram alvos da curiosidade popular. Muitos familiares de Virgolino haviam se mudado para a cidade que já então era uma Meca dos sertões. Lá fizeram a última foto de família.

Ao irem embora, receberam armas, munições e a promessa de trânsito livre. Em Pernambuco, porém, a polícia os perseguiu. O status de capitão dos Batalhões não foi reconhecido. Em pouco tempo, o bando estava novamente envolvido em violência.

No ano seguinte, pouco antes do ataque a Mossoró, em maio de 1927, Lampião esteve de novo no Ceará. Foi a Aurora e, conforme noticiaram os jornais, teve encontro e tomou café com o chefe de Polícia. No mês seguinte, já ao deixar Limoeiro do Norte, Lampião tomava a direção de Aurora quando foi alvo de inesperada hostilidade de policiais cearenses. Aparentemente, tomavam as dores do ataque a Mossoró, sobretudo pelo ataque tem ocorrido tão perto e em cidade tão ligada ao Estado. Os cangaceiros ficaram acuados e quase sem comida, mas conseguiram escapar, em episódio que rendeu duas críticas aos policiais cearenses e sérios questionamentos por parte das tropas de outros estados.

Mesmo sem a repressão ter sido bem-sucedida, a inusual hostilidade em território cearense parece ter sido determinante para uma guinada na trajetória de Lampião - e dos sertões. Em 21 de agosto de 1928, numa canoa, ele cruzou o São Francisco. A região ao sul do Rio se tornaria a base de suas operações dali em diante. O cangaço na Bahia conheceria nova era. E Lampião passou a ter como refúgio preferencial outro estado: Sergipe, onde um de seus protetores seria o médico e capitão do Exército Eronides de Carvalho, com quem Virgolino se encontrou ao menos uma vez. Em meados dos anos 1930, Eronides se tornou governador.

Paradoxalmente, Lampião veio a morrer justo em Sergipe. Mas, pelas mãos da polícia alagoana.

[VIDEO2] 

 https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2018/07/ceara-foi-o-refugio-seguro-de-lampiao.html#:~:text=De%20todos%20os%20estados%20nos,local%20n%C3%A3o%20costumava%20importun%C3%A1%2Dlo.

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