Seguidores

sexta-feira, 30 de abril de 2021

LIVRO CORISCO A SOMBRA DE LAMPIÃO

 

A recomendação bibliográfica de hoje: 
CORISCO: A Sombra de Lampião, de Sérgio Augusto S. Dantas. 
Um excelente livro sobre essa figura emblemática do Cangaço. 

franpelima@bol.com.br e 
whatsapp 83 9 9911 8286.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FLORESTA - RELATOS SOBRE HORÁCIO NOVAES - O CABRA QUE ENGANOU LAMPIÃO.

 Por Geraldo Júnior

https://www.youtube.com/watch?v=uS8YkPYiwVY&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

INSCREVAM-SE TAMBÉM NO RECÉM-CRIADO CANAL “ARQUIVO NORDESTE”. ACESSEM: https://www.youtube.com/channel/UCjSU...

​ Um relato a respeito da trajetória de Horácio Novaes ou Horácio Grande, como também era conhecido, inimigo pessoal da família Gilo da Fazenda Tapera no município de Floresta no estado de Pernambuco, que foi o principal responsável pelo ataque de Lampião que culminou na morte de vários membros e pessoas próximas da família Gilo. Fato que ocorreu no dia 28 de agosto de 1926. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. 

Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: 

Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. 

Seja membro deste canal e ganhe benefícios: 

https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PRIMEIRO CRIME COMETIDO POR LINO DE ZEZÉ O FUTURO CANGACEIRO PANCADA.

 Por Geraldo Júnior

https://www.youtube.com/watch?v=kJDP8to_zbQ&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CARISMA DESPRECONCEITUOSO DE LAMPIÃO - CONTOS DO CANGAÇO - CANGACEIRO LAMPIÃO

 Por Contos do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=1zWJSahd5BI&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CABEÇA GIGANTE

 Por José Mendes Pereira

Foto gentilmente cedida pelo professor

Benedito Vasconcelos Mendes é professor, escritor e pesquisador do cangaço, um dos sobralenses que mais Mossoró admira. Foi diretor da ESAM - Escola Superior de Agricultura de Mossoró - atualmente Universidade Federal Rural do Semi-Árido durante 24 anos. A sua biografia é vasta. Esta cabeça está localizada no Museu do Sertão Rancho Verde, na Estrada de Alagoinha em Mossoró, criação sua. Acabou com uma fazenda só para criar o seu museu. 

"BENEDITO VASCONCELOS MENDES Formação & Titulação Engenheiro-agrônomo pela Universidade Federal do Ceará (CE), graduado em 1969. Mestrado: Universidade Federal de Viçosa (MG) - Dissertação: Histopatologia de raízes do cafeeiro parasitadas por Meloidogyne exigua. Ano de Obtenção: 1975. 

Doutorado: ESALQ/USP-Piracicaba (SP) – Tese: Histologia de galhas da coroa de chuchu (Sechium edule) induzidas por Agrobacterium tumefaciens e infestadas por Meloidogyne incognita e desenvolvimento de dois sistemas de cultivo in vitro para Meloidogyne javanica. Ano de Obtenção: 1980. 

Vínculos institucionais & Atuação profissional 1) Docente (Prof. Titular) e Diretor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, antiga ESAM/Escola Superior de Agricultura de Mossoró, RN (1970-1994). 

2) Pesquisador/Dirigente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – CPA do Meio Norte (1997-1999). 

3) Docente (Prof. Adjunto IV) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Mossoró, RN (1999- ). Endereço: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Centro de Estudos e Pesquisas do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Departamento de Geografia Fafic Caixa Postal 70 59600-970 - Mossoró, RN - Brasil Telefone: (84) 3152 2197 Ramal: 197 Fax: (84) 3152 2197  E-mail: beneditovasconcelos@uern.br 

Posições ocupadas na SBN Presidente (1980-1983) e Vice-Presidente (1977-1978 e 1985-1986), organizando as 3ª e 10ª Reunião Brasileira de Nematologia, ambas em Mossoró (RN), em 1978 e 1986. Acesso ao Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1770891942535885".


Foto gentilmente cedida pelo professor

Foto gentilmente cedida pelo professor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FILHOS DO CANGAÇO - SÉRIE DE DEPOIMENTOS.

Por Geraldo Júnior
https://www.youtube.com/watch?v=FkdmZlmyzL4&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

Entrevista com Martha L. Anastácio Menezes, filha da ex-cangaceira Dulce Menezes dos Santos a última cangaceira pertencente ao bando de Lampião, ainda viva. Sua mãe, Dulce Menezes, é uma das sobreviventes de Angico, local da morte de Lampião, Maria Bonita, nove cangaceiros e um soldado e a última testemunha ocular dos acontecimentos que antecederam e sucederam a morte do mais famoso cangaceiro de todos os tempos. Nesse documentário iremos conhecer algumas histórias e particularidades envolvendo a personagem histórica em questão, através de quem cresceu ouvindo revelações e histórias dentro do ambiente familiar. 

Imperdível. Deixem suas críticas e opiniões. 

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://www.facebook.com/groups/508711929732768/?multi_permalinks=827579174512707%2C827551491182142&notif_id=1619787859298692&notif_t=group_activity&ref=notif

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

" TIRO DE MISERICÓRDIA ".

 Por Luis Bento

O Cangaceiro Sabino das Abóboras, alvejado em março do ano de 1928 na fazenda Piçarra de Antônio Teixeira Leite seu Tonho da Piçarra.

Cangaceiro Sabino das Abóboras

Arrastado pelos comparsas dentro do mato, no escuro, escalando cercas, percorrendo veredas, subindo altos, descendo grotas, atravessando riacho. Naquela noite, o Cangaceiro pagou tudo que devia pelas suas numerosas vítimas. Implorava ao seu chefe Cangaceiro ( Lampião ), que acabasse de vez com seu sofrimento. Lampião, pergunta quem do grupo teria coragem de fazer serviço e aliviar o sofrimento do companheiro. 

Cangaceiro Mergulhão

Foi aí que Antônio Juvenal da Silva o Cangaceiro "Mergulho " entrou em sena, se prontificando a eliminar o sofrimento do companheiro. Com um lenço vedou os olhos de Sabino, disparando um tiro a queimar-roupa, aliviou seu sofrimento dessa vida.

" Mergulho. Foi o primeiro Cangaceiro do bando de Lampião a ser morto em terras Baianas, em 7 de janeiro de 1929.

Natural do Pajeú, foi um dos 5 Cangaceiros que cruzou o Rio São Francisco para Bahia, fonte: José Bezerra Lima irmão ".

LUÍS BENTO

JATI 30/04/21/.

https://www.facebook.com/groups/1995309800758536/?multi_permalinks=2890693941220113&notif_id=1619791852017449&notif_t=group_activity&ref=notif

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO É NOSSO SANGUE

 O DRAMA DE LAMPIÃO ANALISADO POR UM ÂNGULO DIFERENTE.


Nessa reportagem da revista O CRUZEIRO de 26 de setembro de 1953, encontramos uma experiência patrocinada por esse periódico, onde ficou para a história do cangaço. Trata-se da visita do irmão de Lampião às terras de seu passado, tendo contato com familiares de pessoas que traíram seu irmão Lampião, entrando em assuntos que ele preferia não tocar mais, assim como o autor da matéria, em entrevista a familiares, percebeu.

A vida é efêmera e todos nós sabemos disso. Acontece conosco aquilo que o velho adágio popular diz: Quem planta ventos, colhe tempestade." e outro que diz "Colhemos o que plantamos." Isso aconteceu com Lampião. E para lembramos disso, no final dessa reportagem, que nos informa, como o irmão de Lampião, João Ferreira, ao visitar pela primeira e única vez, o local que seu mano tombou, cortar um galho de árvore, fazer uma cruz e fixou-a entre pedras, no local onde jazera o corpo decapitado do irmão, e o repórter perguntar: 

— Enterraram o corpo? 

— Não, a água levou. Respondeu o guia.

Vamos então ler a reportagem de Luciano Carneiro e ver também as fotos que ele próprio tirou:


"LAMPIÃO É NOSSO SANGUE" 

PELA PRIMEIRA VEZ A FAMÍLIA DO "CAPITÃO" VIRGULINO DEFENDE DE PÚBLICO A SUA MEMÓRIA


Jornada sentimental de um irmão de "Lampião" pelas terras que serviram de marco à carreira do "rei do cangaço" — João Ferreira revê o seu berço natal após uma ausência de 37 anos e planta uma cruz onde o mano Virgulino foi morto e decapitado — A outra irmã sobrevivente mora em Alagoas — O CRUZEIRO localiza e fotografa a filha e o netinho de "Lampião" — Deve uma filha envergonhar-se do pai cangaceiro? 
Texto e fotos de LUCIANO CARNEIRO 

ESTA reportagem nasceu de um encontro com Rachel de Queiroz. Conversa vai, conversa vem, nossa grande Rachel abriu a bolsa e tirou uma carta para me mostrar "Um primo de "Lampião" foi quem escreveu", ela disse. O primo, Antônio Ferreira Ma-galhães, advogado em Recife, dizia a Rachel, entre outras coisas: "Nós da família Ferreira... não pretendemos justificar ou legitimar os crimes de "Lampião" mas julgamos... lamentável erro de observação... o situar-se Virgulino no plano comum dos malfeitores..." 

A carta fascinaria qualquer repórter. Se esse primo achava que "Lampião" não foi um criminoso comum, é que a família Ferreira tinha uma interpretação dos fatos. Nesse caso, por que não se dar a palavra aos Ferreira? Permitir que eles, pela primeira vez, apresentassem o seu lado da história seria colher um elemento valioso para futuras pesquisas históricas.

Mas os parentes de Lampião não gostam de falar. Eles dizem ter uma profunda mágoa de que a figura de Virgulino apareça por aí tão deformada. Além do mais, queixam-se muito do que sofreram por causa do parentesco. Seria melhor não reavivar mágoas. O irmão de Virgulino, João Ferreira, manteve-se até 1953 sem falar a jornalistas sobre o drama da família, revoltado com as perseguições que lhe valeram anos de prisão e até uma condenação à morte. 

E ele jamais compactuara com os feitos do irmão. Quando procurei o advogado Ferreira Magalhães em Recife, ele afirmou que preferia que "esse drama fosse esquecido". Disse por que: — Para muitos a vida de "Lampião" foi apenas um rosário de atrocidades. Sua morte: um alívio. Para nós, os parentes. Lampião era também o rapaz ordeiro e trabalhador dos primeiros tempos, lançado ao crime por circunstâncias estranhas à sua vontade. Por isso, enquanto o Nordeste se alegrava com as noticias de sua morte, nós nos ajoelhávamos. Nós perdíamos apenas um parente. Um parente que se pusera fora da lei para vingar injustiças. Havia pois uma divergência de base entre esses dois modos de pensar, acrescentou Ferreira Magalhães. E se eram opiniões inconciliáveis, "para que rememorar a vida heroica mas inglória de "Lampião", erguendo uma controvérsia sobre a sua cabeça insepulta?" 

A resistência dos Ferreira à ideia da reportagem terminou por ser vencida e em conseqüência O CRUZEIRO localizou os dois irmãos sobreviventes de "Lampião", levou João Ferreira aonde "Lampião" nasceu e aonde foi morto, obteve de João a versão dos Ferreira sobre os acontecimentos que lançaram Virgulino ao crime, fotografou em primeira mão a filha e o netinho de "Lampião" e Maria Bonita. 


QUANDO uma volante alagoana matou "Lampião" em 1938, ele usava tudo isso que aparece na página da esquerda: chapéu, óculos, lenço, bornais, cartucheiras, cantil, alpercatas, pistola, punhal e apito. Só a roupa (no foto) não lhe pertencia. O rosto é uma máscara de morte mandada fazer em cera pelo Instituto Histórico de Alagoas, onde estas fotografias foram feitas. 


UMA CABEÇA em bronze de "Lampião" e uma estatueta de cangaceiro trabalhada em madeira — símbolos do drama nordestino focalizado agora nesta reportagem. Foram adquiridos pelo cineasta Lima Barreto.  


JOÃO FERREIRA reviu terras que não pisava havia 37 anos, O único irmão de "Lampião" que não ingressou no cangaço vive hoje na cidade de Propriá, no Estado de Sergipe, levando a vida honesta que sempre levou. Sofreu bastante por ser irmão de "Lampião". 


PARA OS OUTROS A MORTE DE "LAMPIÃO" FOI UM BEM, UM ALIVIO.
ESTA REVISTA proporcionou a João Ferreira uma viagem de automóvel que ele jamais sonhara realizar. 

NO ALTO SERTÃO de Pernambuco João abraçou parentes que não via desde os seus quinze anos de idade.

NÃO HAVIA choro quando partia. Estivera ausente 37 anos. E ausência é madrasta de apego. 

JOÃO FERREIRA mandou cortar um galho de árvore e fazer urna cruz. Fincou-a no local onde jazera o corpo do mano. Foi recolher flores silvestres e veio depositá-los ao pé da cruz. Para homenagear o irmão.
 
A iniciativa de O CRUZEIRO proporcionou a João Ferreira uma jornada sentimental que ele jamais sonhara realizar Esse homem alto, careca, desconfiado, das fotografias ao lado, passou seis dias em cima dum automóvel, varando 2.000 km de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Vocês precisavam ver que arroubos de entusiasmo o alto sertão arrancava de João. Como seus olhos brilhavam. Como o semblante irradiava alegria, pelo menos enquanto ele podia esquecer as razões que o ha-viam afastado das terras de seu bem-querer. 

No município de Serra Talhada, em Pernambuco, ele abraçou parentes que não via desde os seus 15 anos de idade. E ele agora está com 52 anos. Levado à Fazenda Serra Vermelha, onde nasceu, e onde também nasceu "Lampião", João Ferreira encontrou xique-xique brotando nas ruínas do casarão de sua infância. Voltou-se para mim e disse com desalento: "A vida é assim mesmo..." Há 37 anos não pisava ali. Pensava que ia morrer sem voltar. Conversava (incógnito) com os novos donos da terra, fazia perguntas sobre a vida na fazenda. Tudo agora lhe parecia diferente. Não havia mais aquela atmosfera dos seus tempos de menino, dos seus tempos de rapaz. Não havia mais.


O ADVOGADO pernambucano Antônio Ferreira Magalhães, primo de "Lampião". 


"LAMPIA0" - MOÇO 

Virgulino Ferreira do Sirva aos 26 anos de idade, numa fotografia rara que se encontrava em poder do umas tias, em Pernambuco. Foi nessa época que ele recebeu a "patente" de capitão das mãos de Padre Cícero, do Juazeiro do Norte. Reparar o olho direito cego. 


João VIAJANDO de barco, ouvia histórias sobre os últimos dias de "Lampião". À direita, deitado, o primo Manuel. 

EM ANGICO desembarcou para ver a local onde, há 15 anos, o seu mono foi traído, morto e decapitado.

EM DELMIRO, no casa da mana Mocinha, tomou leite no pé da vaca (com farinha). 

EM SERRA Talhada, João Ferreira viu xique-xique brotando nas ruínas do casarão onde "Lampião" nasceu. 


"O CRUZEIRO" DESCOBRE EM ARACAJU A FILHA E O NETO DE MARIA BONITA. NUNCA FORAM FOTOGRAFADOS.


A FILHA, O NETO, E O GENRO DE LAMPIAO, Expedita, as lado de seu esposo Manuel Messias Neto, segura o filhinho Dejair, de 9 meses de idade, neto de "Lampião". Pelo primeira vez a família posou para o objetiva de um repórter. 

A FILHA DE "LAMPIAO" 
Expedita Ferreira Nunes, que a família Ferreira aponta como única filha deixada por "Lampião" com Maria Bonita, foi localizado pelo repórter em Aracaju. É uma jovem esposa e mãe, com 21 anos de idade. Normal. Bonita. De tez morena. Foi educada por João Ferreira e, seguindo o exemplo de seu tio, não gosta de falar sôbre "Lampião". Mas lê tudo que se publica sobre seu pai e até mesmo o filme "O Cangaceiro" ela foi ver e não gostou. Ela guardava a edição de O CRUZEIRO com a reportagem de João Martins sabre "Lampião". Expedita revê uma fotografia usado por Martins naquela reportagem. 

DIZIA-SE que "Lampião" e Maria Bonita haviam deixado um filho. João Ferreira nega, assinando a declaração cujo "facsímile" estampamos abaixo:


"Declaro ao reporter Luciano Carneiro que a senhora Expedita Ferreira Nunes, de 21 anos de idade, esposa do sr. Manoel Messias Nunes, 4 filha de meu irmão Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampeão, e de sua companheira Maria Bonita. Quando ela nasceu Virgolino me pediu que eu a fizesse uma mulher de bem. Ele não estava em condições de faze-lo. Não me consta que alem de Expedita, tivesse havido qualquer filho da união de Virgolino e Maria Bonita. Se houve, se há, eu nunca soube." 
RECIFE, 19 de Agôsto de 1953 

OS CORPOS de "Lampião", Maria Bonita e seus nove comparsas haviam ficado realmente no leito seco de um riacho. Uma ligeira camada de terra os cobria. Os urubus descobriram e deram em cima. Veio uma alma piedosa, enxotou-os, foi buscar veneno e o espalhou pelo local com o fito presumível de manter afastados os urubus. Sem poder adivinhar que aquilo fosse veneno, os urubus voltaram à carga. Três ou quatro tombaram ali mesmo. E o próximo visitante que chegou, encontrando os urubus mortos sobre os restos dos cangaceiros, pensou rápido e saiu com a boca no mundo a dizer que "Lampião" não havia sido morto a bala, não. Havia sido envenenado. 

Assim se formam certas lendas no Brasil. Aliás, ninguém pôde atestar se os despojos estavam envenenados ou não. Quando as chuvas chegaram, o riacho ganhou águas e as águas mesmas cuidaram de decompor e destruir o que restava do estado-maior de "Lampião". João Ferreira se esquivava de ouvir essas histórias. Seus anos de vida estavam cansados de ouvir histórias tristes sobre Virgulino. Em vez, ele andava pelo mato a procurar qualquer coisa. Até que voltou, trazendo um punhado de flores silvestres. Aproximou-se da cruz tosca. que fixara entre as pedras, tirou o chapéu da cabeça e se ajoelhou. Após alguns momentos de reflexão, depositou as flores ao pé da cruz. Para João. a morte perdoara os crimes de Virgulino. Ali ele não era mais o rei dos cangaceiros. Era um finado. Quando João se levantou, alguém identificou entre os presentes o Sr. Oséias Cândido, irmão de Pedro Cândido. 


Pedro Cândido era um fazendeiro que negociava com "Lampião" e foi quem guiou a volante alagoana ao esconderijo de Angico. "Lampião" morreu por causa dessa traição. — Meu irmão — disse Oséias — foi posto num dilema: morrer, ou mostrar onde "Lampião" estava. E contou que o bando foi surpreendido às 5 horas da manhã, quando presumivelmente dormia. João Ferreira ficou ouvindo de longe, como a não querer misturar-se com o irmão de Pedro Cândido. Ficou mudo o tempo todo. Só abriu a bôca no momento em que Oséias contou que Pedro morrera assassinado, em 1942. Quando perguntei a Oséias: "Que é de Pedro?", e ele respondeu: "Mataram", João comentou lá de traz: — Bem feito. E então nos retiramos, deixando a cruz e as flores dentro da paisagem. Voltamos a Piranhas peio Rio São Francisco, à noite, debaixo duma lua cheia linda e comovente. Horas mais tarde, quando os quatro passageiros de nosso carro jogaram-se às camas de um hotel em Santana do Ipanema, Manuel Ferreira tirou um livro de sua pasta e pediu que ouvíssemos alguns versos. 

O livro era "Bandoleiros das caatingas", excelente reportagem de Melquiades da Rocha. Os versos, do cantador Zebelé. Versos que nos desviaram o pensamento da lua se derramando sobre o São Francisco, para recordar, mais adiante, aquela cruz e aquelas flores no matagal da Fazenda Angico. Diziam assim: 

Ninguém no mundo se livra
Do gorpe duma traição. 
Inté Jesus foi traído 
Por um judeu sem ação, 
E morreu crucificado 
Sexta-feira da Paixão.
Lá na grata dos Angico, 
No meio da escuridão, 
Cercado por todos lado, 
Ferido de supetão, 
Foi pegado, foi traído. 
O gigante do sertão. 

Era brabo, era marvado
Virgulino, o Lampião, 
Mais era, pra que negá, 
Nas fibra do coração 
O mais prefeito retrato 
Das catingas do sertão 

A viola tá chorando 
Tá chorando com razão 
Soluçando de sódade, 
Gemendo de compaixão. 
Degolaram Virgulino, 
Acabou-se Lampião.

Havíamos atingido Santana do Ipanema, em Alagoas, para investigar o boato de que o vigário local criara um filho de "Lampião". Padre Bulhões não vivia mais, porém sua família podia esclarecer. O saudoso vigário realmente educara o filho de um cangaceiro. Mas filho de "Corisco", não de "Lampião". Retomamos viagem, para descobrir 12 horas mais tarde em Aracaju, a filha de "Lampião" e Maria Bonita. 

Sim, o rei do cangaço deixara uma filha. Dizia-se que era um filho. Esta própria revista recentemente divulgou declarações que defendiam essa versão. Mas João Ferreira não dá fé. Ele sabe apenas que um dia Virgulino lhe mandou uma menininha, com um bilhete para que ele a educasse. "O nome é Expe-dita", dizia o bilhete. 

Expedita, hoje, é ainda uma criança. Mas já mãe. Tem 21 anos de idade, um marido da mesma idade, um filhinho de 9 meses, Dejair. É uma cabocla forte e bonita, que não apresenta qualquer Sinal de degenerescência, nenhuma tara. Em julho de 1938, quando as cabeças de seus pais estiveram no Serviço Médico Legal de Maceió, o exame não denunciara estigmas que caracterizassem "Lampião" ou Maria Bonita como criminoso nato. Não surpreendia, que a filha fosse também normal. — O que tem é gênio forte. Herdou do pai — disse João. Nós a avistamos quando cuidava do filho. Dava-lhe leite em mamadeira, ai pelas 6 horas da tarde. Tinha um semblante tranquilo, os gestos delicados. Parecia feliz. A casinha modesta estava que era um mimo. Havia poltrona na sala, berço no quarto, jogo de panelas na cozinha. Tudo arrumado, tudo limpo que fazia gosto. Expedita dava leite ao nenê enquanto esperava o marido, Manuel Messias Nunes, para jantar, Manuel chegou loga. Tão criança quanto a mulher. Vê-los caducando com Dejair era ver dois meninotes que brincassem de papai e mamãe com um bebê. Educada por João, Expedita sabe porém de quem é filha. Na mesa da sala descobri O CRUZEIRO com a reportagem de João Martins sobre o livro "Lampião" de Optato Guelros. Sinal de que ela não era indiferente ao assunto. Mas que gosta de falar nele, não gosta. Tive de sondar pessoas de sua intimidade para conhecer-lhe as reações ante o tema "Lampião". Ela jamais falaria a um estranho sobre esse caso. Sempre tem medo de que sua condição de filha de "Lampião" atraia vexames para o marido, mais tarde para o filho. Pude colher que, embora evitando conversar sobre cangaceiros, ela devora toda leitura que se refira ao pal. Algo mais: foi ver o filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto. Voltou de lá aborrecidíssima" com a deformação do caráter do pai". Pois identificou "Lampião" no personagem central do filme. Expedita, como de resto todo o Nordeste, ligava pouco para o fato de Lima Barreto fazer arte. Queria apenas história. Interpretação honesta dos fatos. E ficou revoltada em ver os cangaceiros só viajando a cavalo, feito "cow-boys" americanos, eles que só atravessavam e caatinga andando com os próprios pés. E revoltada em ver que não davam descanso a seu pai nem depois de morto.

Achei bonito que os Ferreira não se envergonhassem do parentesco com "Lampião". Lembro uma reportagem que fiz no Oriente sobre um australiano que amava uma japona. Proibido de casar, pois a Austrália àquele tempo não queria australiano casado com japonesa, o soldado Frank Loyal Weaver achou que o coração tinha razões mais fortes, e se casou. Foi deportado sete vezes para a Austrália; clandestinamente voltou sete vazes ao Japão. Pois bem: os pais de Weaver, envergonhados, repudiaram o filho, nunca mais quiseram saber dele. 

Quando é que um sertanejo nosso abandonaria o filho por ter casado com quem queria? É como me diziam os primos de João no meio da viagem: "Lampião" é nosso sangue. E sangue é sangue". Achei bonito que os Ferreira reverenciassem o parente morto. Terem a coragem de não negar. A bravura de defender. Lá em Serra Talhada uma senhora me disse: — Meu pai é Antônio Matilde. Ouviu falar nele? Era do bando de "Lampião". Pois olhe: tenho orgulho de ser filha de Antônio Matilde. Então vou renegar o homem que me deu a vida só porque o mundo o condena? E com um ar de desprezo pelo juízo dos homens ela rematou: — Ora, moço, só Deus é o dono do mundo. 


NO CURSO de uma das varias palestras mantidos durante a viagem, no propria fazenda "Serro Vermelha'', onde ele nascera, João Ferreira ouviu expressões incômodas sobre "Lampião" e seus feitos. Ficou firme. Ninguém sabia quem era ele. Os novos senhores da terra o trataram bem, sem saber a quem tratavam. Tudo bem. 

OSÉIAS CÂNDIDO contava por que seu irmão Pedro guiara os matadores de "Lampião" ao esconderijo no grota de Angico. Fora forçado por ameaça de morte. João Ferreira ficou espiando, desconfiado, como o não querer misturar-se com o irmão de quem traíra Virgulino e o empurrara para a morte.
Antônio, o irmão mais velho. Nem os outros irmãos mais velhos, Livino, Virgulino e Virtuosa. Ele, João, era o quinto filho do velho José Ferreira e da "cumadre" Maria José. Abaixo vinham Angélica, Maria, Ezequiel e Anália. A família era grande e próspera. Pai e mãe vivos, nove filhos, gado no campo, terra trabalhada, dinheiro nos baús. Agora, tudo diferente. Por que? — Por que não nos deixaram viver em paz? —perguntou ao ar. 


MOCINHA é o única irmã que restou a João Ferreira. Ela aparece aqui tomando café, sentada, em sua casa de Delmiro, cidade alagoana próximo à Cachoeira de Paulo Afonso. De costas, o marido de Mocinha. 

Deixando a fazenda, João foi abraçar a única irmã que lhe restava, Maria. "Chamo-a de Mocinha", explica. Ela mora em Delmiro, Alagoas, é bem casada e mãe de duas moças e um rapaz. João passou uma noite inteira contando-lhe os detalhes da sua viagem. 

Depois ele atingiu as margens do Rio S. Francisco, tomou um barco e foi à Fazenda Angico. Ver o local onde mataram o mano. Manuel e Antonio Ferreira, os dois primos que o acompanhavam na viagem, alguns tripulantes do barco e gente da vizinhança, seguiram João até a grota famosa onde a volante do capitão Bezerra liquidou "Lampião" em 1938. João olhou em volta sem dizer uma palavra. Então tinha sido aquele o palco da cena final... Botou a mão na mesma pedra onde o pescoço de Virgulino recebeu o golpe do facão. Depois mandou cortar um galho de árvore, fazer uma cruz. E fixou a cruz entre pedras, no local onde jazera o corpo decapitado do irmão. 
— Enterraram o corpo? — perguntei ao guia. 
— Não, a água levou. 

Informação: Acho que quem organizou este foi o pesquisador Raul Meneleu

https://meneleu.blogspot.com/2016/02/lampiao-e-nosso-sangue.html?m=1&fbclid=IwAR3X1qQ0ql-LmOlQb3_-RS7j2PMahOMnyCwiapOhaJ6mh-lffq2DvQKuucs

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

quinta-feira, 29 de abril de 2021

SANTANA – ÁGUAS BELAS

 Clerisvaldo B. Chagas, 28 de abril de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.522


 

Quando o interventor Pedro Gaia, vindo de Palmeira dos Índios, assumiu a prefeitura de Santana do Ipanema, aconteceu no mesmo dia a morte de Lampião e Maria Bonita. A gestão de Pedro Gaia foi curta, mas profícua. Entre outras coisas reformou a prédio da prefeitura e que só foi reformada novamente no governo Isnaldo Bulhões, década de 80. Porém, importante mesmo foi a abertura de uma estrada que ligou Santana à cidade pernambucana e fronteiriça de Águas Belas. Um verdadeiro marco econômico, turístico e fraterno entre esses dois núcleos que sempre se respeitaram e se confraternizaram desde os primórdios. Normalmente para se chegar a Águas Belas, o santanense vai pela BR-316, até o entroncamento Carié, município de Canapi e dali continuará seguindo direto a Pernambuco. Arrodeio enorme.

Santana – Água Belas pelo atalho de Pedro Gaia – ainda estrada de terra – é apenas um pulo. A pavimentação asfáltica teria duas opções em Alagoas, uma diretamente pelo povoado São Félix e sítios com Baixio, Imburana do Bicho, Camonga, Gravatá, Poço d’’Anta e vários outros antes e depois de São Félix. A segunda opção teria no roteiro, os sítios Barroso, Água Fria, Salgado, Camoxinga dos Teodósio, Pinhãozeiro e Malembá, puxando um ramal para o povoado São Félix. Esta opção pega boa parte da região serrana de Santana do Ipanema.

O integração em asfalto, já foi cogitada antes, ficou, porém, no campo das ideias. Naturalmente precisaria interesse dos dois prefeitos em questão, além do apoio dos governadores dos estados envolvidos. Um novo leque de progresso se estenderia na região beneficiando os dois municípios em todas as áreas: Economia, turismos, saúde, educação, Comércio e prestação de serviços em geral. O movimento de Águas Belas é para a distante Garanhuns e que poderia reparti-lo com a praça de Santana do Ipanema. O futebol entre os dois núcleos, deixou as portas escancaradas para mais esse futuro intercâmbio que se não acontecer hoje será amanhã.  A propósito, ambas às cidades são banhadas pelo rio Ipanema e sempre se ouviu dizer no passado: “Águas Belas e Santana são irmãs”.

Talvez esteja faltando apenas um cacique do lado de cá e um pajé do lado de lá com a boa-vontade no meio.

PREFEITURA DE SANTANA, REFORMADA EM 1986 (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/04/santana-aguas-belas-clerisvaldo-b.html

ENTREVISTA DO CANGACEIRO “ COBRA VERDE “..

ENTROU NO CANGAÇO PARA GANHAR UNS “ COBRES “, E, NA MADRUGADA DO TIROTEIO EM ANGICO, FOI BUSCAR O LEITE....!

Fonte: A Noite ( edição ..14/11/ 1938 )

COBRA VERDE tem apenas 21 anos de idade , segundo nos declarou...Há dois anos e 10 meses que é cangaceiro. Natural de Piranhas-AL, fazia parte do grupo de Moreno. O primeiro combate que teve foi no povoado Navio, com a força do sargento Negrinho.

Perguntamos a ele por que abandonou a vida pacata da cidade para viver como bicho na caatinga, ao que ele respondeu, em sua própria linguagem : “ Eu era operário da Fábrica da Pedra e ganhava de dez a quatorze mil réis por semana . Era um aperreio para mim, rapaz novo e que queria viver limpo como os outros . Era muito injustiçado na vida. Por isso resolvi ser bandido para ver se arranja uns cobres. Achei boa a vida. Cheguei a possuir dois contos de réis, fora o “ ouro “ . Conta que nunca maltratou alguém, e que vivia no cangaço só para arranjar “ uns cobres “. Disse que fez diversos saques, alguns com Luiz Pedro. No último apresentou aos bandidos, apenas nove contos de réis, escondendo o resto. O chefe era muito bom , mas era muito sabido.

Declarou-nos, ainda, que esteve no Combate de Angico ( quando morreu Lampião ). Não dentro do cerco, mas fora porque fora buscar LEITE muito cedo para a tropa, a mandado do Capitão. Quando foi chegando no coito viu a bagaceira ( tiroteio ) de longe, saiu correndo para a Fazenda Cuiabá onde encontrou Balão e outros que, igualmente, haviam fugido do tiroteio. – O Grupo – continua- era composto de 42 homens e 07 mulheres . Com a morte de Lampião esfacelou-se o cangaceirismo no nordeste , porque era o “ chefe “ que fornecia e dava ordens a todos os grupos de cangaceiros.

O desejo de COBRA VERDE é trabalhar honestamente. Não quer voltar para o sertão.

OBS:

1-Abaixo, foto de COBRA VERDE, por ocasião das entregas dos cangaceiros à polícia.

2- Foto, autor desconhecido..

3- Local da foto: Quartel da polícia em Santana do Ipanema-AL

https://www.facebook.com/photo?fbid=1627850960750205&set=gm.1634051366803801

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PEÇA LOGO ESTES TRÊS LIVROS PARA VOCÊ NÃO FICAR SEM ELES. LIVROS SOBRE CANGAÇO SÃO ARREBATADOS PELOS COLECIONADORES.

 Por José Mendes Pereira


A primeira obra é "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" que já está na 5ª. edição, e aborda o fenômeno do cangaço e a vida do maior guerrilheiro das Américas. Um homem que não temeu às autoridades policiais  e muito menos aqueles que lutavam contra a sua pessoa, na intenção de desmoralizá-lo nas suas empreitadas vingativas, e eliminá-lo do solo nordestino. Realmente foi feito o extermínio do homem mais corajoso e mais admirado do Nordeste do Brasil, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, mas não em combate, e sim, através de uma emboscada muito bem organizada pelo alagoano tenente João Bezerra da Silva. 


O Segundo livro da trilogia do escritor e pesquisador do cangaço é: "FATOS ASSOMBROSOS DA RECENTE HISTÓRIA DO NORDESTE" com 332 páginas, e um grande acervo de fotos relacionado ao assunto. E para aqueles que gosta de ler e ver fotos em uma leitura irá se sentir realizado com todas as fotos.


O terceiro livro da trilogia também do escritor José Bezerra Lima Irmão é: "CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO NORDESTE" resgata fatos sobre os quais a história oficial silencia ou lhes dá uma versão edulcorada ou distorcida: o "desenvolvimento" do Brasil, o desumano progresso de colonização feito a ferro e fogo, Guerra dos Marcates, Cabanada, Balaiada, Revolução Praieira, Ronco da Abelha, Revolta dos Quebra-Quilos, Sabinada, Revolta de Princesa, as barbáries da Serra do Rodeador e da Pedra do Reino, Guerras de Canudos, Caldeirão e Pau-de-Colher, dando ênfase especial à saga de Zumbi dos Palmares, Invasões Holandesas, Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equador e Guerras da Independência, incluindo o 2 de Julho, quando o Brasil se tornou de fato independente... São assuntos que dão gostos a gente lê-los.  

Adquira-os com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

ou com o autor através deste g-mail: 

josebezerralima369@gmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A CRUZ NA COVA RASA DE UM INOCENTE

Nosso amigo Jonas Nemézio nos traz as imagens do “Tanque do Touro”, para alguns ‘pia’ e, para outros ‘calderão’, no sertão da Bahia, local onde Lampião e seu bando passaram por várias vezes para matar a sede e reabastecer as cabaças.

Junto, ele nos presenteia com a triste imagem da ‘Cruz de Zé Pretinho’, o qual foi abatido pela volante do terrível tenente Douradinho. O crível era que Zé Pretinho, até que se prove o contrário, era inocente sobre as acusações de ser ‘coiteiro de cangaceiro’. Ocorrido o assassinato nas terras de dona Generosa, grande coiteira de Lampião. Na casa de ‘dona Generosa’ Lampião e sua caterva curtiam festas e festas promovidas pela proprietária.

Por Jonas Nemézio

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOTA DE PESAR!

 Por Relembrando Mossoró

O Relembrando Mossoró toma conhecimento do falecimento da Professora Charceni Araújo Fernandes, conhecida como "Ninita", seu corpo está sendo velado em sua residência, na Rua Melo Franco, próximo ao Cemitério São Sebastião. Nossos sentimentos aos familiares e amigos.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=142834251150959&set=gm.3788285024588233

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MULHER DE 109 ANOS DIZ TER VISTO PADRE CÍCERO E BANDO DE LAMPIÃO, NO CE

Por Diana VasconcelosDo G1 CE

Aos 109 anos, Dona Amélia tem problemas de vista. - Mas se mantém lúcida. (Foto: Família/Arquivo Pessoal)

ESTA INFORMAÇÃO FOI POSTADA EM 20-09-2012 NO http://g1.globo.com/ceara/noticia

Aposentada completa 109 anos nesta quinta-feira. Viúva duas vezes, mulher teve oito filhos. Dois deles morreram.

A aposentada Amélia Nunes dos Santos, moradora da cidade de Mauriti, a 493 de Fortaleza, completa 109 anos nesta quinta-feira (20). Segundo ela, neste mais de um século de vida presenciou eventos históricos, como as missas celebradas pelo padre Cícero Romão Batista, os confrontos na cidade de Juazeiro, em 1914, e até passagens do cangaceiro Lampião e seu bando pelo sertão cearense.

Nascida em 20 de setembro de 1903, no Sítio Oitis na zona rural da cidade de Milagres, a “Dona Amélia”, como gosta de ser chamada, conta que se mudou para o distrito de Arapuá com pouco mais 10 anos, localidade próxima a Juazeiro do Norte. A partir de então passou a frequentar as missas de padre Cícero e os grupos de orações no turno da tarde.

“Eu o conheci indo para a missa dele, me ajoelhei aos pés dele e ele benzeu minha cabeça. Eu ia toda tarde para a reza dele. Ele era [um homem] miudinho, não era um 'homão', não. Era branquinho”, conta Dona Amélia. No mesmo período, o pai da aposentada foi chamado para combater na Sedição de Juazeiro, confronto de 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal, no sertão do Cariri.

“Meu pai voltou bem, mas porque foi ajudar padre Cícero”, diz a devota sobre o retorno do pai. Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas. Ele foi excomungado pela Igreja Católica no fim da década de 1920, mas mateve a influência na região. Aos 23 anos, Dona Amélia afirma ter vista aina a passagem do cangaceiro Lampião e seu bando por Irapuã. “O povo ficou com medo, eles [bando] saíram levando os cavalos e os animais do povo”, afirma.

Devota de padre Cícero, Dona Amélia deve renovar votos em cerimônia religiosa neste aniversário (Foto: Família/Arquivo Pessoal)

Lúcida aos 109 anos, a aposentada lembra com tristeza da perda de três irmãos. “Hoje só tenho uma irmã viva. Senti demais a morte dos meus irmãos. Viver de mais tem coisas ruins”, destaca. Dona Amélia perdeu também os dois maridos, primeiro o agricultor Antônio Nunes e depois o irmão dele, Jacó Nunes. “Casei com o mais velho, ele adoeceu e morreu. Depois casei com o mais novo”, conta com risadas.

Dona Amélia teve oito filhos, dois já morreram. “Vivos tenho três mulheres e três homens”, explica e completa dando risadas, “agora, os netos, eu não conto mais não minha filha. Parei de contar”. Apesar das perdas, Dona Amélia diz estar muito feliz com o aniversário e a festa que a família está preparando para ela. “Estou feliz porque eu estou bem, graças a Deus. E estou mais feliz porque minha família está toda aqui, é bom”, afirmou.

Segundo a filha, Nininha Teixeira,  a aposentada tem 33 netos, 68 bisnetos e 10 tataranetos, todos participarão da festa de aniversário no fim da tarde. Além deles, parte dos moradores do Distrito da Palestina, em Mauriti, também devem participar. De acordo com a filha, o aniversário causa uma certa comoção na cidade pela aposentada ser muito conhecida.

http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/09/mulher-de-109-anos-diz-ter-visto-padre-cicero-e-bando-de-lampiao-no-ce.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com