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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

LANÇAMENTO DO LIVRO...


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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CANGACEIROS DO SÉCULO XXI

https://www.youtube.com/watch?v=IR4iPeo4Urc&feature=player_embedded

Publicado em 21 de out de 2017

LAMPIÃO DO SÉCULO XXI - No Centenário de Nazaré do Pico, Floresta/PE. - Quirino Silva, Paulo George e Célia Maria, cangaceiros estilizados divulgando a Cultura Nordestina. Vídeo Produção independente de Verluce Ferraz - no Cariri Cangaço.
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GRANDE FESTA DA CULTURA POTIGUAR NA PRÓXIMA SEGUNDA

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14ª edição do Troféu Cultura promete grande festa de celebração da arte local no palco do Teatro Riachuelo

A única premiação potiguar que abarca todas as manifestações artísticas está confirmada para 2017 e acontece já na próxima segunda-feira (18), no palco do Teatro Riachuelo. A festa do Troféu Cultura será totalmente aberta ao público e conta com apoio do Governo do Estado, através da Fundação José Augusto.
Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro Riachuelo até às 18h, a partir desta quinta-feira (a confirmar!), bastando apenas apresentar sua identidade. Estarão disponibilizados aproximadamente 1000 assentos ao público. O início da cerimônia está agendado às 18h com duração aproximada de 3h de muita celebração.
O público, artistas e imprensa serão recepcionados já na entrada no Teatro com apresentação luxuosa da cantora Carmen Pradella e banda. Já no palco, a Orquestra Sinfônica do RN dará início à cerimônia, seguida por apresentação da Companhia de Dança do Teatro Alberto Maranhão, com encenação de um pas de deux(dança de casal).
A tradição e a vanguarda nortearão as intervenções artísticas apresentadas entre os anúncios dos vencedores em cada uma das 14 categorias do Troféu Cultura, que este ano recebe o nome do artista plástico Dorian Gray Caldas. O grande homenageado desta edição do Troféu, pelo conjunto da obra, será o intelectual potiguar e pesquisador Claudio Galvão.
Claudio Galvão -
O intelectual potiguar e pesquisador Claudio Galvão.
VOTAÇÃO E RESULTADOS
Um júri de notória capacidade artística e composto por duas pessoas, escolhido pela produção do evento, selecionou os cinco indicados nas 13 categorias do prêmio. E a coordenação do prêmio definiu os cinco que disputarão o Artista do Ano 2017. Depois foi o público quem votou para escolher o vencedor em cada categoria.
O sistema de votação esteve abrigado no site Papo Cultura, que estreou em fevereiro deste ano e já conquistou a empatia da classe artística com a divulgação de agenda cultural, crônicas e críticas da cena local. Foi instalado, este ano, um sistema ainda mais seguro para garantir apenas um voto por CPF e conferir legitimidade ao processo.
Patrocínios e apoios
Além do apoio da Fundação José Augusto, o projeto Troféu Cultura 2017 recebeu aprovação nas duas leis de incentivo vigentes: o Programa Djalma Maranhão (municipal) e a Lei Câmara Cascudo (estadual). E conseguiu captar recursos junto à Cosern Neoenergia, Unimed, Hospital do Coração e Comjol, além do apoio cultural da Suvinil e Mercedes Benz.
Categorias em disputa
Destaque no Audiovisual, Destaque na Literatura, Melhor Fotógrafo(a), Melhor Artista Visual, Melhor Produtor(a) Cultural, Melhor Espetáculo de Dança, Melhor Show, Melhor Banda, Melhor Cantor, Melhor Cantora, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Espetáculo de Teatro, e Artista do Ano.
Papo Cultura Assessoria de Imprensa
https://tokdehistoria.com.br/2017/12/16/20866/
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O MEMORIAL E A MEMÓRIA DE ALCINO ALVES COSTA


Por Rangel Alves da Costa

Neste sábado, dia 16 de dezembro de 2017, foi inaugurada a Sala Arte da Terra do Memorial Alcino Alves Costa, na cidade de Poço Redondo, no Alto Sertão Sergipano do São Francisco. A referida sala, um espaço privilegiado para exposição permanente de toda produção literária e artesanal dos filhos de Poço Redondo, demonstra bem a amplitude alcançada pelo Memorial e os seus objetivos amplos de preservação e disseminação da história, da cultura e das tradições sertanejas.

O Memorial Alcino Alves Costa, como é da sabença de parte da população sertaneja, é um espaço histórico-cultural, fundado no mesmo local de residência do saudoso homenageado Alcino Alves Costa e de sua esposa Dona Peta, e inicialmente criado para a preservação do acervo do político, ex-prefeito (em três gestões), pesquisador do sertão e da saga nordestina, renomado escritor, compositor, poeta e radialista, falecido em 1º de novembro de 2012.

Caipira do Poço Redondo, Alcino Alves Costa

Como dito, Alcino foi prefeito por três vezes, sem que houvesse naquela época reeleição. Eleito pela primeira vez aos 26 anos, Alcino administrou Poço Redondo de 1967 a 1970, de 1973 a 1976 e de 1983 a 1988. Possuía apenas 42 anos de idade quando iniciou sua última gestão. Apaixonado pela autêntica música de raiz, nascida na viola de pinho e na letra cheirando a terra e a sertão, durante muitos anos apresentou, nas tardes dos sábados pela Rádio Xingó FM, de Canindé de São Francisco, o programa “Sertão, Viola e Amor”. 

Enquanto compositor, de sua autoria são “Seca desalmada” e “No sertão tudo mudou” (interpretadas por Clemilda), “Sertanejo de valor” (Ozano e Ozanito), “Morrendo de amor”, (Adalto e Adailton) “Garça Branca da serra” (Dino Franco e Mouraí) e “Sertão, viola e amor”, “Desencanto da natureza” e “Nuvens brancas do sertão”, (Dino Franco e Fandangueiro), dentre outras composições e intérpretes. A dupla poço-redondense Babá e Júlio também gravaram músicas de Alcino: Saudade de Amigo (lágrimas por Zé de Julião) e Adeus Velha Canindé, dentre outras.

Família Cariri Cangaço no Memorial Alcino Alves Costa em Setembro de 2017
Manoel Severo e Rangel Alves da Costa

Sobressaiu-se no mundo da escrita com as seguintes obras: “Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico”, “O Sertão de Lampião” e “Lampião em Sergipe”, que se tornaram referências necessárias na bibliografia nacional, e ainda: “Maria do Sertão” (primeiro livro escrito), “Poço Redondo – A Saga de Um Povo”, “Canindé do São Francisco – Seu Povo e Sua História”. “Sertão, Viola e Amor”, “Preces ao Velho Chico” e “Saudação a Paulo Gastão”. Ao falecer, deixou um grande número de obras inéditas e que serão futuramente publicadas. Dentre tais obras estão “João dos Santos – O Caçador da Curituba”, “Canoas – O Caminho Pelas Águas”, “Lendas e Mistérios do Sertão”, “Vaqueiro, Cavalo e Boi”, “Santa Rosa do Ermírio”, além de diversos rascunhos e estudos inacabados acerca do cangaço.

Alcino é patrono da Cadeira nº 1 da Academia Gloriense de Letras (AGL), é patrono da Academia de Letras do Amplo Sertão Sergipano (ALAS), é patrono do Conselho Consultivo do Cariri Cangaço. Era membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), sócio honorário do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e membro do seminário permanente Cariri Cangaço, além de palestrante em diversos eventos de renomadas instituições. Em setembro de 2011, no município de Barbalha/CE, foi homenageado com uma placa distintiva outorgada pela Comunidade Lampião – Grande Rei do Cangaço e pelo blog Lampião Aceso, como “Reconhecimento por sua valiosa contribuição à cultura nordestina, e, em especial, aos estudos e preservação da memória do cangaço”. Em fevereiro de 2012, o evento II Arena de Arte e Cultura, promovido pela Prefeitura de Nossa Senhora da Glória/SE, homenageou-o como expoente da cultura e da memória sertaneja. Atualmente, a principal avenida de Poço Redondo possui o seu nome.

O Memorial inicialmente surgiu, pois, objetivando preservar a memória de Alcino, através de seu acervo, para depois ser ampliado e passar a ser livro aberto sobre a história sertaneja e nordestina. Atualmente, além do acervo primitivo, também biblioteca, sala para exposição permanente da arte local, sala de palestras, bem como elementos e objetos que foram incorporados para, num só local, contar a história de um povo e de uma terra desde suas raízes. A face de Alcino e daquilo que ele verdadeiramente amava: o sertão.

Rangel Alves da Costa, Pesquisador, escritor e poeta
Conselheiro do Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2017/12/o-memorial-e-memoria-de-alcino-alves.html

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LAMPIÃO E NEGO TIBÚRCIO

Por Paulo George

Em janeiro de 1924, Lampião ataca seu inimigo "Nego Tibúrcio", cabra ligado diretamente a Zé Saturnino, pegando em armas junto ao seu amigo Zé Saturnino, contra Lampião (ainda Virgulino), junto com seus irmãos, Levino e Antonio. "Nego Tibúrcio" não podendo pegar Lampião, incendeia a casa de sua tia Maria José Lopes, deixando Lampião com mais ódio.

Lampião não se conforma em não ter pego o "Nego", quando vem a surpreendê-lo jogando cartas com seus homens em Santa Maria, (atual Tupanaci), e Lampião antes de ataca, pega as canoas e coloca dentro da igreja, pra não vir alguém socorrer Tibúrcio, e lá, acontece um tremendo tiroteio, em que "Nego Tibúrcio" perde um dos melhores cabras de imediato, o cabra José Valério.

Vendo que as balas eram inúteis contra uma fera experimentada, como aquela que estava enfrentando, Lampião coloca fogo na casa-trincheira do inimigo, obrigando Tibúrcio a saltar fora, já baleado, caindo no rio Pajeú, com o corpo em chamas.

Vendo seu inimigo tombar morto dentro d'água, grita:

"Acabou-se tua fama hoje, Nego Tibúrcio".


Lampião pega as canoas que estavam dentro da igreja, e manda os cabras resgatá-lo, com bebida e dança comemora a morte do seu grande inimigo.

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ADEUS, CORETO!

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

O tempo somado a falta de cuidado, compromisso e zelo pela coisa pública e/ou coisa do povo, comprada e paga com dinheiro do povo, levou a extinção da Filarmônica São José, que apresentava seus concertos para as gerações envolvidas e naturais e/ou residentes em nosso torrão municipal e o mesmo destino está acontecendo por vontade humana da gestão passante o uso público do “coreto” e/ou “pires” da atual Praça João Pessoa... sic, alugado e/ou cedido a uma empresa privada ali instalada e comercializando seus produtos... por incrível que pareça o “coreto” ali existente é o único lugar de nossa Terra que o povo não precisava marcar audiência para ser recebido  e nem para ser expulso...e que se encontrava de portas abertas os 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias do ano, que chovesse e/ou fizesse sol, não importava se fosse de dia, de noite e/ou de madrugada... dia santo e/ou de carnaval... que tivesse morrido um rico e/ou um pobre...branco e/ou negro... doutor e/ou analfabeto... era a única casa cheia de gente com perfume para todos os gostos...

(Francisco de Paula Melo Aguiar – 17/12/2017)

Para inicio de conversa passamos a tentar definir o termo epistemologia como sendo substantivo feminino à luz do saber culto da língua portuguesa falada no Brasil. Podemos também dizer que filo é a reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do saber ou conhecimento humano, especialmente nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo e/ou da teoria do conhecimento. E também podemos dizer que é o estudo freqüente dos postulados, das conclusões e dos métodos que envolvem os diferentes ramos do saber cientifico e/ou das teorias e práticas em geral, desde que avaliadas em sua validade cognitiva e/ou descritas em suas trajetórias e/ou caminhos evolutivos, seus paradigmas, caminhos, maneiras, métodos e/ou desenhos estruturais e/ou suas relações com a sociedade e a história e/ou teoria da ciência.  E até porque não existe apenas uma definição sobre o referido termo, tudo vai depender das circunstâncias históricas, filosóficas e ideológicas. É até porque é demais movediço se querer dar apenas um sentido ou definição aquilo que costumamos chamar de coreto de uma cidade grande, pequena, vila, povoado, lugarejo... Não importa ser uma megalópole e/ou macrometrópole, como por exemplo, o espaço urbano de grandes dimensões em torno de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Recife, da grande João Pessoa, assim como também em torno de Paris, de Nova York, etc.
           
Portanto, fazer tal investigação etimológica envolvendo o termo “coreto” de uma grande e/ou pequena cidade, requer um complexo conhecimento de teorias de cunho e espírito científico, além de ter a mente aberta, livre de preconceitos e/ou teorias escolásticas ¹.  
           
O termo “coreto” quer dizer que é uma cobertura edificada ao ar livre, em jardins e praças, com a finalidade de abrigar apresentação de bandas musicais quando da exibição pública em concertos para a população de um certo e determinado lugar. De cantorias e de cantores, porque quem canta seus males espantam... Faz parte da vida e do cotidiano do povo e de sua cultura. O que não deixa de ser um lugar sempre envolvido por festas profanas e romarias, que representam alegrias e tristezas nacionais, estaduais e municipais. É um lugar público destinado ao povo de todas as classes socais para manter a dialética cognitiva das noticias nacionais, estaduais e locais. O que por si só o “coreto” é o lugar de tudo e de todos, independentemente da classe social, da religiosidade, da ideologia política, filosófica, sociológica, antropológica, literária, etc. Serve também de local de amparo para todos os transeuntes da nação, do estado e da cidade, contra chuva, sol e sereno. Serve até de abrigo diurno e noturno para quem não tem onde por a cabeça e muito menos descansar o corpo limpo e/ou sujo das intempéries do tempo e da vida ganha e/ou perdida diante da corrupção do corpo e da alma de cada vivente e de seus grandes e pequenos e/ou minúsculos governantes federais, estaduais e municipais...
           
O povo vive feliz ao mesmo tempo em que vive infeliz, tudo é muito relativo, daí porque não se deve tirar do povo o circo, pão e vinho, por analogia ao Império Romano, o Brasil mantém os programas sociais: bolsa escola, bolsa família, vale gás, minha casa minha vida, etc., tudo isso é filme que já foi passado no cinema, na televisão e na internet, antes de tais redes sociais e de comunicações existirem na fase da terra, nem por isso tais informações não deixaram de ser transmitidas de geração em geração via o boca a boca do povo.
            
O Brasil foi “achado” e/ou “descoberto” pelo Império Português, não importa qual a teoria da fundação de nosso país, importa que ele existe de fato e de direito. O “coreto” é uma instituição pública encontrada praticamente em todas as povoações e cidades de Portugal, principalmente perto de igrejas e/ou capelas nos centros urbanos. É um ambiente usado para festas políticas partidárias, religiosas, culturais, etc. Isso é inegável. Talvez tenha sido esse o costume de nossa gente ter herdado culturalmente de Portugal em ter um “coreto” em quase todas as cidades do Brasil afora. E até porque é o local de se botar o papo político, social, familiar, religioso e da própria vida alheia em dia...
          
O Rio de Janeiro continua lindo, assim como é lindo o seu primeiro “coreto” inaugurado em 21 de junho de 1903, na famosa Praça XV de Novembro, em pleno centro da cidade maravilhosa, local de grandes concertos musicais desde sua instalação, a exemplo da apresentação da Banda de Música da Marinha do Brasil.
          
Outros afirmam de que o termo “coreto”, vem da Itália que o escreve assim “coretto”, dando inclusive sentido ao surgimento significativo de que também pode ser chamado de “tribuna”, algo também parecido com o “coro da igreja”. É por esse motivo que tem muita gente que defende a ideia de que o termo “coreto”, tem origem no termo “coro”, adicionado o sufixo diminutivo “eto”, o que quer dizer pequeno coro.
          
Desde criança que aprendemos com nossos pais, avós, parentes e professores de que o “coro” de uma igreja é formado por um estrado e/ou seja uma parte alta, simbolizando uma espécie de “palanque”, em cujo local, os padres, os membros das congregações religiosas, os seminaristas futuros padres, faziam suas rezas e/ou orações diurnas e noturnas. É também o local reservado, mais alto e/ou de destaque nas igrejas grandes e/ou pequenas pelo mundo afora para tocar e cantar, por isso o “coro” é o local mais alto da igreja é também assim chamado o conjunto de pessoas que tocam e cantam nas celebrações litúrgicas.  Portanto, temos o “coro” local de destaque para cantar e tocar, e o “coro” de pessoas que cantam e tocam... A música é a única língua que tem linguagem universal porque é compreendida por todos de qualquer idioma, música é música em qualquer parte do mundo
            
Por outro lado, ressaltamos de que o termo “coro” é também a zona e/ou local da igreja que tem fileiras de cadeiras fixas no pavimento da chamada capela-mor, onde os padres se sentam para suas orações diárias e/ou noturnas. E isso é concebível porque o termo “khoros” é de origem grega, que passou a ser chamado de “choru” e/ou dança na língua latina, idioma oficial da Igreja Católica Apostólica Romana.
            
Ao nosso modo de absolver as coisas, apareceu e/ou teve origem ai uma espécie de luta envolvendo as influências francesas, o liberalismo e suas ligações com a romanização cultural.
            
Na língua francesa o termo “coreto” é chamado de “Pavillon de musique”, e/ou “Tribune de musiciens”, tempos depois, bem como a partir da literatura textual dos séculos XIX  e bem assim no início do século XX, surge também com o significado de “Kiosque à Musique”, já estivesse sendo assim usado naquela época.
            
É possível de que o “coreto” tenha surgido na Inglaterra nos meados do século XVIII, muito antes mesmo da Revolução Francesa, onde era chamado de “bandstand” e/ou simplesmente de “band”, significando banda e/ou orquestra de música e “stand”, como sendo tribuna e/ou estrado público, dentre outras denominações.
            
Na Espanha, o termo “coreto” é chamado de “tablado para tocar bandas de música” e/ou de “pequeno coro” e/ou de “templete” e/ou seja diminutivo da palavra “templo”, assim como “pavilhão” e/ou o popular “quiosque”, até então já conhecido.
           
Ressaltamos também de que  “coreto”, enquanto o termo em língua alemã é “musikpavillon”, no sentido de “pavilhão da música”.
             
E Santa Rita, a nossa querida “Terra dos Canaviais”, das “Águas Minerais”, e “Da Cerâmica”, dentre tantos outros títulos honoríficos de exaltação e de humilhação também, já teve sua Filarmônica São José, que se apresentava no “Coreto” e/ou “Pires” da Praça João Pessoa, que antes de 1932 chamava-se Praça Padre Ferreira, aquele que foi sacerdote de Santa Rita de 1874 até seu falecimento em 1916, que exerceu o cargo de Vice Governador do Estado da Paraíba no período de 1900 a 1904, além de ter sido Presidente do Conselho Municipal de Intendência por diversos mandatos. E a quebra resguardo da Prefeitura Municipal de Santa Rita e/ou Filarmônica São José, através de décadas formou geração em seus quadros de músicos quando a própria UFPB – Universidade Federal da Paraíba, ainda não existia e muito menos existia curso de graduação em música na Paraíba. E o grande palco era o “Coreto” e/ou “Pires” da praça já referida, que inclusive com o passar dos tempos, substituiu o “coreto”, inspirado na arquitetura européia, pela atual construção modernista de cimento armado, que ainda vem sendo mantido pelas administrações que por aqui tem passado ao longo dos tempos...

O tempo somado a falta de cuidado, compromisso e zelo pela coisa pública e/ou coisa do povo, comprada e paga com dinheiro do povo, levou a extinção da Filarmônica São José, que apresentava seus concertos para as gerações envolvidas e naturais e/ou residentes em nosso torrão municipal e o mesmo destino está acontecendo por vontade humana da gestão passante o uso público do “coreto” e/ou “pires” da atual Praça João Pessoa... sic, alugado e/ou cedido a uma empresa privada ali instalada e comercializando seus produtos... por incrível que pareça o “coreto” ali existente é o único lugar de nossa Terra que o povo não precisava marcar audiência para ser recebido  e nem para ser expulso...e que se encontrava de portas abertas os 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias do ano, que chovesse e/ou fizesse sol, não importava se fosse de dia, de noite e/ou de madrugada... dia santo e/ou de carnaval... que tivesse morrido um rico e/ou um pobre...branco e/ou negro... doutor e/ou analfabeto... era a única casa cheia de gente com perfume para todos os gostos...

Os tempos ideológicos, educacionais, políticos e culturais de nossa terra nas duas primeiras décadas do século XXI, esqueceram e/ou não sabem que o “coreto” e/ou “pires”, carinhosamente chamado por todos os santaritenses, de todos os naipes ideológicos, classes sociais e religiosidades é “uma espécie de coro, construído ao ar livre, para concertos musicais” ², é o cartão postal número um da cidade dormitório que estufava o peito para aplaudir as apresentações da Filarmônica São José, durante sua existência. É o local público e livre onde eram recepcionadas as lideranças “perrepistas” e “liberais” nas suas idas e vindas do sertão para a capital da Paraíba e vice versa, na década de 30 do século XX, além de ter recepcionado dentre outras autoridades nacionais: o Presidente JK – Juscelino Kubitschek, os governadores: Flávio Ribeiro Coutinho, Ruy Carneiro, Argemiro de Figueiredo e  por último o Senador Humberto Lucena, então Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, dentre outras autoridades igualmente importantes. Claro! Sem deixar de lado a disputa pelo “coreto” pelas lideranças locais de Heraldo Gadelha, Antônio Teixeira, Egidio Madruga,  Marcus Odilon e seus correligionários durante décadas.
            
O “Coreto” e/ou “Pires” da Praça João Pessoa, no centro de Santa Rita, Estado da Paraíba, continua vivo na memória de nossa gente assim como continua viva a Filarmônica São José, tudo porque:

É a paixão que garante a continuidade. É pior que futebol, porque chega ser  hereditária, passa de pai para filho. Às vezes, o filho pródigo que, se tornando profissional de uma orquestra sinfônica ou de uma banda militar na capital, sempre volta à sua cidade natal para participar da festa da padroeira ou de uma retreta; no coreto da praça principal.(GRANJA; TACUCHIAN, 1984/85 apud CAZAES, 2014, p. 126)3/4

Assim sendo, corroboramos com tal ideal de que na realidade éramos felizes e não sabíamos diante das perdas verificadas pela extinção da Filarmônica São José e por último do fechamento para o povo do espaço público conhecido por “coreto” e/ou “pires” da Praça João Pessoa, no centro de nossa cidade, levando-se em consideração de que os ideais democráticos de “igualdade, liberdade e fraternidade”, advindo da Revolução Francesa, combinado com o principio cantado em verso e prosa de que “a praça, a praça é do povo, como céu é do condor”, do poeta baiano Castro Alves, no bojo do poema: “O POVO AO PODER”, declamado de improviso no dia 30 de setembro de 1866, em um comício que defendia o ideal republicano realizado na cidade de Recife, quando tinha apenas 19 (dezenove) anos de idade, uma verdadeira afronta ao regime adotado pelo Segundo Império Brasileiro, motivo pelo qual o referido comício foi dissolvido na marra e/ou força pela Polícia da Província de Pernambuco, sendo preso o jornalista paraibano Antônio Borges da Fonseca.5/6

O coreto da Praça João Pessoa é o principal arauto público, palanque democrático e popular da cultura do povo de nossa Terra, ex-vi seus encontros culturais, musicais e poéticos ali realizados em praça pública, onde o povo tem e/ou tinha acesso garantido.  A mistura da massa com o erudito ali sempre foi sempre o ponto de congruência e de convivência de nossa gente. E agora por que não é mais? Por que o espaço físico do “coreto” e/ou “pires” está fechado para o povo desde 01 de janeiro de 2017? Por que é mais importante o “coreto” e/ou “pires” alugado e/ou cedido a uma empresa terceirizada do que ocupado pelo povo? O valor do aluguel vale mais do que povo? E se vale, o povo já não o financiou desde sua construção? Nossa gente sabe que o “coreto” e/ou “pires” da Praça João Pessoa serviu de palco das grandes e inesquecíveis manifestações políticas partidárias de todos os naipes ideológicos de nossa Terra, da Paraíba e do Brasil, quando seus grandes líderes por aqui passaram em visita ao solo que nos é comum. Ele é a testemunha viva de nossas transformações sociais, a começar por si mesmo que deixou de ser um ambiente público e acolhedor a tudo e a todos para se transformar em uma mera casa comercial, não importa se de grande e/ou pequena expressão e/ou capital. Não que sejamos contra o surgimento de casas comerciais e muito menos de sua popularização em grande escala para oferecer empregos com abundancia para nossa gente. E até porque o município de Santa Rita desde a conquista da Paraíba que vem ensinando o Brasil a trabalhar em seus engenhos, usinas, fábricas e fabriquetas de fundos de quintal. O povo é maior do que empresa de muro alto e/ou de muro baixo. Não importa o capital para ser maior e/ou menor do que a vontade do povo livre desta terra. É que o espaço é impróprio para a realização de qualquer tipo de atividade lucrativa comercial, empresarial e/ou industrial, apesar de ser a vitrine da cidade amada por todos santaritenses, inclusive daqueles que ficam em silêncio para não serem vistos, notados e/ou perseguidos pelo Poder Público Municipal de plantão em suas contratações de prestação de serviços diretos e/ou indiretos. O pior pecado que pode existir para uma liderança política é fechar os olhos para aquilo que óbvio e prejudicial a vontade popular. Mas, o “coreto” é a menina dos olhos de nossa cidade, é o local certo e apropriado para acolher o povo no centro da cidade para fazer suas reflexões, pensamentos, expor seus sonhos realizados e a serem realizados. Elogiar e criticar o momento político nacional, estadual e municipal. A esperança é a última que morre... e o povo vive de esperança por dias  melhores e sempre.
          
Viva o povo santaritense!

¹ Cf.: MARONE, Steven P. "Medieval philosophy in context" in.: A. S. McGrade, ed., The Cambridge Companion to Medieval Philosophy (Cambridge: Cambridge University Press, 2003); Jean Leclerq, The Love of Learning and the Desire for God (New York: Fordham University Press, 1970) esp. 89; 238ff.

² Cf.:  SÉGUIER, Jaime de. Dicionário Prático Ilustrado. Porto/Portugal: Editora Lello & Irmão-Editores (s.d.).

3 Cf.: GRANJA, M; TACUCHIAN, R. Organização; significado e funções da banda de música civil. In: Pesquisa de música. Revista do Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Especialização do Conservatório Brasileiro de Música. Rio de Janeiro, n.1, p. 27-40, dez.1984-jan/fev, 1985, p29. 

4 Cf.: CAZAES, Melira Elen Mascarenhas  No ritmo do compasso, a melodia das filarmônicas em harmonia com o tempo : um estudo sobre a Lyra Ceciliana e a Minerva Cachoeirana (1960-1980) / Melira Elen Mascarenhas Cazaes. – Feira de Santana, 2014. 184 f.

5 Cf.: MELO, Jerônimo Martiniano Figueira de, Autos do inquérito da Revolução Praieira, 1979, 465 pp.

6 Cf.: SANTOS, Mário Márcio de Almeida, Um homem contra o Império: vita e lutas de Antônio Borges da Fonseca, 1995, 235 pp. 
 (Francisco de Paula Melo Aguiar – 17/12/2017)
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POÇO REDONDO AFUNDA-SE PELAS MÃOS DE GRANDE PARTE DE SEU PRÓPRIO POVO

*Rangel Alves da Costa

Creio que absolutamente ninguém deveria criticar as ações de qualquer gestor municipal. Ao menos aqueles que não façam uma autocrítica. A culpa é pessoal, das pessoas, e não desta ou daquela administração. Também creio que ninguém deve reclamar pelos destinos de Poço Redondo. 

Quando, por exemplo, tanto se fala em não valorização da cultura, das riquezas históricas e das demais potencialidades do município, na maioria das vezes tudo é da boca pra fora. Quantos verdadeiramente se preocupam com a cultura e a história de Poço Redondo?


Intimamente, a partir de um comprometimento pessoal, a maioria reza pela cartilha do tanto faz. E tanto faz mesmo, pois se valoriza mais um cantorzinho qualquer ao que se tem de melhor. Lourenço comparou a atual importância de Devinho Novaes e Antônio Conselheiro para o município e a conclusão chegada foi de que se conhece mais o “boyzinho” do que o missionário.

Numa praça de eventos ou num canto qualquer, basta observar quantos da cidade vão aplaudir Geno Vito, os Pífanos da Família Vito, Sávio, Gilvan do Rojão, Renê, Murilo, Antônio Neto e tantos outros, em comparação aos que lotam os shows dos forasteiros. 


Tenho feito vários eventos no Memorial Alcino Alves Costa e a todos convido. Mas quantos vão prestigiar? Chega a ser absurdamente desrespeitosa a atitude da grande maioria dos poço-redondenses. 

É um povo que não respeita nada do que é do lugar. É um povo que até premedita a desvalorização de sua própria riqueza histórico-cultural. É um povo que só tem força para criticar, mas sempre age pela via inversa: não demonstra nenhum respeito ao que de melhor existe em sua Poço Redondo. 

Sábado mesmo, convidei Poço Redondo inteiro para a inauguração da Sala Arte da Terra do Memorial Alcino Alves Costa. Quantos foram? Conta-se nos dedos. Mas se eu tivesse colocado um show com uma patifaria qualquer defronte ao Memorial, certamente que a rua ficaria lotada. 

Até quando isso? A continuar assim, aquela velha prática do quanto pior melhor continuará prevalecendo. E por culpa dessa ampla maioria de poço-redondenses. Por consequência, quem não tem compromisso com o seu lugar também deve ficar de boca calada com tudo que aconteça, seja de bom ou ruim.
Um povo apático, inerte, ingrato com sua própria terra, sequer merece ser ouvido. Mas é esta, infelizmente, a feição desta maioria de agora de Poço Redondo. E não apenas jovens, mas pessoas de todas as idades. 

Dói demais dizer isso, fazer tais afirmações, mas soa como um necessário desabafo. Nada se constrói com o descomprometimento e a desvalorização. Chega a ser até vergonhosa tal atitude, mas é o que se observa a cada passa e a cada dia. 

Daí, no caso de Poço Redondo, estar corretíssima a afirmação segundo a qual um povo tem aquilo que merece. E o que é que merece essa maioria de poço-redondonses que vive à margem do que seja importante para o próprio município? Não merece nada, absolutamente nada. E será esta a colheita que se terá.

Ou as pessoas mudam suas atitudes, agindo de forma ativa, consciente e crítica, ou o nada será transformado nos seus arredores. Portanto, não adianta criticar administração, pessoas ou situações, se o que pessoalmente elas fazem é ainda mais negativo.

Eu, pessoalmente, desde muito que vivo indignado com tais atitudes. Toda vez que a Família Vito ecoa os seus pífanos na calçada do Memorial e olho ao redor e só avisto uma dúzia de pessoas, tudo dilacera por dentro. E bem adiante, noutras calçadas, dezenas de jovens bebem e brindar suas inércias na vida.

Tudo isso me faz dizer: Poço Redondo afunda-se pelas mãos de grande parte de seu próprio povo.


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ENTREVISTA COM VERA FERREIRA NETA DO CASAL CANGACEIRO LAMPIÃO E MARIA BONITA EM DUAS PARTES.

ENntrevista cedida ao professor Wilson Seraine 
Parte I - https://www.youtube.com/watch?v=m-74QnEDmRw&feature=youtu.be

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?multi_permalinks=938732932957490&notif_id=1513600604405635&notif_t=group_activity

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TARZAN MODERNO ou QUEBRO TODAS AS CORRENTES

  Kydelmir Dantas (*)

Houve uma época, lá pelos idos das décadas de 1960/70, que a febre nos cinemas era TARZAN, personificado por Johnny Weismuller e outros atores menos famosos. De repente começaram a aparecer, pelo interior do Brasil, se apresentando nas ruas, praças e salas de Cinemas, aqueles caras, perceptivelmente formados nas academias de musculação, fazendo shows com o epíteto de “Tarzan moderno”.

E os Tarzans levantavam pesos enormes, seguravam jeeps que não saiam do canto ao serem levantados e bloqueadas as trações, rasgavam catálogos telefônicos, quebravam côcos com um murro só, colocavam pedras sobre os peitos, usadas para meio-fios de calçamentos, e mandavam quebrar a golpes de marretas e, o mais importante, o auge do show: Quebravam correntes.


Assim se dava o processo: Pegava-se a corrente, de elos relativamente grossos, e se envolvia o tórax do Tarzan, sobre os braços, fechando-a com um cadeado forte. Daí vinha o suspense! O Tarzan Moderno se contorcia, suava, fazia força e os assistentes com as respirações quase paradas, tensão total, silêncio absoluto. E o cara lá! De costas para o público, pois a corrente começava a se abrir bem no elo que ficava no meio das suas costas... Força total... É agora... E, de repente... ‘Prá!’... O elo se rompia e a corrente voava, partida, ao chão... Ovação, o público em delírio e o Tarzan vibrando com o sucesso e agradecendo os aplausos.

Lembro que um destes Tarzans, numa apresentação no palco do CINE ÍRIS, resolveu sustentar uma pedra granítica, daquelas de meio-fio de calçadas, sobre o peito e convocou um homem de força para quebrá-la a marretadas. E lá foi Bezinho, caminhoneiro, força de gigante, ‘delicado que só toco de roçado’, subir ao palco ovacionado pela platéia, pegar a marreta, fazer mira e bater, no meio da pedra... A mesma abriu-se ao meio e o Tarzan ficou com uma marca da marreta na ‘caixa dos peitos’... Pra lembrar-se por uns bons dias.


Porquê venho evocar esta história, acontecida no saudoso Cine Íris de Nova Floresta – PB? Porque hoje, com a globalização, a internet, o ‘feice’ e outras mídias digitais, criou-se uma série de mensagens, denominadas de “correntes”, que procuram levar as pessoas a sair distribuindo essas famigeradas nas suas listas pessoais. São correntes de orações, de otimismo, de sorte, disto e daquilo, quase todas falsas e, com certeza, tendo algum objetivo invisível aos simples usuários. Devem ter um objetivo subliminar.

Pois bem, eu sou igual aos Tarzans Modernos... Quebro todas as correntes!

(*) Professor, pesquisador, escritor e poeta.

Imagens: 

1 - Os primeiros nove dos diversos dezoito atores que personificaram TARZAN, de 1918 a 1951 (contra-capa do gibi TARZAN nº12, publicado pela EBAL em 1986.
2 - TARZAN em cores. capa com o ator Gordon Scott (1926-2007), que foi o 11º ator a fazer o personagem.

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