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sexta-feira, 17 de abril de 2020

SILÊNCIO, SILÊNCIO...

*Rangel Alves da Costa

Calmaria de mar. Gaivotas em mudez de céus. Águas lentas, suaves, mansidões e azuis. O pensamento é ouvido na memória. Em instantes assim, escuta-se a voz interior. A brisa que passa canta. É fácil ouvir o seu canto.
Os horizontes se mostram em paisagens. Uma beleza tão apaixonante que não precisa de nenhum som para descrevê-la. Os olhos avistam e tudo dizem. O sentimento vai decifrando o que é poesia e o que é apenas realidade. Ora, é tudo silêncio.
Nada. Nenhuma voz. As folhas secas já não passam. O vento já não assobia. As vozes do tempo e da natureza parecem emudecidas. A boca providencialmente fechada. Nada caindo para cortar o silêncio e fazer barulho.
Que bom se de vez em quando assim acontecesse. O silêncio apenas, e a plenitude do silêncio, somente. Nada a dizer a si mesmo no momento. Nenhum sussurro, nenhum murmúrio. A voz sem voz e o grito maior do silêncio.
Assim mesmo, pois eis que de repente tudo silencia e alguém começa a imaginar o nada existente. No silêncio o nada, o vazio, o caos. E assim acredita por jamais ter ouvido ou sentido a sua palavra.
Sequer imagina que é do silêncio que nasce a voz, que surge a ideia, que o mundo se expressa, que a vida se mostra. É, pois, do silêncio que irrompe outro primoroso silêncio: aquele que necessita silenciar intimamente para ser ouvido.
É no silêncio que a prece ecoa às alturas, é no silêncio que o íntimo da alma procura sua razão de existir, que a pessoa se reconhece enquanto força que precisa se reconhecer muito mais. E por isso mesmo emudece para que outras vozes se soltem.
E uma verdade induvidosa: o silêncio é tão ou mais valoroso que a palavra. Mais que isto, há no silêncio um ato de comunicação tão intenso que se torna impossível não ouvir todos os gritos e ecos.


O silêncio é a voz íntima, interiorizada, num ato de comunicação da pessoa consigo mesmo. Mesmo sem a palavra dita, verbalmente expressada, há a voz que interage do ser para com o ser.
O silêncio é a confissão sem medo e sem demora. Em nenhum local ou instante da vida, o silêncio confessaria tudo o que tem vontade de dizer senão no próprio silêncio. Não há receio de palavras, apenas a voz no pensamento.
O silêncio nunca silencia. Mesmo que os espaços estejam calmos, plenos de quietude, sem nenhuma outra voz, ainda assim o silêncio vai busca no pensamento a palavra certa para o instante, num misto de confissão, de recordação e de simples ou profunda meditação.
É no silêncio que o grito ecoa mais alto e a voz brada seu uivo de lobo, mas apenas no próprio silêncio. Ora, vem a ideia, vem a memória, vem a nostalgia, e daí todo um arroubo que se traduz em gritos e brados.
Necessário que o ser humano silencie cada vez mais. O mundo já possui alardes e alaridos em demasia, a vida já possui algazarras e vozerios em demasia. E em instantes assim todo o silêncio se perde em espanto.
Necessário por que o homem tem que encontrar instantes para viver a si mesmo. Nenhum ser humano consegue viver sem ouvir suas próprias vozes interiores e com elas dialogar suas razões, suas aceitações e descontentamentos.
Necessário ainda que o homem silencie até que encontre sua outra voz. De nada vale apenas abrir a boca sem que a palavra surgida tenha valia. Nada adianta apenas falar se o expressado não possui sua razão de ser.
No silencia há o sopesamento do verbo, da expressão, daquilo que vai sair da boca enquanto palavra. Reflete-se no silêncio sobre o acerto do que vai dizer. Medita-se no silêncio sobre a validade e a necessidade do que irá expressar em palavras.
No silêncio há imagens, retratos, faces, feições. No silêncio há molduras, cores, sorrisos, aflições, angústias, tristezas. No silêncio há o som imaginário e tudo o que se deseje avistar. O silêncio permite o reencontro.
No silêncio da brisa, do vento, da aragem do entardecer, há muito além da palavra. Perante a brisa, a aragem e o entardecer, logo o pensamento vai encontrando suas asas e tomando os espaços para seguir nas distâncias.
Mas não precisa fechar a porta e a janela para que o silêncio chegue. Não será necessária a reclusão para que o silêncio se imponha. Longe da multidão e da voz, qualquer lugar serve ao silêncio, principalmente quando busca no seu cantinho um instante de paz.
Então silencie e fale. Você precisa ouvir a si mesmo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O FOGO DOS PILÕES - A MORTE DO CANGACEIRO ANTÔNIO PADRE E A FUGA DE GAVIÃO



Nesse vídeo exibiremos parte da rota de fuga utilizada pelos cangaceiros Antônio Padre e Gavião (João Ricart), após terem sido baleados e fugirem do ataque promovido pelo então delegado Arlindo Rocha e equipe aos cangaceiros que se encontravam arranchados no sítio Pilões no município pernambucano de Salgueiro. Gravemente baleado o cangaceiro Antônio Padre não resiste as fortes dores e é deixado para trás por Gavião que segue em fuga visando salvar a própria pele. Pouco tempo depois do ataque o corpo de Antônio Padre é encontrado em posição de ponto (Tiro) e já em estado avançado de putrefação. 

Continua... Geraldo Antônio de Souza Júnior.
Categoria


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O CANGACEIRO TEMPESTADE


Por Guilherme Machado

Este é o Cangaceiro João Vital dos Santos (Tempestade). Nasceu no município de Dois Riachos no Estado de Alagoas em 1914, dia e data desconhecida. Tempestade militou no bando do Cangaceiro Moreno, de onde foi expulso por ser violento e dedo leve no manejo do revólver. 

Deixou o Cangaço e foi morar com sua família filhos e mulher na ponta da serra na divisa da Bahia e Sergipe entre os municípios de Serra Negra e Poço Redondo, vindo a ter problemas com o chefe político da região o Coronel João Maria.

Tempestade largou terra, filhos e sua mulher e foi trabalhar em Maceió na segurança do Governador do Estado de Alagoas Muniz Falcão! Tempestade chegou a Maceió em 1950 e tomou partido e segurança toda à carreira política do governador.

No início de 1960 Tempestade baleou e matou um tenente do exército a mando do genro do governador Robson Mendes. O Cangaceiro fugiu para Pernambuco e ficou escondido na fazenda dos Muniz no município de Buíque.

Anos depois foi preso e condenado a 59 anos de cadeia. Saiu nos anos 70 e ao sair da prisão a caminho de casa levou um tiro de espingarda calibre 12 e teve parte do rosto destruído pelo tiro. 

Tempestade morreu em Santana do Ipanema no dia 21 de abril de 1984. de infarto por não poder vingar-se do tiro que levou a traição! Até hoje seus filhos e netos não o conhece a história do cangaceiro ou agricultor João Vital dos Santos (Tempestade).

O resumo acima me foi passado por sua filha Delfina Vital dos Santos hoje moradora de Delmiro Gouveia Alagoas e tive alguma informação da Cangaceira Aristéia quando viva.




CURIOSIDADE!





Na imagem uma multidão se aglomera em frente à estação Central do Recife, no ano de 1914, à espera do trem especial da Great Western que trazia o Antônio Silvino, famoso cangaceiro que havia sido capturado na cidade de Taquaritinga do Norte, e havia sido embarcado na estação de Caruaru, para ser posto na Casa de detenção, atual Casa da Cultura do Recife, onde passou 23 anos em reclusão. 



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MARIA BONITA


AS CABEÇAS DOS CANGACEIROS MORTOS..!

Maria Bonita, companheira de Lampião, e, mais 09 cangaceiros morreram no combate de Angico, em 28 de julho de 1938. Após a morte, as cabeças foram cortadas e, exibidas como troféus.

O funeral das cabeças seguiu no seu cortejo macabro, passando em várias cidades alagoanas, até fazer pousada na cidade de Maceió, onde foram examinadas pelo legista, o Dr. Lages Filho.

Na imagem, abaixo, FOTO DA CABEÇA DE MARIA, sendo fotografada em Pedra de Delmiro-AL.

Fonte: Jornal A Noite, edição de 09-08-1938


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MOSSORÓ ESTÁ DE LUTO!

Por Relembrando Mosasoró

Mossoró está de luto, perdeu na tarde desta quinta-feira, 16 de Abril, Dr. Élio César, cirurgião plástico de 52 anos, e José Fontes, auditor fiscal, aposentado de 73 anos. Zé Fontes estava internado no hospital Wilson Rosado com uma infecção no fígado. Dr. Élio estava no mesmo hospital acometido por Corona Vírus. 

Que descansem em paz!