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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” Por Antonio Corrêa Sobrinho


O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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NELSON GONÇALVES E O VESÚVIO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.804

Ouvindo uma velha música de Adelino Moreira, lembramos os vulcões ameaçadores de hoje em várias partes do mundo.  Mas ficou na história da humanidade a mais famosa erupção de um vulcão chamado Vesúvio.

VESÚVIO. IMAGEM: (GUIA GEOGRÁFICO).

O fato ocorreu na manhã de 24 de agosto de 79 d.C., no sul da Itália. O vulcão Vesúvio entrou em atividade depois de uma violenta explosão, lançando poeira, cinzas e rochas que chegaram a alcançar 20 quilômetros de altura e se estenderam em terra por 15 quilômetros.
Os habitantes da cidade de Pompeia, 16 mil pessoas, refugiaram-se como maioria dentro das casas. Em pouco tempo o material do vulcão, em grande quantidade, cobriu em poucas horas a cidade pelas cinzas. O vulcão ainda não havia expelido lavas. Muitos morreram soterrados e intoxicados pelos gases. Tudo impedia a fuga dos moradores.
Na manhã do dia seguinte, o Vesúvio continuou em erupção derramando grande quantidade de lava cobrindo a cidade de Pompeia que era um dos núcleos habitacionais mais importantes daquela região.
Após a tragédia, a cidade de Pompeia ficou esquecida e soterrada por mais de 1.700 anos. Somente em 1748, com escavações na área por alguns operários, Pompeia foi redescoberta.
Daí para cá, inúmeras escavações foram realizadas, desenterrando mais da metade das ruínas da cidade. Foram encontrados vários corpos petrificados nas mais diversas posições em que foram surpreendidos.
A paisagem do lugar foi bruscamente transformada. Mas tudo que foi soterrado pelo Vesúvio, como móveis, pessoas, obras de arte, utensílios, serviu para os estudos que se desenvolveram mostrando como se vivia naqueles tempos, logo depois de Cristo.
Assim o grande compositor Adelino Moreira compôs para Nelson Gonçalves a canção: “Esta noite ou nunca”, em que acaba imortalizando também o raivoso vulcão. Na última estrofe da belíssima canção, diz o cantor com seu vozeirão, ligando o amor à Geografia:

“(...) Sou uma fogueira crepitando
Vesúvio de lavas colossais,
Esta noite ou nunca, meu amor,

Amanhã será tarde demais”.


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A EMOCIONANTE HISTÓRIA DOS ANÕES DE AUSCHWITZ


Há mais de uma década, os autores israelenses Yehuda Koren e Eilat Negev descobriram uma foto em um livro de história que mostrava um grupo de pessoas com nanismo no campo de concentração de Auschwitz. A imagem peculiar os incentivou a procurar seus protagonistas e a escrever o livro “Gigantes no Coração: A Emocionante História da Trupe Lilliput – Uma Família de Anões que Sobreviveu ao Holocausto”.

Vídeo relacionado:

Nele, é contada a história da família Ovitz, filhos de Shimshon Eizik Ovitz, um homem pequeno que teve dez filhos com duas mulheres de altura normal – mas sete deles herdaram seu nanismo. A família foi capturada pelos nazistas em 1944, na Hungria, e levada a um campo de concentração, onde o cientista Josef Mengele a submeteu a uma série de experiências sangrentas, que incluíram torturas físicas e emocionais. Porém, foi essa obsessão do médico que permitiu que eles permanecessem com vida até a libertação do campo, em 27 de janeiro de 1945.

Perla, a caçula dos Ovitz, foi a responsável por narrar a história comovente da sua família, que, depois de sair com vida de Auschwitz, fundou a companhia artística Trupe Lilliput, que percorreu toda a Europa antes de se transferir definitivamente para Israel.

https://seuhistory.com/noticias/emocionante-historia-dos-anoes-de-auschwitz

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A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE FRUTUOSO GOMES (MUMBAÇA - MINEIRO).

 Por Aluisio Dutra de Oliveira

A Estação Ferroviária de Frutuoso Gomes (Mumbaça - Mineiro) foi fundada em 31 de Dezembro de 1941 e desativada em 01 de julho 1981. Foi uma das estações de maior movimento no seu tempo áureo. 

Podemos citar alguns agentes que trabalharam nessa estação: 

Francisco das Chagas do Monte Paiva (Seu Paiva), Nicácio Lóia de Melo, José Pedrosa, João Nunes de Oliveira, Edmilson Menezes, Juarez Fernandes Pedrosa, José Maria Rodrigues. Os guardas que trabalharam na estação: Manoel Vicente, Alexandre Raimundo Costa, Delfino Simão, Antônio Frutuoso Câmara, Gumercindo Vieira da Silva, Francisco Soares.
O prédio da estação ferroviária de Frutuoso Gomes está preservado onde atualmente funciona um restaurante bastante frequentado pela população local e da região. 

Parabéns, Estação Preservada.
Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil.
Livro: Estrada de Ferro Mossoró-Sousa.
Autor: Manoel Tavares de Oliveira.








Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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MORRE A QUERIDA PROFESSORA LUZINETE LAPORTE,UMA PERCA MUITO GRANDE PARA GARANHUNS.

Por Antonio Vilela

MORRE A QUERIDA PROFESSORA LUZINETE LAPORTE, UMA PERCA MUITO GRANDE PARA GARANHUNS.

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ANEDOTÁRIO DO CANGAÇO 1. A CAPITÃO SABE O QUE FAZ!

Por Ruy Lima

Ao invadir uma cidade na Paraíba, o Antônio Silvino se dirigiu à casa de um delator e disse, em público, que ia matá-lo. A esposa da vítima, desesperada, pediu-lhe, então: "Capitão, não mate o meu marido. Tenha pena de uma pobre mulher e de crianças que vão ficar órfãs."

Ao que o cangaceiro lhe respondeu: "[...] Antônio Silvino não sabe negar nada a uma mulher aflita." [...] "Perdôo-lhe a vida, mas, para não ficar sem castigo, vou mandar dar-lhe uma pisa."

Ao que a mulher voltou a lhe solicitar: "Capitão, se é para humilhar meu marido, o senhor me desculpe: em um homem não se dá! Mande logo matá-lo, que é melhor!

Naquele momento, vendo esvair-se a oportunidade de escapar da morte, o marido delator interrompeu o diálogo dos dois e exclamou: 

"Não se meta, mulher, que o capitão sabe o que faz!"

2. O VALENTÃO

Lampião passava com uma "cabroeira", num vilarejo que se chamava Tomé Vieira, e lá um caboclo, tomou a frente do grupo de cangaceiros e perguntou a Lampião: 

- Aonde o senhor vai com essa ruma de cangaceiro?

E Lampião respondeu: 

- Eu vou pra Serra do Pereiro.

O caboclo tentou intimidá-lo dando-lhe uma má notícia:

- Se eu fosse o senhor mudava de caminho, porque no pé daquela serra mora um caboclo muito valente, e insistiu afirmando que ele era valente. 

Lampião respondeu:

- Eu gosto muito de encontrar homem valente. Eu quero só o sinal onde ele mora.

O caboclo disse: 

- É numa casinha de tijolo no pé da serra.

Lampião acena para o grupo e sai em alta velocidade.

Chegando de fronte a casa, param todos de uma vez, e o caboclo tinha chegado da roça e estava deitado numa rede. Lampião chama ele em voz alta: 

- Venha cá, cabra!

O caboclo, sem olhar quem estava falando, responde: 

- Vou não senhor!

E Lampião insiste:

- Venha cá, cabra! Você sabe quem sou eu?

O caboclo disse: 

- Não sei, nem quero saber, nem gosto de quem sabe.

Lampião diz: 

- Eu sou Lampião!


E o caboclo assombrado, fala: 

Seu Lampião, me perdoe, aqui em casa tem almoço, janta, rede, cama, se o senhor tiver precisando de namorar, eu dou minha mulerzinha"...

Lampião disse: 

- Cabra, você tá precisando é de uma pisa, e perguntou: Cabra, você fuma?

O caboclo, todo trêmulo, responde: 

- Fumo, mas se o senhor quiser eu deixo agora mermo!...

3. A SOPA

Lampião e seu bando foram acolhidos por uma senhora, de idade avançada, e ele pediu a ela para preparar um jantar para o bando. A velhinha não tendo quase nada em casa, teve que fazer um caldeirão de sopa às pressas para os famintos cangaceiros. Com a pressa e o medo, ela acabou esquecendo de colocar sal na sopa...

A sopa foi servida e todos começaram a sorvê-la, sem problemas, mas um dos cabras, novato no bando, para talvez fazer bonito diante de Lampião ou por idiotice mesmo, começou a gritar com a pobre velha sobre a falta de sal.

Lampião terminou sua sopa sem nada dizer. Depois, tranquilamente, perguntou ao bando se alguém sentiu falta de sal. Exceto o tal reclamante, o restante, que não era besta, disse que não, que a sopa estava ótima! Então Lampião perguntou à velhinha se tinha mais sal em casa. Ela disse que sim e ele então mandou ela trazer um quilo! Ela correu a obedecer. Quando veio com o sal, Lampião mandou ela despejá-lo no prato do sujeito que havia reclamado, e ordenou: 

- Você reclamou da falta de sal, cabra, pois agora tem aí bastante sal, e você vai comê-lo até limpar o prato!

Apesar dos lamentos do homem, Lampião o obrigou a comer todo o sal do prato e, quando ele pedia água, Lampião não deixava que ele bebesse. E assim foi. Quando o cangaceiro, até verde de tanto comer sal, sentindo suas entranhas em brasa, terminou, Lampião o expulsou, mandando que o mesmo sumisse de sua frente, ameaçando que, se o encontrasse novamente, iria sangrá-lo. É claro que o tal sumiu até hoje. 

Saindo da casa, já um pouco distante, Lampião parou, olhou para trás, coçou a cabeça e comentou com um cangaceiro próximo a ele: 

- E num é que aquela sopa tava uma disgraçeira de insôssa? 

E o cabra ao seu lado, concordou imediatamente: 

- Tumém achei, capitão. Tumém achei...

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ARQUIVO CANGAÇO

 https://www.youtube.com/watch?v=ZuLzDviL-8o&feature=youtu.be&t=1m48s

Aderbal Nogueira, pesquisador cearense, usou sempre de uma aliada fria, calculista, porém, honesta e reveladora, uma câmara.

Em suas variadas pesquisas, entrevistou personagens que sobreviveram ao término de um Fenômeno Social secular no Nordeste brasileiro.

O Cangaço, Fenômeno Social surgido dentro de outro Fenômeno Social, o “Coronelismo”, teve seu princípio, segundo historiadores, na segunda metade de 1756, entrelaçando-se em várias ocasiões com a própria História Nacional, citando como exemplos A Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de Copacabana, A Revolução Paulista, A Coluna Prestes e a Revolução de 1930 e a ‘implantação’ do Estado Novo, e tendo seu fim, oficial, na primeira metade de 1940.

As pesquisas do renomado pesquisador focalizam-se em uma personagem de maiores estudos, pesquisas e bibliografias realizadas até os dias de hoje sobre o citado Fenômeno, Virgolino Ferreira, conhecido pela alcunha de Lampião, o “Rei do Cangaço”. Logicamente, as personagens em derredor dessa central, fizeram o complemento da historiografia passada. As vítimas, os companheiros, as volantes, os acoitadores, os políticos, os coronéis... Em fim, todos aqueles que nele viveram.

Acreditamos que seus registros sejam de uma relevância superior, pois, além de ouvirmos, vemos remanescentes, descendentes e testemunhas oculares dos fatos ocorridos, narrando sua participação.

“Uma parte de meu acervo com depoimentos gravados desde 1986. Espero que um dia esse material esteja em uma instituição que possa cuidar, divulgar e guardar para que as futuras gerações possam assistir depoimentos de pessoas que viveram a época do cangaço Lampiônico.” 
Obs.: O vídeo só inicia-se após 20 segundos.
Uma produção Aderbalvideo

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LIVRO: OS HOMENS QUE MATARAM O FACÍNORA (MOACIR ASSUNÇÃO)


Hoje (18/12/2017) tive a grata satisfação de conhecer pessoalmente o amigo Jornalista/Escritor Moacir Assunção autor do fantástico e renomado livro “OS HOMENS QUE MATARAM O FACÍNORA” que apresenta em suas páginas o outro lado na guerra do cangaço lampiônico, ou seja, a biografia dos principais inimigos e perseguidores do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva “Lampião”. Um trabalho que foi elaborado através de anos de estudos e pesquisas que teve como foco principal a atuação das Forças Policiais Volantes e seus representantes na luta contra o banditismo/cangaceirismo e em especial a batalha e a persiga por parte desses homens contra o maior de todos os cangaceiros nordestinos. Lampião.

Moacir Assunção é autor de vários outros trabalhos relacionados ao tema cangaço tendo como destaque seus trabalhos e matérias publicadas no extinto Jornal Paulista “Diário Popular” (Revista Já), onde produziu inúmeras matérias abordando o tema cangaço, Nordeste e Lampião, é claro.

Sua obra “Os homens que mataram o facínora” foi um verdadeiro sucesso de vendas e chegou a vender em poucos meses o total de 6.000 (Seis mil) cópias em sua primeira e limitada edição, um sucesso de vendas em se tratando de um assunto ainda pouco difundido e explorado no meio acadêmico. Ao que tudo indica uma segunda edição do livro estará sendo lançada e em breve e acredito por se tratar de um trabalho sério e criterioso, terá novamente o mesmo sucesso de vendas de sua primeira edição. Devido à repercussão positiva de seu trabalho foi convidado e prestou entrevista ao antigo Programa do Jô (Jô Soares) na rede Globo de Televisão.

Finalizando eu gostaria de agradecer ao cangaceirólogo Moacir Assunção pela receptividade e pelo livro “Os homens que mataram o facínora”, que foi a mim gentilmente presenteado tendo sido devidamente autografado.

Mais um grande trabalho que chega a minha coleção, fortalecendo ainda mais o meu arsenal literário cangaceiro.

Ao amigo Moacir Assunção o meu respeito diante de seus trabalhos em torno da temática cangaço e meus sinceros agradecimentos.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

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VIDA E MORTE VIRGULINA

*Rangel Alves da Costa

Eu me chamo Virgulino, não tenho outro nome de pia, tendo por pai um José e por mãe uma Maria. Poderia ser chamado de Virgulino de Maria, mas outro apelidado me foi dado em distante freguesia.

Um filho chorando um pai, pois morto em triste dia, quando a arma do poder tirou o que dele existia, jogando à própria sorte o que da família existia, fazendo surgir o ódio e toda vingança que havia.

Mas o que mais afligia era ser acusado de crime que nem de longe eu cometia. Dizer que minha família roubava a honra toda anuvia, cria no homem um ódio que nunca se atrofia, é querer criar bandido naquele de calmaria.

Quando a fama se fez grande, acusado em demasia, então o jeito foi passar a ser aquilo que eu não queria, então agi pelo erro e fiz o que não queria: fazer o que não tinha feito pra provar a valentia.

Coisa triste era a fome de vingança que eu sentia, mas não tinha outro jeito a dar naquilo que eu pressentia, ou dava o troco no troco ou escolhia a covardia, como não nasci pra temer então escolhi a ousadia, em dar um troco maior naquilo que me feria.

Quando o sangue jorrou nas terras onde eu vivia, o homem se fez em galope no filho de José e Maria. Uma chama acendeu, mas juro que não queria, e quando labareda comeu eu já estava em rebeldia, lutando contra o algoz desde o amanhecer do dia.

Dói demais relembrar uma família em correria, saindo de canto a outro, sem ter sossego e alegria, e só se mantendo viva pelo revide que existia. Se bala viesse de lá, a bala daqui zunia, se tocaiado algum fosse, outra emboscada fazia.

Quando já sem pai e sem mãe, o mundo foi moradia. Ao lado de irmãos seguia nos rastros da valentia, levava comigo a certeza do que o mundo oferecia: lutar contra a injustiça e sua esfomeada sangria, ser um guerreiro do mato, um Lampião que na guerra alumia.

Na chama o Lampião, só assim me conhecia, deixado de lado o Virgulino e o filho de Maria. Foi nos carrascais desse mundo, na vida em descortesia, que empunhei arma e punhal pra viver em rebeldia, caçando e sendo caçado, no prazer e na agonia.

Eram muitos Lampiões que surgiam a cada dia. Na sina do sertanejo a dor que transparecia, maltratado e oprimido, um escravo de sesmaria, nas mãos do senhor coronel a desdita lhe doía, levando peso da canga e açoitado em grosseria.

Uma gente tão sofrida que a sorte lhe consumia, sem vez nem voz protetora, era água de bacia, derramada pelo chute do poder e sua demagogia. Capanga caçando irmão, no sertão a mesma pia, como se violar a pobreza causasse maior alegria.

O povo desprotegido, a proteção mais queria, mas como encontrar alguém que lhe servisse de guia? Sinhô Pereira, Antônio Silvino ou Lampião, era o sertão que queria, ou alguém lhe defendia ou nada mais restaria.

E de repente Lampião já era o rei do sertão, o que muito enobrecia. Mas um viver de pesar que no prazer se fingia, todo adornado no ouro pra esconder o que a alma carcomia, sem descanso ao relento no peito a nostalgia. A punhalada da sina, na vida toda sangria.

Então no amor fui buscar o alento que queria. Depois de minha mãe Maria, eis que mais uma Maria. Essa toda bonita, flor no cabelo e laço de fita, e dizendo ninguém acredita, mas foi o prazer que tive em meio à vida maldita.

Por vinte anos vivi acendendo um Lampião, tratado com fidalguia, na fama e na honraria. Fui Capitão, do Estado a cortesia, e para fazer aquilo que eu dizia e não fazia. Não deseja fazer o que o poder queria, quando do outro lado o mesmo poder perseguia. 

Foi de conchavo e alinhavo, a trama que eu tecia. Do coronel a igreja, tudo à minha serventia. Mandava um bilhete assinado e logo o que eu queria, bastava me aproximar e toda porta se abria. Se um fogo despontasse, com fogo eu respondia.

Mas um dia o pavio do destino de vez me apagaria. Não foi na luta de homem, mas sim na maior covardia. Emboscaram todo o bando e o meu fim se fazia. Se levanto o mosquetão nada daquilo acontecia. 

E foi o fim de Virgulino e também de sua Maria. Mas o homem que se foi na terra permanecia, não conseguiu ao sertão trazer a sua alforria, mas ensinou a lutar contra o mal que lhe oprimia, e continua a ensinar a não aceitar desvalia.



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