Seguidores

quarta-feira, 3 de julho de 2019

BRASIL FOI MACHO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica; 2.138

Creio de verdade que o amor que o santanense tem pelo Ipanema, o arapiraquense tem pelo ASA, o palmeirense pelo CSE, o torcedor de Penedo pelo Penedense e assim cada qual ama o se clube. Foi com o jogo de ontem entre Brasil e Argentina que assoberbou a lembrança do “Canarinho do Sertão”. Para uma Seleção, cujos torcedores estavam ressabiados, tudo superou, mostrou personalidade e empolgou. E a lembrança do Ipanema veio pela equipe aguerrida na segunda metade do século XX, com seu grande torcedor chamado de número 1. Otávio Marchante, homem rude de voz grossa e querido por todos na cidade, rodeava o campo inúmeras vezes durante uma partida, gritando: “Bola rasteira, menino!”. E no mesmo embalo sempre apresentava ao adversário o jogador que lhe barrava a jogada: “Esse aí é Joãozinho...”.
MINEIRÃO. (FOTO: UOL ESPORTE).

Imaginamos o torcedor Otávio correndo pelo Mineirão, gritando loucamente, gesticulando, ofertando um espetáculo à parte no partidaço Argentina X Brasil. Não há no mundo uma coisa que não puxe outra em nosso pensamento, provando assim que tudo é interligado. Nada de mais comparar a grandeza da Seleção Brasileira com o desconhecido time da minha cidade. Desconhecido para a dimensão do Brasil, mas que levanta em nós as mesmas emoções quando acompanhamos sua trajetória. Não sendo uma cidade industrial, dificilmente uma diretoria consegue manter um time de futebol em nível elevado para competir. Infelizmente o nosso Ipanema faz parte dessa realidade.
Fora da primeira divisão esse ano, quem sabe se não voltará ano seguinte! Tristeza e lembrança de um lado, alegria nacional de outro, vamos vivendo e comparando os polos. O chato e falador “mais do que o homem da cobra”, Bueno, dessa feita foi até razoável, pois é insuportável querendo sempre roubar o espetáculo para si. Às vezes tenho que deixar a televisão no “mudo” para não ouvi-lo. Ah, como preferiria Otávio Marchante estimulando a torcida e gritando: “Aí é Firmino, aí e Jesus, Cebolinha!...“. “Bola rasteira, menino”.
Valeu Brasil! Alegrou o mundo.
Menos a Argentina.
Louvada seja a raça brasileira.

A CASA DE CHINA DO POÇO (MEMÓRIAS VELHAS E CANGACEIRAS)

*Rangel Alves da Costa

Teotônio Alves China, ou China do Poço, esposo de Marieta Alves de Sá (e estes pais de minha mãe Maria do Perpétuo Alves, Dona Peta), foi um dos mais afamados e prestigiados cidadãos de Poço Redondo, desde um tempo que o mesmo não passava de uma pequena povoação de poucas casas e ruas, sendo distrito de Porto da Folha.
Assim que a originaria comunidade do Poço de Cima começou a migrar para o Poço de Baixo, localidade que depois foi denominada de Poço Redondo (“um poço redondo no Riacho Jacaré”), em virtude do afluxo de residências que começaram a ser construídas ao redor das muitas propriedades, então China começou a prosperar com sua bodega de miudezas e logo se tornou não só proprietário de fazendas na região como a se firmar como um dos potentados da pequena povoação.
Não sabia ler nem escrever, mas com tino sem igual para os negócios (aliás, com meu avô paterno Ermerindo também foi assim). Além da bodega, era proprietário das fazendas Recurso e Rocinha. Nascido em nas beiradas do Jacaré em 1890, aos 39 anos de idade então viu acontecer na sua portentosa residência, casarão de esquina (onde hoje funciona a loja de Dona Maria de Mauro), um fato inusitado e aspecto essencial no contexto cangaço.
Foi, pois, no ano de 1929 que Lampião e seu grupo (apenas nove cangaceiros) adentraram no lugarejo e foram bater à porta da casa de China. Já conhecendo a fama de bonachão e acolhedor daquele senhor de Poço Redondo, já trazendo no embornal as informações necessárias sobre o que poderia encontrar, o Capitão do cangaço ali chegou apenas para ligeiro repouso e regabofe.
Contudo, sendo época de missa na igrejinha local (apenas duas por ano, uma na festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição e outra em data escolhida pela população), na casa de China e Marieta já repousava num dos quartos o Padre Arthur Passos, chegado em lombo de burro de Porto da Folha para aquela celebração. O mês era abril de 29, o dia era o 19.
Ante a presença do Capitão Lampião, logo o avexamento tomou conta dos donos da casa. Como iam fazer perante a presença da cruz e do mosquetão no mesmo lugar? Sabiam que o velho sacerdote não gostar nada de saber que o desatino e perigoso Lampião estava no mesmo lugar que ele. Ainda assim, com o jeito possível do sertanejo, China resolveu contar logo ao cangaceiro sobre a presença do religioso. Para seu espanto, Lampião se mostrou satisfeito pela coincidência do inesperado encontro e também desejoso de ter uma palavrinha com o da igreja.


Bateu à porta do sacerdote, anunciou quem batia, e se deparou com uma fera raivosa em pessoa. O velho padre chispava fogo e se danava a dizer impropérios nas fuças do rei cangaceiro. Este, religioso e devoto, temeroso dos mistérios do alto, tomava tudo aquilo apenas como exaltação de momento e até justificada pela sua fama sertões adentro. Ademais, logo atinou que contestando o sacerdote não conseguiria facilmente um intento naquele momento surgido: assistir missa.
Aos poucos o padre foi se acalmando e não demorou muito e já estava se fartando do regabofe ao lado do mais famoso dos cangaceiros. Depois do vinho bebericado, da comida farta e saborosa preparada por Dona Marieta e do proseado alegre e festivo entre todos, Lampião seria novamente batizado se assim desejasse ou mesmo levado como lembrança os paramentos sacerdotais. Contentou-se somente em assistir missa ao lado dos demais cangaceiros.
Ali na igreja uma visão espetacular: o bando de Lampião perante os passos do Evangelho, sendo abençoado e recebendo a hóstia sagrada, mas do lado de cada um a arma, o punhal, a força matadeira. Depois disso, Lampião arribou mais que agradecido e prometendo logo voltar, o que o fez por toda aquela região e povoação. E China e Marieta, agora muito mais reconhecidos e prestigiados perante os acontecidos, continuaram tocando suas vidas a partir do casarão, da bodega e dos afazeres na terra.
Naquele casarão nasceram os filhos do casal: Antônio, Edmundo (Joca), Jorge, Marina, Domitila (Dona Tila), Everaldina, Maria do Perpétuo (Peta), e ainda outra cujo nome agora me foge à memória. Naquele casarão, ao longo do tempo, muitos visitantes ilustres chegaram ornamentados de terno de linho branco e chapéu Panamá. Aquele casarão, de portas e janelas sempre abertas, afeiçoava-se a uma hospedaria sertaneja a todo aquele que precisasse de repouso e de alimento. Passaram viajantes, andarilhos, comboeiros, senhores de terras e rebanhos, vidas sertanejas que jamais poderão ser esquecidas.
Quando meu avô China faleceu em 1978, aos 88 anos, já desfeito de suas propriedades e apenas com sua bodega ao lado, então Dona Marieta se fez ainda mais religiosa e passou a viver para os seus, seus amigos e principalmente sua igreja. Pequenina, miudando ainda mais com a idade, era sempre avistada em passos ligeiros em direção aos ofícios na igreja matriz. De xale, rosário à mão, noutros tempos sempre levava consigo sua cadeira de missa (genuflexório). Contudo, jamais deixava de sentar à sua calçada ao entardecer e abençoar a todo aquele que passasse pedindo a proteção divina. “Deus abençoe, meu fio!”.
Mas um dia, não muito tempo após seu falecimento, o belo e suntuoso casarão foi derrubado. Em seu lugar ficou apenas um vazio de terra nua. E hoje, mesmo com a nova construção em seu lugar, é como se casa de China e Marieta ainda estivesse ali, tão bela, tão viva e tão presente.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PAVILHÃO DO MUSEU DO SERTÃO SOBRE AS ATIVIDADES PROFISSIONAISO DO MUSEU DO SERTÃO

Por Benedito Vasconcelos Mendes - (Continuação)

7. Artesanatos de Linha e de Fio de Algodão

De um modo geral, as mulheres sertanejas são dotadas de muitas prendas artísticas, principalmente, quanto às artes ligadas aos trabalhos de coser, bordar e tecer.

Os internatos dos “Ginásios de Freiras”, existentes nas cidades maiores do interior do Nordeste, recebiam as moças das fazendas e das cidades menores, para estudar e ser educadas nas artes domésticas, que incluía os afazeres do lar (arrumação da casa, copa e cozinha) e as técnicas relacionadas à confecção de peças de vestuário, alfaias e de roupas de cama, mesa e banho. No sertão nordestino, as redes e outras peças feitas de tecido de algodão cru, geralmente, eram confeccionadas na própria fazenda. A sala da frente da casa grande, quando não era usada como sala de aula, sérvia como oficina de fiar e tecer. O fio de algodão era feito com pequenos fusos girados pelas mãos hábeis das fiandeiras, à semelhança do processo indígena de fiação ou nas tradicionais rocas de fiar.

O algodão em caroço (pluma mais caroço) era trazido do armazém e descaroçado no pequeno descaroçador manual, feito de dois cilindros de madeira, que giravam em sentidos contrários. A pluma era penteada com a carda (espécie de escova de fios de aço), para facilitar o trabalho da fiandeira. Com o fio, preparava-se as medas em um pequeno e rústico equipamento de madeira, conhecido como meadeira.

REDES

O tecido era produzido no rústico tear manual, de formato retangular, muito semelhante ao primitivo tear dos índios. Havia também, em algumas fazendas, o tear de pedal, máquina bem maior, mais aperfeiçoada e mais produtiva, feita de madeira com pentes de aço. A parte da rede que recebe os punhos era confeccionada separadamente,
em um pequeno apetrecho denominado tear de monocabo. Os punhos eram preparados em um cavalete de madeira ou usando o dedão do pé da artesã. As varandas da rede eram feitas de crochê.

RENDAS

Chama-se rendas, os tecidos de malhas abertas feitos com fios de algodão, fios de linho ou fios de seda, entrelaçados a mão, formando desenhos. As rendas são usadas para enfeitar ou confeccionar peças de vestimenta feminina, alfaias, toalhas de mesa, colchas, lençóis de cama, panos de prato, guardanapos e panos de bandeja. A renda de almofada, também conhecida por renda de bilro, renda de praia ou renda do Norte, é confeccionada sobre uma almofada, onde os bilros, manejados habilmente pela rendeira, fazem o entrançado das linhas, reproduzindo na peça de renda, o desenho, previamente, preparado com furos em uma tira de papelão, presa em cima da almofada. A almofada consiste de um saco de algodãozinho cheio de pluma de algodão, ou cheio de capim seco ou de folhas secas de bananeira. A marcação dos pontos do desenho é feita por grandes espinhos de xique-xique. Existem muitos e belos padrões de renda de bilro, usados nas mais diferentes peças do vestuário feminino (bico de renda para anágua, camisola e calcinha), enfeites para guardanapo e toalha de mesa, fronhas, viras para lençóis, colchas de cama, panos de bandeja e para muitas outras peças de tecidos.

RENDA FILÉ

A renda filé é confeccionada com o auxílio de uma grade retangular de madeira, circundada por pregos, que são distribuídos de maneira que fiquem equidistantes, que são usados para a feitura dos nós, nos cantos de cada quadrado da renda.

RENDA DE CRIVO

A renda de crivo é feita em grades de madeira de vários tamanhos, em um tecido de uma só cor, para ser desfiado e depois preparados os crivos, que são orifícios com acabamento nas bordas.

LABIRINTO

A labirinteira, utilizando a mesma grade da rendeira de crivo e também um tecido de cor uniforme, geralmente linho, risca o tecido com o desenho desejado e depois desfia e faz os pontos, originando belos labirintos, geralmente usados em vestuário feminino e para roupas de cama e mesa.

CROCHÊ

A crocheteira, dotada de grande habilidade manual, usando uma longa agulha com um gancho na ponta, fazia a mão, ricas peças ornamentais, para o vestuário feminino (blusas, saias e vestidos), varandas para redes de dormir, sapatinhos para recém-nascidos e muitas outras peças de crochê, de uso geral no Nordeste brasileiro.

BORDADO

A bordadeira executa dois tipos de bordado: bordado à mão e bordado à máquina.

O bordado à mão é feito com agulha de coser manual. Primeiramente, desenha-se com lápis, as figuras (flores, Ramos e outros desenhos) e os diversos tipos de ponto são executados com agulha e linha fina, no tecido preso ao bastidor de madeira. Para empurrar a agulha com a linha, a bordadeira usa o dedal de metal, no dedo indicador. Um tipo de bordado à mão muito apreciado no Nordeste é a renascença. Nele, o desenho principal é feito com uma delicada fita de tecido, presa por finos pontos, com linha muito fina. No bordado à máquina, o tecido depois de riscado a lápis e preso ao bastidor é levado à máquina de costura para preencher os pontos com linha de bordar.

COSTURA

A costureira faz roupas femininas dos mais diversos modelos. As medidas do corpo da cliente são tiradas e transferidas para moldes de papel de embrulho. O tecido riscado com giz de cera é depois cortado. A roupa é alinhavada e depois provada no corpo e, após os ajustes finais, o vestido é costurado e o acabamento feito. Entende-se como acabamento, as operações de pregar botões, fazer casas, aplicar detalhes e abanhar.

Enviado pelo autor


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

COMO É QUE UM PAÍS COMO O BRASIL PODE PRODUZIR FRUTOS DE PRIMEIRA QUALIDADE SE AS SUAS FIGUEIRAS SÃO PODRES?

Por José Mendes Pereira

"Como é que um país como o nosso Brasil pode produzir frutos de primeira qualidade se as suas figueiras são podres?"

O Brasil não pode formar adolescentes honestos porque o Congresso Nacional é uma grande escola para aprender a ser desonesto (com exceção de alguns políticos), porque tem muitos ladrões.


Eu passei a vida inteira votando para governadores quando candidatos e para senadores quando candidatos José Agripino Maia e Garibaldi Alves Filho, e ambos me decepcionaram quando foram acusados de desonestidades. Dois homens ricos do Rio Grande do Norte, e de repente, são acusados de receberem propinas. Que falta de vergonha na cara destes dois malandros que se faziam honestos. 

O bando de ladrões do Congresso Nacional diz que nada pode fazer pela educação, saúde e segurança, porque não tem dinheiro. Se o bando de ladrões roubou tudo e nada é devolvido, como é que o Brasil tem dinheiro para cuidar disso?

Todos os ladrões acusados irão ficar impunes, além do mais, e irão ficar mangando da gente. "Não devolveremos nada, bandos de brasileiros bestas! Estamos aguardando os seus votos para o próximo ano."

ABRINDO ESPAÇO NO MEU BLOG PARA BARACK OBAMA


Vejam a simplicidade desta família. 
Todos calçados com tênis e não têm joias, apenas a esposa está com um par de brincos simples e Barack Obama com relógio aparentando muito simples também. 

 UM EXEMPLO DE HONESTIDADE!

Quem se atreve em dizer algo contra este ex-presidente que administrou a mais importante potência do mundo sem nenhum escândalo? Imagina se o Brasil fosse governado por esta família!


Por que esta família está de cabisbaixa?

Para a maioria dos políticos do Brasil esta família Obama tem vergonha de ser honesta. Mas ela nunca teve e nem terá vergonha de ter conservado a honestidade como primeiro plano para administrar os Estados Unidos, um país que pertence a uma nação. Esta família não tem vergonha de ter mantido relações diplomáticas com o nosso querido e rico Brasil, mas tem vergonha quando alguém fala nos políticos do nosso Brasil. 
   

Só em você olhar bem para esta família imagina como seria se os políticos brasileiros copiassem esta honestidade!

FAMÍLIA OBAMA SE DESPEDE DOS FUNCIONÁRIOS DA CASA BLANCA.

Barack Obama, Michelle sua esposa e filhas servem os seus funcionários que os serviram durante 8 anos de governo. Se fosse aqui no Brasil todos os seus assessores e funcionários seriam obrigados a servirem ladrões no momento da despedida. 


O escritor e editor do Brasil José Renato Monteiro Lobato (Monteiro Lobato) disse que: 


"- Um país se faz com homens e livros". 

Mas,  eu, observando bem, vi que ele se esqueceu de completar o que desejaria falar sobre os homens aliados ao país criado: 

"- mas que os homens sejam honestos". 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

HORA DE PAGAMENTO DA FOLHA SALARIAL

Por Ruy Lima


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PAVILHÃO DO MUSEU DO SERTÃO SOBRE AS ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Por Benedito Vasconcelos Mendes - (Continuação)

8. Sapateiro

O sapateiro confeccionava e consertava sapatos, chinelos, sandálias, alpercatas de rabicho, botas, perneiras e tamancos de madeira com rosto de couro. As ferramentas de trabalho mais características da oficina de sapateiro eram o pé de ferro; as formas de sapato, feitas de madeira; a máquina de costura de sapateiro; o martelo de cabeça chata; o torquês para arrancar pregos; os vazadores de couro, para abrir os orifícios para os cadaços; a sovela; o trinchete de cortar sola; a máquina de aplicar ilhós; a pedra de amolar faca; a agulha grossa; a linha zero; o dedal e a tábua de apoio. O sapateiro trabalhava de avental de couro, mantendo sempre a tábua sobre as coxas, a qual servia de apoio, praticamente, para todas as tarefas do seu ofício, como pregar, colar, costurar, cortar sola etc. Ao lado do seu assento, sempre existia um armário com prateleiras, onde ficavam expostos os calçados. O armário também possuía gavetas, onde eram guardados os materiais de uso diário, como tachas, pregos, fivelas, ilhós, argolas, rebites, cadaços, tinta para couro, graxas de polir, cola, calçadeira, escova e flanela para polir, sola, vaqueta, pelica, camurça e borracha de pneu de carro, para fazer o solado e o salto dos calçados. Em regra, o espaço físico de trabalho do sapateiro era muito reduzido, constando de um pequeno quarto de uma só porta, cujas paredes exibiam figuras de revistas, com fotos de time de futebol do Rio de Janeiro ou de São Paulo e fotos de mulheres com roupa de banho.

9. Vaqueiro

Ao contrário do agricultor e do tirador de madeira, o vaqueiro é um profissional com habilidades especiais. Para ser vaqueiro no sertão nordestino de antigamente era preciso saber derrubar um novilho, para serrar as pontas dos chifres; laçar uma vaca parida, para esgotar o colostro; ajudar a nascer um bezerro atravessado; curar uma bicheira no umbigo de um bezerro novo; ferrar e castrar garrotes; arrelhar um bezerro, para tirar o leite da vaca; laçar um novilho brabo, imobilizá-lo no mourão e colocar a careta, para levá-lo a outra fazenda; ou, em uma seca, saber levantar uma vaca enfraquecida ou colocar uma rês caída em uma rede e muitas outras habilidades próprias do vaqueiro. O vaqueiro é um profissional destemido, capaz de quando protegido pela véstia (gibão), entrar na caatinga fechada e espinhenta, para trazer uma rês desgarrada. Com seu cavalinho nordestino, o vaqueiro formava uma dupla incomparável. Ambos, de estatura pequena, franzina e esguia, tornavam-se gigantes na força, na destreza e na coragem, quando enfrentavam, de maneira destemida, o touro bravo no meio da mata arbórea, esgalhada e tortuosa e entre as cactáceas e bromeliáceas armadas de espinhos. Aparentemente frágil, quando encourado e montado no seu cavalo, o vaqueiro enfrentava, com galhardia, o boi enraivecido na mata seca e garranchenta. Seu trabalho era quase solitário, pois um só vaqueiro cuidava de um grande rebanho de bovinos. Nesta lida, ele necessitava apenas de um auxiliar, que, geralmente, era um aprendiz, que no futuro será um novo profissional. O trabalho do vaqueiro começava de madrugada, quando ele tirava o leite das vacas de bezerro novo, para fazer o queijo de coalho, a manteiga da terra, a coalhada e o leite cozido, para o consumo diário da fazenda. Durante o dia, campeava o gado, tratava das bicheiras, que por ventura existissem nas reses, observava as vacas amojadas, verificava as cercas, mensurava, mentalmente, a quantidade de pasto ainda disponível nos cercados e tomava outras providências necessárias à boa manutenção do rebanho. O vaqueiro dormia cedo. Ao escurecer, após tomar a coalhada com farinha de mandioca e carne assada e fumar seu cachimbo ou cigarro de palha, deitava-se na rede de dormir até a madrugada seguinte, quando começava, de novo, sua luta diária. Geralmente, o proprietário da fazenda de criar gado também era um exímio vaqueiro e, quando necessário, ajudava na lida diária, especialmente, na ferra do gado, na castração dos novilhos, na apartação dos garrotes e na transferência do rebanho para outra fazenda. No sertão semiárido, os criadores de gado criaram uma estratégia para salvar o rebanho por ocasião das secas. Tal estratégia consistia no uso de duas fazendas, uma no sertão seco e outra no litoral semiárido, que é um pouco mais chuvoso e de solos sedimentares, que acumulam mais água.

Embora o litoral não tenha a riqueza de pasto existente no sertão, ele apresenta algumas forrageiras praianas importantes, como o oró (Phaseolus panduratus) e os cipós, os quais possuem raizes tuberosas, que nos anos de seca podem ser arrancadas e picadas para alimentar o gado. Quando o criador se conscientizava de que o ano seria seco, ele retirava o gado para a fazenda do litoral e lá o rebanho era salvo. No início do próximo período chuvoso, as reses retornavam para a fazenda sertaneja. Nos eventos anuais de apartação dos garrotes, ferra do rebanho e castração dos novilhos, o trabalho era feito auxiliado pelos vizinhos, no sistema de mutirão. Quando os vaqueiros das fazendas da redondeza chegavam, com suas véstias e montados em seus cavalos, para ajudar no trabalho e participar da vaquejada festiva, ocorria o congraçamento entre eles. Era um momento de alegria e de muita festa. O vaqueiro da propriedade sede recebia a sorte do gado que criava. De cada quatro nascimentos, um bezerro era para o vaqueiro. Quando o vaqueiro viajava tangendo o gado, para outra fazenda, ele levava no alforje seu alimento (paçoca, queijo de coalho, carne assada e rapadura) e água de beber na cabaça. Uma das coisas que ele não esquecia de levar era o corrimboque (ponta de chifre oco com tampa) contendo o rapé de fumo.

Enviado pelo autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA.

Por Francisco Pereira Lima

Entre centenas de bons livros, hoje exponho estes, depois vem mais. A bibliografia Nordestina, especialmente do Cangaço e vastíssima. 

Quem Desejar adquirir estes e outros 550 títulos: franpelima@bol.com.br ou Whatsapp: 83 9 9911 8286

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2291928551076035&set=a.1929416523993908&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ARISTEIA E AS LEMBRANÇAS DO CANGAÇO

Por Aderbal Nogueira - Publicado a 02/07/2019

Aristéia fala da sede, da irmã Eleonora e seu filho, e das cabeças dos mortos em Angico.

Categoria

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO ENTRA NA BAHIA

Por José Mendes Pereira
Imagem da internet

Pesquisador do cangaço e meu amigo de alguns anos Antonio José de Oliveira lá de Serrinha no Estado da Bahia, se prepare com bacamarte, fuzil, mosquetão e se possível, uma espingarda bate bucha, porque o famoso Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião juntamente com os seus homens do crime, entraram no seu Estado baiano, e estão de rede armada e cachimbo acesso por aí sem previsão de irem embora. 



Esta gruta Antonio José de Oliveira, é um bom lugar para se preparar dos absurdos feitos pelo capitão Lampião e seus homens. Se eles começarem a atirar, se estiver bem equipado com armas, sairá vitorioso.

É apenas uma brincadeirinha com o pesquisador Antonio José e não tem nada que desmoralize a família Ferreira. Assim como o capitão Lampião que não teve culpa do seu destino muito menos tem a família Ferreira. Mas também não se recusa a dizer que é sangue do seu sangue.

Eu tenho imenso respeito pela família Ferreira.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com