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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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HÁ RELATOS QUE PADRE CÍCERO DORMIA MUITO POUCO

Por Francisco Airton Castro Rocha2
Figura 2 Padre Cícero e o médico Luis Malzone, fundador dos Hospitais São Lucas; foto da década de 1920-1930, mostra inclinação lateral do pescoço. 

Há vários relatos de que o padre Cícero dormia muito pouco, era surpreendido a cochilar durante o dia, diante dos interlocutores, e até mesmo na sela de sua montaria.25,7,8 Sempre dormiu em rede, a despeito de ter uma cama em seu quarto.3 Tinha alimentação frugal, habitualmente jejuava por longos períodos. 14,6,8,9 Em 1910, ao pensar ser acometido de problemas renais, observou conselhos do Dr. Miguel Couto e acreditou que a situação decorria da água do Juazeiro. A partir de então, passou a beber apenas água de coco ou chá, não voltou a beber água potável. 35,10 Há descrições de hemoptises nas biografias do padre Cícero, embora nos pareça que se tratasse de hemoptoicos, já ele com 76 anos.2,3 Mesmo que não haja relato de sintomas respiratórios outros, considerando que o padre Cícero teria fumado, certamente cigarro não industrializado, por alguns anos, ainda antes de chegar ao Juazeiro,4,10 não se pode deixar de considerar a possibilidade de que ele tenha desenvolvido algum problema respiratório de vias aéreas inferiores que pudesse ter levado a episódios de hemoptoicos.

Aparentemente, é muito claro que o padre Cícero tenha apresentado repetidas infecções nos membros inferiores, descritas como erisipela, nos seus últimos anos de vida.2,3,7 Um antraz, na região cervical posterior, já próximo de sua morte, foi motivo de uma intervenção cirúrgica, bem como uma provável catarata, operada pouco mais de um mês antes de sua morte, sem sucesso.3

Em uma de suas biografias, a descrição de seu último quadro3 sugere o desenvolvimento de obstrução intestinal. Considerando que o padre Cícero já contava 90 anos, que teria apresentado furúnculos e mesmo erisipela de repetição, aliados à inexistência de antibioticoterapia e de cuidados adequados de desinfecção, é bem possível que seu quadro final tenha sido infecção generalizada, a partir de foco cutâneo, que levou a comprometimento intestinal, com abdome agudo clínico, como poderia ocorrer na fase inicial de um choque séptico, agravado por desidratação e consequente déficit de irrigação renal, com anúria, que, aliás, é relatada, e seguiu-se o óbito.2

Integração clínica

Motivado pela leitura de sua biografia, penso ser plausível propor a hipótese que o padre Cícero teria sido portador de uma espondiloartropatia crônica inflamatória, até hoje insuspeitada. A descrição seria de quadro doloroso lombar, que acometeu também a coluna cervical, em indivíduo do sexo masculino, de cor branca, iniciado antes dos 50 anos, com anquilose parcial da coluna, particularmente visível no segmento cervical. Teria havido pelo menos um episódio de artrite documentada e vários episódios de distúrbios intestinais, que poderiam ser associados a um componente inflamatório intestinal e fazer parte da hipótese diagnóstica principal. Na história familiar, há apenas relato de que sua mãe teve “inflamação nas pálpebras” por vários anos e teria ficado “‘paralítica” em 1897, por volta de sua sexta década de vida.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico anatômico predominante seria da coluna (segmentos lombar e cervical), com quadro crônico, de provável natureza inflamatória, uma vez que não há descrição de que seus sintomas fossem agravados por sua atividade física, que foi intensa. O “Padim” era incansável, trabalhava até altas horas. Sempre se deslocou regularmente, mesmo na última década de vida. A sonolência poderia denunciar sono não reparador e a preferência pela rede é comum em doentes com espondilite “aqui por essas bandas do Nordeste brasileiro”, embora não haja fundamentação técnica a apoiar esse hábito. Assim, esses aspectos que sugerem sono não reparador alimentam a hipótese de que suas dores na coluna, relatadas em vários livros a seu respeito, tivessem caráter inflamatório. Não há relato de trauma que pudesse justificar uma fratura cuja consolidação daria causa à deformidade cervical que desenvolveu. Também é improvável ter-se tratado de escoliose, que não é causa habitual de dor na coluna, ao contrário do pensamento comum, e raramente envolve a porção cervical, que é o segmento com deformidade mais perceptível no padre. Uma foto sua (fig. 3) ainda prestes a concluir os estudos no seminário (cerca de 23 anos) não mostra a inclinação do pescoço, que deveria existir já a esse tempo caso a razão fosse escoliose idiopática juvenil estrutural. É improvável tratar-se de osteoartrite primária, face ao sexo masculino e ter iniciado abaixo de 50 anos. A julgar pela foto de 1888 (fig. 1), em que o padre já aparece com o pescoço inclinado para a direita, e pelos relatos de dores e da “escoliose” por volta de seus 50 anos, é absolutamente plausível que ele tenha apresentado dores por algum tempo, que se teriam iniciado antes dos 45 anos, como ocorreria nas espondiloartrites.11 Causas infecciosas piogênicas e artrite reativa são improváveis pela cronologia, bem como artrite microcristalina, mesmo a de causa hiperuricêmica. Padre Cícero era magro, tinha dieta frugal, com pouca ingesta de carnes vermelhas, abstinência alcoólica e havia predominância do envolvimento da coluna. Não seria apelativo, a despeito da especulação inerente ao presente texto, que a artrite relatada aos 60 anos decorreria de envolvimento articular periférico de uma espondiloartrite de predomínio axial. Lues, doença altamente prevalente na época, pode ser excluída pela condição celibatária do patriarca, que assumiu esse compromisso ainda adolescente (aos 12 anos, segundo depoimentos), o que não foi questionado nem por seus mais ácidos críticos.3,4,9 Ademais, sua marcha não tinha aspecto de tabética, como seria passível de existir em uma lues terciária que envolvesse a medula espinhal. Etiologia tuberculosa, hansênica ou fúngica, a despeito dos hemoptoicos, nos parecem causas improváveis para explicar o quadro da coluna, face ao longo tempo (mais de 40 anos de evolução) e ao aspecto anquilosado que sua rigidez ao caminhar sugere. Não temos elementos para explicar os episódios de hemoptoicos, mas poderiam decorrer de sequelas de infecções respiratórias.2,3,9 Osteoporose primária que leva a fraturas pode ser afastada pelo sexo masculino, boa atividade física, ingesta frequente de laticínios, exposição intensa e por muitos anos ao sol, início antes dos 45 anos, além da artrite e quadro intestinal incompatíveis com osteoporose.

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0482-50042016000500464&script=sci_arttext&tlng=pt

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TERRITÓRIO LIVRE DE PRINCESA NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO...

Por Manoel Severo

"Estou vendo aqui o convite do querido amigo Manoel Severo para que assistamos ao vídeo do Cariri Cangaço sobre o tema Território Livre de Princesa – a Guerra de 30. Será amanhã, sexta-feira, no canal YouTube do Cariri Cangaço.Lembro que no encontro do Cariri Cangaço realizado em Princesa a revolta do Coronel Zé Pereira foi objeto de uma palestra do saudoso José Romero Araújo Cardoso. A Guerra de Princesa é um capítulo marcante da história do Nordeste. Governava a Paraíba o presidente João Pessoa, sujeito arrogante, vaidoso, que criticava os coronéis do sertão mas adotava os mesmos métodos deles, valendo-se de sua condição de sobrinho de Epitácio Pessoa, que tinha sido presidente da República. A polícia prendia, espancava e até matava quem lhe fizesse oposição.

Um dos perseguidos foi João Duarte, advogado brilhante, neto do ex-presidente paraibano Manoel Dantas. O automóvel do advogado foi lançado pela polícia nas águas do Sanhauá. A polícia invadiu sua residência, destruiu móveis, livros e processos judiciais e apoderou-se de vários documentos e papéis, no meio dos quais sua correspondência amorosa com a professora Anaíde Beiriz. Trechos de suas cartas íntimas foram publicados no jornal oficial do governo da Paraíba. Enquanto isso, no sertão, a violência corria solta. O Coronel Zé Pereira, chefe político de Princesa, rompeu com o governo do Estado. Os coronéis do sertão aliaram-se a ele. Em represália, o presidente João Pessoa mandou exonerar ou transferir funcionários que tivessem qualquer relação de parentesco ou amizade com Zé Pereira e seus correligionários.

Intensificaram-se as ações policiais. Em Teixeira, uma volante comandada pelo tenente Ascendino Feitosa cercou a casa do chefe político, o velho Manoel Silveira Dantas, e mandou bala. Duas senhoras idosas da família Dantas foram arrastadas da cama para a rua e humilhadas publicamente. Para arrasar Princesa, três colunas marcharam da capital o reduto do coronel turrão.Zé Pereira arregimentou seus jagunços, entre os quais havia vários ex-cangaceiros de Lampião.Foi heroica a participação do caboclo Marcolino e de seu cabra de confiança, Manoel Ronco Grosso. Marcolino era sobrinho e cunhado de Zé Pereira.

Houve combates memoráveis nas caatingas de Santana dos Garrotes, Nova Olinda, Imaculada, Água Branca, Patos de Princesa e Tavares. A Paraíba tornou-se ingovernável.Zé Pereira mandou publicar um Decreto proclamando a independência do município de Princesa, que passava a ser um Território Livre, ligado ao governo federal, mas desligado da Paraíba. Mas foi então que aconteceu um fato decisivo, embota nada tivesse a ver com a guerra de Princesa: ao anoitecer do dia 26 de julho de 1930, o advogado João Duarte, alucinado com a invasão de sua residência e a publicação de suas correspondências íntimas no órgão oficial do governo, assassinou o presidente João Pessoa em pleno centro do Recife.A revolta de Princesa e a morte de João Pessoa foram o estopim Revolução de 1930. No contexto desses fatos, ocorreu ainda o assassinato de João Suassuna, pai do grande escritor Ariano Suassuna.

(Esses episódios são narrados em detalhes no meu Capítulos da História do Nordeste. Quem tiver interesse em conhecer esse  trabalho, por favor peça ao Professor Pereira – contato: (83)9911-8286)." Pesquisador e escritor, José Bezerra Lima Irmão.


É Nesta próxima sexta-feira, dia 04 de setembro, às 20 Horas. 
Grandes Encontros Cariri Cangaço - YouTube
Território Livre de Princesa - A Guerra de 30
Convidados: Emmanuel Arruda, Thiago Pereira e Domingos Maximiano

https://cariricangaco.blogspot.com/2020/09/territorio-livre-de-princesa-nos.html

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CARIRI CANGAÇO

Por José Bezerra Lima Irmão

Estou vendo aqui o convite do querido amigo Manoel Severo para que assistamos ao vídeo do Cariri Cangaço sobre o tema Território Livre de Princesa – a Guerra de 30. Será amanhã, sexta-feira, no canal YouTube do Cariri Cangaço.

Lembro que no encontro do Cariri Cangaço realizado em Princesa a revolta do Coronel Zé Pereira foi objeto de uma palestra do saudoso José Romero Araújo Cardoso.

A Guerra de Princesa é um capítulo marcante da história do Nordeste.


Governava a Paraíba o presidente João Pessoa, sujeito arrogante, vaidoso, que criticava os coronéis do sertão mas adotava os mesmos métodos deles, valendo-se de sua condição de sobrinho de Epitácio Pessoa, que tinha sido presidente da República. A polícia prendia, espancava e até matava quem lhe fizesse oposição.

Um dos perseguidos foi João Duarte, advogado brilhante, neto do ex-presidente paraibano Manoel Dantas. O automóvel do advogado foi lançado pela polícia nas águas do Sanhauá. A polícia invadiu sua residência, destruiu móveis, livros e processos judiciais e apoderou-se de vários documentos e papéis, no meio dos quais sua correspondência amorosa com a professora Anaíde Beiriz. Trechos de suas cartas íntimas foram publicados no jornal oficial do governo da Paraíba.

Enquanto isso, no sertão, a violência corria solta.

O Coronel Zé Pereira, chefe político de Princesa, rompeu com o governo do Estado. Os coronéis do sertão aliaram-se a ele.

Em represália, o presidente João Pessoa mandou exonerar ou transferir funcionários que tivessem qualquer relação de parentesco ou amizade com Zé Pereira e seus correligionários.

Intensificaram-se as ações policiais. Em Teixeira, uma volante comandada pelo tenente Ascendino Feitosa cercou a casa do chefe político, o velho Manoel Silveira Dantas, e mandou bala. Duas senhoras idosas da família Dantas foram arrastadas da cama para a rua e humilhadas publicamente.

Para arrasar Princesa, três colunas marcharam da capital o reduto do coronel turrão.

Zé Pereira arregimentou seus jagunços, entre os quais havia vários ex-cangaceiros de Lampião.

Foi heróica a participação do caboclo Marcolino e de seu cabra de confiança, Manoel Ronco Grosso. Marcolino era sobrinho e cunhado de Zé Pereira.

Houve combates memoráveis nas caatingas de Santana dos Garrotes, Nova Olinda, Imaculada, Água Branca, Patos de Princesa e Tavares.

A Paraíba tornou-se ingovernável.

Zé Pereira mandou publicar um Decreto proclamando a independência do município de Princesa, que passava a ser um Território Livre, ligado ao governo federal, mas desligado da Paraíba.

Mas foi então que aconteceu um fato decisivo, embota nada tivesse a ver com a guerra de Princesa: ao anoitecer do dia 26 de julho de 1930, o advogado João Duarte, alucinado com a invasão de sua residência e a publicação de suas correspondências íntimas no órgão oficial do governo, assassinou o presidente João Pessoa em pleno centro do Recife.

A revolta de Princesa e a morte de João Pessoa foram o estopim Revolução de 1930. No contexto desses fatos, ocorreu ainda o assassinato de João Suassuna, pai do grande escritor Ariano Suassuna.

(Esses episódios são narrados em detalhes no meu Capítulos da História do Nordeste. 


Quem tiver interesse em conhecer esse trabalho, por favor peça ao Professor Pereira – contato: (83)9911-
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A MÃE DE LAMPIÃO | O CANGAÇO NA LITERATURA #158

Por Robério Santos
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A MORTE DE ROSINHA E O TÚMULO DE LÍDIA | O CANGAÇO NA LITERATURA #172

Por Robério Santos 
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O Cangaço na Literatura

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CASTRAÇÃO NO CANGAÇO

Por Robério Santos
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PADRE CÍCERO TERIA UM REUMATISMO?

Por Francisco Airton Castro Rocha2
Figura 1 Padre Cícero e sua irmã, em foto de 1888 – Aos 44 anos, percebe-se leve inclinação lateral do pescoço.

2Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil


O padre Cícero Romão Batista é provavelmente o mais célebre personagem cearense de todos os tempos. Importante protagonista da região do Cariri, sul do Estado do Ceará, no fim do século XIX e primeiro terço do século XX, teve grande atuação política e religiosa, para além de outros feitos não tão conhecidos, como ensinamentos ecológicos, que o levaram ser agraciado com o título de Patrono das Florestas, bem como enormes esforços e sacrifício pessoal pela melhoria das condições de vida humana. Através da leitura de sua biografia, veio-nos à percepção a possibilidade de que o “Padim Ciço” tenha sido portador de espondiloartropatia inflamatória. A plausibilidade dessa hipótese diagnóstica é aqui apresentada. Busca-se enfatizar que o ouvido atento e a observação clínica, ainda que de forma indireta, sem o privilégio do contato com o paciente, constituem ferramentas incomparáveis na propositura de um diagnóstico.

Palavras-chave Espondilite; Religião; História da Medicina

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OS FERREIRAS DEIXAM O SERTÃO DO PAJEÚ

Do acervo do José João Sousa
Trecho da palestra pronunciada sobre Virgulino Ferreira da Silva pelo Sr. Luiz Conrado de Lorena e Sá, em 26 de junho de 1988.
Como a política interfere em todas as coisas da vida no sertão, os Ferreiras acompanhavam na política os membros da família Pereira e José Saturnino era ligado aos adversários, a família Carvalho. Os Pereiras não estavam em estado de graça perante o Governador. Como costumamos dizer; estavam "de baixo" na política, e não tiveram condições de dar boa cobertura a José Ferreira e aos filhos em Vila Bela. Os Ferreiras tiveram que se deslocar para Nazaré. Os adversários deles foram a Nazaré fazer uma viagem qualquer, que os Ferreiras consideraram mera provocação. Na saída, o inimigo princioal foi emboscado e correu. Sofreu, segundo ele próprio me disse, a maior desonra do mundo: na carreira, para não enganchar os pés no estribo, deixou as alpergatas, que nunca mais pode reavê-las. Quando Virgulino voltou da emboscada trazia as alpercatas de José Saturnino penduradas no dedo, como troféu.
Como os nazarenos, de Floresta não queriam desavenças com ninguém e com José Saturnino, especialmente menos com a família Nogueira, a qual José Saturnino estava vinculado, pediram para que os Ferreiras saíssem de Nazaré.
Houve uma série de problemas, que nós não vamos descer a detalhes. Mas, afinal, atendendo ao chefe político de Floresta, Antônio Ferraz ou Antônio Boiadeiro, os Ferreiras resolveram transferir-se para o estado de Alagoas.
Assim o fizeram, deixando tudo para trás. De solidão, ele perdeu logo a própria mãe, e na terra dos marechais, o pai de Virgulino Ferreira estava debulhando milho para o almoço do dia seguinte, foi atingindo estúpida e covardemente por comandante de volantes da polícia estadual. Incrível, saiu de Serra Talhada, deixou de ser tropeiro, veio para o fim do mundo. Naquela época, sair do Pajeú para Alagoas era como se estivesse fazendo uma viagem à lua.
Com a morte de José Ferreira, rompeu-se o elo da sociedade, familiar, porque nós sabemos que a família é constituída por pai, filho e o espírito de Deus que a igreja católica chama de Espírito Santo. Naquela família, esta sociedade era autêntica; o respeito dos filhos aos pais era condição incontestável, não merecia dúvida. A morte do patriarca fez desencadear desde as forças do mal até à quase loucura.
Os filhos, notadamente Virgulino, decidiram abraçar a vida nômade de cangaceiro. O amor - espírito de Deus foi banido para dar lugar ao que poderíamos chamar o reverso da moeda, o ódio. O que antes era só amor, só fraternidade, só união, passou a ser só ódio, só desejo de desgraça.
Muitas vezes me pergunto, agora nesse fim de século, como sertanejo que sou: será que se me acontecesse o que aconteceu a Virgulino, eu teria de fazer a mesma coisa? Só respondendo que não, porque talvez não tivesse a coragem que ele teve.
As consequencias desses fatos nem seria de se enunciar aqui e agora, porquanto o código de honra do sertanejo desconhece inteiramente da tolerância à pulsilanimidade. Tenho certeza de que não sou um pulsilânime, mas tenho dúvida de que teria eu a coragem de Virgulino e dos irmãos.
Do livro: Serra Talhada 250 anos de história - 150 anos de emancipação politica
De: Luiz Lorena

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REDESCOBERTA AS SEPULTURAS DAS CANGACEIRAS LÍDIA E ROSINHA POR RENATO BANDEIRA EM POÇO REDONDO - SE

Acervo do pesquisador Volta Seca
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Vídeo..!
SEPULTURAS das cangaceiras Lídia e Rosinha..!
Verdade ou equívoco ?
Dê sua opinião..
Fonte: Youtube

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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