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segunda-feira, 16 de julho de 2018

NOVO LIVRO DE ARCHIMEDES MARQUES


Chegou o volume 2 de 'Lampião e o Cangaço na historiografia Sergipana'

Recebi, ontem, o novo livro do escritor sergipano Archimedes Marques, 'Lampião e o cangaço na historiografia Sergipana'. Essa magnífica obra e, fiquei surpreso com o grande conteúdo e, novidades que o mesmo traz. São quase 400 páginas, com fatos novos, inclusive uma certidão do casamento da cangaceira Dulce, com o também, cangaceiro, Criança. Uma iconografia muito rica, que vale a pena ter em sua biblioteca.

Neste segundo volume passeamos sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes.

A história do município de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo.

A histórica e linda Laranjeiras dos amores e horrores, não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor.
   

Boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico.

Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço. A excelente obra pode ser adquirida diretamente com o autor, através do email: archimedes-marques@bol.com.br

Resenha e Transcrição de Volta Seca, administrador do grupo Lampião, Cangaço e Nordeste - Facebook.


http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/05/novo-livro-de-archimedes-marques.html

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A DESCOBERTA DO PROFESSOR ROMERO CARDOSO.


Por Carlos Nascimento Andrade

A música Maringá, de autoria do mineiro Joubert de Carvalho, é reivindicada pelo povo de Maringá-PR e Pombal-PB como sendo o hino oficioso das duas cidades. Também os referidos municípios afirmam que o compositor inspirou-se em uma das duas cidades para compor a obra. Durante muitos anos ficaram sem respostas estas perguntas? Afinal, a letra da música Maringá tem relação com Pombal-PB ou com Maringá-PR? Como o poeta mineiro Joubert de Carvalho, que nunca tinha vindo ao Nordeste brasileiro poderia compor uma música com uma letra que fala da seca nordestina? Leiam o que o saudoso Professor Romero Cardoso, Professor do Departamento de Geografia da UERN/Mossoró-RN, desvendou.


A CANÇÃO E A LENDA DA CABOCLA MARINGÁ
Por José Romero Araújo Cardoso/Gilberto de Sousa Lucena´


A obra musical deixada pelo compositor e médico mineiro Joubert Gontijo de Carvalho (1900-1977), repleta de valsas, marchas e sambas, revela imensa influência da cultura popular. Já no início da década de trinta, esse sensível artista emplacou seu primeiro grande sucesso: a famosa marchinha carnavalesca Taí (Pra Você Gostar de Mim), gravada por uma então pouco conhecida menina de vinte anos chamada Carmen Miranda. Foi o início exitoso da nossa brazilian bombshell.

Era uma fase da nossa música em que os compositores urbanos investiam nos chamados gêneros regionais populares e outra composição do talentoso mineiro fez muito sucesso ainda em 1931: Zíngara. Pelo seu pioneirismo – em estilo também regionalista – abordando um tema bastante explorado posteriormente no nosso cancioneiro popular, a seca do Nordeste, Maringá (1932) acabou se tornando a mais expressiva das composições de Joubert de Carvalho. Foi seu maior sucesso e acabou dando nome a uma hoje grande cidade do estado do Paraná. Recebeu dezenas de gravações (inclusive no exterior), tendo seu êxito em grande parte se devido à gravação primitiva do tenor paulista Gastão Formenti (1894 – 1974) e às excelentes interpretações do cantor de voz canora Carlos Galhardo (1913 – 1985), que a gravou por duas vezes em 1939 e 1957.

O folclore sertanejo é riquíssimo e precisam ser resgatadas com grande interesse as lendas esquecidas com a névoa do tempo e pelos efeitos da aculturação, a exemplo da história (ou estória?) transmitida de boca em boca de Maria, uma cabocla sensual que migrou da região do Ingá (no Agreste paraibano), para a cidade de Pombal (Sertão da Paraíba) em uma grande seca ocorrida no século XIX. Reza a tradição que na famigerada estiagem de 1877, Maria deixou Pombal e procurou novas paragens, deixando naquele longínquo rincão sertanejo um caboclo apaixonado e com lágrimas nos olhos.

Considerando a riqueza da cultura popular no sertão, da qual era admirador e grande conhecedor, o dr. Ruy Carneiro (1901 – 1977) – no tempo em que exercia a chefia de gabinete do Ministério da Viação – encontrou no Rio de Janeiro Joubert de Carvalho. O político sertanejo falou-lhe sobre a lenda de Maringá (designação popular de Maria do Ingá, naquele momento ainda não conhecida por Joubert) e pediu-lhe para musicar a emocionante trajetória da linda cabocla que abalou a ribeira do Piranhas. A canção Maringá tem uma curiosa história. Era muito amigo de Joubert de Carvalho o senhor Jaime Távora, então secretário do paraibano José Américo de Almeida (1887 – 1980), na época ministro da Viação do presidente Getúlio Vargas e grande apreciador da música do compositor mineiro (a quem ansiava conhecer pessoalmente). Távora comentou com Joubert sobre a vontade do Ministro, no que – em tom de pilhéria – ouviu: Ora, se ele tem tanta vontade de me conhecer que vá lá em casa.

Tal informação foi passada por Távora a José Américo que, para grande surpresa de Joubert, resolveu fazer-lhe uma visita em sua residência no Rio de Janeiro. Com o ministro também seguiram para o encontro o político pombalense Ruy Carneiro e alguns amigos. Joubert queria conseguir com José Américo um lugar de médico no prestigiado Instituto dos Marítimos e falou do seu desejo a Ruy, que lhe assegurou: É fácil, peça você mesmo {…} Por que você não faz uma canção falando dessa tristeza que há no Nordeste, dessa falta de água, lá não chove…Faça uma canção assim. Joubert imediatamente foi inspirado pela imagem da seca e disse para o ilustre pombalense que acabava de vislumbrar o drama de uma cabocla partindo numa leva, deixando para trás um caboclo a chorar. Chamava-se Maria (nome popularíssimo no Nordeste). Quis saber a cidade berço do ministro José Américo. Areia, disse-lhe o político paraibano. O compositor achou que Areia não dava boa rima. Quis saber a terra natal de Ruy: Pombal. Não satisfeito, Joubert quis saber dele onde a estiagem era mais rigorosa nas terras da Paraíba. Ruy citou-lhe vários lugares, dentre os quais o município de Ingá. Joubert exultou: Então é a Maria do Ingá. Naquela noite, na presença de Ruy Carneiro, de José Américo de Almeida, de Jaime Távora e de outros amigos a música foi composta. O título da canção Maringá (fusão ou corruptela romântica adotada pelo compositor por exigências métricas da composição) foi gravada em 1932, conforme já dito, pelo antigamente famoso tenor Gastão Formenti, tornando-se sucesso internacional e um clássico do nosso cancioneiro popular, levando a personagem e a cidade de Pombal ao conhecimento do público e, principalmente, fazendo com que o drama da seca comovesse a todos que desconheciam a realidade do Nordeste.

Usurpada indevidamente pelos paranaenses da cidade de Maringá (nomeada em homenagem à famosa canção), os quais não possuem nenhum direito histórico ou geográfico sobre o que retrata a música eternizada pela emocionante genialidade do Dr. Joubert de Carvalho que, atendendo ao apelo e à inspiração de Ruy Carneiro, transformou Maringá num verdadeiro hino do povo pombalense. O que o poema tematiza diz respeito somente à cidade de Pombal e à realidade sertaneja, bastando-nos analisar alguns de seus belos versos: Foi numa leva que a cabocla Maringá/ Ficou sendo a retirante que mais dava o que fala/ E junto dela veio alguém que suplicou/ Pra que nunca se esquecesse de um caboclo que ficou. Este trecho demonstra que, em tese, não há a menor relação da mensagem poética com a cidade paranaense de Maringá, a qual nunca foi constituída por caboclos, como o sertão da Paraíba (notar a ênfase do registro da fala do homem popular – fala ao invés da forma infinitiva falar), e sim por uma população de origem europeia que, em sua maioria, certamente desconhece as levas de retirantes tão típicas dos frequentes períodos de seca do Nordeste brasileiro.

Contrariamente, o estado do Paraná tem o privilégio de não sofrer as estiagens que chegam a expulsar o homem nordestino do campo. Na realidade, a canção ficou lá conhecida apenas devido ao fato de ter sido com muita frequência cantada nas horas de labuta e de lazer pelos operários da construção civil, nordestinos que, fugindo do flagelo da seca, migravam para aquele rico estado brasileiro em busca de trabalho. Explicando que esse produto formidável da genuína cultura popular é por extensão patrimônio do povo brasileiro e, de modo especial, dos paraibanos e da conhecida Terra de Maringá, é necessário lembrar a degradação dos valores seculares sertanejos desconhecida pelas gerações que nunca ouviram a sublime homenagem de Joubert de Carvalho à bela cidade do Sertão da Paraíba, berço de estimáveis valores culturais, que abriga vetustos testemunhos arquitetônicos do estilo barroco e se vangloria de poder justificar os versos do notável compositor contemporâneo quando afirma com ternura, dando voz ao humilde caboclo apaixonado: Antigamente uma alegria sem igual/ Dominava aquela gente da cidade de Pombal/ Mas veio a seca, toda a chuva foi simbora/ Só restando então as águas dos meus óios quando chora/ Maringá, depois que tu partiste/ Tudo aqui ficou tão triste que eu garrei a maginá.

(*) José Romero Araújo Cardoso e Gilberto de Sousa Lucena. Graduados, respectivamente, em Geografia e Letras, pela UFPB.

ACESSO: 13 de julho de 2018.

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CRUZES DO CANGAÇO. DEMARCANDO OS LOCAIS HISTÓRICOS.



A louvável iniciativa dos pesquisadores João de Sousa Lima e Sandro Lee de demarcar pontos relacionados com a história cangaceira é digna da admiração e do reconhecimento de todos os simpatizantes e estudiosos do fenômeno cangaço, afinal a preservação e a demarcação desses locais facilitarão a localização e manterão a história evidenciada e ao acesso e olhares de todos, fazendo com quê esses locais e suas histórias não se percam com o passar dos anos. Papel que deveria ser realizado pela Secretaria de Cultura local.

Recentemente os dois pesquisadores estiveram na região do povoado Baixa do Boi nos limites de Paulo Afonso na Bahia e fixaram cruzes e placas nos locais das mortes de Ezequiel Ferreira da Silva “Ponto Fino II” irmão de Lampião, morto durante o combate na Lagoa do Mel e do paisano Zé Pretinho que foi covardemente executado pela Volante baiana do Tenente Arsênio Alves de Souza, sob a acusação de traição, pouco tempo após a Força Volante comandada pelo Tenente ter sido pega de surpresa pelo bando de Lampião e ter sofrido uma baixa de dezenove soldados, tendo sido mortos dezesseis no local do confronto e outros três posteriormente quando em fuga. Totalizando dezenove soldados mortos pelos cangaceiros. Fato que ocorreu no dia 24 de maio de 1931 na Lagoa do Mel.

Pesquisadores Sandro Lee (Esquerda) e João de Sousa Lima no momento em que fixaram a
cruz no local onde estão enterrados os restos mortais de Zé Pretinho. Morto e esquartejado
pela Volante baiana do Tenente Arsênio Alves dos Santos.


Cova rasa onde Zé Pretinho foi sepultado a mando de dona Generosa. 

 Durante o ataque surpresa contra a Volante baiana os cangaceiros foram surpreendidos por rajadas de tiros de metralhadoras disparadas pelo Tenente Arsênio o que provocou um recuo da frente inimiga, dando tempo para a fuga dos soldados sobreviventes, que fugiram do local em debandada. Cessado o tiroteio os cangaceiros se depararam com o corpo inerte de Ezequiel Ferreira “Ponto Fino II”, atingido mortalmente pelos disparos da “costureira”, apelido pelo qual Lampião se referia à metralhadora. Lampião perdia nesse momento o seu irmão caçula e o último de seus irmãos que optaram pela vida incerta e sangrenta do cangaço. A cada baixa sofrida aumentava ainda mais o ódio e o desejo de vingança por parte de Lampião contra as policias e seus mancomunados. Após esse episódio o chefe cangaceiro e seus Cabras, cegos de ódio, seguem em marcha pelos sertões com o sentimento de ódio e de vingança, disseminando o terror indiscriminadamente.


Cruz fixada nas proximidades da Lagoa do Mel
(Povoado Baixa do Boi - Paulo Afonso/BA). Local onde
ocorreu o combate entre o bando de Lampião e a Volante
 baiana comandada pelo Tenente Arsênio Alves de Souza. 

Pesquisadores Sandro Lee e João de Sousa Lima ladeando a cruz fixada
nas mediações onde aconteceu o confronto entre o bando cangaceiro e
a Volante baiana. 

Detalhe da Cruz e da Placa em deferência ao local da morte
de Ezequiel Ferreira da Silva "Ponto Fino II".
Irmão de Lampião. 


Missão cumprida. 

 Refeitos do ataque-surpresa os Soldados Volantes, tendo a frente o Tenente Arsênio Alves, se reúnem e retornam ao local do ocorrido em busca de respostas que explicassem o inesperado e fatídico ataque cangaceiro e chegam ao nome de um morador local chamado Zé Pretinho o qual sem chances de defesa foi apreendido e amarrado pelos soldados que o conduziram para as proximidades da casa de dona Generosa, reconhecida coiteira de Lampião, onde serviu como alvo para a mira dos ensandecidos soldados e posteriormente teve seu corpo esquartejado. Após a retirada dos soldados dona Generosa mandou enterrar os restos mortais de Zé Pretinho, dando um enterro digno ao inocente. A atitude dos soldados contra o inocente Zé Pretinho demonstra o modo operacional e o despreparo de grande parte das policias atuantes naquela época. Era fera combatendo fera. Cobra engolindo Cobra. Um tempo de aflição em que as populações sertanejas permaneciam em meio ao fogo cruzado provocado por quem deveria manter a ordem e a segurança e por quem costumeiramente espalhava a insegurança e o terror pelos sertões do Nordeste.

Zé Pretinho foi apenas uma entre as incontáveis vítimas da polícia atuante na época, um inocente que foi julgado, condenado sem provas e executado pelos soldados, sem chance alguma de defesa ao contrário de Ezequiel Ferreira da Silva “Ponto Fino II” irmão de Lampião, que por livre e espontânea vontade optou pela vida da canga. Ambos vítimas do cangaço. Ambos perdedores.  Ambos história que deverá perdurar através dos tempos para que não se perca com o passar dos anos, possibilitando o conhecimento futuro.

Graças a ações como essas realizadas pelos pesquisadores João de Souza Lima e Sandro Lee, além de tantos outros que atuam de forma semelhante é que a cada dia aumenta mais ainda a nossa esperança de que a verdadeira e genuína história cangaceira permanecerá viva por muito tempo, proporcionando estudos, debates e discussões acaloradas ou não em torno do assunto. Aos poucos vai surgindo aos nossos olhares a Rota do Cangaço da região de Paulo Afonso na Bahia, região que cedeu vários de seus filhos para as hostes de Lampião e de grande concentração de histórias e atuações tendo como pano de fundo o cangaço lampiônico e terra natal de Maria Bonita, companheira do “Capitão-Cangaceiro” Virgolino Ferreira da Silva o vulgo, temível e afamado Lampião.

As fotografias anexadas a essa matéria são dos locais onde os fatos se sucederam e dos momentos seguintes à afixação das cruzes e das placas por parte dos “Cabras” João de Souza Lima e Sandro Lee.

Que a história permaneça viva e intocável. Assim espero.

Fotografias: Sandro Lee / João de Sousa Lima

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://cangacologia.blogspot.com/2018/07/cruzes-do-cangaco.html?spref=fb

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A EVOLUÇÃO DA POBREZA EM POÇO REDONDO

*Rangel Alves da Costa

“Poço Redondo nunca foi pobre, de pobreza extrema e panela sempre vazia, de carência de tudo, também nunca teve gente mendigando pelas ruas nem pelas calçadas de cuia na mão”, assim se dizia acerca da realidade social e dos meios de sobrevivência de Poço Redondo. E com razão. Assim se dizia por que verdade: Poço Redondo nunca teve gente pedindo esmolas.
Tal contexto acima, contudo, refere-se apenas aos naturais de Poço Redondo, aos nascidos na localidade. Mesmo jamais tendo sido um município rico, de bonanças e com todas as facilidades da vida, também jamais foi um chão sertanejo dividido entre empobrecidos e miseráveis.
Quem já viu alguém nascido em Poço Redondo pedindo esmola de porta em porta, na porta da igreja ou pelas calçadas mendigando tostão? Nunca houve uma situação assim. Aqueles pedidos que até hoje são feitos em determinados períodos do ano, a exemplo da Semana Santa e do Natal, são exemplos de uma cultura ainda viva onde se imagina que os mais favorecidos possam fazer valer seus sensos humanitários e ofertar um peixe, um coco, um quilo disso ou daquilo ou presentear com uma lembrancinha de final de ano. Mas não no sentindo da esmola.
Noutros idos se dizia, por exemplo, que Boboca era pobre, que Remígio exemplificava a pobreza, que tantos outros não tinham sequer como se sustentar. Isso também é verdade, mas não no sentido da mendicância. Pessoas pobres sempre existiram e continuarão existindo. Cozinhas, despensas e armários estiveram e ainda estão vazios por todo lugar. Nenhum destes, contudo, já passou pela humilhação de bater à porta do conterrâneo ou erguer a cuia pedindo vintém, ainda que muito agradecessem toda e qualquer ajuda que fosse chegando.
Como do conhecimento da maioria, Poço Redondo, enquanto município sertanejo, sempre foi econômica e socialmente desfavorecido. O desemprego sempre foi um grave problema, a distribuição e geração de renda são mínimas, os meios de sobrevivência sempre foram precários. Nunca houve qualquer filho de Poço Redondo com extrema riqueza. Os ditos ricos de hoje não são naturais do lugar. Os “ricos” de ontem possuíam apenas terras - na maioria das vezes improdutivas - e rebanhos, mas nada de somas pessoais que os caracterizassem como ricos de verdade.


Até hoje a riqueza de Poço Redondo se traduz no passado. Mas como dito, apenas riquezas de terras e de rebanhos. Somente isso. Atualmente, mesmo os mais favorecidos ainda continuam no patamar das facilidades da sobrevivência. Não há um grande empresário, não há um grande investidor, não há um fazendeiro cujas terras alcancem além dos limites municipais. Aliás, foram as terras que no passado permitiram que Poço Redondo jamais chegasse a uma situação de pobreza ou de miséria.
Com relação a terra e ao seu uso, o quadro produtivo de Poço Redondo era bem diferente de agora. Ora, grande parte das famílias possuía seu terreninho, seu cercadinho, sua pequena propriedade. Afora os latifúndios que se entremeavam desde Canindé às divisas estaduais, quase todo o chão poço-redondense estava nas mãos de gente da terra. Nele se plantava o feijão, o milho, a melancia, a abóbora, havia criação do pequeno rebanho, havia trabalho e renda. Tanto os pais como os filhos cuidavam do que possuíam. Mas hoje, quantos ainda continuam ao menos com seu pedacinho de chão?
Atualmente não há pequenas propriedades como outrora, por consequência também não há renda nem emprego. Aqueles rapazinhos de ontem pegavam no cabo da enxada, mas hoje já não fazem mais. Até mesmo os serviços de servente de pedreiro são evitados por aqueles que vêm indignidade neste tipo de trabalho, ainda que tanto necessitem para a sobrevivência. Ainda assim, não há que se dizer que a pobreza se alastra por Poço Redondo. A pobreza existente é a da falta de melhores meios de sobrevivência, mas não do posicionamento num quadro de miséria.
Desde os tempos mais antigos o natural de Poço Redondo sempre soube “se virar” para ter o seu ganha-pão. Lavadeiras, fateiras, varredeiras, domésticas, sempre foram avistadas fazendo seus trabalhos com dignidade. Com o advento dos programas sociais de geração de renda, como o Bolsa Família, a situação melhorou muito para muitas famílias. Portanto, não há que se dizer que haja pobreza extrema em Poço Redondo. Com um porém, contudo.
Os pedintes, mendicantes e outros que rotineiramente são avistados erguendo as mãos, geralmente não são naturais de Poço Redondo. Verdade é que a chegada de muitas famílias de outros municípios e regiões transformou profundamente o quadro social. A pobreza, aí sim, tornou-se num grave problema e se alastra cada vez mais. Atualmente há panelas vazias, pratos sem nada e crianças chorando. Mas essa rotina de miséria e dor nunca foi própria daqueles nascidos em Poço Redondo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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“RESOLUTÓRIOS DO PRESIDENTE DA ASCRIM Nº 01” (*“OS OLHOS DO DONO É QUE ENGORDAM BOI”) Entrada x

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“RESOLUTÓRIOS DO PRESIDENTE DA ASCRIM Nº 01”
(*“OS OLHOS DO DONO É QUE ENGORDAM BOI”)
   O ADÁGIO POPULAR “OS OLHOS DO DONO É QUE ENGORDAM BOI”, TRADUZ A NOÇÃO DE QUE NINGUÉM MELHOR QUE O PRÓPRIO DONO DE UM PATRIMÔNIO PARA CUIDAR DELE. ESSA PRÁTICA, POR SINAL, ESTÁ DELINEADA NOS OBJETIVOS SOCIAIS DA ASCRIM “buscando o aprimoramento de metas em prol dos associados, sem descuidar do ‘caráter geral’ predominantemente Educacional, Cultural e Literário”.
    É DE BOM GOSTO, RECORDAR QUE O PRINCÍPIO(O PRIMEIRO)   ESTATUTÁRIO “APRIMORAMENTO DE METAS EM PROL DOS ASSOCIADOS”, TEM UMA DEPENDÊNCIA VINCULANTE DE OUTRO PRINCÍPIO(O SEGUNDO)ESTATUTÁRIO: Poderão usufruir dos seguintes direitos associativos, os associados regulares, em dia com suas obrigações estatutárias...”  
   MELHOR ESCLARECENDO: PARA QUE O PRIMEIRO PRINCÍPIO FUNCIONE, O SEGUNDO TEM QUE PROSPERAR!
   DISCERNIMOS QUE OS ACADÊMICOS DA ASCRIM, ENQUANTO CORPO SOCIAL. RELATIVAMENTE ADMINISTRAM, FUNCIONALMENTE, EM SUAS RESPECTIVAS COMPETÊNCIAS, --NOS LIMITES DE SUAS ALÇADAS--, OS OBJETIVOS SOCIAIS, OS RECURSOS ESPECÍFICOS QUE VÃO APOIAR, BANCAR E SUPERVISONAR, REPERCUTINDO, POSITIVAMENTE NAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E CULTURAIS DA ASCRIM.
   NESSE DIAPASÃO,  CONSIDERAMOS QUE SEM A PARTICIPAÇÃO DO CORPO SOCIAL, USUFRUINDO DOS SEUS DIREITOS(uso do vestuário e acessórios da ASCRIM; receber apoio, estímulo, incentivo e proteção em defesa de suas produções literárias; participar das assembleias, votar e ser votado; participar de eventos culturais promovidos ou não pela ASCRIM ou por entidades congêneres, desde que autorizado pra representar a ASCRIM;  ascender para categoria de titular da academia dos escritores mossoroenses; ser indicado ou nomeado, como membro para integrar como participantes e/ou representante legal da ASCRIM em congressos, simpósios e conferências; ter seu nome homologado pela ASCRIM para cargos e funções internas e externas; etc. etc. etc.)
, CUMPRINDO SUAS OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS (pagamento de uniforme, acessórios, taxas, etc.) E SOCIAIS (comparecimento as assembleias ordinárias, extraordinárias e outras atividades culturais, promovidas por nós ou por nossas coirmãs; atender os preceitos estatutários ), A ASCRIM PODERIA SOÇOBRAR E FENECER, SITUAÇÃO QUE MUITOS A MEU EXEMPLO NÃO VAMOS PERMITIR, CLARO!
   EVIDENTE NÃO TEMOS PATRIMÔNIO SÓLIDO, NEM PODEMOS DAR-NOS A ESSE LUXO, PORQUANTO SOMOS UMA ENTIDADE JURÍDICA PRIVADA DE CARÁTER CULTURAL, SEM FINS LUCRATIVOS. ESCLAREÇA-SE QUE NOSSO CORPO SOCIAL É O NOSSO PATRIMÔNIO MAIOR NESSA PERSPECTIVA, E, NA MESMA SINTONIA, CONSTITUI ÚNICO MANTENEDOR ÍNTIMO, PERMANENTE PRÓXIMO DA ASCRIM, RESERVADAS AS PROPORÇÕES, ATRAVÉS DOS PAGAMENTOS DE ANUIDADES (DEVER DE CADA ACADÊMICO), QUE REFORÇA, REAFIRMARMOS, A EXPRESSÃO: “OS OLHOS DO DONO É QUE ENGORDAM BOI”
   POR OUTRO LADO, EVIDENTE, “OLHAMOS” QUE CONTRIBUIÇÕES E DOAÇÕES DE TODAS FORMAS SÃO BENVINDAS, POIS AJUDAM NA MELHORIA FINANCEIRA DA ASCRIM, CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL PARA HONRAR COERENTES COMPROMISSOS, JUNTO AOS PRESTADORES DE SERVIÇOS, RELACIONADOS COM NOSSAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E CULTURAIS.
         REFLITA-SE SOBRE OS DESAFIOS, PRINCIPALMENTE OS FINANCEIROS, QUE ENFRENTAMOS, ALEM DE MUITOS OUTROS NÃO MENOS IMPORTANTES, PARA ENTENDER QUE, ENTRE ARREFECER O ENTUSIASMO E TRANSFORMÁ-LO EM UTOPIA, O PRESIDENTE RESISTE, SUPERANDO OS LIMITES DA SUA FORÇA. NÃO VERGA, PERSISTE NA CONVICTA ESPERANÇA DE QUE OS ACADÊMICOS, CERTAMENTE, APORTAM EM COESÃO PARA AJUDÁ-LO NA MISSÃO DE SEMPRE DEFENDER  E SOERGUER  A ASCRIM.
   ASSIM, “OS OLHOS DO DONO É QUE ENGORDAM BOI” SÃO OS OLHOS DOS ACADÊMICOS DA ASCRIM. TEMOS CERTEZA QUE ESSES, EM HARMONIA UFÂNICA, CONSCIENTES DO PAPEL MANTENEDOR, O EXERCEM, NA MEDIDA DO POSSÍVEL, FOCANDO A PRESERVAÇÃO DA EXISTENCIA SAUDÁVEL DA ASCRIM.
........................(C O N T I N U A).............................
SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO 
- PRESIDENTE DA ASCRIM -

Enviado por asescritm@hotmail.com

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TRIGÉSIMO SEXTO VÍDEO CANGAÇO - A VINGANÇA DE CORISCO PARTE II

Por Aderbal Nogueira

Publicado em 26 de set de 2017

Depoimento do filho de Dadá e Corisco, Sílvio Bulhões, sobre a Fazenda Patos.

https://www.youtube.com/watch?v=IKjU_WW29Y8&feature=share

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PROFESSOR FRANCISCO DE ASSIS SILVA (CHIQUITO)


Por Lindomarcos Faustino

Francisco de Assis Silva mais conhecido por "Chiquito", nasceu na cidade de Campo Grande-RN, no dia 23 de setembro de 1937. Foi Professor no Colégio Diocesano Santa Luzia de Mossoró e na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte também em Mossoró. 

Atualmente se encontra com Alzheimer em sua residência, no bairro Doze Anos, grande Professor de Matemática.

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OUSADIA E CORAGEM O "CAPITÃO" TINHA DE SOBRA.


Por Gerado Júnior

Após matar sete soldados do destacamento da pequena Santo Antônio das Queimadas e saquear completamente a cidade o Capitão Virgolino Ferreira deixa um recado desaforado endereçado ao então Governador da Bahia, Vital Soares.


Recado escrito por Lampião na parede do salão da Sociedade Filarmônica Recreio Queimadense na cidade de Queimadas/BA, endereçado ao então governador baiano Vital Soares. Fato ocorrido no dia 22 de dezembro de 1929.

Em Santo Antônio das Queimadas/BA (Atual Queimadas/BA), Lampião assassinou sete soldados da guarnição local, todos pegos de surpresa dentro do quartel da cidade.

Apenas o Sargento Evaristo Carlos da Costa, comandante do destacamento, foi poupado.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

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GRANDE PROFESSOR MORAIS FILHO!

Por Lidomarcos Faustino

EM 15 DE JULHO DE 1995 - Falecia na cidade de Mossoró, o Professor Francisco Morais Filho e foi sepultado no Cemitério São Sebastião, neste município. 

Ele nasceu no dia 14 de dezembro de 1945, no município de Mossoró-RN; filho de Francisco Morais de Albuquerque e Zená Barbosa de Morais. Ele era casado com Maria do Socorro Couto de Morais e desse enlace nasceu os filhos: Selene Maria Morais do Couto, Samira Maria Morais do Couto, Silvana Maria Morais do Couto, Samara Maria Morais do Couto, Allyson Ranieri Couto de Morais, Alan José Couto de Morais e Ayron Marcos Carlos de Morais.

Seu estudo primário foi cursado no Grupo Escolar Cônego Estevam Dantas, no Grupo Escolar “30 de Setembro”, entre os anos de 1954 a 1956; o Curso Ginasial foi feito na Escola Normal de Mossoró, entre os anos de 1957 a 1960; seu Curso Científico foi cursado no Colégio Estadual de Mossoró, no período de 1961 a 1962 e no Instituto Padre Miguelinho, em Natal, no ano de 1963. Ele foi formado em “Letras”, pela Universidade Regional do Rio Grande do Norte, entre 1967 a 1970; Bacharel em Direito, pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Regional do Rio Grande do Norte, entre os anos de 1977 a 1982 e ainda possuía o curso de Pós-Graduação em Língua Inglesa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Ao longo do tempo lecionou nos seguintes lugares: na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, no Colégio Diocesano Santa Luzia, no Centro Educacional Jerônimo Rosado, na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, no Ginásio Municipal de Mossoró, na Escola Estadual Professor Solon Moura. Depois ele foi diretor de vários estabelecimentos de ensino; trabalhou na Câmara Municipal de Mossoró, como Chefe de Gabinete, Assessor Legislativo e Assessor Jurídico; exercia a profissão de advogado, formado pela OAB. Ele ainda teve uma passagem pela radiofonia mossoroense, onde atuava como comentarista na Rádio Tapuyo de Mossoró.

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TRIGÉSIMO QUINTO VÍDEO CANGAÇO - A VINGANÇA DE CORISCO _ PARTE 1

Por Aderbal Nogueira

A vingança trágica de Corisco https://youtu.be/7oS1k2OyVJI

https://www.youtube.com/watch?v=7oS1k2OyVJI&feature=share

Publicado em 26 de set de 2017

Depoimento do filho de Dadá e Corisco, Sílvio Bulhões, sobre a Fazenda Patos.
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