Seguidores

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

Adquira através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO SOBRE CANGAÇO É COM O PROFESSOR PEREIRA


Adquira-os através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

4° EPISÓDIO - A CASA DO PRIMEIRO INIMIGO DE LAMPIÃO

Por Anildomá Willans.


Em Serra Talhada - PE, próximo a fazenda onde nasceu Lampião, estão as ruínas da casa de Zé Saturnino, o seu primeiro inimigo. Conheça como tudo começou, antes mesmo de Virgolino e seus irmãos entrarem no mundo do Cangaço. Se Inscreva em Nosso Canal, dê seu Like arretado e ative o Sininho ou "Chocalho" para receber as notificações.
Música neste vídeo
Música
Artista
Yamandu Costa
Álbum
Yamandu + Dominguinhos
Licenciado para o YouTube por
The Orchard Music (em nome de Biscoito Fino).


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VERA FERREIRA NETA DOS REIS DO CANGAÇO FALA SOBRE O LEGADO DEIXADO PELOS AVÓS.


Acervo do Zé do Telhado

A jornalista Vera Ferreira neta de Lampião e Maria Bonita e pesquisadora do Cangaço, durante a live, comentou o legado cultural e social deixado por Lampião e Maria Bonita. O debate foi mediado pela educadora Viviane Sampaio.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SENSACIONAL VÍDEO.! A HISTÓRIA DE DADÁ




Encontro realizado em Sergipe..
Participações de ex-cangaceiros, escritores e personalidades..
Grande resgate histórico. Confira..!
Fonte: Youtube/Adauto Silva




http://blogdomendesemendes.blogspot.com

REVENDO - LAMPIÃO NO MUNICÍPIO DE AURORA PARTE 2

Por Amarílio Gonçalves Tavares
Arte de Aldemir Martins

"Fugindo de Mossoró e tendo no encalço as forças volantes do Rio Grande do Norte e Paraíba, totalizando mais de 200 homens, Lampião descamba para a região do Cariri cearense, rumo a Aurora, para o refúgio de Izaias Arruda...Chegando ao lugar Ribeiro..."

A tropa que teve encontro com os bandoleiros foi a do tenente Arruda, em piquetada no sítio Ribeiro, onde aconteceu um fato tão misterioso, quanto engraçado. Não obstante o lugar se achar “ bem guarnecido “, ao clarear a barra , “ O Grupo de Bandoleiros, sem sofrer o menor revés, passou entre as trincheiras, nas quais os soldados dormiam, para só despertarem depois, com cerrada fuzilaria, quando os bandidos não estavam mais ao alcance da pontaria da polícia” O Grupo ocultou-se no vale do Bordão de velho.

Do local onde estava, lampião enviou dois cabras ‘a casa de João Cabral, morador ali perto, convidando-o a vir a sua presença. João Cabral atendeu e Lampião disse-lhe estar com fome e sede, pedindo alimento e água para o grupo, no qual foi atendido. Marchando pelo pé da Serra da Várzea Grande, Lampião chega a fazenda Malhada Funda, onde faz alto, sendo recebido por Gregório Gonçalves, que, após saber com quem estava falando, perguntou a Lampião em eu podia servi-lo.

Amarílio Gonçalves Tavares

Este respondeu “ só quero comida para minha rapaziada. Gregório Mandou matar o boi que estava no curral, e duas ou três ovelhas. Os cangaceiros estavam com tanta fome, que não esperaram. Comendo as carnes sapecadas. Os quartos de Ovelha, eles colocaram nos bornais sobressalentes, junto com farinha e rapadura. Ao retirar-se, Lampião levou João Teófilo como guia. Este saiu montado num burro que o bandoleiro havia tomado de um cidadão que estava comprando rapaduras. O Bando saiu na direção sudeste do município. Lá muito adiante, o guia foi substituído por outro de nome David Silva, tendo Lampião recomendado a João Teófilo pra só voltar quando escurecesse, e que não fosse pelo mesmo caminho.

Continuamos a narrativa, baseada no livro do Major: “Em sua marcha, Lampião procurou a Serra do Coxá, na divisa do município de Aurora com o de Milagres, burlando a vigilância dos policiais, de tal modo que estes se afastavam do ponto em que estavam os bandidos, tomando o rumo de Boa Esperança, serrote do Cachimbo, Riacho dos Cavalos, Ingazeiras e Milagres. Como se Vê, Lampião era um perito em estratégia Militar. Uma de suas táticas consistia em ludibriar a polícia que andava no seu encalço, como fez, quando procurou a Serra do Coxá. Deste modo, tornou-se inócua a providência do Major Moisés, designando o tenente Caminha para colocar piquetes nas estradas, uma vez que, por estas, não passarias o grupo de bandidos.

Enquanto Lampião ficava escondido na Serra do Coxá, O tenente Manoel Firmo seguia para o lado oposto, isto é com a sua tropa, passava de trem por Aurora, em demanda ao cariri, sem dar satisfações ao seu chefe, major Moisés, que naqueles dias se encontrava em nossa cidade, em tratamento de saúde. Com o tenente Manoel Firmo, viajavam os tenentes Luis Leite, Laurentino, Moura Germano, em passeio a Juazeiro e Crato, totalmente despreocupados com os bandidos. Para piorar a situação do “comandante das tropas“ em operações”, chegavam em Aurora o contingente comandado pelo tenente Agripino de Lima, que conduzia trinta e quatro animais de montaria, tomados a fazendeiros de Icó, Pereiro e Jaguaribe.

Virgulino Lampião

Quando o Major pensava que o oficial vinha em seu auxilio, o tenente Agripino comunicava-lhe que resolvera abandonar a campanha e voltar pra o Rio Grande do Norte. Diante disso, o Major Moisés apreendeu os referidos animais, entregando ao sr. Vicente Leite de Macedo, com a recomendação de devolvê-los aos respectivos donos. Além dos animais tomados a sertanejos, o Major Moisés constatou irregularidades na tropa do tenente Agripino, como a venda de munição feita por praças e muitas destas se entregando ‘a embriaguez. A Atitude do tenente Manoel Firmo, viajando para juazeiro e Crato, arrastando o grosso da tropa e quatro tenentes, deixou o comandante Moisés “num mato sem cachorro“ . O Major viu-se na contingência de pedir ajuda – imagine o leitor a quem _ Ao coronel Isaias Arruda, o mesmo que, tempos atrás, havia acoitado Lampião,mas que, agora, dava uma de perseguidor do bandoleiro, pondo oitenta e sete cabras á disposição do major Moises.

Se no combate travado com os bandidos, na serra da Macambira, havia cerca de 400 praças, como se explica ter o major Moisés levado para Ipueiras apenas 15 soldados. Descoberto o paradeiro de Lampião no alto da serra do Coxá, destacaram-se elementos de confiança para, aproximando-se do grupo, conhecerem melhor a sua posição, dentre eles Miguel Saraiva, tio de um dos bandoleiros e morador nas proximidades. Foi então que o Major Moisés e Isaías Arruda conceberam um estratagema, que consistia em preparar um almoço para Lampião e seus cabras, na casa de José Cardoso, em Ipueiras, e juntos, abaterem o bandido, e juntos, abaterem o bandido nas hora conveniente.

Miguel Saraiva se faz acompanhar de oito homens que se apresentam a Lampião, fingindo que são perseguidos pela polícia, e para melhor comover o chefe do bandoleiros, lamentam e choram a sua desgraça, tentando com isso, infiltrar-se no bando. “Alguns bandoleiros aceitaram a presença de novos companheiros, mas Lampião logo faz sentir que não acolhia em seu grupo pessoas que lhe fossem estranhas” os oito homens de Miguel Saraiva tinham recebido instruções para atacar os bandido na hora em que o grupo “ descansasse” a armas para almoçar.
Simultaneamente, os soldados e jagunços puseram-se discretamente em volta de casa, prontos para fechar o cerco aos bandidos, no momento oportuno. Mas o ardil fracassou, porque Lampião, sagaz, arisco e desconfiado, chegou e rejeitou o almoço oferecido por Miguel Saraiva. E colocou sua gente em pontos diversos e estratégicos.Eis como o major Moisés descreveu o tiroteio:


Izaias Arruda

“ Conhecido o fracasso do estratagema, fomos impelidos a atacar os bandidos, com ímpeto, de sorte que, em pouco tempo, estavam debaixo de cerrada fuzilaria. A luta teve início pouco mais ou menos ‘as 12 horas do dia 7 de julho, tendo uma duração de mais de três horas, terminou infelizmente, porque os bandido caíram em fuga, e no campo deixaram dois mortos, um queimado, que recebeu vários ferimentos, e outro também morto na ocasião em que fugia”. Essa foi a história narrada pelo major Moisés no citado livro. Entretanto, existe outra versão para o episódio segundo nos contaram Róseo Ferreira e Vicente Ricante que , na época, moravam nas proximidades da fazenda Ipueiras, a coisa aconteceu assim.

O Major Moisés Leite e o Coronel Isaías Arruda combinaram um plano de acabar com Lampião, assim que este chegasse em Ipueiras, pois sabiam que o grupo vinha desmuniciado e bastante desfalcado, em conseqüência da derrota sofrida em Mossoró e das deserções que se seguiram ao frustrado ataque aquela cidade norte riograndense. Lampião ficara na manga com a cabroeira. Convidado pra almoçar na casa de José Cardoso, na citada fazenda Ipueiras, o Rei do Cangaço compareceu com alguns dos seus rapazes. Quando Miguel Saraiva chegou e pôs sobre a mesa o alguidar contendo o almoço envenenado, Lampião tirou do bornal um colher de latão e meteu-a na comida. Quando puxou a colher, o bandido notou mudança de cor e deu alarme.
“ninguém come desta comida. Esta comida está envenenada! Nisso, Lampião e seus cabras conseguem romper o cerco de um cordão de jagunços e soldados a paisana que se formara em volta da casa, e correm pra a manga onde ficara a maior parte da cabroeira, sendo atacados pelo cabras de Isaías e soldados do major Moisés.


Arte de Aldemir Martins

Ao mesmo tempo em que estrugiu a fuzilaria, os atacantes lançaram fogo na manga, por todos os lados do local em que estavam os cangaceiros. Lampião investiu várias vezes contra os atacantes, conseguindo, por fim, escapar por um corredor. Lampião perdeu dois cangaceiros, um queimado e ferido por ocasião do ataque. O Outro, com ferimento no ouvido, ficou em Ipueiras, em tratamento, mas os coiteiros acabaram de mata-lo, tocando fogo no cadáver... Ao escapar do cerco de Ipueiras, lampião tomou o rumo da serra do Góes, perto de São Pedro do Cariri, atual Caririaçu. Veja o leitor o Zig- zag feito por Lampião para confundir a polícia. No dia 7 de julho, saiu de Ipueiras, desceu pelo riacho do Pau Branco, atravessou o rio Salgado no lugar Barro Vermelho, passou pelos sítios Jatobá e Brandão, fazendo “ alto “ em Vazantes.

Na serra dos quintos, fez um refém – o Sitiante Joaquim de Lira – para ensinar o caminho para a serra do Góes, onde chegou, no início da noite. Na manhã do dia 9, Lampião deixou a serra do do Góes e rumou para o município de Milagres, atravessando a via ferrea no lugar Morro Dourado. O Major Moisés havia mandado tomar as ladeiras da Serra do Mãozinha e São Felipe, por onde poderia passar o bandoleiro. Mas Lampião, mais uma vez, conseguiu burlar a força policial e penetrou no estado da Paraíba, pela serra de Santa Inês, no rumo de Conceição do Piancó, de onde prosseguiu em fuga para Pernanbuco.

Amarílio Gonçalves Tavares
TEXTO RETIRADO NA INTEGRA DO LIVRO AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE, 
AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES P. DE 138 A 146 IOCE, 1993 - CAPÍTULO 15
(Cortesia do Envio: Luiz Domingos de Luna)
FONTE:http://www.icoenoticia.com/2009/05/lampiao-no-municipio-de-aurora.html


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

REVENDO - LAMPIÃO NO MUNICÍPIO DE AURORA PARTE 1

Por Amarílio Gonçalves Tavares

Em virtude da amizade com o Coronel Isaias Arruda, na verdade um dos grandes coiteiros de Lampião no Ceará, o rei do cangaço, como era chamado, esteve, mais de uma vez, no município de Aurora. Em suas incursões pelo município sul-cearense, o bandoleiro se acoitava na fazenda Ipueiras, de José Cardoso, cunhado de Isaias. Uma dessas vezes foi nos primeiros dias de junho de 1927. Na fazenda Ipueiras, onde já se encontrava Massilon Leite, que chefiava pequeno grupo de cangaceiros, Lampião foi incentivado a atacar a cidade norte-riograndese de Mossoró – Um plano que o bandoleiro poria em prática no dia 13 do citado mês.

Massilon

Em razão do incentivo, Lampião adquiriu do coronel um alentado lote de munição de fuzil que, de mão beijada, Isaias havia recebido do governo Federal ( Artur Bernardes, quando este promoveu farta distribuição de armas a coronéis para alimentar o combate dos batalhões patrióticos ‘a coluna prestes(54). Presente aquela negociação, que rendeu ao coronel Isaias a considerável quantia de trinta e cinco contos de réis, esteve o cangaceiro Massilon, que teve valiosa influência junto a Lampião, no sentido de atacar Mossoró, cujos preparativos tiveram lugar na fazenda ipueiras. Consta que Massilon Leite – associado a Lampião no sinistro empreendimento – tinha em mente assaltar a agência local do Banco do Brasil e sequestrar uma filha do coronel Rodolfo Fernandes.

O Bando de Lampião que chegou à Aurora era composto de uns cinquenta cangaceiros, dentre os quais Rouxinol, Jararaca e Severiano, os quais já se encontravam, há dias, na aludida fazenda acoitados por José Cardoso. De Aurora, Lampião levou José de Lúcio, José de Roque e José Cocô ( José dos Santos Chumbim), todos naturais da região de Antas, tendo sido incluídos no subgrupo de Massilon. No dia 13 de junho de 1927, Lampião ataca a cidade de Mossoró, a mais importante do interior do Estado potiguar. “ Após quarenta minutos de fogo, já tendo tomado duas ruas, Lampião ordena a retirada. Fracassara o seu maior plano.

Bando de Lampião em Limoeiro

Após o frustrado ataque ‘a cidade norte –riograndense, Lampião bate em retirada, entrando no Ceará pela cidade de Limoeiro, onde não é importunado. Ali fez dois reféns a resgate – pessoas idosas e de destaque social- e teve a petulância de , com seu grupo, posar para uma foto, no dia 16 daquele mês. Ante a ameaça de invasão das cidades da zona Jaguaribana e já havendo um plano de combate ao famigerado bando, juntaram-se contingentes policiais de três estados – Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba – numa quixotesca campanha contra Lampião, tendo sido nomeado “ comandante geral das forças em operações “ o oficial cearense, Moisés Leite de Figueiredo ( Major ).

No dia 16 de junho, a força paraibana havia seguido para Limoeiro, mas ao chegar ali, Lampião já tinha levantado acampamento. Prosseguindo em sua retirada pelo território cearense, com um grupo reduzido a trinta e poucos homens, em virtude da morte de dois dos mais temíveis cangaceiros – Jararaca e colchete – e das deserções que se seguiram ao malogrado ataque, inclusive a de Massilon Leite e seu sub-grupo, Lampião é perseguido por volantes, com as quais tava combates.

Dentre estes, o mais intenso foi o travado no dia 25 de junho, na Serra da Macambira,, município de Riacho do Sangue, no qual Lampião, mais um vez, provou a sua invencibilidade. Enfrentando uma força de mais de trezentas praças, sob o comando exclusivo do tenente Manoel Firmo, este sendo auxiliado por nove tenentes – José Bezerra, Ózimo de Alencar, Luiz David, Veríssimo Alves, Antonio Pereira, Germano Sólon, Gomes de Matos, João Costa e Joaquim Moura, Lampião pôs-se em fuga incólume, deixando quatro soldados mortos. Seguram-se combates menores em cacimbas (Icó), Ribeiro, no vale do Bordão de Velho, e Ipueiras os dois últimos no município de Aurora, com o rei do cangaço levando a melhor.

Izaias Arruda

No dia 28 de junho, Lampião contorna a serra do Pereiro, passando pelas serras vermelhas, Michaela e Bastiões- o Grupo marchava a pé, por veredas e nunca por estradas – tendo a tropa em seu encalço. É ai que Lampião resolve derivar para o lado do cariri e continuar a retirada em direção ao município de Aurora, onde esperava encontrar refúgio no valha Couto do seu “amigo” Isaias Arruda.

Em seu livro “ lampião no Ceará, narra o major Moisés Leite Figuiredo que, no dia 1º de julho de 1927, Lampião cm seu grupo estacionava no alto da serra de Várzea Grande no lugar olho d’água das éguas, e que ali perto, no lugar Ribeiro, já se encontravam as forças do tenente Agripino Lima, José Guedes e Manoel Arruda – o primeiro, da polícia do rio grande do norte, e os dois últimos, da polícia paraibana -, valendo salientar que tais contingentes totalizavam “ cerca de duzentos homens, bem aparelhados, no dizer do major Moisés...

Continua...

Amarílio Gonçalves Tavares
TEXTO RETIRADO NA INTEGRA DO LIVRO AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE, 
AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES P. DE 138 A 146 IOCE, 1993 - CAPÍTULO 15
(Cortesia do Envio: Luiz Domingos de Luna)
FONTE:http://www.icoenoticia.com/2009/05/lampiao-no-municipio-de-aurora.html


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SINAIS

*Rangel Alves da Costa

Nosso mundo amado foi sempre marcado por alguns sinais. E até no desamor também os sinais. Dessa frente e verso, poder fugir jamais.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, arrumar as coisas e dizer que vai embora. E seguir a estrada pelo mundo afora, acreditando que atrás fica alguém que chora.
São os sinais do tempo, são os sinais de agora, dizer que só gosta e não dizer que adora, ou fingir sentimentos do peito pra fora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, tudo tão volúvel, tudo que evapora, sem nobreza n’alma que tanto implora a boa virtude de esperar a hora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, tanto fez tanto faz em tudo o que aflora, pois nada importa se tudo é brinquedo que se joga fora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, a insensibilidade que a tudo devora, na incoerência que a verdade deplora, deixando o ser sem prumo ou escora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, um navio sem rumo que num porto ancora e saudoso fica das águas de outrora, sem ter mais destino, pois o mundo o ignora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, o que estava dentro e foi jogado fora, só pela maldade de mandar tudo embora, até mesmo o amor que no outro aflora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, que mesmo a esperança nada revigora, já que tudo desfeito não retorna na hora e o que foi rejeitado não retorna sem demora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, a sede de ter tudo e de tudo se arvora, quando o que tem diga que adora, mas o que não tem logo se assenhora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, tanto faz a manhã, tanto faz a aurora, o galo que canta parece ter uma espora que espanta o sorriso e a felicidade desaflora.
São os sinais do tempo, os sinais de agora, e já não se conhece, já não se namora, tudo é logo na cama e depois vai embora, fazendo do corpo a honra que se devora.
Será que o tempo só traz amargor, que renega a paz, que rejeita o amor? Será que o tempo é assim tão atroz, de tamanho egoísmo que se esquece de nós?
Será que o tempo nos constrói de vento, nos faz de areia e na cal do tormento, será que ao invés da alegria e prazer, simplesmente nos doa a dor e o tormento?
Será que o tempo tem borracha à mão e vai apagando cada passo no chão? Será que o tempo brinca de viver, não dá tempo ao tempo para que o melhor possa acontecer?
Será que o tempo é relógio quebrado, que ao invés do compasso vai descompassado, transformando o instante num tempo já passado e o que passou no que à frente é avistado?
Será que o tempo guarda para mim algo além de um tempo que tudo seja fim, ou que algum tempo a felicidade porta a porta enfim? Ou será que me nega até o que há em mim?
Sei que são os sinais do tempo e os sinais de agora, queria outra fruta, mas só tenho amora, e já não há pomar na minha aurora. E já não sei se fico ou se já vou embora.
Os sinais de agora atormentam a vida. Da porta pra dentro só a dor doída. Da porta pra fora a estrada dividida entre o caminhar e a espera sofrida. Mas são os sinais e não há saída.
Os sinais de agora são como vendavais que levam os restos e não voltam mais, deixando os lenços estendidos em varais. O que aqui estava já não será mais.
Os sinais de agora são como profecias, como o Eclesiastes e suas ironias, que transformam noites em clarões dos dias, pois tudo se transforma depois das calmarias.
Os sinais de agora são sinais de dor, não há mais sinal sequer de amor, pois o que se plana é o medo e o horror, e o que se colherá será de espinhos na flor.
Em tudo os sinais do tempo e os sinais de agora, não há como fugir ou desejar ir embora, pois tem de suportar a colheita da hora e o que foi plantado não se joga fora.
Resta ao homem reaprender a viver, não querer ser além do que merecer, pois tudo está marcado com a sua hora, no sinal do tempo, no sinal de agora.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ENCONTRO DE PROFISSIONAIS NA MÚSICA

Por Edinho Violeiro

Dupla Livia e Laura na Gravação do Programa Viola e Prosa. Oneir Caçador 02082020. — em Restaurante e Buffet Espaço Brasil.



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AINDA CLODOLFO, NA VISÃO FLORO E DARCI

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.361

 “Formado em medicina pela Bahia, veio clinicar em sua terra, nossa terra de Santana do Ipanema. Jovem e inteligente, deu muito de si aos sertanejos que precisavam dos seus serviços profissionais. Na época fora o primeiro médico santanense a prestar serviço a seu povo. Para atender aos chamados dos fazendeiros, dos habitantes distantes da cidade, comprou um jipe, cujos pneus já estavam carecas de tanto rodarem para socorrer necessitados. Era parteiro também, e ninguém ficava sem assistência desse jovem atencioso e competente. O pior era que não havia caminho próprio para automóvel, mas o jipe não respeitava toco nem lama. Sua freguesia era enorme, não só na cidade como nas circunvizinhanças. Os casos que lhe apareciam eram sem conta: facadas, tiros, corte de machado, maleita, hepatite, partos, problemas hepáticos, circulatórios e outros.

Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de mMlo (foto: livro 230/b. chagas.

Chegou a lecionar no ‘Curso de Parteiras Leigas’, promovido pela ANCAR/AL nesta cidade de Santana do  Ipanema, beneficiando desse modo a zona rural. As cursistas eram parteiras residentes nos povoados das cidades circunvizinhas à nossa a terra, as quais faziam partos e ficavam apavoradas quando se lhe deparavam problemas da especialidade médica que, pela demora e pela ignorância do perigo iminente, provocavam a morte da parturiente, geralmente ao chegar ao consultório médico.

Esse médico incansável tudo dera de si em prol de seu povo, quando podia, como fizeram tantos outros. Viver nos grandes centros, onde tudo é mais fácil, mais bonito e menos árduo!... Com merecido louvor chegara a dirigir, como Diretor, o Hospital Regional Dr. Arsênio Moreira da Silva, sediado nesta cidade de Santana do Ipanema”.
MELO, Floro de Araújo & MELO, Darci de Araújo. Santana do Ipanema conta sua história. Borsoi, Rio de Janeiro, págs. 61-62.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com